De Janeiro a Janeiro escrita por Arii Vitória


Capítulo 10
Capítulo 9 "A Reunião de Pais e Mestres"


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei muito para trazer esse capítulo, mas eu tenho explicações: meu notebook parou de funcionar, e eu perdi tudo que tinha nele :( Então demorou um pouquinho para eu arrumar outra forma de trazer os capítulos, mas depois de todo esse tempo, eu consegui!
Espero que não desistam da fic por causa da minha demora, a partir de agora vou postar mais rápido.
Enfim, Let´s Go!



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Lembro-me de correr até minha casa, e quando cheguei, me tranquei em meu quarto após bater a porta com toda a força que consegui. Imagino que minha mãe, ao ouvir o barulho da porta batendo, veio até o quarto para saber o motivo daquilo, mas depois disso eu não ouvi mais nada, simplesmente peguei minha guitarra e a toquei o mais alto que eu conseguia. Não parei por um segundo, porque se parasse eu iria começar a pensar, e era aquilo que eu queria evitar: meus pensamentos. 

Devo ter ficado horas e horas só assim, não senti vontade de ir ao banheiro ou comer, quando eu parava de tocar para descansar as mãos por alguns segundos, logo ouvia minha mãe gritar: "Ela parou! Bia, está tudo bem?", mas em seguida eu continuava a tocar. Sei que depois de algumas horas Vivi também estava ali. Mas eu toquei até parar por alguns instantes, deitar-me na cama e adormecer de vez.

Acordei com uma enorme dor de cabeça. Devo ter dormido por muitas horas porque acordei confusa, me perguntando onde eu estava, e isso nunca acontecia. A batida na porta foi o que me acordou para a vida, me levantei e destranquei a porta.

—A diretora ligou. –minha mãe começou sem dizer mais nada. –Eu não sei o que foi que você aprontou dessa vez, mas já foi resolvido. Ela disse que após algumas conversas, anulou a sua expulsão. Mas nós duas teremos que ir na reunião de pais e mestres hoje, aliás já estamos atrasadas.

—Como? –perguntei, não entendendo absolutamente nada; eu não estava mais expulsa?

—Eu também não entendi, afinal, você não gosta de desabafar, apenas de guardar tudo para si mesma, junto com essa guitarra. Viviane dormiu aqui noite passada, não sei como nós duas conseguimos dormir, mas ela conseguiu, e bem... ela está bem chateada por você não dividir seus pensamentos com ela.

—A diretora me expulsou, mãe. Na frente de todo mundo, dizendo coisas não muito legais... Como ela simplesmente voltou a trás? –perguntei curiosa sobre o assunto. 

—Ela disse que pretende conversar conosco separadamente, e explicar a situação.

—Eu não quero ir, não mesmo.

—Olha só, Beatriz, esse é um dos melhores colégios da região, e não vou te forçar a permanecer nele depois do pouco que ouvi da Vivi ontem, mas acho que você deveria ao menos ouvir a diretora.

Ela tinha razão, eu sabia que tinha. Então logo me dirigi ao banheiro, no banho, comecei a pensar, eu tinha sido expulsa e depois Duda tinha me usado para fazer ciúmes em Janu, me beijando. Como eu o odiava!

Assim que acabei de fazer minhas higienes, minha mãe começou a me chamar para irmos a escola resolvermos de uma vez por todas essa situação. Ela pediu para que eu a esperasse na rua, enquanto tirava o carro da garagem, ela odiava dirigir e fazia isso de maneira horripilante, mas como era a opção mais rápida eu nem reclamei. 

—Biazinha! -minha vizinha que adorava uma boa fofoca, Dona Maria, já estava lá quando saí de casa. -Que barulhada era aquela dessa madrugada? -ela comentou como quem não queria nada. 

—Me desculpe Dona Maria. Minha guitarra tem vontade própria, e ás vezes ela implora para ser tocada. -inventei a desculpa, Dona Maria me olhou como se eu fosse louca, mas depois ignorou minha resposta e continuou: 

—Espero que isso não se repita, sou uma senhora que gosta muito de dormir. 

—Não vai. -dei um sorrisinho para ela, mas assim que ela se virou eu revirei os olhos. 

(...)

A reunião de pais ainda não tinha começado quando eu e minha mãe chegamos a escola e havia muitos pais com expressões preocupadas ali.

—Oi Beatriz –virei-me para trás imediatamente ao ouvir a voz masculina. Mas era apenas o Samuca, com um sorriso no rosto se diferenciando de todos ali. 

—Oi Samuca. O que faz aqui? -perguntei, já que não era muito comum alunos irem nas reuniões de pais.

—Mais uma das consequências de morar sozinho, eu tenho que vir nas minhas próprias reuniões. 

—Ah... -eu disse, um pouco curiosa em relação a vida independente de Samuca, mas não iria me intrometer. —E você? -ele perguntou, mas nem se quer me deu a chance de responder: -Deixe-me adivinhar: Você foi expulsa e veio conversar com a diretora sobre isso? 

—Exatamente! Como você sabe? -perguntei, mas logo em seguida me lembrei que ele era morava com o Rafa. 

—As paredes tem ouvidos aqui. -ele respondeu, me fazendo assentir com a cabeça, só depois percebi que ele não estava com o seu violão, o que era raro. 

—Não vai tocar hoje? 

—Ah, não. Com todo esse sol lá fora... 

Fomos interrompidos, quando a diretora se aproximou-se e disse que os pais já poderiam entrar, pois a reunião aconteceria na quadra, em seguida ela se aproximou de mim discretamente. 

—Se importa em esperar um pouquinho, assim que a reunião acabar converso com você. Sua mãe já pode entrar para participar. -ela falou e eu fui obrigada a concordar.  

—Nos vemos por aí, Bia! -Samuca se despediu, e foi para a quadra com todos aqueles pais e a diretora. 

(...) 

Me sentei em um banco, esperando que a reunião acabasse logo, após dez minutos ouvi passos vindo em minha direção. Olhei para ver quem era, mas me arrependi no mesmo momento: era o Eduardo. Como ele tinha coragem de aparecer assim depois de tudo? 

—E ai, Bia. Eu estava esperando meu pai no carro, e te vi aqui... -ele disse, mas eu apenas me virei para o outro lado, não conseguia nem se quer olhar para sua cara de pau. -Quantos anos você tem? Cinco aninhos? -ele perguntou, mas eu decidi não responder, seria perca de tempo. 

—Por acaso, você sabia que foi por minha causa que você não foi expulsa? Eu tive que ir lá conversar com a diretora, e por sorte, ela me ouviu. Então, de nada!

—Você espera mesmo que eu te agradeça? -me levantei e olhei para ele de uma vez por todas. -Eu não quero nada de você. Se quiser, pode dizer a diretora que se arrependeu ou sei lá. Você acha que é só estalar seus dedos que pode resolver tudo, mas comigo não é assim, você me usou! 

—Eu não vi a Janu. -ele disse como se estivesse farto de discutir comigo. -E foi só um beijo, pelo amor de Deus!

—Você é um idiota mesmo!

—É incrível, você sempre tem que estar certa não é? Mas eu não vou ficar aqui escutando você me ofender. 

—Tem alguém te segurando? -perguntei apontando diretamente para o portão do colégio. Ele virou-se e foi em direção a ele.

—Mal agradecida! -gritou antes de sair pelo portão. 

—Filhinho de papai! -gritei de volta, novamente me explodindo em raiva.

(...) 

Logo a reunião acabou, e a diretora me chamou para sua sala, me sentei na cadeira de frente para sua mesa e ela começou a falar: 

—Vou ser sincera com você, quem esteve aqui ontem foi Eduardo Almeida Campos, um de seus colegas de classe, e ele me esclareceu toda a história. -ela foi contando, mas eu a interrompi: 

—Eu gostaria que a senhora ignorasse as coisas que ele disse, eu fiquei sabendo que ele pediu para que eu voltasse ao colégio, mas ele... -eu era orgulhosa o bastante para permitir que eu estivesse ali só por causa dele. 

—A senhorita não devia pedir isso, se eu o ignorasse certamente você nem estaria aqui, por sorte eu o ouvi.

—O que foi que ele disse? -perguntei, de repente querendo saber. 

—Que não foi sua culpa, que na verdade, era culpa dele, porque ele começou a intriga, em qualquer outra ocasião teríamos dado uma advertência para ele, mas o próprio foi corajoso em esclarecer tudo diretamente a mim, então deixamos para lá. Ele inclusive disse que sabe que você se mete em muitas brigas, mas que "você não é a vilã da história", palavras dele! 

—Então você suspendeu mesmo minha expulsão? 

—Sim, pode voltar as aulas normalmente, eu peço desculpas pelo mal entendido. -ela deu o fim a conversa, levantando-se e me encaminhando até a porta. Acho que ambas sabíamos muito bem que não era um simples "mal entendido", mais um Almeida Campos tinha seus privilégios, e se um deles me queria no colégio, certamente teria, e eu teria que abandonar meu orgulho e aceitar aquilo. -Peça sua mãe para entrar, por favor. -ela pediu por fim. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Prometo que os próximos capítulos saíram rápido e melhores.
Por favor, não deixem de comentar para que eu saiba quem ainda está lendo a história.
Beijões! :*



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