Acordei não sei quantas vezes durante a noite, sempre com pesadelos. Mesmo antes do despertador tocar decidi levantar-me para ter tempo de relaxar um bocado no banho. Peguei na roupa que ia usar. Umas calças pretas justas, uma camisola curta rosa clara e um casaco preto.

Sentir a água quente na pele deixou-me com vontade de ficar lá pelo resto do dia, sem ter de sair a rua e usufruir de um sorriso só para não ser nomeada de coitadinha. Sei que tive sorte em ter calhado no grupo que calhei, mas por vezes olho á volta e sinto que ninguém me compreende, a exceção da Ângela que conheço desde sempre.

Pouco depois a minha mãe bateu a porta.

— Filha, já está a ficar tarde e ainda tens de comer antes de ires para a escola.— Disse a minha mãe.

— Está bem Mãe.

Só quando fui ao telemóvel ver as horas é que percebi o tarde que era. Vesti-me o mais rápido que pude para não voltar a chegar atrasada. Desci a correr, peguei numa maçã e um iogurte líquido, dei um beijo na minha mão e pai e fui em direção ao carro.

Não pude andar a grande velocidade porque as estradas estavam cobertas de gelo então cheguei mesmo antes do toque. A minha primeira aula foi música, o que gostava porque era algo que não exigia pensar, por isso ótimo. Eu toco dois instrumentos, pianos e violino, mas prefiro o piano. A minha mãe desde que eu era pequena que tocava para mim e para o meu irmão, então adquiri o interesse.

— Isabella, é a sua vez.— Disse o professor Michael.

— Sim senhor.— Respondi.

Fiz a minha apresentação, toquei uma das músicas preferidas do meu irmão e por pouco não comecei a chorar, apenas respirei fundo e mal acabei de tocar fui para o meu lugar.

— Muito bem.— Disse o meu professor.

Apenas sorri como agradecimento. Lembrei-me que ainda faltava entregar os papéis aos Cullens, os alunos novos, então irei faze-lo no almoço. Quando tocou para fora fui diretamente a casa de banho antes de ter a minha próxima aula.

Quando ia a sair da casa de banho deparei-me com a Jéssica a gozar com a irmã mais nova dos Cullen, Alice, o que me deixou irritada. Mas felizmente um dos irmãos apareceu e enfrentou-as. Fiquei com imensa pena da Cullen, até porque na minha opinião o que a Jéssica tinha dito era completamente mentira, se há rapariga que se vista bem é Alice.

Já é hora do almoço, mas nem fome tenho por isso fiquei pelo jardim da escola a ler um dos meus livros preferido. Passada uma meia hora é que me lembrei que tinha de entregar os papéis aos Cullen por isso arrumei o livro e fui ter a cafetaria da escola.

Fui direta a mesa deles.

— Olá, desculpem interromper o vosso almoço, posso sentar-me só para vos dar umas informações?— Perguntei.

— Claro.— Respondeu um dos irmãos, não sei o nome dele ao certo.

— Antes de mais nada sou a Bella. Bem é assim, sei que só chegaram aqui á um par de dias e não vos queria bombardear logo com papeladas por isso só vos venho entregar hoje estes folhetos do baile de primavera.— Disse.

— O preço do jantar ainda está semana será divulgado. Apenas preciso que até ao fim do mês me digam se vão, quem seriam os pares, ou então se ides sozinhos, para puder reservar lugar para todos.— Tentei explicar.

— Sim Bella, até lá diremos alguma coisa, obrigada.— Agradeceu Rosalie, a rapariga de cabelos loiros.

— Fico a espera meninas e meninos.— Disse já me levantando para ir para a minha mesa do costume.

A Alice parecia abalada, será que foi por causa do que a Jéssica disse?

— Não comes Bella?— Perguntou-me a Ângela.

— Estou sem fome, comi ante da última aula. — Respondi.

Não gostava de lhe mentir mas realmente estava sem fome e não me apetecia mais um sermão sobre alimentação.

— Desculpa Bella mas não acredito, e sabes que ele não ia querer isto para ti. — Sei que ela não me disse aquilo com a intenção de magoar, mas na verdade doeu, porque sei que era verdade.

Ele sempre me obrigava a comer bem, e com isso lembrei-me das vezes em que cozinhávamos juntos e deixávamos a cozinha toda pernas para o ar, o que fazia a minha mão zangar-se mas sempre se ria no fim. Conforme as memórias foram chegando senti a vista ofuscar com as lagrimas, por isso peguei nas minhas coisas e corri até ao carro. Só sentia as lagrimas a escorrer, só queria desaparecer. Sinto tanto a falta dele. Até que ouvi uma batidela na janela do carro. Era ele, o Edward. Tentei limpar as lágrimas o mais rápido que podia espero que ele não repare.

— Sim?— Perguntei.

— Estás bem?— Perguntou.

Eu apenas balancei a cabeça afirmando.

— Obrigada pela preocupação — disse-lhe.

— De nada.— Respondeu-me ele.

Liguei o carro e fui para a beira de um riacho a beira da minha casa, precisava de paz. Estava concentrada até que ouvi o meu telemóvel a tocar. Era Jacob.

— Sim?— Atendi a chamada.

— Bella onde estás?

— Estou no riacho ao pé da minha casa, porque?— perguntei.

— Posso ir ai ter?— Perguntou.

— Claro.

Pouco mais de dez minutos depois o Jacob apareceu, parecia triste. Como sempre beijou-me a testa e sentou-se ao meu lado, em silêncio. Até que decidi interromper porque já se estava a tornar constrangedor.

— O que se passa Jacob?— Perguntei.

— Sempre fomos juntos a tudo o que era festa, fiquei surpreendido quando soube que já tinhas par para o baile.— Disse ele com uma cara triste que me partiu o coração.

— Quê? Do que estás a falar?— Agora estava confusa, do que está ele a falar?

— Sim, uma rapariga disse que tinha decidido convidar-me visto que tu já tinhas par.

— Que rapariga? — Perguntei.

— Jéssica.— Disse ele, só podia ter sido ela.

— És tão inocente que as vezes até enerva.— Admito que fui agressiva, mas não era de todo a minha intenção.

— Desculpa?— Perguntou ele.

— É verdade! Sempre deixas com que nos afastem, não sabes vir primeiro falar comigo para saber se é verdade ou não?— Perguntei.

— Então ainda não tens par?— Perguntou sorridente.

— Não, e não sei do que estás a espera para me convidar!— Disse eu rindo.

— Isabella Swan? Aceitas ir ao baile de primavera comigo?

— Não sei, deixa-me pensar! Claro que sim! – Disse

Só que algo que eu não queria estava prestes a acontecer. Jacob passou a mão dele pela minha nuca, aproximando o meu rosto do seu. Mas tive de me afastar, eu não o via dessa forma, pelo menos nunca pensei nisso.

— Desculpa.— Disse ele

— Não faz mal.— Disse-lhe, mas a verdade é que já não era primeira vez que me tinha tentado beijar. Não sei no que isto irá dar. Ele é o meu melhor amigo e eu não quero perder isso por nada deste mundo.

Ficamos mais um bocado a apreciar a paisagem, até que a minha mão me ligou a dizer que o jantar já estava quase pronto e para ir para casa.

— Tenho de ir para casa, queres boleia?— Perguntei.

— Pode ser.— Respondeu.

O caminho foi feito todo em silêncio, também foi por pouco tempo, ele vivia mesmo perto de mim. Até que chegamos a casa dele.

— Até amanha Bella, adoro-te.— Disse Jacob.

— Também te adoro.— Respondi de volta.

Quando cheguei a casa ainda tive tempo de tomar um banho rápido e vestir algo quente, o tempo estava a esfriar. Fiquei contente por saber que o pai hoje também jantava, ele como é polícia tem sempre um horário preenchido.

— Pareces cansada filha— Disse o meu pai

— Não dormi muito bem a noite passada. — Justifiquei

— Espero que durmas melhor esta noite meu anjinho.— Disse ele. O meu pai sempre foi muito querido, e mesmo não conseguindo estar 100% presente sei que ele fazia o máximo que podia.

Já quase no fim do jantar a minha mãe lembrou-se do baile.

— E então filha, e o baile?— Perguntou.

— Vou com o Jacob.— Respondi, e pude ver os olhos dela brilhar.

— Eu adoro esse rapaz, sempre fostes inseparáveis.— Disse ela.

E eu apenas ri baixinho. Ela sempre gostou muito de Jacob.

Quando acabei de jantar ajudei a limpar a cozinha, dei o boa noite aos meus pais e subi.

Deitei-me, só que mesmo cansada não consegui dormir, só consegui pensa no rapaz novo. Algures pela noite a dentro consegui adormecer.