Entre dois mundos escrita por Vicky18


Capítulo 66
Cartas na manga


Notas iniciais do capítulo

Olá,meus amores!!Como estão?Espero que estejam todos bem:)Antes de tudo só quero informar que estamos um tiquinho do final e meu DEUS! Eu mal posso esperar para o que estar por vir,espero que gostem do capítulo e tenham uma boa leitura:)



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—Achei que só iria me encontrar no inferno,mas parece que resolveu chegar mais cedo…

—Você realmente…

—Eu disse que iria encontrar as provas se quisesse ver, infelizmente não foram cortes muito profundos,mas foi o que deu pra fazer enquanto ela não se movia.

—Como pode provar que fez isso,cobaia?

—E como vocês podem provar que eu não fiz?

—Existem câmeras em todos os cantos.

—Menos nos dormitórios.-Nesse instante Anne ficou atônita,como ele poderia ter tido acesso a essas informações?

Mal sabia ela que Cebola já esteve na sala de controle quando presenciou o fuzilamento de um homem na sua frente.E nesse meio tempo conseguiu ver que só haviam câmeras nas salas de testes e nos corredores do laboratório.

—Escute,Anne,eu não quero ser seu inimigo…

—Então o que você quer?

—Eu já consegui o que eu queria,a única coisa que eu quero de você é a sua mentoria.A gente tem muita coisa em comum...e você sabe disso.

—O que eu não sei é como você teve acesso as câmeras daqui.

—Não queira mudar de assunto,Anne.Nós podemos ser muito mais do que esse laboratório,do que essa organização...Nunca parou pra pensar que você,assim como eu, não passa de uma cobaia dos seus chefes?

—Eu não sei do que está falando…

—É claro que sabe...Uma mulher como você,presa aqui dentro como um rato de laboratório.A que custo você tem essa vida? É isso mesmo que você quer?

—A única cobaia aqui é você.

—É isso que eles querem que você acredite.

—É isso que você quer que eu acredite,cobaia!Eu sou uma autoridade aqui dentro.

—Bom, acredite no que quiser, eu só estou te dizendo o que eu vejo, assim como eu você também está presa aqui dentro, a única autoridade provavelmente está lá fora ganhando as custas de todos vocês.Eu só estou te oferecendo uma alternativa para sair disso,a escolha é sua.

Anne já sabia que tinha passado dos limites quando voltou ao dormitório para confirmar o que a cobaia fez,sua atitude impulsiva não permitiu que pudesse identificar se ele estava blefando ou realmente falando a verdade.Mas sabia que aquela seria a última vez que demonstraria tal “fraqueza” diante de sua cobaia.

Para sair daquilo teria de jogar o jogo dele,teria que fingir que estava acreditando no que ele falava, ela queria ver com os próprios olhos até onde ele poderia chegar.

—Mais tarde conversaremos sobre seus benefícios.- Anne daria todas as comodidades possíveis para o rapaz,para que este se sentisse mais acomodado e então mostrasse o que realmente estava escondendo por trás daquele discurso tão estranho e porque não,ameaçador.

Certamente, ele não recusaria uma boa oferta,ganharia migalhas achando que seria o banquete inteiro e assim Anne voltaria a ter controle total sobre a sua cobaia.

Enquanto isso...na delegacia...

—Como conseguiu essas informações?- O delegado encarava o garoto a frente com desconfiança depois que ouviu dele a suposta localização de onde Magali e Cebola poderiam estar.

—Eu acabei ligando alguns pontos...

—O suspeito te disse alguma coisa?

—Não,ele realmente não sabia de nada...na verdade,eu lembrei de algo que o Cebola me disse antes de ir atrás da maga,ele comentou que conseguiu localizar de onde a mensagem que ele recebeu veio e que ficava 1 hora daqui.

— E há algum registro que comprove que ele disse isso?

— Não,a gente se encontrou um pouco antes dele ir ,ele ia dormir lá em casa por alguns dias porque a família dele acabou viajando para os EUA.

— E porque não me disse isso antes?- Cascão não sabia que história inventar para justificar aquela informação,se falasse que voltou para laboratório,certamente as coisas só piorariam e naquela altura do campeonato fazer com que o delegado acreditasse em como o experimento ia muito além da teoria seria muito difícil.Para Cascão não seria muito prático.Ele queria resolver o quanto antes aquilo tudo antes que o pior acontecesse.

— Com essa correria toda,eu acabei me esquecendo…

O delegado o encarou com desconfiança novamente,era difícil receber aquela notícia sem ter qualquer comprovação de que fosse real,por mais que confiasse no garoto,precisava ter provas concretas para liberar uma investigação no tal local.
—Eu sei que parece loucura,senhor...Mas eu realmente acredito que eles possam estar lá e se a policia não for,eu mesmo posso ir sem problemas...Eu só quero encontrar eles e resolver isso de uma vez.

—Escute garoto,isso é trabalho da polícia.Não queremos mais um desaparecido aqui,está bem?Eu entendo que quer encontrar seus amigos o quanto antes,nós recebemos ligações todos os dias das famílias nos cobrando respostas,mas não podemos dar falsas esperanças a eles com uma informação que é baseada em só um depoimento.

—Eu sei...Mas se puderem pelo menos dar uma olhadinha por lá,qualquer coisa seria o suficiente.

—Vou ver o que posso fazer garoto,mas eu não posso garantir nada enquanto não tiver provas concretas pra enviar uma equipe de busca para lá….E como foi com o seu amigo?Conseguiu tirar alguma informação dele?

Cascão engoliu seco mais uma vez,não sabia se deveria falar sobre a fórmula e nem sobre as nuances do experimento,embora soubesse que qualquer informação poderia ajudar nas investigações,não tinha certeza se o delegado entenderia.

—Bom,ele disse que era inocente e que aquelas fórmulas no caderno eram uma espécie de “resolução” do experimento.

O delegado riu fraco como se não tivesse levado aquilo muito a sério.

—É uma boa justificativa para o crime ,mas espero que ele consiga provar isso no tribunal.-O agente se levantou de sua mesa e conduziu Cascão até saída da delegacia.-Eu vou ver o que posso fazer a respeito do que me falou,mas não invente de fazer alguma coisa por conta,é nossa responsabilidade.

—Está bem.-A maior vontade do garoto era sair correndo de lá e ir até o suposto cativeiro,mas sabia que o delegado tinha razão.Só de lembrar de tudo o que teve que passar com a sua amiga dentro daquele lugar,dos pais de Magali desesperados a procura a da filha e todos os outros incidentes que estavam acontecendo,ficar não era uma escolha.

Cascão queria poder fazer muito mais,mas sabia que já tinha feito a sua parte ao conseguir aquelas informações tão valiosas.Agora teria que cuidar de Mônica e confiar que tudo daria certo a partir daquele momento.

De volta ao laboratório…=======================

Já haviam se passado algumas horas de cirurgia,pelo que os médicos especulavam pelos corredores da ala o estado era grave e o ferimento foi realmente muito profundo.O que deixava todos ainda mais apreensivos.

Anne queria dar boas notícias para o seu superior,assim poderia tirar um pouco o foco de seus outros planos dentro da organização.Mas pelo que parecia,tudo era muito incerto quanto ao resultado da cirurgia,ou pelo menos até o momento em que o cirurgião saiu da sala para dar o resultado para Anne e o Dr.Jeremy.

—Deu tudo certo?- Jeremy tentava limpar o suor que escorria de sua testa,tentando ao máximo esconder a sua tensão.Ele sabia que se caso a cobaia não sobrevivesse a cirurgia,as consequências seriam terríveis.

—Ela sobreviveu.-Tanto Anne quanto Jeremy quase pularam de empolgação,mas logo se contiveram ao ver a expressão do médico,que não parecia muito otimista com o que estava dizendo.-Mas a adaga acabou perfurando o intestino delgado,conseguimos conter a hemorragia interna,mas não podemos garantir se ela vai voltar.

—Então quer dizer que ela não vai viver por muito tempo?

—Não temos certeza,seria necessário termos mais equipamentos e materiais para realizar outras cirurgias...É muito mais complexo do que parece.

—Não,não podemos gastar mais com esse experimento.- O Dr.Jeremy começou a andar de um lado para o outro,tentando conter sua ansiedade que queimava a boca do seu estômago.-O Chefe já está muito insatisfeito com o que houve hoje,se pedirmos para ela mais dinheiro,nem sei o que ele pode fazer!

—Não temos alternativas,se querem que ela continue viva vão precisar encomendar mais equipamentos pra cá.

—VOCÊ NÃO ENTENDE?!NÃO PODEMOS SAIR E NEM ENCOMENDAR NADA PRA CÁ! NINGUÉM PODE SABER ONDE ESTAMOS,NINGUÉM!-Os gritos do Dr.Jeremy calaram a ala médica.- O CHEFE INVESTIU MUITO NESTE LUGAR,VOCÊS TEM TUDO O QUE PRECISAM AQUI,ENTÃO DÊEM UM JEITO DE MANTÊ-LA VIVA!

—Dr.Jeremy por favor…-Anne segurou o braço do seu colega de trabalho tentando acalmá-lo.-...Precisa manter a calma,tenho certeza que se tiver uma boa conversa com o chefe ele pode aceitar investir mais um pouco aqui.-Anne sabia que aquela conversa teria um resultado desastroso visto o temperamento do chefe da organização,mas colocar o Dr.Jeremy naquela situação seria a saída perfeita para poder fazer com que o chefe acreditasse na sua versão.

—Eu sei que quer ajudar,Anne...Mas isso não vai ser possível,se ela não sobreviver vai se tornar descartável.Não há nada que possamos fazer além de deixá-la pra morrer aqui.

—Ela têm sido muito forte,não podemos desistir assim.Investimos muito tempo e dinheiro nela,as coisas não podem simplesmente acabar desse jeito,tenho certeza que o diálogo pode resolver isso.

—Porque vamos continuar perdendo tempo com uma cobaia que não serve mais?Já temos outra que está em uma ótima condição física para utilizar.

—Mesmo assim,é melhor não tomar nenhuma decisão de cabeça quente.Estamos quase no final do experimento,agora falta muito pouco para dar certo,hum?

—Ela tem razão,Dr.Jeremy.-O médico se aproximou dos dois com um semblante mais calmo.- Mas ainda vamos precisar dos equipamentos,seria muito bom se o senhor pudesse conversar com o chefe a respeito disso.

Jeremy sabia que poderia ser um tanto arriscado pedir mais um favor ao Chefe,ele sabia que o máximo que ouviria seria um não,mas Anne tinha razão ao dizer que estavam quase no final do experimento,a poucos passos de realizar algo que por muitos anos ninguém conseguiu realizar.Riscos também eram necessários e era justamente isso que Anne queria que seu colega de trabalho fizesse.Se arriscasse o suficiente para colocar seu cargo na instituição em cheque e entregá-lo de mão beijada para Anne.

—Porque não vai conversar com ele hoje?-Anne estava cansada de esperar por muito tempo,queria colocar seu plano em prática de uma vez por todas.

—Tem certeza,Anne?Disse que eu não deveria tomar nenhuma decisão de cabeça quente…

—Eu sei,mas nós não sabemos até quando a nossa cobaia vai conseguir esperar.Precisamos informar o Chefe o quanto antes e pedir que ele providencie esses equipamentos.-De forma doce e ardilosa,Anne conseguia persuadir aquele senhor a fazer tudo o que ela queria que ele fizesse.Seu sorriso doce,seu olhar de preocupação e sua voz suave,al´me das mãos macias que repousavam em seus ombros.-Sei que está com medo,todos nós estamos.Mas você é o único que pode nos ajudar,Dr.Jeremy.

Ele respirou fundo e se colocou pensativo por alguns minutos,refletindo se realmente seria uma boa ideia fazer tudo aquilo naquele instante.Mas os olhares apreensivos a sua volta lhe cobravam uma atitude.

—Está bem…-Mesmo contrariado,Jeremy decidiu que iria fazer aquilo que lhe foi sugerido.-...Vou falar com ele agora mesmo,mas não prometo que possa dar certo.

—Não se preocupe com isso,tenho certeza que vai dar.-O sorriso de Anne se estendia de uma orelha para outra,afinal de contas,ela faria “dar certo” de uma forma ou outra assim que Jeremy se dirigisse a sala do Chefe.

—E quanto a você,Anne?Pretende falar com o Chefe também?

—Eu vou verificar como está a outra cobaia,Jeremy.Mas se precisar de mim mais tarde,estarei a disposição.- Ela com certeza não se jogaria na própria armadilha e “verificar a outra cobaia” era uma boa desculpa para perambular pelo laboratório e finalmente dar os seus primeiros passos rumo ao seu plano “infalível”.


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Notas finais do capítulo

O capítulo 67 já está sendo produzido e se tudo der certo,eu pretendo publicar o quanto antes:)Muito obrigada por lerem e até a próxima:)♥



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