De Janeiro a Janeiro escrita por Arii Vitória


Capítulo 11
Capítulo 10 "O pior encontro"


Notas iniciais do capítulo

HEY, HEY, HEY!
Eu disse que não iria demorar, agora vocês vão ter de que ler. hahaa. :)
Também não irei enrolar, vocês sabem o que fazer!
Nos vemos lá em baixo.



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Narrado por Vivi.

—Você vai mesmo sair com ele? –já era a segunda vez que Bia me perguntava aquilo, só naquele dia, e ele mal havia começado.

—Você não está mesmo com medo de entrar nesse colégio hoje? –perguntei de volta, fazendo-a rolar os olhos.

—Por que eu estaria?

—Sei lá, talvez porque todo mundo vai estranhar em te ver aqui hoje, Janu com certeza acha que você foi expulsa. Mas graças ao Duda não vamos ter de que nos separar!

—“Graças ao Duda” com certeza aquele babaca já deve ter espalhado para todo mundo que me ajudou, então eu não tenho que me preocupar.

—Você é tão dramática Bia. –eu disse a ela, que me encarou como se eu fosse idiota.

—Você sabe que Janjão não é um cara legal, então depois você vai ir correndo pra mim, e não reclame quando eu dizer “eu te avisei”. –Bia disse, me irritando novamente.

—Isso Beatriz! Estraga mesmo minhas expectativas, obrigada por me apoiar e achar que eu tenho que dar uma chance ao garoto mais galinha da escola.

—Você ao menos se ouve? 

—Ai, não fala mais comigo, tá? –eu disse, me afastando-me dela e daquela ideia em que Janjão só iria me usar.

Tá, eu sabia que provavelmente não viraríamos namorados, e que logo ele estaria com outra garota, mas qual o problema de eu ser um pouco mimada por um garoto tão bonito como ele? Todas gostariam de ter uma chance com ele!

—Depois eu que sou a dramática. –ouvi Bia dizer, mas então encontrei as lideres de torcidas. Janu estava entre elas e assim que eu cheguei perto, já a ouvi dizer:

—O que aquele Bia está fazendo aqui? Ela não foi expulsa? –perguntou a loira de cabelos curtos.

—Com certeza ela implorou a diretora para repensar, você sabe que ela bem que faria isso... –Débora disse concordando com a Janu.

Bia estava enganada em relação ao Duda, ele não tinha contado nada para ninguém sobre ter a ajudado. Então, talvez, eu devesse dar uma chance ao Janjão também!

O procurei com o olhar, ele estava na cantina, não muito longe dali, e o peguei me observando, sorri para ele e em seguida o sinal tocou anunciando o início das aulas.

(...)

Ele estava quinze minutos atrasado, havíamos marcado as sete da noite, mas eu estava tão nervosa que me olhava no espelho de minuto á minuto apenas para checar meu visual e ter certeza que eu não aparentava estar tão tensa quanto eu realmente estava.

Quando eu fui dar uma olhada no meu reflexo pela decima terceira vez, a campainha tocou, respirei fundo e abri a porta.

—Oi. -eu disse com um sorriso ensaiado, mas não deparei apenas com Janjão, como também Duda ao seu lado. -Para os dois! -continuei.

—Não tem problema se o Duda for, né? -ele perguntou, olhei para o Duda que também não me parecia nem um pouco contente em estar ali, logo percebi que meu encontro romântico tinha ido por água a baixo antes mesmo de começar. 

—Claro que não. -menti, saindo de casa. -Mas para onde vamos?

—Eu não fiz planos, imaginei que você tinha pensado nisso.

—Por que? -perguntei.

—Ah, as meninas costumam fazer isso!

—Eu não sou qualquer menina. -eu disse, logo de uma vez e o encarei.

—Devíamos ir a lanchonete, não que eu goste de ficar de vela, mas hoje tem a promoção do hambúrguer. -Duda quebrou o clima.

—Não que eu me importe, mas o que você está fazendo conosco? Tá tão difícil assim superar a Janu?

—Claro que não. Mas saiba que as garotas acham que eu estou ficando com aquela sua amiga revoltada. Eu só vim com o Janjão porque prefiro ele ao meu pai. 

—Amiga revoltada, é?! -eu ri. Pois algo me dizia que ela era muito mais que minha amiga revoltada para ele.

—Por que você anda com ela? Você sabe, ela é bem esquisita. -Janjão disse.

—Não seja babaca, cara. -Duda disse a ele, e pela primeira vez adorei o fato dele estar com a gente.

—Você não a conhece! -eu disse a Janjão, o achando inconveniente.

—Não é necessário, ela é... bem....

—Ela tem o jeito dela. Vocês são tão estranhos...

—Vai ficar defendendo a amiguinha agora? -Janjão soltou.

—Ela tem o jeito dela, e mesmo que seja diferente, é só dela, e isso é o máximo. As pessoas se preocupam demais com o que os outros vão pensar, e se esquecem de viver do jeito em que elas se sentem bem. A Bia não é assim, e eu admiro isso nela!

—Eu também, gata. Eu também. -Janjão disse, e em seguida passou o braço ao redor de mim, eu sabia que ele não entendia, mas ainda assim senti meu coração disparar quando ele me tocou.

(...)

Ele acabou falando mal da Bia mais uma vez, e Duda a defendeu meio sem jeito, já que eu fiquei em silêncio e o afastei de mim. Mas só caiu a fixa mesmo quando eu o vi olhando para a bunda da garçonete que nos atendeu, mas assim que ele reparou que eu vi a cena, ele pegou na minha mão. Mas eu retirei minha mão e o encarei feio.

—Quer saber, eu vou embora. -falei, me levantando em seguida.

—O quê? Não, espera Vivi!

—Olha, eu não quero ser mais uma das garotas que você usa, coloca o nome na sua listinha e depois joga fora, tá?! Eu achei que seria ao menos divertido sair com você, mas nem isso, poxa. Saiba que um dia você olhará para si mesmo e vai perceber o otário que é, porque não vai ter ninguém ao seu lado. Nem mesmo o Duda! -eu disse, de saco cheio daquele encontro. Ele apenas me olhou com desprezo, e eu vi Duda sorrir antes de me virar e ir para casa.

É claro que eu não iria contar nada para a Bia, principalmente porque não queria ouvir um “eu te avisei”, mas também por me sentir horrível, eu sabia que seria mais ou menos daquele jeito, então porque não ouvi minha melhor amiga?

Entrei pela porta de minha casa, disposta a ir para cama e dormir. Mas, então ouvi a voz:

—Filha...

Era meu pai, o mesmo que eu não via a quase um mês depois de ir embora sem ao menos se despedir. 

—O que está fazendo aqui? -uma raiva tomou conta de mim, tanto pelo encontro péssimo com Janjão quanto por ver meu pai que me abandonou, ali. Mesmo que parte de mim estivesse com tanta saudade.

—Viviane, posso falar com você?

—Não. -gritei e em seguida sai novamente, batendo a porta com força.

Comecei a andar sem rumo, quando sem perceber eu estava na praia, já chorando, como uma idiota. Vi um grupo de garotos lá perto, mas não me importei, estava tão cansada. Quando de repente alguém me cutucou:

—Você está chorando? -era Samuca, é claro, ele sempre aparecia naqueles momentos. -Olha, é melhor sairmos daqui, aqueles caras parecem barra pesada. –ele falou, me puxando dali, afinal já estávamos perto das nove da noite.

—O que está fazendo aqui? Trabalhando até essa hora?

—Você estava chorando? -ele respondeu com outra pergunta, enquanto caminhávamos juntos.

—Meu pai voltou, e eu sai com o Janjão.

—Com o Janjão? Até eu sei que isso é babaquice. -ele comentou.

—E você está certo.

—E seu pai?

—Está na minha casa, e eu não pretendo voltar pra ela enquanto ele estiver. 

—E vai ficar na rua? -ele perguntou achando graça no meu drama.

—Eu não tenho para onde ir! 

—Viviane. Logo você, me dizendo que não tem para onde ir?

—É nessas horas que percebemos que não temos tantos amigos assim, e se eu for pra casa da Bia ela vai me encher de “eu te avisei”.

—Bem, tem uma vaga lá em casa. -ele disse e eu olhei imediatamente, ele erguia as sobrancelhas, mas aquela foi a primeira vez que eu senti vontade de beija-lo. E como eu não tinha mesmo nenhum outro lugar...

(...)

Assim que entrei pela porta da casa do Samuca, vi Binho, um dos nerds da minha sala sentado no sofá jogando vídeo-game, mas ele pausou o jogo quando me viu, e daí gritou:

—RAFA! RAFA! VEM AQUI AGORA, VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!

Rafa chegou na sala correndo, e arregalou os olhos ao me ver com Samuca.

—Ele trouxe uma garota, aliás, ele trouxe a Vivi! -Binho disse como se eu e Samuca não estivéssemos presentes. 

Comecei a rir imediatamente, mas Samuca ficou vermelho.

—Ela vai ficar com a gente por um tempo. -Samuca avisou e eu apenas dei de ombros quando os dois olharam para mim.


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Notas finais do capítulo

Esses garotos hahahahaa.
Aceito comentários, tá?! :)
Beijões!



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