A Testemunha escrita por Dimitri Alves


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Ahaaa! Esse capítlo não demorou para ser postado, mas também... Está automático para postar no dia de hoje xD O mesmo acontecerá com os outros...
Depois de assinado os papeis é hora da mudança de Jordan e uma mudança na história...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/704862/chapter/6

A mudança havia acontecido muito mais rápido que Jordan pudesse ter imaginado. Em três viagens ele havia conseguido transportar todas as suas coisas da casa para o novo apartamento. Na ultima viagem ele se despediu dos poucos vizinhos que gostava de ter contato. Quando ele se aproximou de Jane para se despedir, ela o abraçou com força, como se o grande amor da vida dela estivesse indo embora. Por alguns instantes ele ficou constrangido com aquele abraço, mas como talvez fosse o ultimo contato que ele talvez tivesse com ela, ele correspondeu ao abraço.

                - Vou estar aqui sempre que quiser, basta me ligar – sussurrou ela em seu ouvindo.

Jordan se desvencilhou do abraço e sorriu para os pais sem graça. Ele sabia muito bem o convite que Jane acabara de lhe fazer.

Ele entrou no carro e não tornou a olhar para trás.

Em questão de dias o apartamento estava com seus móveis em seus devidos lugares. Os eletrodomésticos que haviam sido roubados em sua antiga moradia, foram substituídos por novos, que ele comprou pela internet e agora se encontravam dentro das caixas ainda prontos para os seus devidos lugares.

Jordan estava na cozinha, tirando alguns pratos, copos e talheres que tinham nas caixas e distribuía nas gavetas e nos armários. Enquanto guardava as coisas não podia de ouvir o som da cidade lá fora. O barulho era mais intenso de onde morava. Ele estava ciente de que aquilo iria acontecer, mas era estranho conviver com aquele novo fato. Parou de tirar as coisas das caixas e andou até a sala, que estava praticamente pronta. Diante do janelão admirou a vista lá embaixo.

As ruas estavam paradas e iluminadas pelas luzes vermelhas dos carros. O stress àquela hora estava a flor da pele dos motoristas. Não muito longe dali ele conseguia ver um grande mar negro entre as luzes. Lá estava o Central Park intocável e indiferente ao que acontecia ao redor. Era estranho ver a cidade naquele ponto de vista. Mesmo sendo uma paisagem violentamente urbana, os prédios, os carros e a noite junto com a lua dava uma bela paisagem.

Desviando sua atenção da janela sua mente foi invadida com os pensamentos do seu recente problema no prédio. Cerca de uma semana depois de instalado no prédio, ele já havia se desentendido com uma moradora e duas vezes já foram pegos em discussões. Tudo tinha acontecido quando um carro bateu na traseira do seu carro.

— Mais o que é isso?! – exclamou ele saindo do carro indignado e pronto para verificar o dano, mas não foi nada de mais, apenas um pequeno amasso.

— Onde você pensa que tirou sua carteira de motorista?! – gritou uma mulher saindo de um Ford Focus Sedan indo em sua direção.

A mulher possuía cabelos castanhos que passavam um pouco dos ombros, portadora de um corpo em cuidado e tinha um bom gosto de se vestir sendo séria, neutra e sexy ao mesmo tempo.

— No mesmo lugar que você não foi! – retrucou Jordan – Olha o que você fez no meu carro! – apontou ele para o amasso.

— Você para o carro do nada, não alerta que vai parar nem nada e eu sou a culpada?! Grande merda esse amasso, olhe para o meu! Você quebrou a minha lanterna! – questionou.

— Não me interessa se sua lanterna quebrou ou não. Você vai pagar o prejuízo! – exclamou Jordan irritado e voltando para o carro.

Ele conduziu o carro para a garagem do prédio e pelo retrovisor ele percebia que o carro da mulher o seguia. Quando passou pelo portão da garagem, percebeu que ela também entrou no prédio. Jordan ficou confuso... Porque o porteiro permitiu a entrada de uma estranha no prédio? Naquele momento ele não havia se sentido tão seguro quanto imaginava. Quando estacionou o carro e viu o carro dela estacionar mais adiante, percebeu que ela também morava ali.

Merda!

Afastando aqueles pensamentos, Jordan voltou para a cozinha e esvaziou mais uma caixa. A cozinha estava com todos os seus objetos e utilitários em seus lugares. Ele desarmou a caixa e jogou no quarto dos fundos, junto com outras caixas. Cansado, foi para o quarto tomou um bainho e se arrumou para dormir.

No dia seguinte, Jordan acordou cedo para ir ao hospital, não para trabalho, mas iria coletar algumas informações que havia perdido em seu computador pessoal. Como costumava mandar os relatórios para Albert, entrou em contato com ele e combinou de resgatar esses arquivos.

                - Sorte a sua ter o costume de mandar esse material semanalmente – comentou Albert assim que avistou Jordan entrando em sua sala.

                - Sim é verdade – respondeu descontraído – não tenho o costume de salvar em apenas um lugar. Não foram muitos arquivos perdidos, mas alguns deles eu estava estudando para realizar o relatório – explicou-se se sentando a cadeira.

                - Eu guardei todos os seus arquivos dentro deste pendrive – disse o diretor – pedi para que viesse, pois era um arquivo muito pesado para enviar por e-mail e informações muito sigilosas para andar por e-mail. Você acha que as informações que você continha no PC possa ser usadas por outro médico? – perguntou o diretor descontraído.

                - Acredito que não – respondeu Jordan despreocupado – Os arquivos que perdi não são nada sem os outros para fazerem sentido. É como se você possuísse uma peça de um quebra-cabeça, mas não tem onde encaixar... Então de nada vale.

                Albert assentiu com a cabeça e entregou-lhe o pen drive. Sorriu descontraidamente e voltou a sua atenção para o computador. Percebendo que nada mais seria dito, Jordan pediu licença e saiu da sala silenciosamente. Desceu pelo elevador e passou pelos corredores quase correndo, tinha pressa de concluir os seus relatórios.

                - Jordan – ouviu alguém lhe chamar atrás dele.

                Olhou para trás a fim de ver quem o chamava, mas algo esbarrou nele, fazendo ele quase cair para trás.

                - Oh, desculpe eu... – começou a falar nervosamente tentado levantar a pessoa que estava sentada no chão. Ele interrompeu o que ia dizendo e sorriu sem graça. Jordan conhecia a pessoa que estava no chão. Ajudando a levanta-la, ela sorriu sem graça de volta.

                - Medico? – perguntou.

                - Cirurgião – Especificou.

                - Eu sabia... Seu jeito de falar corretamente e bem articulado me fez suspeitar disso – respondeu ela agora com tom divertido.

                Diante dele estava a moça que tinha conhecido do Central Pack. Agora ela trajava roupas bem mais séria e formal. Usava uma calça preta de sino largo, uma camisa social ensacada com as mangas arregaçadas. Seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo como no dia que a conheceu.

                - Sarah – falou estendendo a mão.

                - Jordan – respondeu segurando a sua mão.

                - E você, no que trabalha? No dia que a conheci diria que era professora de Ed. Física, mas olhando assim, parece que errei – comentou descontraidamente.

                - Sou advogada – respondeu orgulhosa.

                Um silencio constrangedor pairou sob eles, não tinha muito que falar naquele momento, ambos pareciam estar com pressa, mas ao mesmo tempo tinham interesse um no outro.

                - Não o vi mais por lá – comentou Sarah.

                - Minha casa foi assaltada. Mudei-me para que isso não acontecesse novamente. Estou morando em um apartamento aqui próximo. Estou tentando me acostumar. Morar em prédio é diferente para mim.

                Sarah riu.

                - Toda mudança é estranha e difícil.

                Depois dessa curta conversa, Sarah abriu a sua bolsa e deu-lhe um cartão de visita. Explicou se ele precisasse de algo, poderia ligar para ela e que dessa vez eles não poderiam perder o contato. Jordan fez o mesmo, dando o numero para que Sarah anotasse em seu celular.

De volta ao seu apartamento, Jordan decidiu instalar os últimos equipamentos eletrônicos da casa. Instalou o som nodo e o DVD Blu-Ray no novo Hacker que tinha comprado, testou os aparelhos com os CD’s e DVD’s que possuía. Olhou para a TV de LED de 55’ e preferiu deixar por ultimo, deu prioridade às coisas mais simples. Em direção ao seu quarto ele desembrulhou seu novo MacBook, acessou a sua conta da Apple e recuperou os arquivos que tinham no outro MAC. Inseriu o pen drive com as informações faltantes e as jogou na pasta do iCloud.

                Ao retornar para a sala encarou novamente a TV encaixotada. Bufou por ter deixando ela por ultimo e ser tão pesada. Jordan não conseguiu ergue-la da caixa, foi mais fácil rasgar a caixa inteira para que a TV ficasse exposta. Ele encarou o mostro que havia comprado e percebeu o quão grande ela iria ficar em sua sala. Uma verdadeira tela de cinema, pensou ele mentalmente vendo o seu reflexo fosco na tela.

                Alongando-se Jordan segurou a TV na altura dos cotovelos e a ergueu. Naquele momento ele recebeu o quão pesada ela era, mas ele a desembalou próximo ao hacker, então ele apenas a ergueu girou para o lado e a colocou em seu devido lugar. Ao soltá-la, Jordan sentiu-se como se tivesse corrido uma maratona. Valeu a pena meu curto período na academia.

                Pegando os cabos e conectando no aparelho, a TV ganhou vida. Jordan ficou satisfeito com todos os seus aparelhos funcionando. Recolheu as caixas e os plásticos e jogou-os fora. Guardou os manuais em uma única gaveta. Jogando-se no sofá, ele foi passeando de canal em canal para se distrair, até que um canal o chamou a atenção.

                Jordan deixou no canal por alguns segundos até entender o que estava vendo, sentou-se no sofá e olhou para a tela com mais atenção. A sua TV emitia 16 imagens diferentes, cada dividida ordenadamente na tela. Cada tela mostrava uma única visão estática de algum lugar em comum, porém de ângulos totalmente diferente. Demorou um pouco para ele entender que as imagens se tratavam das câmeras de segurança do prédio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uia... parece besteira, mas as cameras de segurança vazando em sua TV é algo bem interessante não acha? O que será que Jordan poderá ver através delas?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Testemunha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.