Enquanto dirigia para o apartamento da namorada, Gil perguntava-se o que tanto martelava em sua mente:
                                   " Qual será seu próximo passo? "
        Estavam juntos há meses e, embora gostassem de sentirem-se como dois adolescentes, queriam compartilhar tamanha felicidade com sua família, seus amigos e colegas de trabalho. Por que não podiam ser como todos os casais do planeta? Por que não podiam expressar seu amor como todos?
        Sabia, com toda a certeza de seu ser que a amava. E como amava. Seria capaz de qualquer coisa por ela, ao menos era o que falava para si mesmo, porém, na realidade, Gil não conseguia fazer uma simples vontade de Sara: Tornar público seu relacionamento. Grissom tinha medo de prejudicar sua carreira e, principalmente, prejudicá-la. Ecklie, esse sim, era seu maior medo. Não queria por nenhuma das partes em risco e, por isso, ia sempre devagar quando sua amada tocava no assunto.
       Ele estacionou o carro na garagem do apartamento, tirou uma mochila, passou a mão pelos cabelos a fim de dispersar os pensamentos, tinha tomado a decisão de ser mais brando com Sara, talvez até aceitasse pensar no assunto, e entrou no edifício.
       Lá dentro Sara buscava arrumar a mesa do jantar como eles mereciam, trabalhavam tanto e com tanta intensidade que os dois quase não tinham tempo para aproveitarem uma boa refeição e a companhia um do outro. Tinha pedido comida para eles, podia ser uma boa CSI, mas não era nada boa na cozinha, coisa que seu namorado tinha até demais. Ela terminava de pôr a mesa quando ouviu a porta ser destrancada.
       - Querida?
       - Aqui na cozinha, meu amor. - Ele sorriu ao ouvi-la chama-lo assim.
       Ao encontrá-la, tentando, com afinco, desfazer uma prega no vestido cor de vinho que usava, com seus cabelos devidamente presos num coque e apenas alguns belos fios soltos, ele teve total certeza de que era o homem mais feliz do mundo. Sara era dona de uma beleza inigualável.
       - Gil? - Ela chamou sua atenção. - Está tudo bem?
       - Está. - Ele sorriu. - Está maravilhosa. Se eu soubesse teria me arrumado mais.
       - Eu tive tempo, pedi com carinho e meu chefe me liberou. - Ela piscou. - A gente faz o que pode. Agora senta. Vamos jantar como um casal normal.
        Eles se serviram e apreciaram o jantar. Passaram a noite conversando, rindo, estavam leves, felizes por estarem na presença um do outro. Grissom a todo momento via-se pensando, repetidamente, em como sua vida mudara e como estava imensamente feliz. Sara simplesmente era a mulher da sua vida.
       - Griss, eu queria te pedir uma coisa. - Ela tocou sua mão e desvencilhou-o de seus pensamentos.
       - Sabia que esse jantar não era por nada. - Ele sorriu. - Peça, se eu puder fazer eu farei.
       Ela o olhou, dessa vez séria, segurou sua mão e lançou:
       - Quero que conte sobre nós para os nossos amigos.