Uma nova História escrita por Adhara Mckinnon Black


Capítulo 13
A partida dos Dursley


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, voltei.
Esse capítulo são dois em um, por isso ficou grande assim.
Como assim dois em um?
Leiam que vão entender.
Espero sinceramente que gostem e por favor comentem para eu saber o que estão achando.
Nos vemos nas notas finais, tem um recadinho importante lá.
Boa leitura!



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No outro dia Harry despertou pensativo. Antes de abrir os olhos se deu um beliscão. Sua vida realmente mudara. Agora tinha amigos, uma nova casa, um padrinho! Tinha uma família! Mal podia acreditar. Só podia ser um sonho.

Acordando Rony, os dois se aprontaram para o café da manhã. Estavam realmente animados.

Já em certo quarto feminino, a animação não era tanta. Kathy acordara de outro pesadelo. Depois que aquelas criaturas chegaram perto de si, não parava de pensar em sua vida até aquele momento. Pelo menos Harry encontrara o padrinho. Estava feliz pelo amigo, mas não podia negar, sentia uma pontada de inveja.

Levantando-se foi direto se arrumar para o café, encontrando Hermione lendo um livro em sua cama.

Cumprimentando a amiga foi para o banheiro. Após o banho se encarou no espelho. Se fosse outra pessoa estaria com manchas arroxeadas em volta dos olhos, mas desde pequena sabia curar seus machucados externos sozinha, então era algo involuntário, da sua magia involuntária. Sorriu. Não devia deixar transparecer suas emoções, aprendera isso desde cedo.

Ao terminar, as amigas desceram conversando animadamente e encontraram os meninos ao lado de Sirius e Remo, tomando seu café. Os mais velhos as cumprimentaram, e voltaram ao desjejum.

Sirius aproveitava para observar a pequena morena. Olhava para o amigo e ambos pensavam o mesmo: como eram parecidas. Era incrível. E assustador.

Oh queridos, mal sabem o significado de assustador quando envolve essa garota, cuidado com as surpresas.

Depois de todos estarem satisfeitos e a comida desaparecer da mesa, Alvo Dumbledore levantou-se de sua cadeira trazendo o silêncio para o salão.

—Como todos podem perceber, nosso convidado, o senhor Black, foi inocentado ontem pela injustiça que o acusaram, então seja, mais uma vez, bem-vindo.

Lúcio Malfoy revirou os olhos com aquela cena patética.

—Agora que estão todos satisfeitos, voltemos à leitura. –Uma onda de animação perpassou o salão- Quem quer ler?

—Pode ser eu-Tonks levantou a mão e Dumbledore lhe entregou o livro.

O Plano

Dor.

—E começamos bem- Rony revirou os olhos. 

Era o que Kathy sentia. Sua cabeça estava estourando e seu corpo todo dolorido. Parecia que um caminhão tinha a atropelado e passara por cima de novo na volta. Estava de ressaca, sabia disso. O engraçado era que nunca ficava de ressaca, mas aquela bebida que experimentara acabara com ela. Abrira os olhos sentindo-os arder, mas os manteve abertos até se acostumar com a luz que vinha de algum lugar do quarto. Após suas vistas se acostumarem com a claridade do ambiente, Katherine reparou em algo que a deixou em pânico. Aquele não era seu quarto.

Olhou para o lado e teve que segurar o grito. Fred estava deitado ao seu lado, sem camisa.

Jorge olhou para os dois e sorriu malicioso, fazendo Fred corar com os olhares da família. Kathy estava com os olhos arregalados e, apesar de não demonstrar, estava muito sem graça.

Levantou seu tronco e percebeu que estavam sozinhos, Jorge não estava no quarto, e ela não pode deixar de pensar onde o amigo passara a noite.

—Obviamente não no mesmo quarto que vocês.

Alguns soltaram risinhos, os deixando mais sem graça ainda. Sirius olhou para Remo e ambos se remexeram desconfortáveis, agora o motivo, não sabiam. Harry, assim como Charles e Mathew estavam de cara fechada.

Olhou debaixo dos lençóis e suspirou aliviada. Não estava nua.

Os citados acima também suspiraram de alívio.

Pelo menos não totalmente.

—O que?

—Como assim não totalmente?

Charles e Mathew exclamaram assustados.

Se me deixarem ler vão saber- Tonks disse olhando para os dois que coraram, principalmente com o olhar de Kathy sobre eles.

Estava de roupas íntimas, mas achava que não fizeram nada demais. Ou esperava isso.

—Fred- Balançou o ruivo tentando acordá-lo-Fred... Fred... Fred acorda!

O ruivo com muito custo despertou e ao vê-la ao seu lado aquela manhã, sorriu.

—Bom dia flor do dia!- Sorriu galante -Já disse como fica linda quando acorda?

—Para de brincadeiras Weasley- olhou brava- o que aconteceu ontem? Onde está Jorge? E por que estamos quase nus?

O sorriso de Fred desaparecera dando lugar a decepção, que tratou logo de esconder.

Jorge olhou para o irmão que apenas retribuiu o olhar.

—Você não se lembra?

— Olha Fred...

—Kathy... –Olhou desesperado para ela- por favor, não faça isso novamente.

A garota entendendo o que ele falava dera um sorriso triste e levantando-se, começou a se vestir, sem olhá-lo nos olhos.

—O que ela não deveria fazer de novo? –Gina perguntou confusa, mas ninguém respondeu.

Ao terminar de se arrumar, criou coragem e olhou para o ruivo que ainda se encontrava na cama, observando-a.

—Nós já falamos sobre isso Fred. Não daria certo.

O garoto suspirou e a olhou, cansado. Como se já tivessem tido aquela conversa várias vezes. E realmente tiveram.

—E eu não entendo o porquê de você afirmar isso. Você não pode prever o que vai acontecer, não sabe se daria errado se não arriscar. Achei que você era uma grifinória.

A garota também suspirou, estava cansada de ter que dizer não a Fred todas às vezes. Queria poder dizer Sim, mas não podia. Não era justo com ele.

—Fred... –começou a falar, mas fora interrompida pelo mesmo.

—Eu te amo droga!

O salão inteiro olhou para os dois naquele momento. Fred corara, mas de alguma forma estava conectado aos olhos azuis de Katherine.

Kathy prendera a respiração. Queria poder ser feliz. Era o que mais queria. Queria arriscar a ser feliz, pelo menos uma vez.

A garota misteriosa, Nicole, revirara os olhos nessa parte.

Mas não podia.

E por que não? –Hermione perguntara com o cenho franzido.

—Mas eu não te amo.

—Esta mentindo. Eu sei que está- Fred disse se aproximando com um olhar de determinação- te conheço Katherine Moore. Você me ama, assim como eu te amo. Você só não se permite ser feliz, e eu gostaria de saber por quê.

Kathy vendo que não teria outro jeito percebeu que teria que machuca-lo. Só assim para Fred desistir dela. Como estava de costas para o mesmo, conseguiu colocar sua máscara de indiferença e virando-se para o mesmo, disse friamente.

—Ah Fred, você pensa que me conhece. Eu já gostei de você, quando estudávamos juntos, hoje você persiste em algo que não dará futuro algum. Eu quero me divertir, sem estar presa a alguém. Olha, foi legal enquanto durou - sorriu debochada, apertando o queixo do ruivo que parecia machucado com as palavras da mesma, e ver aquilo machucou Kathy mais do que ela poderia imaginar – Mas acho melhor cada um seguir seu caminho. Não quero que atrapalhe minhas conquistas. Eu até tentei terminar numa boa, mas você não me deu outra opção.

E saiu sem olhar para trás. Sabia que naquele momento não teria volta. Perdera Fred para sempre. Engolindo o bolo na garganta e as lágrimas que queriam aparecer, desceu as escadas encontrando oa outros tomando café.

—Por que ela fez isso?

—que louca.

—quem em sã consciência faria uma coisa dessas?

Lilá e Parvati comentavam entre si.

—Bom dia.

—Bom dia querida!- senhora Weasley a abraçou de cumprimento, e isso só serviu para deixa-la mais péssima do que já estava. –Sente-se aqui- apontou para um lugar ao lado de Jorge, onde percebeu que tinha duas cadeiras vagas.

—Desculpe senhora Weasley, mas eu tenho que ir.

—Ir para onde menina?

—Para casa, tenho algumas coisas para fazer. Desculpe-me.

E sem deixar ninguém falar mais nada, foi embora.

Não tinha consciência de onde estava indo até bater na porta da pessoa. Se arrependera na mesma hora. Não devia ter ido ali, eles estavam em lua de mel.

—Kathy? Esta tudo bem? –Remo perguntou preocupado, mas mantendo a varinha em riste.

—Você foi nos procurar? –Tonks se interrompera olhando-a confusa.

—Parece que sim. Desculpe-pediu olhando-a com pesar.

—Não precisa se desculpar, se você precisa de ajuda e confia em nós para pedir, ficamos agradecidos-Remo respondera olhando em busca de apoio de Tonks, que confirmara prontamente, fazendo-a sorrir.

Katherine não respondera, somente abraçara o homem a sua frente, sentindo um pouco do peso nos ombros sumirem. O Homem abraçou-a de volta, ainda surpreso com a aparição da mesma.

—Remo?-Tonks aparecera com a varinha em mãos, e ficou supressa de ver a garota na porta de sua casa. –Kathy?

—Desculpe vir, tio Lupi, desculpe Tonks. Eu só estava... Eu só queria... Ah, bem, eu só passei pra dar um oi. Já estou indo. –disse sorrindo como se nada a afligisse e já se virava para ir embora.

—O quê? Não mesmo! –Remo disse bravo. –Você não vai sair por ai, sozinha. Até parece que não sabe que estamos em guerra.

—Querido- Tonks disse tocando-lhe o braço e acalmando-o – Acho que Kathy precisa conversar. Kathy venha tomar um chá conosco. –e puxou a garota para dentro da casa antes mesmo dela perceber.

A casa era simples, mas aconchegante. Dava para perceber que ainda não estava do jeito do casal, mas com o tempo isso se ajeitava. Sentara-se a mesa da cozinha, uma xícara de chá esquentando suas mãos frias.

—O que aconteceu Kathy? –Tonks perguntara depois de um período longo de silêncio.

—Fred e eu terminamos.

—Ah meu Merlin! E como você está pequena?- Tonks lhe envolvera num abraço aconchegante enquanto Remo perguntava confuso:

—Espera! Vocês estavam juntos?

Tonks lhe olhou brava pela falta de tato e ignorando o marido, dava carinho à garota a sua frente.

—Por que você fez isso Kathy?

—É complicado.

—Não é não.

—Você não entenderia Dora.

—Então explica.

—Não posso fazer isso com ele.

—Isso o quê?

—Machucá-lo.

—Você não vai fazer isso.

—Vou. É o que eu sempre faço.

—Vocês são iguaizinhos- Tonks revirara os olhos para o marido e a menina a sua frente .

—Desde quando vocês estão juntos? -Remo perguntou com a testa franzida.

—Remo!

—O quê? Eu quero saber o porquê de não ter percebido isso.

—Porque o senhor estava muito ocupado fugindo de seus sentimentos pela Dora. -Kathy disse risonha. 

—E parece que você tá seguindo os passos dele- Tonks comentou casualmente. 

—É diferente Dora- a menina tirou o sorriso. 

—Porque você quer. Para de ser boba, vai atrás da sua felicidade .

—Não. Talvez quando a guerra acabar eu possa... Mas por enquanto é melhor assim.

A mais velha sabendo que nada faria Kathy mudar de ideia, apenas a abraçou, confortando-a. Por trás da garota, Remo olhava para as duas com carinho e se aproximando delas, as envolveu em um abraço reconfortante.

Tonks sabendo que Kathy preferia conversar com o marido, desfez o abraço e saindo da cozinha, os deixou a sós.

Kathy assim que se viu a frente de Remo, correu para seus braços como uma garotinha faz quando rala o joelho e corre para o pai. Lupin tinha um dos melhores abraços e sabia o que dizer na hora certa.

Remo corou de leve, mas sorriu para a garota a frente que retribuiu de uma maneira leve.

—Vai ficar tudo bem- sussurrou no ouvido da pequena- quando tudo isso acabar você poderá ser feliz. –e dando um beijo no topo da cabeça, apertou, ainda mais, a menor que estava em seus braços.

Katherine não sabia, mas ela era a pequena luz que o fez seguir em frente quando pensou que tudo era escuridão.

Kathy olhou para o homem de aparência cansada que estava a sua frente e a olhava um tanto emocionado. Ela, contrariando todos os seus instintos, abraçou o homem e pôde comprovar que realmente, seus abraços eram muito aconchegantes.

Remo no primeiro momento não reagiu, mas quando o choque passou retribuiu o abraço e pode perceber que a pequena garota transmitia paz nos abraços. Era algo mágico.

Sirius sentiu alguma coisa estranha, não sabia dizer o que era, mas algo diferente se mexeu dentro dele ao ver a cena do melhor amigo e da garotinha. Olhou para o filho dos melhores amigos e sorriu, tinha sorte de ter Harry.

—Bom, agora eu acho melhor eu ir, não é?- Vocês estão em lua de mel e tratem de me dar um irmãozinho/ afilhado- disse maliciosa fazendo o mais velho a olhar com censura, apesar de ter um brilho maroto no olhar, e Tonks, que voltara para se despedir,  sorrir igualmente maliciosa apesar de estar corada. 

Os dois citados coraram com o que estava escrito no livro.

Saindo de lá, Kathy fora para sua casa. A nova.

Tanto tempo imaginando como seria ao sair de casa e agora só podia sentir o vazio. Não se sentia bem, mas também não se sentia mal. Talvez pudesse sentir algo se ligasse o botãozinho do importar-se. Era a vida, tinha coisas mais importantes para fazer.

Arrumando suas coisas, deixou-as perto da porta. O plano estava prestes a acontecer, então sabia que acabaria morta se não pensasse. Tinha que fugir; era nascida trouxa e se não planejasse, não teria uma segunda chance. 

Precisava de dinheiro urgente e também se divertir. Só tinha um lugar pra isso.

Sorrindo, trocou de roupa, pegou sua moto e foi em direção à diversão.

—Aonde ela foi? –Rony perguntou a Harry que deu de ombros.

Estacionou sua moto e saiu, atraindo olhares por onde passava.

—Hey Sam.

—Sam?

—sim, é o que esta escrito.

—Por que te chamaram de Sam?

—deve ser um nome falso.

—Provavelmente eu disse outro nome para não me encrencar.

—Então deve ser algo ilegal- Hermione disse torcendo a cara para a amiga que apenas revirou os olhos.

Katherine, revirando os olhos, fez um sinal para que continuassem a leitura.

—Hey Noah- cumprimentou passando a fila de gente e entrando antes de todo mundo, o que causou uma onda de protestos.

—Ora, Ora, Ora... Se não é minha morena preferida- Um rapaz alto, forte, bonito e assustadoramente perigoso, se aproximou de Kathy envolvendo o pescoço da mesma em um abraço. –Como vai amor?

—Amor? –Fred, assim como Mathew, Charlie e suas colegas de quarto exclamaram.

—Já esta com ciúmes- Jorge provocou o irmão, recebendo uma cotovelada em troca.

Katherine deu de ombros, não sabia o que estava acontecendo.

—Não sou seu amor Josh- revirando os olhos, a garota saiu do abraço.

—Ainda, mas escreve ai morena, você ainda vai se casar comigo.

—que seja Josh, chega de papo furado, quero correr.

—Correr?

—Corridas ilegais – Hermione exclamara.

—Wow! Adorei!- Kathy começou a rir, mas foi a única. A senhora Weasley a olhou com repreensão. Já Sirius sorriu. Quando tinha a idade da garota, também adorava motos e corridas ilegais dos trouxas.

—Minha gatinha é perigosa, e é isso que te faz ficar tão gostosa sabia?

A garota apenas revirou os olhos e virou o rosto fugindo do beijo de Josh.

—Não sei pra que se fazer de difícil Sam, meu coração é seu.

—Ah claro, e você só vai pra cama com as outras garotas por pena?- debochou olhando para o rapaz que abriu ainda mais, se fosse possível, o sorriso.

—Aaaah, isso são ciúmes amor?

—Vai se ferrar Josh. –revirou os olhos e tornou a perguntar- tem alguma coisa pra mim?

—Meu amor, já te disse que não quero ver você correndo, pode se machucar.

—eu tô pouco me lixando para o que você pensa Josh, eu preciso de dinheiro.

—Ah amor, por que não disse antes? Tudo que é meu é seu – e sorrindo abriu os braços, mas a garota apenas revirou os olhos novamente e cruzou os braços.

—Eu quero correr, me relaxa, e você sabe que eu acabo com esses seus amiguinhos.

—Isso é verdade- disse se aproximando lentamente, como um tigre que se prepara antes de atacar- você é minha melhor corredora, e isso só faz eu me apaixonar ainda mais por você- e pegando a garota de surpresa, deu um longo selinho até ser empurrado. –Vou começar a corrida, esteja pronta.

Kathy, ou melhor, Sam, foi se posicionar perto da moto. Fazia muito tempo que não ia a essas corridas ilegais.

Por onde passava, chamava atenção. Pelo menos a paixonite de Josh serviu para alguma coisa. Este era o chefe das corridas ilegais, ninguém ousava contrariar o mesmo; as garotas adoravam se esfregar nele querendo uma chance de ir para a cama, os caras faziam de tudo para ser amigo íntimo do circulo social, e desde a primeira vez que pisara ali, Kathy não dera bola para ele, o que atraiu sua atenção, fazendo o mesmo sempre insistir em uma chance. Como todos lá sabiam que Sam era importante e somente de Josh, não ousavam mexer com a garota, até porque acabariam levando um olho roxo pra casa, ou talvez nem chegariam em casa.

Todos ali a conheciam. Sam era famosa por nunca perder uma corrida, ainda mais sendo uma garota. Ela batera o recorde de muitos caras experientes, o que só aumentou sua fama. Ela não era apenas um rostinho bonito, ou a garota de Josh, ela era uma campeã, a melhor, e sempre provaria para aqueles que duvidavam que as mulheres são capazes de ganhar corridas sim.

Dez motos estavam posicionadas lado a lado. Uma garota com trajes minúsculos estava mais a frente com uma bandeirinha para dar a largada e Kathy era a única garota na competição.

—Muito bem! –Josh tinha ido um pouco a frente e sinalizado para que os competidores prestassem atenção- Tem pessoal meu em todos os pontos, quero uma ótima competição. O vencedor leva cinco mil euros se conseguirem ir para a final... E passar nos obstáculos – Josh terminou dando aquele sorriso sádico que só ele sabia dar.

Primeira etapa, Kathy precisava conseguir.

—Será que você consegue? –Pansy perguntou sorrindo debochada.

—Não sei, se deixar tonks ler, nós vamos saber- Kathy sorriu calmamente para a garota que fechou o sorriso.

—3...2...1...VAI!- A garota dera a largada e Kathy disparou com sua moto deixando alguns para trás. È claro que nem todo mundo jogava limpo, então por ser uma garota, tentava acertá-la primeiro achando que seria a mais fácil de ser derrubada. Doce engano. Kathy era boa e rápida, rapidamente desviou dos obstáculos e ultrapassou a linha de chegada em terceiro.

Pansy sorriu debochadamente, mas Katherine não ligou.

Não estava interessada em chegar em primeiro por enquanto. Quando passasse para as finais, ai sim teria que chagar em primeiro. Por enquanto estava dando confiança aos seus adversários.

Quem não a conhecia estava rindo da garota por acha-la amadora para aquele tipo de competição, mas quem conhecia Sam, aguardava o show.

Ela criara o nome Sam para não ser descoberta. Corria desde os quatorze anos, e caso alguém fosse atrás dela, não a encontrariam, afinal Sam não existia.

Segunda etapa Kathy chegara em segundo lugar. Nessa etapa diminuíra para cinco pessoas e apenas as três primeiros colocados que competiriam na grande final. Quem chegasse em primeiro, levava tudo. Obviamente as provas eram mais difíceis, mas Kathy estava motivada. Os outros dois riam e zombavam dela que não dava bola. Estava concentrada. Enquanto os outros dois discutiam quem ia chegar em primeiro, Kathy subiu na moto e fez seu ritual de concentração.

Todos posicionados ...5... Kathy tinha que levar o dinheiro... 4... Era necessário...3... Não podia se decepcionar...2... Não precisou olhar para saber que os outros dois tentavam distraí-la, mas precisava focar... 1... Uma onda de gritos de incentivos por seus corredores foi ouvida. Foi dada a largada. Kathy esqueceu de todo o mundo e focou apenas no que estava sentindo. Seu pulso acelerado, sua respiração um tanto desregular pelos obstáculos que passava, o som ao seu redor não penetrava nos seus sentidos; sentia o vento bater no seu rosto e seus cabelos voarem atrás. Não enxergava os outros competidores, não estava preocupada com os problemas que teria de enfrentar, com a família que não fazia a menor ideia de onde poderia estar, com Harry que corria risco de vida, com Fred e a guerra... Ela não conseguia. Em cima da sua moto só se preocupava em liberar suas emoções que eram tantas... E com isso, Katherine acelerou mais ainda sua moto nem percebendo que conseguira. Sua consciência voltou quando fora abraçada por Noah que comemorava sua vitória por ela. Ganhara.

Passados exatos 6 minutos, os outros dois competidores chegaram. O da frente feliz, comemorando, achando que a vitória era dele parou em choque ao ver que a garota já estava lá e com prêmios na mão.

Sorrindo debochada, Kathy pegou seu prêmio, subiu na sua moto e foi para casa. Com cinco mil euros no bolso.

—Parece que eu ganhei-Kathy disse sorrindo debochada para Pansy que fechou mais a cara e ficou com raiva.

—Wow! Parabéns Kathy! –Rony dera os parabéns, sendo seguido pelos meninos e algumas meninas.

—Obrigada! Obrigada!- a garota fez reverências, o que causou risos nos meninos e nos dois marotos mais velhos.

—Isso não é bonito, é extremamente perigoso, o que você tinha na cabeça? –A senhora Weasley começou a protestar.

—Eu tinha o dinheiro na cabeça. -Contou como se fosse óbvio, e de fato era.

A senhora nada falou, apenas armou uma tromba.

No outro dia, Kathy voltou para a casa dos Weasley. Tinham que resgatar Harry. Estava na hora de saber qual era o plano.

—Acabou.

—Acabou? Mas e o plano? –Hermione questionara.

—Não sei,é só isso.

—Vamos para o próximo capítulo então.

—Pode deixar que eu leio- Remo se voluntariou e pegou o livro das mãos de Tonks.

 A partida dos Dursley

O ruído da porta da frente batendo ecoou escada acima, e uma voz gritou:

— Ei! Você!

Dezesseis anos ouvindo este chamado não permitiu a Harry duvidar que era a ele que o tio estava se dirigindo; ainda assim, não respondeu imediatamente. Continuou a contemplar o caco de espelho em que, por uma fração de segundo, pensara ter visto um olho de Dumbledore. Somente quando o tio berrou “MOLEQUE!”, Harry se levantou vagarosamente e se encaminhou para a porta do quarto, parando, antes, para guardar o pedaço de espelho na mochila cheia com as coisas que ia levar.

—Que horror! Ser tratado dessa maneira- Hermione estava ultrajada.

—Você não viu nada- Harry falou baixo, mas Sirius pôde escutar e não teve um bom pressentimento sobre isso.

— E vem se arrastando! – urrou Válter Dursley quando o garoto apareceu no alto da escada.

— Desça aqui, quero falar com você!

Harry desceu a escada, as mãos enfiadas no fundo dos bolsos do jeans. Quando chegou à sala de estar, encontrou os três Dursley. Trajavam roupas de viagem: tio Válter vestia um blusão de zíper castor, tia Petúnia um elegante casaco salmão, e Duda, o primo forte, musculoso e louro, uma jaqueta de couro.

— Pois não? – disse Harry.

— Sente-se! – ordenou o tio. Harry ergueu as sobrancelhas. – Por favor! – acrescentou, fazendo uma ligeira careta como se a palavra lhe arranhasse a garganta.

—Oh ele pediu por favor!- Harry admirou-se.

—Mas é claro, é o mínimo de educação que se deve ter.

—Você não conhece meus tios Hermione- Harry disse amargurado, o que fez Sirius fechar os punhos.

Harry sentou-se. Pensou que sabia o que esperar. Válter Dursley começou a andar para cima e para baixo. Tia Petúnia e Duda acompanhavam seus passos com os rostos ansiosos.

Por fim, o tio, com a cara larga e púrpura contraída de concentração, parou diante de Harry e falou:

— Mudei de ideia.

— Que surpresa – respondeu o garoto.

— Não venha com ironias... – começou tia Petúnia com a voz esganiçada, mas o marido fez sinal para que ela se calasse.

— É tudo conversa fiada – afirmou ele, encarando Harry com seus olhinhos de porco. – Concluí que não acredito em uma única palavra. Vamos ficar aqui, não vamos a lugar algum.

—Ah que novidade- Harry resmungou revirando as orbes para o teto.

Harry ergueu os olhos para o tio e sentiu uma mescla de exasperação e surpresa. Válter Dursley vinha mudando de ideia a cada vinte e quatro horas nas últimas quatro semanas, carregando o carro, descarregando-o e recarregando-o a cada mudança. O momento favorito de Harry tinha sido quando o tio, sem saber que Duda guardara os pesos de musculação na mala desde a última vez que fora descarregada, tentara colocá-la novamente no porta-malas e desequilibrou-se, soltando urros de dor e xingando horrores.

Rony, Harry e Kathy caíram na risada.

— Pelo que me conta – disse Válter Dursley, recomeçando a andar pela sala –, nós, Petúnia, Duda e eu, corremos perigo. Por conta de... de...

— Gente da “minha laia”, certo.

—Gente da sua laia? O que ele quis dizer com isso? –Sirius perguntou bravo.

—Bruxos.

—Mas isso é um absurdo! –Senhora Weasley começou a resmungar, ultrajada.

Lúcio Malfoy entortou a cara. Trouxas.

— Pois eu não acredito – repetiu o tio, parando outra vez diante de Harry. – Passei metade da noite refletindo e acho que é uma armação para você ficar com a casa.

—Casa? Que casa? –Harry perguntou confuso.

— A casa? – perguntou Harry. – Que casa?

Alguns riram da coincidência.

Esta casa! – gritou o tio, a veia da testa começando a pulsar. – Nossa casa! Os preços das casas estão disparando por aqui! Você quer nos tirar do caminho, fazer meia dúzia de charlatanices e, quando a gente der pela coisa, as escrituras estarão em seu nome e...

O pequeno Potter revirou os olhos.

— O senhor enlouqueceu? Uma armação para ficar com esta casa? Será que o senhor é realmente tão retardado como está parecendo ser?

— Não se atreva!... – guinchou tia Petúnia, mas, novamente, Válter fez sinal para a mulher se calar: ofensas sobre sua personalidade não se comparavam ao perigo que identificara.

— Caso o senhor tenha esquecido – disse Harry –, eu já tenho uma casa, meu padrinho a deixou para mim. Então, por que eu iria querer esta? Pelas boas lembranças que guardo daqui?

Seguiu-se um silêncio constrangedor.

—Obrigado- Harry agradeceu ao padrinho.

—É o mínimo que eu podia fazer.

Os dois se encararam com um sorriso. Iam mudar seus destinos. Agora Sirius era um homem livre, iam fazer de tudo para que ele sobrevivesse e enfim poderiam ser uma família.

Awn que fofinho. Duas pessoas que perderam suas famílias na infância encontram a salvação um no outro, onde poderiam formar sua linda família e viverem felizes para sempre. Até parece.

Fez-se silêncio. Harry achou que impressionara o tio com esse argumento.

— Você quer me dizer que esse tal lorde...

— Voldemort – completou Harry impaciente –,

Alguns estremeceram.

E já repassamos isso cem vezes. E não é o que quero dizer, é um fato, Dumbledore lhe disse isso no ano passado, e Kingsley e o sr. Weasley...

—Obrigado- Harry agradeceu olhando para os homens citados que apenas acenaram de volta.

Válter Dursley encolheu os ombros encolerizado, e Harry imaginou que o tio estivesse tentando exorcizar as lembranças da inesperada visita de dois bruxos adultos, logo no início de suas férias de verão. A chegada de Kingsley Shacklebolt e Arthur Weasley à porta da casa fora um choque extremamente desagradável para os Dursley. Contudo, Harry tinha de admitir que não era de se esperar que o reaparecimento do sr. Weasley, que no passado demolira metade da sala, deixasse seu tio feliz.

—Desculpe- Senhor Weasley, com as orelhas muito vermelhas, pediu envergonhado diante do olhar repreensor da esposa e dos risos dos meninos.

—Tudo bem sr. Weasley, deve ter sido muito engraçado.

— Kingsley e o sr. Weasley explicaram tudo muito bem – salientou Harry sem piedade. – Quando eu completar dezessete anos, o feitiço de proteção que me resguarda se desfará, e isto me põe em risco e a vocês também. A Ordem tem certeza que Voldemort visará o senhor, seja para torturá-lo e descobrir aonde fui, seja por pensar que, se o fizer refém, eu tentarei vir salvá-lo.

O olhar do tio encontrou o de Harry. O garoto teve certeza de que naquele instante os dois estavam se perguntando a mesma coisa. Então, Válter recomeçou a andar e Harry continuou:

— O senhor precisa se esconder e a Ordem quer ajudar, ofereceu uma sólida proteção, a melhor que existe.

Tio Válter não respondeu, continuou a andar para cá e para lá. Lá fora, o sol batia diagonalmente sobre a cerca de alfeneiros. Na casa ao lado, o cortador de grama do vizinho parou mais uma vez.

— Pensei que houvesse um Ministério da Magia! – exclamou o tio bruscamente.

—Como ele sabe disso?- Harry perguntou confuso, mas ninguém soube responder.

— Há – respondeu Harry, surpreso.

— Então, por que não podem nos proteger? Parece-me que, como vítimas inocentes, cujo único crime foi dar guarida a um homem marcado, deveríamos ter direito à proteção do governo!

Harry riu; não conseguiu se conter. Era tão típico do seu tio depositar as esperanças nas instituições, mesmo as de um mundo que ele desprezava e não confiava.

— O senhor ouviu o que o sr. Weasley e Kingsley disseram. Achamos que o inimigo está infiltrado no Ministério.

Tio Válter foi até a lareira e voltou, respirando com tanta força que ondulava o enorme bigode negro, seu rosto ainda púrpura de concentração.

— Muito bem – disse ele, parando mais uma vez diante do sobrinho. – Muito bem, vamos considerar a hipótese de que aceitemos essa proteção. Continuo sem entender por que não podemos recebê-la do tal Kingsley.

O Harry fora dos livros revirou os olhos e olhou para Kathy que também fazia o mesmo gesto. Os dois se encararam e sorriram cúmplices.

Harry conseguiu não erguer os olhos para o teto, mas a muito custo. A pergunta já tinha sido respondida meia dúzia de vezes.

— Como lhe expliquei – disse entre os dentes –, Kingsley está protegendo o trouxa, quero dizer, o seu primeiro-ministro.

— Exatamente: ele é o melhor! – exclamou o tio, apontando para a tela escura da televisão.

—Parece que gostaram de você Kingsley. –Dumbledore disse ao auror.

—Parece mesmo- o Homem de voz profunda respondeu pensativo.

Os Dursley tinham localizado Kingsley no telejornal, andando discretamente às costas do primeiro-ministro em visita a um hospital. Isto, e o fato de Kingsley ter aprendido a se vestir como um trouxa, sem esquecer da segurança que transmitia com sua voz lenta e grave, tinha levado os Dursley a aceitarem Kingsley de um jeito que certamente não se aplicara a nenhum outro bruxo, embora fosse verdade que eles nunca o tivessem visto de brinco.

Uma onda de risadas foi preenchida no salão, e o citado apenas dera um sorriso de lado.

— Ele está ocupado – disse Harry. – Mas Héstia Jones e Dédalo Diggle estão mais do que qualificados para esse serviço...

— Se ao menos tivéssemos visto os currículos deles... – começou tio Válter, mas Harry perdeu a paciência. Levantando-se, dirigiu-se ao tio, agora ele próprio apontando para a televisão.

—Iiii, Harry perdeu a paciência, fujam para as colinas- Katherine brincou fazendo o mesmo a olhar feio e os amigos rirem, assim como o padrinho.

— Esses acidentes não são acidentes, as colisões, explosões, descarrilamentos e o que mais tenha acontecido desde a última vez que o senhor viu o telejornal. As pessoas estão desaparecendo e morrendo, e é ele que está por trás de tudo: Voldemort. Já lhe disse isso muitas vezes, ele mata trouxas para se divertir. Até os nevoeiros: são causados por dementadores, e se o senhor não lembra quem são, pergunte ao seu filho!

As mãos de Duda ergueram-se bruscamente para cobrir a própria boca. Sentindo os olhos dos pais e de Harry postos nele, tornou a baixá-las lentamente e perguntou:

— Tem... mais daqueles?

—Trouxas podem ver dementadores? 

— Mais? – Riu-se Harry. – Você quer dizer mais do que os dois que nos atacaram? Claro que tem, tem centenas, talvez milhares a essa altura, uma vez que se alimentam do medo e do desespero...

Katherine, assim como Harry ficaram sérios. Sabiam o que era aqueles monstros.

Kathy estremeceu ao se lembrar também do que eles causavam.

—Espera um pouco- Harry começara- quer dizer que aquelas criaturas atacaram Duda? Mas como?

A tal de Nicole Becker se levantou para explicar.

—No seu quinto ano, dois dementadores te atacaram no verão. Você usou o Patrono para se livrar deles que atacaram você e seu primo, quase foi expulso e Duda virou outra pessoa como pôde ver. Fim. Agora continua.

— Está bem, está bem – trovejou Válter Dursley. – Você me convenceu...

— Espero que sim, porque quando eu completar dezessete anos, todos eles, os Comensais da Morte, os dementadores e até os Inferi, que é como chamamos os mortos-vivos enfeitiçados por um bruxo das trevas, poderão encontrar vocês e certamente atacá-los. E se lembrarem da última vez que tentaram ser mais rápidos do que os bruxos, acho que irão concordar que precisam de ajuda.

Houve um breve silêncio em que o eco distante de Hagrid derrubando uma porta de madeira deu a impressão de reverberar pelos anos transcorridos desde então. Tia Petúnia olhava para tio Válter; Duda encarava Harry. Por fim, o tio perguntou abruptamente:

— E o meu trabalho? E a escola de Duda? Suponho que essas coisas não tenham importância para um bando de bruxos vagabundos...

— Será que o senhor não compreende? – gritou Harry. – Eles torturarão e matarão vocês como fizeram com os meus pais!

Harry abaixou a cabeça e Sirius colocou a mão em seu ombro apesar de ter abaixado a cabeça também. Kathy se levantara e sentara entre os dois, segurando uma mão de cada, passando conforto para os dois que sorriram para ela. Sirius sentiu algo estranho. Parecia como estar perto de um Patrono. Era estranho, mas bom.

— Pai – disse Duda em voz alta –, pai... eu vou com esse pessoal da Ordem.

—Ah se o porco vai eles também vão- Kathy disse fazendo uma onda de risadas percorrer o salão.

— Duda – comentou Harry –, pela primeira vez na vida você está demonstrando bom senso.

Ele sabia que a batalha estava ganha. Se Duda estivesse suficientemente apavorado para aceitar a ajuda da Ordem, os pais o acompanhariam; separarem-se de Duda estava fora de questão. Harry olhou para o relógio de alça sobre o console da lareira.

— Eles estarão aqui dentro de uns cinco minutos – anunciou e, diante do total silêncio dos Dursley, saiu da sala. A perspectiva de se separar, provavelmente para sempre, dos tios e do primo era algo que ele conseguia imaginar com alegria, mas, ainda assim, havia um certo constrangimento no ar. Que se dizia a parentes ao fim de dezesseis anos de intensa e mútua aversão?

De volta ao próprio quarto, Harry mexeu a esmo na mochila, depois empurrou umas nozes pelas grades da gaiola de Edwiges. Elas produziram um som oco ao bater no fundo, onde a coruja as ignorou.

— Logo, logo estaremos indo embora daqui – disse-lhe Harry. – Então você vai poder voar novamente.

Harry sorrira carinhoso pela menção a sua fiel companheira.

A campainha da porta tocou. Harry hesitou, em seguida tornou a sair do quarto e descer: era demais esperar que Héstia e Dédalo enfrentassem os Dursley sozinhos.

— Harry Potter! – esganiçou-se uma voz animada, no instante em que ele abriu a porta; um homenzinho de cartola lilás fez-lhe uma profunda reverência. – Uma honra como sempre!

— Obrigado, Dédalo – respondeu Harry, concedendo um sorriso breve e inibido a Héstia, a bruxa de cabelos escuros. – É realmente uma gentileza fazerem isso... eles estão aqui dentro, meus tios e meu primo...

—Vish, coitados. –Kathy suspirou com pesar, o que causou risos nos dois morenos ao seu lado.

— Bom-dia aos parentes de Harry Potter! – exclamou Dédalo, feliz, entrando na sala de estar. Os Dursley não pareceram nada felizes com a saudação; Harry chegou a pensar que mudariam mais uma vez de ideia. Duda se encolheu junto à mãe ao ver os bruxos. “Vejo que já fizeram as malas e estão prontos. Excelente! O plano, como Harry deve terlhes dito, é simples”, prosseguiu Dédalo, puxando do colete um enorme relógio de bolso e consultando-o.

“Vamos sair antes de Harry. Devido ao perigo de se usar magia em sua casa, porque Harry ainda é menor de idade, e isto poderia dar ao Ministério uma desculpa para prendê-lo, seguiremos de carro, digamos, por uns dois quilômetros. Então, desaparataremos até o local seguro que escolhemos para os senhores. Imagino que saiba dirigir, não?”, perguntou o bruxo a tio Válter educadamente.

Os nascidos trouxas gemeram. Começaram péssimos com essa pergunta.

— Saiba...? Claro que sei dirigir muito bem! – respondeu ele bruscamente.

— É preciso muita inteligência, senhor, muita inteligência. Eu ficaria absolutamente abobalhado com todos aqueles botões e alavancas de puxar e empurrar – disse Dédalo. Sem dúvida, o bruxo pensava estar elogiando Válter Dursley, que visivelmente ia perdendo confiança no plano a cada palavra que Dédalo dizia.

—Ah não- Hermione suspirou.

—Alguém faça ele calar a boca- Dino reclamou.

— Nem ao menos sabe dirigir – resmungou, entre os dentes, ondulando o bigode de indignação, mas, por sorte, nem Dédalo nem Héstia pareceram ouvi-lo.

— Você, Harry – continuou Dédalo –, irá esperar aqui por sua guarda. Houve uma pequena mudança nos preparativos...

— Que quer dizer? – perguntou Harry, surpreso. – Pensei que Olho-Tonto viria para fazer comigo uma aparatação acompanhada, não?

—O que será que mudou?- Hermione perguntara, mas ninguém sabia responde-la.

— Inviável – respondeu Héstia, concisamente. – Olho-Tonto lhe explicará.

Os Dursley, que tinham escutado tudo com expressões de total incompreensão nos rostos, sobressaltaram-se ao ouvir um guincho alto: “Apressem-se!” Harry correu os olhos pela sala e se deu conta de que a voz saíra do relógio de bolso de Dédalo.

Kathy desatou a rir, sendo acompanhada por Hermione, Rony e Harry. Eles tinham imaginado a cena.

— Tem razão, estamos operando com um horário apertado – comentou o bruxo, assentindo para o relógio e tornando a enfiá-lo no bolso do colete. – Estamos tentando cronometrar sua saída da casa com a desaparatação de sua família, Harry; assim, o feitiço se desfaz no momento em que todos estiverem rumando para um destino seguro. – E, voltando-se para os Dursley: – Então, estamos com as malas feitas e prontos para partir?

Nenhum deles lhe respondeu: tio Válter ainda olhava espantado para o volume no bolso do colete de Dédalo.

— Talvez a gente devesse esperar lá fora no hall, Dédalo – murmurou Héstia: era evidente que considerava indelicado permanecerem na sala enquanto Harry e os Dursley, talvez às lágrimas, trocavam despedidas amorosas.

Harry soltou um som de deboche. Té parece que ele e os Dursley teriam despedidas amorosas.

— Não precisa – murmurou Harry, mas tio Válter tornou qualquer explicação desnecessária ao dizer em voz alta:

— Então, adeus, moleque. – Ergueu o braço direito para apertar a mão do garoto, mas, no último instante, pareceu incapaz de fazê-lo, e simplesmente fechou a mão e começou a sacudi-la para a frente e para trás como se fosse um metrônomo.

— Pronto, Duzinho? – perguntou tia Petúnia, verificando, atrapalhada, o fecho da bolsa de mão para evitar sequer olhar para Harry.

Duda não respondeu, mas ficou parado ali com a boca entreaberta, lembrando ligeiramente a Harry o gigante Grope.

—Quem é Grope?- Uma menina da Lufa-Lufa perguntara.

— Vamos, então – disse o tio. Ele já alcançara a porta da sala quando Duda murmurou:

— Eu não estou entendendo.

— O que não está entendendo, fofinho? – perguntou tia Petúnia, erguendo a cabeça para o filho.

Duda estendeu a mão, que mais parecia um presunto, e apontou para Harry.

— Por que ele não está vindo com a gente?

—Que?- Harry ficara chocado. Duda queria que ele fosse?

Tio Válter e tia Petúnia congelaram onde estavam, como se o filho tivesse acabado de expressar o desejo de ser uma bailarina.

— Quê?! – exclamou tio Válter em voz alta.

— Por que ele não está vindo também? – repetiu Duda.

Cada vez que escutava Remo ler, ficava mais surpreso com o primo.

— Ora, ele... ele não quer – respondeu tio Válter, virando-se com um olhar feroz para o sobrinho e acrescentando: – Você não quer, não é mesmo?

—Nunca na vida. –Harry dissera sorrindo para o padrinho que retribuiu.

— Nem pensar – confirmou Harry.

— Viu? – disse tio Válter ao filho. – Agora ande, estamos indo.

E saiu da sala; todos ouviram a porta da frente abrir, mas Duda não se mexeu e, após alguns poucos passos hesitantes, tia Petúnia parou também.

— Que foi agora? – vociferou tio Válter, reaparecendo à porta.

Aparentemente, Duda lutava com conceitos demasiado difíceis para expressar em palavras.

Passados vários segundos de um conflito interior visivelmente doloroso, ele perguntou:

— Mas aonde ele está indo?

Tia Petúnia e tio Válter se entreolharam. Era óbvio que Duda estava apavorando os pais.

—Realmente, isso não é do feitio de Duda.

Héstia Jones rompeu o silêncio.

—Iiiih! O garoto foi abduzido- Kathy dissera e Hermione, assim como Harry e Dino riram.

—O que é isso?- Rony perguntou confuso.

—Deixa quieto Rony –Kathy respondera sorrindo.

A garota misteriosa apenas revirou os olhos. Ninguém merece.

— Mas... certamente o senhor sabe aonde está indo o seu sobrinho, não? – perguntou, demonstrando perplexidade.

— Certamente que sabemos – retrucou Válter Dursley. – Está indo embora com uns tipos da sua laia, não é? Certo, Duda, vamos para o carro, você ouviu o que o homem disse, estamos com pressa.

Mais uma vez, Válter Dursley se dirigiu resolutamente à porta da frente, mas Duda não o acompanhou.

— Indo embora com uns tipos da nossa laia?

Héstia pareceu ultrajada. Harry já vira essa reação antes: bruxos se mostrarem perplexos ao constatar que os parentes vivos mais próximos tivessem tão pouco interesse no famoso Harry Potter.

Harry bufou.

— Tudo bem – Harry tranquilizou-a. – Não faz diferença, sinceramente.

— Não faz diferença? – repetiu Héstia, sua voz se alteando ameaçadoramente. – Essas pessoas não entendem o que você tem sofrido? O perigo em que se encontra? A posição única que você ocupa no coração dos que militam no movimento anti-Voldemort?

— Ah... não, não entendem – respondeu Harry. – Na verdade, acham que sou um desperdício de espaço, mas estou acostumado...

— Eu não acho que você seja um desperdício de espaço.

—Eu acho você um desperdício de espaço.- Harry que estava chocado pelo que o primo dissera, ficara ainda mais pelo que Kathy falara.

A garota ao receber olhos arregalados e magoados do amigo, desatou a rir da cara do mesmo.

—To curtindo com a sua cara Harry.

Se Harry não tivesse visto a boca do garoto mexer, talvez não tivesse acreditado. Tendo visto, entretanto, ficou olhando para Duda durante vários segundos antes de aceitar, por um detalhe, que devia ter sido o primo quem falara: seu rosto avermelhara. E Harry estava, ele próprio, sem graça e pasmo.

— Ãh... obrigado, Duda.

Novamente, Duda pareceu lutar com pensamentos demasiado difíceis, antes de murmurar:

— Você salvou a minha vida.

—Salvei?

—Salvou?

Harry e Rony fizeram a mesma pergunta ao mesmo tempo e riram pela coincidência.

— Não foi bem assim. Era a sua alma que o dementador queria...

Os dois garotos pararam de rir. Katherine ficara séria. Aqueles monstros eram terríveis.

Nicole Becker sorriu debochada para a morena. Sabia o que ela sentira quando os dementadores se aproximaram, tanto que não fez nenhum esforço de imediato para afastá-lo da menina. Adorara ver o pânico no rosto daquela criança.

Harry olhou com curiosidade para o primo. Eles virtualmente não tinham tido contato durante este verão ou o anterior, porque ele voltara à rua dos Alfeneiros por poucos dias e ficara em seu quarto a maior parte do tempo. Ocorria-lhe agora, porém, que a xícara de chá em que pisara aquela manhã talvez não tivesse sido uma armadilha. Embora bastante comovido, sentiu-se aliviado ao constatar que Duda aparentemente esgotara sua capacidade de expressar sentimentos. Depois de abrir a boca mais uma ou duas vezes, o primo mergulhou em ruborizado silêncio.

Tia Petúnia rompeu em lágrimas. Héstia Jones lhe lançou um olhar de aprovação que se transformou em revolta quando a mulher se adiantou rapidamente e abraçou Duda em vez de Harry.

—Vai entender o que se passa na cabeça dessa gente porco-espinho -Kathy contestou, passando o braço pelos ombros do menino que fez cara de bravo.

— Que amor, Dudoca... – soluçou ela encostada no largo peito do filho –, q-que beleza de ggaroto... ag-gradecendo...

— Mas ele não agradeceu! – exclamou Héstia, indignada. – Ele só disse que não achava que Harry fosse um desperdício de espaço!

—É quase um eu te amo dele. - Harry estava pasmo.

— É, mas, vindo de Duda, isto equivale a dizer “eu te amo” – explicou Harry, dividido entre a contrariedade e a vontade de rir, quando tia Petúnia continuou agarrada a Duda como se ele tivesse acabado de salvar Harry de um prédio em chamas.

Kathy e Harry olharam um para o outro e riram.

— Então, vamos ou não vamos? – urrou tio Válter, reaparecendo à porta da sala de estar. – Pensei que estávamos em cima da hora!

— Claro... claro, estamos – respondeu Dédalo Diggle, que parara diante dessa troca de palavras com ar de estupefação, e agora parecia ter voltado ao normal. – Realmente precisamos ir, Harry...

O bruxo se adiantou aos tropeços e apertou a mão de Harry entre as suas.

— ... boa sorte. Espero que voltemos a nos encontrar. Você carrega nos ombros as esperanças do mundo bruxo.

— Ah, certo. Obrigado.

— Adeus, Harry – disse Héstia, também apertando sua mão. – Os nossos pensamentos o acompanharão.

— Espero que tudo corra bem – disse Harry, lançando um olhar a Petúnia e Duda.

— Ah, tenho certeza que vamos acabar nos tornando os melhores amigos – disse Diggle animado, acenando com a cartola ao sair da sala. Héstia acompanhou-o.

Duda se soltou gentilmente das garras da mãe e se adiantou para Harry, que precisou conter o impulso de ameaçá-lo com um feitiço. Então, o primo estendeu a manzorra rosada.

— Caramba, Duda – disse Harry, sobrepondo-se aos renovados soluços de tia Petúnia –, será que os dementadores sopraram para dentro de você uma nova personalidade?

— Sei lá – murmurou Duda. – A gente se vê, Harry.

— É – respondeu Harry, apertando a mão do primo e sacudindo-a. – Quem sabe. Se cuida, Dudão.

Duda quase sorriu e em seguida saiu, desajeitado, da sala. Harry ouviu seus passos pesados na entrada de saibro, então a porta de um carro bateu.

Tia Petúnia, cujo rosto estivera enfiado no lenço, olhou para os lados ao ouvir a batida.

Pelo jeito, não esperava se ver sozinha com Harry. Guardando apressada o lenço molhado no bolso, disse:

— Bom... adeus. – E dirigiu-se resoluta à porta, sem olhar para o sobrinho.

— Adeus – respondeu Harry.

Ela parou e olhou para trás. Por um momento, Harry teve a estranhíssima sensação de que ela queria lhe dizer alguma coisa: a tia lhe lançou um olhar estranho e trêmulo que pareceu oscilar à beira da fala, então, com um movimento brusco da cabeça, saiu apressada da sala para se reunir ao marido e ao filho.

—Acho que ela queria te dizer alguma coisa Harry- Hermione observara.

—Mas o que poderia ser? –O mesmo perguntara recebendo um dar de ombros da garota.

—Acabou o capítulo. Vamos descansar um pouco, mais tarde continuamos.

Todos os alunos saíram do salão e alguns foram aproveitar os jardins, outros foram para seus salões comunais. Quirrell foi em direção à sala de Dumbledore, tinha que resolver isso antes de ser denunciado.

Nicole apenas observava o homem, sabia o que ele iria fazer e sorriu com isso.

Quirrell bateu a porta do Diretor e entrou quando o mesmo deu liberdade.

—Boa tarde professor. A que devo a honra?

—B-boa t-tarde d-d-diret-tor, p-preciso c-c-conversar c-com o s-s-ssenhor.

O diretor fez um aceno para que o homem ocupassa a cadeira a sua frente. Depois de acomodado ele voltou a falar.

—Eu r-receb-bi uma p-p-prop-posta d-de emp-prego irrec-c-cusável. E d-deci-idi a-aceitar.

Dumbledore no primeiro momento não disse nada, apenas observou o homem a sua frente parecendo lê-lo, o que só deixou Quirrell mais nervoso.

—Bem professor, eu não posso obrigá-lo a ficar. Se esse é seu desejo, providenciaremos sua partida.

—Obrigado diretor.

—Quando partirá?

—A-amanhã m-mesmo- respondeu já se levantando.

—Tudo bem, procurarei um novo professor de defesa contra as artes das trevas. Foi um prazer trabalhar com o senhor- o diretor esticou a mão para o homem que em primeiro momento parecia aterrorizado em apertar a mão de alguém, mas retribuiu o cumprimento do diretor e saiu em direção a sua sala para pegar suas coisas que ja estavam prontas e partir. Sorriu. Agora era só reunir os seguidores de seu mestre. Aquela leitura provara que ele conseguiria se reerguer e ninguém o impediria.

Dumbledore já se perguntava quem poderia dar aula de Defesa contra as artes das trevas agora. Teria que pensar nisso.

~~

No jardim estava nosso querido grupo conversando com Sirius, Remo e Tonks. Os marotos contavam às aventuras que tinham na época do colégio, o que provocava risos nos meninos e um brilho nos olhos de Harry.

Estavam conversando quando Nicole Becker passou pelo grupo olhando para Kathy de um jeito intenso, o que causou arrepios na morena. Aquela garota era medonha.

—Tudo bem Sirius? Curtindo sua... Liberdade? –Nicole parou em frente ao grupo, silenciando-o pelo fato estranho da garota ter parado para conversar.

—Ah... Sim, e eu agradeço por ter me ajudado a provar minha inocência- Sirius agradeceu se sentindo um tanto estranho por isso.

A menina deu um sorriso misterioso.

—Por nada. Devemos ajudar o próximo quando podemos. E além do mais, você vai poder me pagar na hora certa.

—O que quer dizer com isso? –Sirius disse cauteloso e desconfiado – Como eu vou te pagar?

A garota apenas abriu ainda mais aquele sorriso... Perigoso e não respondeu sua pergunta. Começou a se afastar lentamente, ainda olhando para o grupo e ainda mantendo seu sorriso macabro no rosto se despediu.

—Até mais tarde. Tchau Katherine.

Kathy não respondeu de volta. Observava a garota se afastar com um pressentimento ruim. Havia algo na voz dela que parecia guardar algo.

Oh doce e querida Katherine, você nem imagina o que significa esse algo. Digamos que terá uma surpresinha. Mas cuidado Moore, às vezes, as surpresas podem ser... desagradáveis, e eu sinceramente espero que a sua seja a mais desagradável possível. Boa sorte em tentar fugir, você vai precisar dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixe seu comentário para eu saber como ficou.
Então gente, falta um mês para o Enem, UM MÊS!!!! E eu estou, literalmente pirando.
Já comecei a escrever o próximo capítulo, mas ele será postado apenas depois do Enem. Se eu tiver algum tempo livre e conseguir adiantar a história, posso postar antes, mas por enquanto vai ficar assim mesmo. Odeio esse Enem destruidor de vidas, mas tenho que fazer, por isso ta mais puxado. Espero que entendam e não deixem de acompanhar. Um grande beijo.



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