[Frisk P.O.V]

        Estava exausta e ferida depois de uma árdua batalha, Chara era realmente muito superior a mim, não havia muito que fazer naquele momento para derrotá-la, mas eu persistia e continuava a lutar com ela tentando acertá-la e ela sempre bloqueava, e ela me atacava, conseguindo acertar alguns golpes, eu realmente não tinha grandes chances conseguir, mas não desistiria tão fácil.

        — Por que não desiste logo? — Ela correu em minha direção fazendo sua faca novamente brilhar para tentar me acertar, eu segurei a minha com as duas mãos e bloqueei o golpe dela, porém com a mão livre ela me acertou um soco na barriga que me fez cambalear para trás com falta de ar.

        Ela me acertou um chute me fazendo cair sentada no chão, deixando minha faca cair um pouco longe, ela caminhava em minha direção, então ia desferindo um golpe no meu rosto, parando alguns milímetros da minha pele, vendo o corpo de Chara brilhar em azul.

        — O… O que? — Chara começou a levitar e então foi arremessada várias vezes contra as paredes, o chão e o teto, até ser jogada para o fundo da sala batendo com força contra a parede.

        — Você ta bem pirralha? — Senti alguém tocando meu ombro, quando olhei, era Sans, ele desceu o olhar por todo meu corpo, possivelmente vendo meus ferimentos, até se assustando um pouco. — Desculpe a demora, come isso.

        — Sans… — Eu disse baixinho, ele jogou pra mim um bife que tinha o formato igual o rosto de Mettaton, então comecei a comê-lo, aos poucos sentindo meus ferimentos doerem menos.

        — O que está fazendo aqui seu saco de ossos inútil? — Chara se levantava, sem qualquer ferimento.

        — Não tenho mais ódio no meu corpo Chara, era de doer os ossos. — Sans caminhava lentamente em direção a oponente.

        — Então veio buscar seu fim aqui, comediante? — A garota apontou a faca para Sans, fazendo ela brilhar novamente.

— Cansei do seu joguinho Chara… Está um belo dia lá fora, pássaros cantando flores desabrochando, em dias como esses, crian... Não... Coisas horríveis como você... — O esqueleto estendeu a palma da mão fazendo aparecer um coração amarelo feito de energia, ele fechou os olhos segurando o mesmo, os abrindo novamente agora com um olho amarelo e outro azul. — Deveriam queimar no inferno.

— Hmph… Veremos. — Chara e Sans se colocavam em posição de batalha, encarando um ao outro.

*Sans se enche de JUSTIÇA

*Chara se enche de DETERMINAÇÃO

        Chara correu com um sorriso psicopata na direção de Sans soltando uma daquelas suas risadas, o esqueleto não se moveu, apenas levantou uma das mãos fazendo dezenas de ossos brotarem do chão embaixo da garota, essa que pulou e conseguiu desviar por pouco, no momento do salto dela Sans fez aparecer um Gaster Blaster na frente dela disparando um raio de energia, Chara tentou se defender com sua faca, mas acabou sendo atingida e arremessada metros atrás.

        — Você ficou um pouco menos previsível. — A garota se levantou novamente, mantendo aquele sorriso no rosto.

        Então Chara voltou a correr em direção ao seu oponente, Sans levantou a mão fazendo novamente saírem mais ossos do chão, a garota saltou um pouco mais baixo, ficando em cima de um deles, quando o Blaster apareceu ela saltou em cima dele saltando em direção a Sans preparando um ataque, o esqueleto apontou a mão para ela fazendo ela brilhar em azul, deixando a faca dela cair. Então Sans levanta o braço fazendo Chara voar até o teto e se chocar contra ele, então vários ossos saíram de lá e atravessaram o corpo da garota.

        — Acho que acabou… — Ele se virou vindo até mim, acariciando meus cabelos, eu sorri ficando de pé, ele olhou de lado por um momento. — Escuta, eu...

        — Não precisa diz… — Parei de falar quando uma faca passou do lado do meu rosto, me riscando na bochecha e acertando a parede, quando olhei Chara estava de pé virada em nossa direção.

        — Ainda não acabou, está apenas começando. — Ela mantinha o sorriso psicopata em seu rosto, com a faca em sua mão. — O que foi saco de lixo ambulante? Venha e tente me matar.

        — Bem… Vamos lá. — Sans se virou para Chara, recomeçando aquela batalha.

…

        Depois de um longo combate, se encontravam naquele lugar, de um lado Chara, de pé, sem qualquer ferimento dos ataques que Sans havia lhe dado durante a luta, e do outro Sans, exausto e ofegante. Tentou lançar alguns ossos na direção da oponente, que foram facilmente esquivados.

        — Porquê nada funciona? Eu estou com a alma... — O esqueleto perguntou para si mesmo.

        — Você ainda não entendeu? — Ela deu algumas risadinhas, agora ficando um pouco mais séria. — Monstros não podem me matar, não mais.

        — O que? Então… — Ele olhou para mim, voltando a olhar para Chara logo em seguida.

        — Eu estava vendo até onde aguentaria lutar com essa alma humana, foi bem longe… Mas contra mim, é inútil. — Ela correu em direção a Sans que lançou alguns outros ossos contra ela, que acertou com sua faca e eles se quebraram.

        — Sans! — Eu gritei pegando a faca que Chara jogou em mim antes e corri na direção dele para tentar protegê-lo, ele olhou pra mim levantando sua mão em minha direção me fazendo ser jogada para trás.

        — Morra! — Sans havia invocado vários ossos que atravessaram quase todo o corpo de Chara, mas isso não impediu que ela acertasse o ataque cravando a faca nele.

        — Não! — Gritei sentindo meus olhos se lacrimejarem, mais um que tentou me proteger e está morrendo como consequência disso, ele virou seu rosto lentamente na minha direção.

        — To torcendo por você... Pirralha… — Pude ver o corpo dele começando a se tornar pó, senti uma mão tocando meu ombro, antes que eu pudesse ver quem era, eu já não estava mais lá.

        — Pode fugir Frisk, nem preciso te procurar, por que sei que você vai vir até mim cedo ou tarde. — Chara saiu dos ossos que Sans a acertou, dando uma risada psicopata, caminhando em direção a saída do Laboratório.

…

[Casa de Sans e Papyrus, Snowdin]

        Reapareci na casa, tomando um pequeno susto de ter ido parar lá de repente, quando olhei pro lado para ver quem tocava meu ombro, vi uma pessoa bem mais alta do que eu que usava preto, seu rosto era branco, seu corpo às vezes se destorcia. Eu me sentei no sofá um pouco assustada considerando que nunca tinha o visto.

        — Não se preocupe pequena, eu não tenho a intenção de machucar você. — Isso me deixou um pouquinho mais calma. — Pode me chamar de Gaster.

        — Por quê me trouxe aqui? — Minhas lágrimas escorriam pelo meu rosto lentamente.

        — Naquela situação Chara iria te matar sem você ter a menor chance. — Ele se aproximou de mim, enxugando minhas lágrimas. — Não chore você ainda pode consertar tudo.

        — E como? Eu não posso vencê-la, monstros não podem fazer nada contra ela, tudo vai acabar e é tudo culpa minha. — Me deitei de cara no sofá.

        — Não… A culpa é minha, por anos tentando voltar, sair daquele limbo eterno, acabei corrompendo as linhas do tempo, finalmente eu consegui, mas trouxe Chara comigo de alguma forma... Mas você é quem pode realmente consertar meus erros. — Eu me virei o olhando. — Com sua Determinação, você pode derrotar Chara, fazer o reset e tudo vai voltar a ser como era, eu dei a alma humana para Sans para ele vencê-la, mas eu não podia prever que monstros não podem matá-la, nem sequer feri-la.

        — Mas eu não posso vencê-la, eu quase morri, se não fosse Sans… — Coloquei as mãos sobre meus olhos para não chorar, dando um suspiro.

        — Agora não é hora pra desistir queridinha! — Escutei aquela voz robótica familiar, quando abri os olhos vi que era Mettaton. — Nós ainda acreditamos em você, arrasa com aquela pestinha.

        — É… Ganha dela… — Napstablook estava do lado dele, com um pequeno sorriso.

        — Afinal… Er… Humanos são determinados, não são? — Alphys surgiu vindo da cozinha, tudo que pude fazer foi correr pra abraçá-la.

        — Você não sabe como é bom te ver. — A soltei vendo seu rosto um pouco corado, sorri.

        — Er… Também é bom te ver… — Olhei para todos, eles sorriam, confiavam em mim, eu não podia desistir ainda, mesmo que tudo pareça impossível.

        — Pessoal, obrigado, por vocês, não… Por todos do subsolo, eu irei lutar. — Respirei fundo, pensando em Chara, e em todos aqueles que ela matou.

        — É assim que se fala garota. — Mettaton encostou seu punho no meu. — Nós vamos te ajudar no que precisar.

        — Não quero botar vocês em risco, apenas fiquem seguros. — Encarei o chão. — Chara deve estar indo matar Asgore.

        — Ela não vai poder sair do Subsolo enquanto você estiver viva, por isso ela precisa te matar. — Cocei o queixo, pensando.

        — Bem… Preciso me preparar para enfrentá-la.

…

[Nova casa, Castelo de Asgore]

        O jardim do castelo do rei estava belo como sempre, mas naquele momento Asgore estava sentado em seu trono, olhando para a entrada que a qualquer minuto, o humano que caiu no subsolo poderia entrar. Agore acreditava que ele era o único que podia impedir os avanços da criança, até que finalmente, Chara chegou.

        — Vo… Você… Minha filha… Eu… — Asgore se levantava e antes que pudesse fazer qualquer coisa, Chara o interrompeu.

        — É uma pena não é papai? Chegarmos a esse ponto. — A garota empunhava a faca, com aquele sorriso para o Rei.

        — Chara, por que fez tudo isso? — Asgore olhava para ela com uma expressão séria um pouco triste.

        — Isso não importa, apenas pegue sua arma e lute para que seu fim seja digno. — A arma da garota brilhou, se colocando em posição de batalha.

        — Eu não vou lutar com você. — Asgore deixou sua lança cair no chão.

        — Vida longa ao rei… — Chara partiu para cima de Asgore.

…

*Seus amigos acreditam em você. Isso te enche de DETERMINAÇÃO