Uma nova História escrita por Adhara Mckinnon Black


Capítulo 15
Os Sete Potter


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Feliz Nataaal!
Primeiro, como hoje é um dia de agradecer, é isso que eu farei. Gostaria de agradecer a todos vocês que leem minha fic, mesmo aqueles que não se pronunciam, eu gostaria de agradecer pela minha saúde, família, minha casa, meus amigos, por ter o que comer todos os dias. Acho que todos nós devemos agradecer por isso, pois o ano todo só sabemos pedir coisas, mas nunca lembramos de agradecer. E bom, só Deus sabe o quanto pedi esse ano hahahaha.
Mas enfim, só uma notinha antes de tudo.
Bom, eu disse que ia tentar postar um capítulo no natal, e pasmem, consegui! Foi bem difícil, porque estava sem ideias, lembrava mais ou menos o que tinha escrito, mas não totalmente. Fora que eu tive que pegar o note da minha prima escondido, nunca briguem com alguém que você possa precisar.
Bom, espero que gostem, nos vemos lá embaixo...
Boa leitura.



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Quando Katherine chegou ao salão, todos já estavam acomodados para a leitura. Seu olhar encontrou o de Nicole, que levantara a sobrancelha para o rosto impassível dela, então abaixou a cabeça e se sentou junto aos amigos para não levantar suspeitas.

—Você está bem Kathy? George nos disse que você passou como um furacão por eles e nem respondeu quando eles a chamaram, e Hermione disse que estava passando mal- Harry perguntou genuinamente preocupado.

—Estou bem Harry, acho que deve ter sido o sol, fiquei um pouco tonta e enjoada, resolvi descansar um pouco. –respondeu sorrindo para o amigo, como se seu ataque de momentos atrás não houvesse nem acontecido.

Oh mas como essa garota tem o dom da atuação, até me convenceria... Se eu não a conhecesse.

Como convencera a todos de que estava mesmo bem, o pequeno grupo prestara atenção no diretor que se levantara e passara o livro para uma garota quintanista da Corvinal que pedira para ler.

Os sete Potter

Harry voltou correndo ao seu quarto, chegando ainda em tempo de ver o carro dos Dursley se afastar rua acima. Avistou, ainda, a cartola de Dédalo Diggle entre Petúnia e Duda, no banco traseiro. O veículo virou à direita, no fim da Rua dos Alfeneiros, suas janelas se avermelharam por um momento ao sol poente, e, então, desapareceu.

Harry apanhou a gaiola de Edwiges, a Firebolt e a mochila, lançou um último olhar ao quarto anormalmente arrumado e, então, desceu desajeitado para o hall, onde pousou a gaiola, a vassoura e a mochila próximos ao pé da escada. A claridade diminuía rapidamente, o hall enchia-se de sombras crepusculares. Parecia muito estranho ficar parado ali, naquele silêncio, sabendo que ia sair de casa pela última vez. Anos atrás, quando os Dursley o deixavam sozinho e iam se divertir, as horas de solidão tinham se constituído num presente raro: parando apenas para furtar alguma guloseima da geladeira, ele corria escada acima para brincar com o computador de Duda, ou ligar a televisão e trocar de canal à vontade. Dava-lhe um estranho vazio lembrar aqueles tempos: era como lembrar um irmão mais moço que tivesse perdido.

— Não quer dar uma última olhada na casa? – perguntou a Edwiges, que continuava aborrecida com a cabeça sob a asa. – Nunca mais viremos aqui. Você não quer lembrar os bons tempos? Isto é, olhe só para esse capacho. Que recordações... Duda vomitou aí depois que o salvei dos dementadores... Ele acabou me agradecendo, dá para acreditar?... E no verão passado, Dumbledore entrou por essa porta...

Harry perdeu por um instante o fio dos pensamentos, mas Edwiges não fez nada para ajudálo a retomar seu discurso e continuou parada na mesma posição. Harry virou as costas para a porta da frente.

— E aqui embaixo, Edwiges – Harry abriu uma porta sob a escada

—oh não! Não acredito que vão falar disso- Harry gemeu baixinho e os amigos o olharam estranho.

—, é onde eu costumava dormir! Você nem me conhecia na época... caramba, eu tinha esquecido como é apertado...

—o quê?

—Como assim?

—Você dormia num armário? –Sirius perguntou com raiva.

—Eles te deixavam em um armário sob a escada? –Remo perguntou incrédulo, mas igualmente nervoso.

—Que absurdo!- Molly resmungava em seu lugar.

—Oh meu Deus, Harry! Isso é horrível! –Hermione exclamou incrédula.

Os alunos murmuravam uns com os outros sobre o fato do menino que sobreviveu, o famoso Harry Potter, morar em um armário debaixo das escadas.

Dumbledore fez um aceno que silenciou os alunos e pediu que continuasse com a história.

Harry correu o olhar pelos sapatos e guarda-chuvas empilhados, lembrando-se de que acordava toda manhã encarando o “avesso” dos degraus da escada, que muito frequentemente estavam enfeitados com uma ou duas aranhas. Naquele tempo, desconhecia sua verdadeira identidade, e ainda não descobrira como os pais tinham morrido nem a razão de coisas tão estranhas sempre acontecerem ao seu redor. Harry ainda lembrava os sonhos que o perseguiam, mesmo naquela época: sonhos confusos que incluíam clarões verdes e, uma vez – tio Válter quase batera com o carro quando lhe contara um deles –, uma moto voadora...

—Minha moto- Sirius suspirou contente e Kathy sorriu feliz, também gostava de motos, e seria maravilhoso ter uma que voava.

Um ronco repentino e ensurdecedor ecoou perto dali. Harry se endireitou abruptamente e bateu com o cocuruto no portal baixo. Parando apenas para dizer alguns dos palavrões mais enfáticos aprendidos com o tio, saiu cambaleando até a cozinha com as mãos na cabeça e espiou o quintal pela janela.

A escuridão parecia estar ondulando, o ar estremecia. Então, uma a uma, as pessoas começaram a aparecer instantaneamente à medida que se desfaziam os Feitiços da Desilusão.

Dominando a cena, ele viu Hagrid, de capacete e óculos de proteção, montando uma gigantesca motocicleta com um sidecar preto. A toda volta, outras pessoas desmontavam de vassouras e, em dois casos, de cavalos alados negros e esqueletais.

Abrindo com violência a porta dos fundos, Harry correu para o centro do círculo. Ergueu-se um grito de boas-vindas enquanto Hermione abria os braços para ele, Rony lhe dava um tapinha nas costas e Hagrid perguntava:

— Tudo bem, Harry? Pronto para o bota-fora?

— Com certeza – respondeu, incluindo todos em um grande sorriso. – Mas eu não estava esperando tanta gente!

—Foram te salvar e você ainda contesta Harry- Kathy disse revirando os olhos e rindo do dar de ombros do garoto.

— Mudança de planos – rosnou Olho-Tonto, que segurava duas sacas grandes e cheias e cujo olho mágico girava do céu do anoitecer para a casa e dali para o jardim, com estonteante rapidez. – Vamos entrar antes de lhe explicar tudo.

Harry conduziu-os à cozinha onde, rindo e tagarelando, eles se acomodaram em cadeiras, sentaram-se nas reluzentes bancadas da tia Petúnia ou se encostaram em seus imaculados eletrodomésticos: Rony, magro e comprido; Hermione com os cabelos bastos presos às costas em uma longa trança; Fred e Jorge, com sorrisos idênticos; Gui, cheio de cicatrizes e cabelos longos; o sr. Weasley, o rosto bondoso, os cabelos rareando, os óculos meio tortos; Olho-Tonto, cansado de guerra, perneta, o olho mágico azul girando na órbita; Tonks, cujos cabelos curtos estavam pintados no rosa berrante de que tanto gostava; Lupin, mais grisalho, mais enrugado; Fleur, esguia e linda com seus longos cabelos louros platinados; Kingsley, careca, negro, os ombros largos; Hagrid, de barba e cabelos sem trato, curvando-se para não bater a cabeça no teto; e Mundungo Fletcher, franzino, sujo e trapaceiro, com aqueles olhos caídos de basset hound e os cabelos empastados. O coração de Harry pareceu crescer e se iluminar ao vê-los; gostava incrivelmente de todos, até de Mundungo, que ele tentara estrangular da última vez que o encontrara.

— Kingsley, pensei que você estivesse cuidando do primeiro-ministro trouxa, não? – perguntou do lado oposto da cozinha.

— Ele pode passar sem mim por uma noite – respondeu. – Você é mais importante.

—uuuh Potter é mais importante- Draco zombou revirando os olhos na mesa da Sonserina, o que causou alguns risos de alguns dos seus colegas.

— Harry, adivinha? – falou Tonks, empoleirada sobre a máquina de lavar roupa, acenando os dedos da mão esquerda para ele; brilhava ali uma aliança.

— Você se casou? – gritou Harry, seu olhar correndo da auror para Lupin.

— Que pena que você não pôde assistir, Harry, foi superíntimo.

— Genial, meus para...

— Tudo bem, tudo bem, teremos tempo depois para pôr as novidades em dia! – rugiu Moody, abafando a algazarra, e fez-se silêncio na cozinha.

—Nota-se a delicadeza da pessoa para as notícias-Kathy fez graça arrancando alguns risos.

O bruxo largou as sacas junto aos pés e se virou para Harry. – Dédalo provavelmente lhe disse que tivemos de abandonar o plano A. Pio Thicknesse passou-se para o outro lado, o que nos causou um grande problema. Decretou que são transgressões puníveis com prisão ligar esta casa à Rede de Flu, criar uma Chave de Portal, aparatar ou desaparatar aqui. Tudo em nome de sua maior proteção, para impedir que Você-Sabe-Quem chegue a você. Coisa absolutamente sem sentido, uma vez que o feitiço de sua mãe já se encarrega disso. Na realidade, o que ele fez foi impedi-lo de sair daqui em segurança.

“Segundo problema: você é menor de idade, o que significa que ainda tem um rastreador.”

— Não estou...

— O rastreador, o rastreador! – interrompeu-o Olho-Tonto com impaciência.

—Harry! Não interrompa o homem! –Kathy brigou com o moreno que revirou os olhos e riu da garota.

— O feitiço que detecta atividades mágicas em torno de menores de dezessete anos, e que permite ao Ministério descobrir quando um menor faz uso da magia! Se você, ou alguém ao seu redor, lançar um feitiço para tirá-lo daqui, Thicknesse saberá, e os Comensais da Morte também.

“Não podemos esperar o rastreador caducar, porque, no momento em que você completar dezessete anos, perderá toda a proteção que sua mãe lhe deu. Em resumo: Pio Thicknesse acha que o encurralou de vez.”

Harry não pôde senão concordar com o desconhecido, o tal Thicknesse.

— Então, que vamos fazer?

—Nota-se também o otimismo da pessoa a ser salva- Kathy disse apontando para o amigo, o que fez algumas pessoas rirem.

— Vamos usar os únicos meios de transporte que nos restaram, os únicos que o rastreador não poderá detectar, porque não precisamos lançar feitiços para usar: vassouras, testrálios e a moto do Hagrid.

Harry percebia falhas nesse plano; contudo, calou-se para dar a Olho-Tonto a chance de continuar.

— Ora, o feitiço de sua mãe só se desfará sob duas condições: quando você se tornar maior ou – Moody fez um gesto abrangendo a cozinha impecável – quando deixar de chamar este lugar de lar. Hoje à noite você e seus tios vão seguir caminhos separados, concordando plenamente que jamais voltarão a viver juntos, certo?

Harry assentiu.

Graças a Deus! Já não era sem tempo- Harry disse levantando as mãos para os céus.

— Então desta vez, quando você sair, não haverá retorno, e o feitiço se desfará no momento em que deixar o âmbito desta casa. Decidimos desfazer o feitiço antes, porque a alternativa é esperar Você-Sabe-Quem entrar e capturá-lo no momento em que completar dezessete anos.

“A única coisa que temos a nosso favor é que Você-Sabe-Quem ignora que estamos transferindo você hoje à noite. Deixamos vazar uma pista falsa no Ministério: acham que você vai esperar até o dia trinta. Ainda assim, estamos lidando com Você-Sabe-Quem, portanto não podemos confiar que ele se deixe enganar com a data; certamente, por precaução, terá alguns Comensais da Morte patrulhando o céu desta área. Então, equipamos umas doze casas diferentes com toda a proteção que é possível lhes dar. Todas aparentam ser aquela em que vamos escondê-lo, todas têm alguma ligação com a Ordem: minha casa, a do Kingsley, a de Muriel, tia de Molly... Entende a ideia.”

— Entendo – confirmou Harry, com pouca sinceridade, porque ainda era capaz de ver um enorme furo nesse plano.

—É... Eu também consigo ver um enorme furo nesse plano- Katherine comentou olhando pensativa para Moody, que parecia ver o enorme furo em seu plano e não entendeu o porquê daquilo.

— Você vai para a casa dos pais de Tonks. Uma vez dentro dos limites dos feitiços protetores que lançamos sobre a casa, poderá usar uma Chave de Portal para A Toca. Alguma pergunta?

— Ah... sim – respondeu Harry. – Talvez eles não saibam para qual das doze casas seguras eu irei primeiro, mas não ficará meio óbvio – e ele fez uma rápida contagem das cabeças – quando catorze de nós voarmos para a casa dos pais de Tonks?

— Ah – disse Moody –, me esqueci de mencionar o principal. Os catorze não irão voar para a casa dos pais de Tonks. Haverá sete Harry Potter deslocando-se pelo céu hoje à noite, cada um deles com um companheiro, cada par rumando para uma casa segura diferente.

—Aaah! Agora entendi- Moddy exclamou satisfeito consigo.

De dentro do casaco, Moody tirou um frasco contendo um líquido que parecia lama. Ele não precisou acrescentar mais nada: Harry entendeu o restante do plano imediatamente.

Algumas pessoas exclamaram logo entendendo o plano, mas outras ainda não sabia do que se tratava.

—Poção polissuco- Remo disse olhando impressionado para Sirius.

— Não! – exclamou alto, sua voz ressoando pela cozinha. – Nem pensar!

— Eu avisei a eles que essa seria a sua reação – disse Hermione com um ar indulgente.

— Se vocês acham que vou deixar seis pessoas arriscarem a vida...!

— ... porque é a primeira vez para todos nós – interpôs Rony.

— Isto é diferente, fingir ser eu...

— Bom, nenhum de nós gostou muito da ideia, Harry – disse Fred, sério. – Imagine se alguma coisa der errado e continuarmos para o resto da vida retardados, magricelas e “ocludos”.

Os alunos começaram a rir, e Harry olhou feio para os gêmeos que deram de ombros, ainda rindo.

Harry não sorriu.

—Sem graça- Fred caçoou.

— Não poderão fazer isso se eu não cooperar, precisarão que eu ceda uns fios de cabelo.

Hermione e Katherine reviraram os olhos.

— Então, lá se vai o plano por água abaixo – comentou Jorge. – É óbvio que não há a menor possibilidade de arranjar fios dos seus cabelos, a não ser que você colabore.

— É, treze de nós contra um cara proibido de usar magia; não temos a menor chance – acrescentou Fred.

— Engraçado – disse Harry. – Realmente hilário.

—Na verdade é mesmo. –Kathy respondeu antes de voltar a rir da cara emburrada do outro.

— Se tivermos que usar a força, usaremos – rosnou Moody, seu olho mágico agora estremecendo um pouco na órbita ao encarar Harry com severidade. – Todos aqui são maiores de idade, Potter, e todos estão dispostos a se arriscar.

Mundungo sacudiu os ombros e fez uma careta; o olho mágico virou de esguelha pelo lado da cabeça de Moody para repreendê-lo.

— Não vamos continuar a discutir. O tempo está passando. Quero alguns fios de cabelo seus, moleque, agora.

— Isto é loucura, não há necessidade...

— Não há necessidade! – rosnou Moody. – Com Você-Sabe-Quem aí fora e metade do Ministério do lado dele? Potter, se dermos sorte, ele terá engolido a pista falsa e estará planejando emboscar você no dia trinta, mas ele será doido se não mantiver um ou dois Comensais da Morte vigiando. É o que eu faria. Talvez eles não possam atingir você nem esta casa enquanto o feitiço de sua mãe estiver em vigor, mas está prestes a caducar e eles têm uma ideia geral de sua localização. A nossa única chance é usar chamarizes. Nem mesmo Você- Sabe-Quem é capaz de se dividir em sete.

O olhar de Harry encontrou o de Hermione e desviou-se rapidamente.

Eles sabem de alguma coisa –Remo pensou consigo.

— Portanto, Potter, uns fios do seu cabelo, por gentileza.

Harry olhou para Rony, que fez uma careta como se dissesse “dá logo”.

—Eles se comunicam com o olhar – Sirius disse sorrindo a Remo, que sorriu de volta- Assim como...

—Os marotos se comunicavam, é eu sei- Remo compartilhou o memso sorriso nostálgico do amigo.

— Agora! – vociferou Moody.

Com todos os olhares convergindo para ele, Harry levou a mão ao topo da cabeça, agarrou um punhado de fios e arrancou-os.

— Ótimo – disse Moody, mancando até ele e puxando a tampa do frasco de poção. – Aqui dentro, por gentileza.

Harry deixou cair os fios no líquido cor de lama. No instante em que o cabelo tocou a sua superfície, a poção começou a espumar e fumegar e, instantaneamente, se tornou límpida e dourada.

Os professores, assim como Remo e Sirius exclamaram impressionados.

—O que aconteceu?- Harry perguntou preocupado. –tem algo errado?

—Não Harry- Remo sorriu com bondade- é que a cor de cada poção polissuco age de acordo com a pureza da alma da pessoa.

Algumas pessoas olharam admiradas para Harry, que corou.

—Assim como o da sua mãe- Sirius disse sorrindo para o brilho no olhar do afilhado ao escutar aquilo.

—Sério?

—Sério- Remo confirmou sorrindo.

— Ah, você parece muito mais gostoso que o Crabbe ou o Goyle, Harry – comentou Hermione antes de notar as sobrancelhas erguidas de Rony e, corando levemente, acrescentou. –, ah, você entendeu o que eu quis dizer, a poção de Goyle lembrava um bicho-papão.

Katherine gargalhou dos amigos, sendo seguida por Harry e pelos gêmeos logo em seguida.

— Certo, então, os falsos Potter alinhem-se do lado de cá, por favor – pediu Moody.

Rony, Hermione, Fred, Jorge e Fleur se enfileiraram à frente da reluzente pia de tia Petúnia.

— Falta um – disse Lupin.

— Aqui – respondeu Hagrid rispidamente, e, erguendo Mundungo pelo cangote, largou-o ao lado de Fleur, que enrugou o nariz deliberadamente e foi se postar entre Fred e Jorge.

— Eu lhe disse que preferia ser guarda – reclamou Mundungo.

— Cala a boca – rosnou Moody. – Como já lhe expliquei, seu verme invertebrado, quaisquer Comensais da Morte que encontrarmos tentarão capturar Potter, e não matá-lo. Dumbledore sempre disse que Você-Sabe Quem iria querer liquidar Potter pessoalmente. Serão os guardas que terão de se preocupar mais, os Comensais da Morte tentarão eliminá-los.

Mundungo não pareceu muito tranquilo, mas Moody já tinha tirado de dentro da capa meia dúzia de cálices, que distribuiu após servir em cada um a dose da Poção Polissuco.

— Todos juntos, então...

Rony, Hermione, Fred, Jorge, Fleur e Mundungo beberam. Todos ofegaram e fizeram caretas quando a poção chegou à garganta: imediatamente, suas feições começaram a borbulhar e distorcer como cera quente. Hermione e Mundungo cresceram de repente; Rony,

Fred e Jorge encolheram; seus cabelos escureceram, os de Hermione e Fleur pareceram reentrar na cabeça.

—Que estranho! –Lilá exclamou, recebendo concordância de alguns alunos.

Moody, indiferente, começou a soltar os cordões das enormes sacas que trouxera: quando tornou a se aprumar, havia seis Harry Potter exclamando ofegantes diante dele.

Fred e Jorge se viraram um para o outro e disseram juntos:

— Uau... estamos idênticos!

— Não sei, não, acho que estou mais bonito – comentou Fred, examinando seu reflexo na chaleira.

—Fazem piada até nessas horas- Percy resmungou revirando os olhos.

— Bah! – exclamou Fleur, mirando-se na porta do micro-ondas –, Gui, nam olhe parra mim: estam horrenda.

—Acredito que ela te ache feio Harry- Kathy disse com a mão no queixo, em uma expressão pensativa, que logo se desfez na gargalhada que ela soltou.

— Se as roupas ficarem largas em vocês, há tamanhos menores aqui – disse Moody, indicando a primeira saca –, e vice-versa. Não esqueçam os óculos, há seis pares no bolso lateral. E depois de se vestirem, a bagagem está na segunda saca.

O verdadeiro Harry achou que aquela talvez fosse a cena mais bizarra que já presenciara na vida, e já vira coisas extremamente exóticas. Observou seus seis duplos mexerem na saca de roupa, tirar trajes completos, pôr os óculos e guardar as próprias coisas. Teve vontade de pedir que demonstrassem um pouco mais de respeito por sua intimidade quando começaram a se despir sem censura, visivelmente mais à vontade em desnudar o seu corpo do que estariam com os próprios corpos.

— Eu sabia que Gina estava mentindo sobre aquela tatuagem – disse Rony, olhando para o próprio peito nu.

—Que tatuagem? –Os Weasley olharam todos para Harry, que se encolheu, e para Gina, que sorriu feliz.

— Harry, a sua visão é ruim mesmo – comentou Hermione, ao colocar os óculos.

—Por que acha que uso óculos, Hermione?- Harry perguntara irônico.

Uma vez vestidos, os falsos Harry Potter tiraram da segunda saca mochilas e gaiolas de coruja, cada uma contendo uma alvíssima coruja empalhada.

— Ótimo – aprovou Moody, quando, por fim, os sete Harry vestidos, equipados com óculos e bagagem, se viraram para ele. – Os pares serão os seguintes: Mundungo irá viajar comigo de vassoura...

— Por que vou com você? – protestou o Harry mais perto da porta dos fundos.

— Porque você é o único que precisa de vigilância – rosnou Moody, e, de fato, seu olho mágico não se desviou de Mundungo enquanto continuava –, Arthur e Fred...

— Eu sou Jorge – disse o gêmeo para quem Moody estava apontando. – Você não consegue nos distinguir nem quando somos Harry?

— Desculpe, Jorge...

— Eu só estou zoando você, na verdade sou o Fred...

Os alunos começaram a rir da palhaçada dos gêmeos.

— Chega de brincadeiras! – rosnou Moody. – O outro... Fred ou Jorge, seja lá quem for, você vai com Remo. Srta. Delacour...

— Vou levar Fleur em um testrálio – disse Gui. – Ela não gosta muito de vassouras.

Fleur foi para junto dele, lançando-lhe um olhar apaixonado e servil que Harry desejou de todo o coração que jamais voltasse a aparecer em seu rosto.

Dessa vez os risos voltaram com mais força, porque Sirius se juntou a eles, com seu famoso riso parecido com um latido.

—Essa era a cara que seu pai fazia toda vez que via sua mãe- Sirius contou, fazendo Harry sorrir e Remo rir com as lembranças dos amigos.

— Srta. Granger com Kingsley, também em um testrálio...

Hermione pareceu mais tranquila ao retribuir o sorriso de Kingsley; Harry sabia que a amiga também não se sentia segura em uma vassoura.

— E você sobra para mim, Rony! – comentou Tonks animada, derrubando um porta-canecas ao acenar para ele.

Rony não pareceu tão satisfeito quanto Hermione.

—Por que não Rony? Acha que eu não sou uma boa auror?- Tonks perguntou intimidando o ruivo, que empalideceu.

—N-não...

A mulher começou a rir com a cara do garoto.

—Relaxa Rony, to te zoando.

— E você vai comigo, Harry. É isso? – perguntou Hagrid, parecendo um pouco ansioso. – Iremos de moto. Vassouras e testrálios não aguentam o meu peso, entende. Não sobra muito espaço depois que eu me sento, então você irá no sidecar.

— Beleza – disse Harry, sem muita sinceridade.

—Por que sem muita sinceridade?

— Achamos que os Comensais da Morte esperarão que você esteja voando em uma vassoura – explicou Moody, que pareceu perceber o que Harry estava sentindo. – Snape já teve tempo suficiente para acabar de informar a eles tudo que sabe sobre você, por isso, se toparmos com Comensais, apostamos que irão escolher um Harry que pareça à vontade montando uma vassoura. Muito bem, então – continuou Moody, amarrando a saca com as roupas falsas de Harry e saindo primeiro para o quintal. – Calculo que faltem três minutos para o nosso horário de partida. Não adianta trancar a porta dos fundos, não vai segurar os Comensais da Morte quando vierem procurar você... Vamos...

Harry correu ao hall para apanhar sua mochila, a Firebolt e a gaiola de Edwiges antes de se reunir aos outros no quintal escuro. A toda volta, vassouras saltaram para as mãos dos donos;

Kingsley já tinha ajudado Hermione a montar um grande testrálio negro; e Gui ajudou Fleur. Hagrid estava pronto ao lado da moto, com os óculos de proteção.

— É essa? A moto de Sirius?

— A própria – respondeu Hagrid, sorrindo para Harry. – E a última vez em que a montou, Harry, você cabia em uma das minhas mãos!

—Aaaaawn!!- Algumas garotas exclamaram, deixando Harry envergonhado e Rony rindo de sua cara.

Harry não pôde deixar de se sentir um pouquinho humilhado ao embarcar no sidecar. Isto o colocava vários metros abaixo dos demais: Rony deu um sorrisinho debochado ao ver o amigo sentado ali, como uma criança em um carrinho de parque de diversões. Harry empurrou a mochila e a vassoura para o lugar dos pés e encaixou a gaiola de Edwiges entre os joelhos.

Ficou extremamente desconfortável.

— Arthur andou fazendo uns ajustes – contou Hagrid, indiferente ao desconforto de Harry.

Montou, então, a moto que rangeu um pouco e afundou alguns centímetros no solo. – Agora tem uns botões especiais no guidão. Esse aí foi minha ideia. – Hagrid apontou com o grosso dedo um botão roxo junto ao velocímetro.

— Por favor, tenha cuidado, Hagrid – recomendou o sr. Weasley, que estava parado ao lado deles, segurando a vassoura. – Ainda não tenho certeza se é aconselhável, e certamente só deve ser usado em emergências.

— Muito bem, então – anunciou Moody. – Todos a postos, por favor; quero que todos saiam exatamente na mesma hora, ou invalidamos a ideia de despistamento.

Todos montaram as vassouras.

— Segure-se firme agora, Rony – disse Tonks, e Harry viu o amigo lançar um olhar furtivo e culpado a Lupin antes de colocar as mãos na cintura da bruxa. Hagrid deu partida na moto, que roncou como um dragão e o sidecar começou a vibrar.

Se olhasse bem para todo o salão, podia-se perceber como todos estavam tensos para saber o que aconteceria daquele ponto adiante.

— Boa sorte a todos! – gritou Moody. – Vejo vocês dentro de uma meia hora n’A Toca.

Quando eu contar três. Um... dois... TRÊS.

—Ai! É agora!- Uma lufana exclamou do seu lugar.

Ouviu-se o estrondo da moto, e Harry sentiu o sidecar avançar assustadoramente; estavam levantando voo em alta velocidade, seus olhos lacrimejavam um pouco, os cabelos foram varridos para trás. À sua volta, as vassouras subiam também: a cauda longa e negra de um testrálio ultrapassou-o. As pernas do garoto, entaladas no sidecar pela gaiola de Edwiges e a mochila, já estavam doendo e começando a ficar dormentes. Seu desconforto era tão grande que ele quase se esqueceu de lançar um último olhar ao número quatro da Rua dos Alfeneiros; quando finalmente olhou pelo lado do sidecar, já não sabia distinguir qual era a casa. Eles foram subindo, sem parar, em direção ao céu...

Então, de repente, sem ninguém saber de onde nem como, eles se viram cercados. No mínimo uns trinta vultos encapuzados pairavam no ar, formando um vasto círculo no meio do qual entraram os membros da Ordem, sem perceber...

—Oh Merlin! –Molly exclamou em seu lugar, apertando a mão de seu marido.

Notavam-se algumas pessoas apreensivas. Eles mal saíram de casa e já foram cercados!

Gritos, clarões verdes para todo lado: Hagrid soltou um berro e a moto virou de cabeça para baixo. Harry perdeu a noção de onde estavam: lampiões de rua no alto, berros à sua volta, ele agarrado ao sidecar, como se disso dependesse sua vida. A gaiola de Edwiges, a Firebolt e a mochila escorregaram de baixo dos seus joelhos...

— Não...! EDWIGES!

—Edwiges! –Harry exclamou de olhos arregalados. Não podia perder sua amiga.

A vassoura girou em direção ao solo, mas ele conseguiu, por um triz, agarrar a alça da mochila e a gaiola quando a moto voltou à posição normal. Um segundo de alívio e outro clarão verde. A coruja soltou um grito agudo e tombou no chão da gaiola.

— Não... NÃO!

—Não! –Harry gritou junto. Seus olhos encheram de lágrimas, sua coruja, a única amiga que teve quando esteve preso na Rua dos Alfeneiros.

Sirius, vendo a dor de seu afilhado, o puxou para um abraço apertado, e deixou o garoto encostado em seu ombro.

A moto avançava veloz; de relance, Harry viu Comensais da Morte encapuzados se dispersarem quando Hagrid rompeu o seu círculo.

— Edwiges... Edwiges...

Gina começara a chorar, assim como algumas garotas.

A coruja, porém, continuou no chão da gaiola, imóvel e patética como um brinquedo. Harry não conseguia acreditar, e sentiu um supremo terror pelos companheiros. Espiou rapidamente por cima do ombro e viu uma massa de gente se deslocando, clarões verdes, dois pares montados em vassouras se distanciavam, mas não sabia dizer quem eram...

— Hagrid, temos que voltar, temos que voltar! – berrou para sobrepor a voz ao ronco atroante do motor, empunhou a varinha, empurrou a gaiola de Edwiges para o chão, se recusando a aceitar que estivesse morta. – Hagrid, DÊ MEIA-VOLTA!

—Nem pensar! Ficou maluco? –Sirius disse bravo.

—É, o risco que todo mundo esta correndo pra você querer dar uma de corajoso Harry?- Rony disse revirando os olhos.

— Minha obrigação é levar você em segurança, Harry! – berrou Hagrid, acelerando.

—Ainda bem que Hagrid tem um pouco de juízo- Tonks comentou com Remo que dera uma risadinha de leve.

— Pare... PARE! – gritou Harry. Quando tornou a olhar para trás, dois jorros de luz verde passaram voando por sua orelha esquerda: quatro Comensais da Morte tinham deixado o círculo e vinham em sua perseguição, fazendo pontaria nas largas costas de Hagrid. O bruxo se desviou, mas os Comensais emparelharam com a moto; lançaram mais feitiços contra eles, e Harry teve que se abaixar para evitá-los. Torcendo-se para trás, ordenou “Estupefaça!”, e um raio de luz vermelha partiu de sua varinha, abrindo uma brecha entre os quatro perseguidores, ao se dispersarem para evitar ser atingidos.

— Segure-se, Harry, isso acabará com eles – rugiu Hagrid, e Harry ergueu os olhos bem em tempo de ver o amigo meter o dedo grosso em um botão verde ao lado do medidor de gasolina.

Uma parede, uma parede maciça de tijolos irrompeu do cano de escape. Espichando o pescoço, Harry a viu expandir-se no ar. Três dos Comensais da Morte se desviaram para evitá-la, mas o quarto não teve tanta sorte: desapareceu e em seguida despencou como uma pedra por trás da parede, sua vassoura despedaçada.

—Ótimo, um a menos- Kathy disse satisfeita.

Um dos companheiros diminuiu a velocidade para socorrê-lo, mas eles e a parede voadora foram engolidos pela escuridão quando Hagrid se inclinou por cima do guidão e acelerou.

Mais Maldições da Morte lançadas pelos dois Comensais sobreviventes voaram pelos lados da cabeça de Harry, mirando Hagrid. Harry respondeu com Feitiços Estuporantes; vermelho e verde colidiam no ar produzindo uma chuva de faíscas multicoloridas, e o garoto pensou intempestivamente em fogos de artifício, e nos trouxas lá embaixo que não fariam ideia do que estava acontecendo...

—Quem liga pro que os trouxas estão pensando? –Um sonserino perguntou sorrindo debochado.

— Lá vamos nós outra vez, Harry, segure-se – berrou Hagrid, apertando um segundo botão.

Desta vez saiu uma rede pelo escape, mas os Comensais da Morte estavam preparados. Não só se desviaram, como o que havia desacelerado para salvar o amigo inconsciente os alcançou: brotou inesperadamente da escuridão e agora três deles vinham em perseguição da moto, todos disparando feitiços.

— Isso vai resolver, Harry, segure firme! – berrou Hagrid, e o garoto o viu bater com a mão espalmada no botão roxo ao lado do velocímetro.

Com um urro inconfundível, o fogo de dragão, incandescente e azul, jorrou pelo escape e a moto arrancou com a velocidade de uma bala produzindo um som metálico. Harry viu os

Comensais da Morte desaparecerem para evitar a trilha mortífera de chamas e ao mesmo tempo sentiu o sidecar sacudir sinistramente: as ligações metálicas que o prendiam à moto racharam com a violência da aceleração.

— Tudo bem, Harry! – berrou Hagrid, empurrado para trás pelo ímpeto da moto; ninguém controlava agora, e o sidecar começou a se retorcer violentamente no jato de ar que a moto deslocava.

—Meu deus! Mas que demora!- Dino Thomas comentou ansioso.

“Estou alerta, Harry, não se preocupe!”, berrou Hagrid, e, do bolso do blusão, ele tirou o guarda-chuva cor-de-rosa e florido.

—Acho que não é uma boa ideia- Remo disse cuidadoso.

— Hagrid! Não! Deixa comigo!

— REPARO!

Ouviu-se um estampido ensurdecedor e o sidecar se soltou completamente: Harry disparou para a frente, impulsionado pela velocidade da moto, então o sidecar começou a perder altura...

—Não!- Vários gritos foram ouvidos pelo salão, Nicole revirou os olhos pra isso.

Desesperado, Harry apontou a varinha para o carro e gritou:

Wingardium Leviosa!

O sidecar subiu como uma rolha, desgovernada, mas, pelo menos, no ar. Seu alívio, porém, durou apenas segundos: mais feitiços passaram por ele como raios, os três Comensais da Morte agora mais próximos.

— Estou chegando, Harry! – gritou Hagrid da escuridão, mas o garoto sentiu o sidecar recomeçar a afundar: agachando-se o mais baixo que podia, apontou para os vultos que se aproximavam e berrou: – Impedimenta!

Snape fez cara feia ao escutar o feitiço proferido, teve muitas lembranças com aquele feitiço, e ao que parecia Sirius e Remo também, já que se entreolharam.

O feitiço atingiu no peito o Comensal do centro. Por um instante, o homem abriu absurdamente braços e pernas no ar, como se tivesse batido contra uma barreira invisível: um dos seus companheiros quase se chocou com ele...

—adorei esse feitiço- Kathy disse baixinho com um sorriso malicioso.

Então o sidecar começou de fato a cair e um dos Comensais disparou um feitiço tão perto de Harry que ele precisou se encolher abaixo da borda do sidecar, e perdeu um dente ao bater contra o assento...

— Estou indo, Harry, estou indo!

Uma mão descomunal agarrou as vestes do garoto pelas costas e guindou-o para fora do sidecar em mergulho irreversível; Harry puxou para si a mochila ao se arrastar para o assento da moto e se viu sentado de costas para Hagrid. Ao ganharem altitude, afastando-se dos dois Comensais da Morte restantes, o garoto cuspiu o sangue da boca, e, apontando a varinha para o sidecar que caía, gritou:

Confringo!

Sentiu uma dor terrível como se lhe arrancassem as entranhas quando Edwiges explodiu; o Comensal mais próximo foi arrancado da vassoura e saiu do campo de visão de Harry; o companheiro recuou e desapareceu.

O Harry do salão também sentira uma dor, ao escutar que sua coruja fora explodida.

— Harry, me desculpe, me desculpe – gemeu Hagrid. – Eu devia ter tentado consertar o sidecar... você ficou sem espaço...

— Isto não é problema, continue voando! – gritou Harry em resposta, no momento em que mais dois Comensais da Morte emergiam da escuridão e vinham em sua direção.

Quando os feitiços cortaram o espaço entre eles, Hagrid se desviou e ziguezagueou; Harry sabia que o amigo não ousaria usar novamente o botão do fogo de dragão, com ele sentado sem a menor segurança. Disparou um Feitiço Estuporante atrás do outro contra os perseguidores, mal conseguindo mantê-los a distância. Disparou outro feitiço para detê-los: o Comensal mais próximo desviou-se e seu capuz caiu, e, à luz vermelha do Feitiço Estuporante seguinte, Harry reconheceu o estranho rosto vidrado de Stanislau Shunpike, o Lalau...

Expelliarmus! — berrou Harry.

— É ele, é ele, o verdadeiro!

—Como?

—Como souberam?

—O que aconteceu?

O grito do Comensal encapuzado chegou aos ouvidos de Harry apesar do ronco da moto: no momento seguinte, mais dois perseguidores tinham recuado e desaparecido de vista.

— Harry, que aconteceu? – berrou Hagrid. – Onde eles se meteram?

— Não sei!

Harry, porém, teve medo: o Comensal encapuzado gritara “é o verdadeiro”; como soubera?

Sirius também não estava com bom pressentimento.

Correu os olhos pela escuridão aparentemente vazia e sentiu o perigo. Onde estavam? Ele se virou no assento para ficar de frente e se agarrou nas costas do blusão de Hagrid.

— Hagrid, use o fogo do dragão outra vez, vamos dar o fora daqui.

— Segure-se bem, então, Harry!

Ouviu-se uma trovoada metálica e ensurdecedora e o fogo branco-azulado jorrou do escape: o garoto sentiu que estava escorregando para trás no pouco assento que lhe cabia,

Hagrid foi atirado para cima dele, mal conseguindo manter as mãos no guidão...

— Acho que despistamos eles, Harry, acho que conseguimos! – berrou Hagrid.

—só acredito quando chegarem à casa dos pais da Tonks- falou Kathy.

—Credo! Que pessimismo Kathy- Parvati comentou.

—não é ser pessimista, é ser realista. Estamos em guerra, tudo pode acontecer, nunca estamos seguro- ela respondeu dando de ombros.

Moody sorriu aprovando o que a garota disse, ela tinha um pensamento focado na realidade, gostava disso.

Harry, contudo, não se convenceu: o medo o envolvia enquanto olhava à direita e à esquerda, à procura dos perseguidores e seguro de que viriam... Por que teriam recuado? Um deles ainda segurava a varinha... “É ele, é ele, o verdadeiro”... tinham exclamado logo depois que ele tentara desarmar Lalau...

— Estamos quase chegando, Harry, estamos quase conseguindo! – gritou Hagrid.

—ufa! Ainda bem!- uma terceiranista da lufa-lufa comentou, mas Kathy ainda não estava convencida.

Harry sentiu a moto perder um pouco de altitude, embora as luzes em terra ainda parecessem estrelas remotas.

Então a cicatriz em sua testa ardeu em brasa: dois Comensais apareceram dos lados da moto, duas Maldições da Morte lançadas por trás passaram a milímetros do garoto...

Algumas pessoas arfaram de nervosismo.

Então Harry o viu. Voldemort vinha voando como fumaça ao vento, sem vassoura nem testrálio para sustentá-lo, seu rosto ofídico brilhando na escuridão, seus dedos brancos erguendo mais uma vez a varinha...

A maioria dos presentes ali tremeu, pois sabiam o que estava prestes a acontecer.

Hagrid soltou um urro amedrontado e mergulhou a moto verticalmente. Segurando-se como se a vida dependesse disso, Harry disparou Feitiços Estuporantes a esmo para a noite vertiginosa. Viu um corpo passar por ele e soube que tinha atingido alguém, mas, em seguida, ouviu um estampido e viu saírem faíscas do motor; a moto entrou em uma espiral descendente, completamente descontrolada...

Jatos de luz verde tornaram a passar por eles. Harry estava totalmente desorientado: sua cicatriz continuava a queimar; esperou morrer a qualquer segundo. Uma figura encapuzada em uma vassoura vinha a centímetros dele, o garoto viu-a erguer o braço...

—Não!- Sirius rosnou apertando os punhos- Meu afilhado não!

— NÃO!

Com um grito de fúria, Hagrid se atirou da moto contra o Comensal da Morte; para seu horror, Harry viu os dois bruxos caírem e desaparecer, seus pesos somados excessivos para a vassoura...

Algumas pessoas gritaram, olhando assustadas para Hagrid.

Mal se segurando na moto com os joelhos, Harry ouviu Voldemort gritar:

Meu!

Era o fim: ele não ouvia nem via onde Voldemort estava; de relance, percebeu outro Comensal da Morte fazer uma curva para se afastar do caminho e ouviu: Avada...

Algumas garotas choravam, prevendo a possível morte do garoto, alguns abraçando o colega ao lado.

Quando a dor forçou-o a fechar os olhos, sua varinha agiu por vontade própria. Sentiu-a arrastar seu braço como um enorme magneto, pelas pálpebras entreabertas viu um jorro de fogo dourado, ouviu um estalido e um grito de fúria. O Comensal da Morte restante urrou;

Voldemort berrou:

NÃO!

—An?

—Como assim?

—O que aconteceu?

Essas eram as perguntas que estavam disparando. Nisso, Nicole levantou de seu lugar, esperou que todos silenciassem e disse que no livro explicaria o que acontecera.

Katherine não gostara do olhar que esta lançara a ela, antes de se sentar novamente.

De algum modo, Harry se deu conta de que estava com o nariz a dois centímetros do botão do fogo de dragão; socou-o com a mão livre e a moto disparou mais chamas no ar, precipitando-se para o solo.

— Hagrid! – chamou Harry, se segurando com força à moto. – Hagrid... Accio Hagrid!

A moto acelerou, puxada para a terra. Com o rosto ao nível do guidão, Harry nada via exceto luzes distantes que se aproximavam sem parar: ele ia bater e não havia nada que pudesse fazer. Atrás dele, outro grito...

Sua varinha, Selwyn, me dê sua varinha!

Harry sentiu Voldemort antes de vê-lo. Olhando de esguelha, ele deparou com os olhos vermelhos e teve certeza de que seria a última coisa que veria na vida: Voldemort preparando-se para amaldiçoá-lo.

Então o lorde sumiu.

—agora eu acredito que eles estão a salvo- Kathy disse sorrindo para o amigo.

Harry olhou para baixo e viu Hagrid de pernas e braços abertos no chão: puxou com força o guidão para evitar bater nele, tateou à procura do freio, mas, com um estrondo de furar os tímpanos e uma colisão de fazer o chão tremer, a moto bateu com grande impacto em um laguinho lamacento.

—Acabou- A garota que estava lendo avisou.

—Muito bem, quem quer ler o próximo?- Dumbledore perguntara.

—Pode ser eu- Dino levantou a mão, e o livro foi levitando até ele.

—Todos prontos?- ao receber um aceno, continuou- O Guerreiro Caído.

Porém, antes de Dino começar a leitura, uma forte luz preencheu o salão. Nicole sorriu. O homem encapuzado estava de volta, e vinha acompanhado de alguém.

Katherine sentira um arrepio com o sorriso que Nicole a dirigira segundos antes do encapuzado aparecer com uma companhia. Sentiu suas pernas tremerem ao olhar para a pessoa nova. Não podia ser. Era impossível!

—Olá Katherine, quanto tempo eu não a vejo- A pessoa nova comentou, fazendo os olhares intercalarem entre os dois- Acho que, enfim, te achei.

Oh querida e adorável Katherine, eu lhe avisei, não adianta tentar se esconder; nesse jogo que você esta acostumada a ganhar, eu já sou campeã, e meu amor, eu não entro em uma disputa para perder. Se prepare Moore, o jogo foi lançado e eu estou indo com tudo, cada um usa as armas que tem. É uma pena que você não tenha nenhuma. Que vença o melhor.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Me deixem saber o que vocês acham da minha fic. Presente de Natal hahaha.
Bom pessoas, foi isso, agradeço a todos vocês por lerem, isso é muito especial. desejo a todos um ótimo Natal e um próspero Ano novo, já que eu não sei se conseguirei falar com vocês depois. Que 2017 seja muito melhor do que 2016, que conquistamos todos nossos sonhos, que tudo de melhor aconteça conosco neste ano que esta para vir.
E é isso, fiquem com Deus, até o próximo capítulo.
Beijos.