Love me like a Cat escrita por Lunathck


Capítulo 7
Estômago Fraco


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Boa leitura pra vocês~



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“Olha quem apareceu aqui de novo. Ta querendo um cartão fidelidade?” Fred disse, com um sorriso debochado. Estava no balcão dessa vez, já que terças e quartas Luana tinha curso de inglês.

“Não” Miguel respondeu, com uma expressão condizente com seu péssimo humor pela manhã. Nem sabia ao certo o que fazia ali, só estava curioso sobre o motivo de Dênis ter ficado tão abalado no dia anterior. Passou mal por essa causa, não aceitaria nada menos que uma explicação.

“Então o que você quer?” Cruzou os braços, deixando transparecer os músculos tensionados. Maldito maromba.

“Que você tente agir com um pouco de educação, se for possível…” A serenidade do homem irritava Fred, e muito! Eles se encararam por alguns segundos, até ouvirem uma voz dos fundos gritando Fred.

Os dois reconheceram imediatamente a voz, e ambos foram apressados ao socorro de Dênis.

Pareciam disputar quem ia chegar primeiro, e ao abrirem a porta com violência, Dênis arregalou os olhos por um momento. Estava secando um poodle. “Algum problema?”

“Não foi você quem me chamou?” Fred ergueu as sobrancelhas “achei que estava acontecendo alguma coisa.”

“Não, só queria saber se é pra tosar tudo.” Disse, com um olhar inocente e indagativo, fitando Fred.

“Eu vou acabar te enchendo de porrada um dia, garoto. É pra deixar as orelhas, o topete e as patas sem tosar.” Disse, suspirando.

“Credo, que mau gosto” ele disse embora tenha dado de ombros em seguida. O sininho da porta tocou, fazendo Fred parar de viajar no poodle. Se virou e saiu sem dizer nada.

“Oi!” Dênis só então pareceu ter percebido a presença de Miguel, com as mãos enfiadas nos bolsos. “Tudo bem?”

“Uhum… E você?” Respondeu sem muita vontade. Também estava viajando no poodle.

“Não parece, ta com cara de quem não dormiu” deu um sorrisinho, mas Miguel percebeu que ele havia fugido da pergunta.

“Eu dormi bem, essa é a minha cara durante a manhã” ele se recostou na parede.

“Tem diferença?”

“Sim. O que aconteceu ontem?”

“Como você é enxerido!” Dênis acusou.

“Curioso” corrigiu Miguel, sem se abalar.

Mas o garoto ficou calado, se concentrando em seu trabalho artístico de tosa. Miguel também não disse nada, apenas esperou que o outro se sentisse à vontade para contar. Do contrário pegaria a máquina de tosa e ameaçaria deixá-lo careca. Mas não precisou de atitudes tão radicais.

“É vergonhoso…” Suas bochechas já estavam vermelhas só de pensar.

“Tão ruim assim?” Miguel ergueu uma sobrancelha, com certeza não devia ser nada sério. Ele havia mudado de humor com facilidade.

“Então. Ontem teve aula prática no laboratório, tinha que abrir uns bichos e essas coisas. E aí, puft” esclareceu.

“Como assim puft???”

“Eu desmaiei. Só que não foi por isso que eu estava… Bom, eu vivo desmaiando” fez um sinal de indiferença “só que quando eu acordei, o professor simplesmente mandou eu procurar um curso que não entre em conflito com meu ‘estômago de princesa’” ele remendou, com desgosto. “E óbvio, todo mundo começou a rir e eu ainda estava no chão”

“Ah, imagino. Qual professor?” Miguel cruzou os braços. Ele parecia indiferente, mas se perguntava por que o garoto vivia desmaiando. Ele mesmo nunca havia desmaiado na vida.

“Gabriel Lemes. Conhece?”

“Um gordo?”

“Isso”

“Quem está precisando cuidar do estômago é ele”

Dênis não esperava ouvir isso do outro, tanto que desligou a máquina de tosa de tanto que ria. Miguel apenas o olhou de esguelha com um sorriso de lado.

“Eu acho que já deu minha hora. Fico feliz que esteja bem… E não se deixe abalar por pessoas assim. Esse tipo só quer mesmo estragar o sonho dos outros” Miguel se aproximou e bagunçou os fios loiros, Dênis o olhava sem dizer nada. Seus olhos eram muito grandes e redondos, pareciam de uma inocência genuína, e quanto mais retribuía o olhar, mais difícil ficava desviar dele.

“Obrigado. De verdade. Como está o Brownie?” O garoto pareceu se alegrar ao lembrar do gato acinzentado.

“Você tem meu número. Quando quiser vê-lo é só me falar” já atrasado, Miguel saiu dali com alguma pressa. Sua vontade era ficar por mais tempo, mas o dever o chamava. Apenas para não sair de mãos abanando, comprou um brinquedinho pro gato, um rato de borracha que fazia barulho. Fred vendeu o rato com toda a má vontade que dispunha.

“Se você tocar no garoto, eu te arrebento, ouviu?” Recebeu tal aviso sendo segurado pelo colarinho, mas não pareceu nenhum pouco abalado. Puxou a camisa de volta pro lugar e encarou o outro, bem maior que ele

“já disse isso pro Dênis?” Sem esperar resposta, ele foi embora.

O que aquele rato de academia tinha haver com eles? Devia cuidar da própria vida, ir comer batata doce sem encher o saco de ninguém.

Miguel entrou no carro e suas pernas estavam tremendo, coisa que ele nunca admitiria.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Hehehe