The Game of Life escrita por anabfernandes8


Capítulo 7
Capítulo 6 - Deveres de um vencedor


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu povo bonito. Como vocês estão? Como prometido, um mês depois estou aqui com um novo capítulo. Quero agradecer a todos que estão junto comigo pela paciência. E espero de coração que vocês estejam gostando, por que esse é um sonho que estou realizando. Boa leitura, e nos vemos nas notas finais. :*



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Acordei, tendo aquele breve momento em que você se sente perdida no tempo e espaço. Hum, eu estava no The Game e minha vida tinha virado uma bagunça completa de meias verdades e sonhos estranhos. Ok, hora de levantar e tentar encarar mais um dia de merda.

A chegada ao refeitório não foi nada diferente do esperado. Algumas pessoas estavam lá, outras não. Coloquei minha comida no prato, peguei meu suco e fui sentar-me ao lado de cabelos chocolates versão feminina. Ela estava comendo avidamente, como previsto, muito concentrada em seus pratos. Sim, pratos. Ela estava com seis deles, todos com comidas diferentes. Kami.

— Ah, oi, Ino. Que bom que você chegou. Shika e Narutinho ainda não apareceram. Isso parece estranho para você tanto quanto é para mim?

Dei de ombros, começando a comer tranquilamente. As pessoas não chegavam sempre no mesmo horário, então eu não estava nenhum pouco preocupada. Além do mais, eles dois tinham suas próprias vidas e eu sabia que podiam muito bem cuidar delas sozinhos, sem nenhum tipo de preocupação por minha parte. Meu humor estava indefinido hoje e tudo o que eu menos precisava era ficar cuidando de alguma outra vida além da minha. Já estava difícil o suficiente.

— E aí, cunhada. - Uma mão encostou em meu ombro e a pessoa sentou-se ao meu lado. Olhei, minha raiva começando a borbulhar dentro de mim. Kami, qual era o problema dessas pessoas com o toque? Por que precisam tocar em cada oportunidade que achavam que tinham? Avistei uns cabelos vermelhos em minha rápida conferida na pessoa ao lado, e agradeci internamente que não eram fios marrons. - Eu sou Sabaku No Gaara. Desculpe não ter me apresentado antes, só que não sabia que tínhamos alguma relação.

— Não. Me. Toque. - Retirei sua mão com um tapa, evitando o contato visual, e ele fez um barulho como quem está se divertindo. - E não temos nenhuma relação.

— É claro que temos. - Encarei-o, minha feições duras perante a insistência desse homem. Ambas as mãos dele foram para a cabeça e ele abriu um sorriso relaxado. - Você era namorada do meu irmão. Eterna cunhada.

— Eu não conheço seu irmão. - Bufei, voltando a olhar para a minha comida, e me perguntando por que perdia meu tempo com coisas tão estúpidas.

— Como não? Ele é seu treinador agora. O Kankuro. Vocês se viram ontem. Não se lembra? - Kami! Não. Não. Isso não estava acontecendo. Tudo isso era uma grande mentira. Eu nunca tinha tido um namorado. Era impossível. Kami, por favor, faça isso ser mentira. Não, não, não.

— Participantes. - Cabelos cinzas apareceu mas não ousei levantar meu olhar da comida. Seu aparecimento, sempre aliviante, dessa vez não provocou nada em mim. - Peço que, por favor, se levantem e encaminhem-se para a sala de deveres. Sigam-me.

Nunca levantei tão rápido em toda a minha vida. Quase corri para alcançá-lo e fugir do momento que havia ocorrido antes. Namorado? Sério? O destino estava fazendo um jogo comigo, era isso?

Cabelos cinzas não demorou muito a chegar e abrir a porta de uma sala, na qual entrei rapidamente. Logo avistei o Nara sentado em uma das primeiras cadeiras. Nada muito grande, essa sala pelo menos. No máximo umas quinze cadeiras, sendo que nem todas seriam usadas obviamente. Joguei-me na primeira fileira, tentando colocar meus pensamentos em ordem. Os outros não demoraram a entrar e rapidamente todos estavam acomodados, o que fez com que o homem que estava a frente tossisse.

— Olá, todos. - Os cabelos dele eram negros, e agradeci a Kami pela segunda vez. Ainda bem que não eram marrons. - Eu sou Sarutobi Asuma e estou aqui para algumas dicas. Como todos sabem, ou deviam saber, todos os vencedores do The Game trabalham no clã Sarutobi.

Ah, o clã Sarutobi. O imponente clã Sarutobi. Aquele que tudo controla. O que está no topo, podendo fazer o que quiser com quem quiser. Foda-se, eu já odiava esse cara com todas as minhas forças. Afinal, era meio que impossível não odiar uma pessoa que só se preocupava com seu próprio umbigo enquanto milhares de pessoas viviam em um estado deplorável num local totalmente fora do limites de qualquer clã.

As próximas duas horas se arrastaram em um misto de ladainha e deveres. Se você ganhar deve fazer isso, deve assinar papéis, deve fazer aquilo, deve lembrar-se de que é apenas um subordinado, e mais blá. Por que eu estava tendo essa aula mesmo? Porque do jeito que eu estava, estava bem claro para mim que seria a primeira a morrer. Suspirei, odiando ficar sem nada para fazer. Fechei os olhos por um momento, tentando pensar em qualquer tópico que me livrasse dessa pessoa falando. Engraçado. Agora que parei para pensar nisso, eu não conseguia ouvir nenhuma voz. Quero dizer, nenhum mínimo som. Nem mesmo o da minha própria respiração.

Engraçado. Parece que o mundo ao meu redor está vermelho, mas um minuto atrás, não, segundos atrás, ele estava meio cinza. Abri meus olhos, e tudo ficou claro demais, branco demais… Que luz cegante é essa? Kami, onde eu estou?

Um zumbido leve ao fundo me fez olhar para trás, mas não havia nada. Só muita luz e muito brilho… E… Onde eu estou? E o mais importante no momento… Quem sou eu?

***

— Yamanaka? Você consegue me ouvir? - A voz chegou até mim em um nível baixo, mas mesmo assim torci o rosto, ou achei que tinha torcido devido à menção ao maldito sobrenome. Novamente isso?

Abri meus olhos, pronta para ficar momentaneamente cega com a claridade. Mas não foi o que aconteceu; a sala em que eu me encontrava estava meio escura, sem quaisquer luzes artificiais.

— Ino. Me chame de Ino. Nada de sobrenomes aqui. - Consegui sentar e percebi que quem estava falando comigo era nada mais nada menos do que o próprio Hio-Sama, encostado numa parede ao lado da maca em que eu estava. Os braços cruzados sobre o peito e os pés cruzados, enquanto assumia um semblante sério e concentrado.

— Bem, Yamanaka, você se lembra o que aconteceu? - Suspirei, contendo minha boca só porque era ele. Eu devia respeito a alguém que estava em uma posição “superior”, certo?

— Diga-me você o que aconteceu. - Encarei-o de cabeça erguida, sendo educada e formal ao respondê-lo, mas não me importando de encará-lo com um pouco de ousadia.

— Olhe aqui, Yamanaka…

— Ino.

— Yamanaka. Seu sobrenome é Yamanaka. - Ele desgrudou da parede e se aproximou da maca, sua expressão passando de chateação para serenidade em um instante.

— Eu não tenho um sobrenome.

— Eu não me importo com o que você acha que tem ou não. Todos os outros podem te chamar de Ino, mas para mim você é Yamanaka. Você sempre será Yamanaka. Você está aqui representando o seu clã. Entendeu?

O quê? Quem ele achava que era para… Cerrei meus lábios com a maior força que consegui. Não. Eu não vou desacatá-lo e dar a ele a chance de acabar com a minha vida ainda mais.

— Tudo bem, você ganhou, eu não estou nem aí, chame-me do que quiser. O que estou fazendo aqui e por quê?

— Agora sim estamos na mesma sintonia, Yamanaka. - Descruzando os braços, ele começou a andar de um lado para o outro, um passo por vez, calmamente. - Você desmaiou. Não sabemos o que aconteceu, e por isso contávamos com a sua memória. Mas vejo que, se nem você sabe o que aconteceu, que tal deixarmos isso de lado? Já que temos outros assuntos mais importantes que estão pendentes. - Assuntos importantes pendentes? Como assim? Que tipo de assuntos eu tinha com ele? Quero dizer, que tipo de assuntos ele poderia querer com alguém como eu?

— Que assuntos? Eu não…

— Eu falo aqui, Yamanaka. Você só precisa ouvir. - Hio-Sama se aproximou calmamente, calmo até demais, até que seu dedo indicador estava apontado diretamente para o espaço entre meus olhos. - Eu vou dizer isso e eu não vou ser sutil com você só porque está parecendo um ratinho assustado. Você cometeu uma infração há cinco anos atrás e é por isso que você está aqui hoje. Você está sendo penalizada pelo que fez, e pelas consequências disso, assim como seu parceiro Sabaku No Kankuro. Ambos tiveram culpa pelo que aconteceu e então é por isso que ambos estão nesta edição do The Game. Você entendeu? Isso não é um mero acaso como parece. Localizamos vocês, por mais que tentaram se esconder e aqui estão vocês. Por que…

— Do que você está falando? Eu não entendo nenhuma palavra que está saindo de sua boca. De que diabos você está falando? Eu e quem? Penalizada pelo que exatamente? Por viver no Mercado Inferior, a margem da socie…

— Eu não acabei de falar, cale-se. - Minha boca se abriu em um O perfeito e congelei. O que era isso? Ele estava me repreendendo? Eu não fiz nada, por Kami.

— Como eu estava dizendo, você está aqui para provar que mesmo aqueles que descumprem a lei um dia são punidos por ela. Então, no momento em que se perguntar por que está aqui novamente, diga a si mesma: Eu errei e estou pagando pelo meu erro. Isso é tudo. - Ele cruzou novamente os braços, e se encaminhou até a porta. Ele estava indo embora? Não, não, isso não ia ficar assim. Não me importo se vou ser expulsa, ou morta, minha cova já está cavada de qualquer forma.

— Você, volte aqui. Se você acha que vai apenas jogar todas essas coisas em cima de mim e esperar que eu fique calada, então você não me conhece. Quero dizer, de qualquer forma você não me conhece mesmo, então não faz diferença. Eu estou aqui sim, mas não sei exatamente pelo que eu estou pagando. Eu não fiz nada de errado e se você quer me julgar e se vingar por alguma coisa, vá em frente. Aposto que serei a primeira a morrer. Isso é pagamento o suficiente para a provável penalidade estúpida que transgredi? - Ele estava virado para mim com uma expressão chocada, como se nunca estivesse esperado ouvir palavras como essas. Foda-se, isso era o suficiente para mim. Levantei-me em um pulo, e sai porta afora. Desnorteada, fui para qualquer direção. Eu não sabia muito bem onde estava mas se continuasse andando eu teria que chegar em algum lugar. Qualquer lugar estava bom, eu não estava muito exigente hoje. Só precisava sair dali e esquecer tudo. Tudo mesmo. E não me deixar pensar em nada do que aquele grosso homem tinha dito. Eu não podia pensar naquilo. Pare, Ino. Pare, Ino. Pare…

Ino.

***

— Você está viva? Pode ouvir minha voz? - Uma voz baixa e grave e desconhecida soou ao meu lado, e pisquei, tentando abrir meus olhos.

Minha cabeça estava doendo muito, mas fiz força para vencer essa dor. Estava escuro e aos poucos meus olhos foram se acostumando com o ambiente. Uma forma humana estava sentada ao meu lado, os olhos brilhando de um jeito sombrio e assustador.

Meu coração falhou uma batida, meu medo ameaçando me engolir por causa dessa situação macabra. Sentei-me, já que estava deitada, de frente para a forma estranha que estava no mesmo recinto que eu.

— Estou viva. - Engoli saliva e percebi como minha boca estava seca. Eu precisava dar um jeito de sair daqui.

— É uma pena. - O quê? O medo começou a ganhar mais espaço em meu peito. Eu geralmente não sentia tanto medo, mas aquela aura… - Parece que o destino lhe deu uma segunda chance. Eu lhe salvei desta vez, mas se nos encontrarmos na Arena, você morrerá.

Eu. Precisava. Sair. Dali. AGORA! Fui me levantar, mas algo gelado encostou no meu braço e travei no mesmo momento.

— Eu sei que está com medo, mas não é necessário. Se eu quisesse te ver morta, acredite, você estaria. No momento, apenas descanse. Quer um pouco de água?

— A-aceito. Pode ligar a luz? Por favor?

A coisa gelada me soltou e uma luminária foi acesa. Não era muito, mas pelo menos eu podia enxergar o quarto. E a pessoa. Sob a luz, ela não parecia menos assustadora. Pelo contrário. Seus olhos…

— Sua água. - Ela estendeu um copo para mim e peguei, incerta. Guardei seus cabelos cor de areia, enquanto tomava minha água. - Você pode descansar tranquila. Ninguém irá incomodá-la aqui. Eu tenho algo a resolver, então irei deixá-la sozinha. - Pegou meu copo já vazio e colocou no chão ao lado da cama em que eu estava. Em seguida caminhou calmamente até a porta, e segurando a maçaneta, virou apenas seu rosto de perfil, mostrando que estava falando comigo. Claro que estava falando comigo, só havíamos nós duas ali. - Uma última coisa. - Gelei pelo tom de sua voz, incapaz de respirar por um momento. - Não. Saia. - E então ela saiu porta afora como se nada tivesse acontecido.

Kami. Soltei o ar que estava segurando. Que alívio. Que garota medonha. Kami. Essa foi por pouco. Bem pouco.

Agora, a seguinte questão era: sair ou não sair? O que eu devia fazer? Descanse, dissera cabelos cor de areia. Mas como fechar os olhos sabendo que em algum momento ela voltaria e eu estaria vulnerável? Se eu quisesse te ver morta, acredite, você estaria. Morta. Morta. Eu achava que estaria pronta para este momento, mas está bem claro. Eu não estou. Eu não quero morrer. Não agora. Eu não estou pronta…


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Notas finais do capítulo

E então, o que vocês acharam do capítulo? Comentem se sentirem à vontade para elogios, reclamações e sugestões. Beijos no coração de cada um, e até o próximo capítulo.



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