The Game of Life escrita por anabfernandes8


Capítulo 13
Capítulo 12 - A manhã da primeira luta


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores, tudo bom? Venho aqui com um novo capítulo, dessa vez mais cedo que o normal, aêê, uma semana só, mas faz diferença né, acho que sim para quem está acompanhando. Falando um pouquinho sobre o capítulo, eu descobri hoje que esse capítulo tem 9000 palavras. E é óbvio que eu não ia colocar esse tanto de palavras em um capítulo só, eu pessoalmente acho um martírio tantas palavras, por isso dividi o capítulo em duas partes. Isso significa que o próximo capítulo sairá mais cedo do que o normal, em média 7 dias depois desse aqui. O nome original do capítulo completo é “A manhã da primeira luta e o bônus do dia”, mas como o capítulo foi dividido, o nome também será. Chegamos, finalmente, na parte das lutas. Não sou muito boa com essa parte, mas tentei o meu melhor, me baseei até em uns vídeos do youtube que tem aquelas lutas do jogo Ultimate de Naruto. Espero de coração que tenha ficado bom, boa leitura a todos e até as notas finais.
Um P.S. básico: Queria agradecer de todo o meu coração a todos que leem e acompanham, sou muito feliz graças a vocês. Já tenho quase 1000 visualizações aqui no Nyah, uma meta pessoal para essa fanfic que planejava bater até o fim deste ano. Mas acho que consigo até o fim desse mês, então muito obrigada mesmo galera ♥



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O caminho de volta para o meu quarto e como eu dormi são um mistério para mim quando acordo no dia seguinte. Era como se um outro alguém tivesse se apossado do meu corpo e terminado o dia para mim. Bem, do jeito que as coisas estavam indo ultimamente, eu não tinha nenhuma dúvida de que isso era perfeitamente possível. E sabe, não seria nada mal se esse outro alguém tomasse o controle do meu corpo tipo para sempre. Eu não estaria reclamando.

Terminei de acordar, saindo daquela fase em que você abre seus olhos, mas ainda continua dormindo, totalmente aleatório ao que está acontecendo ao seu redor, e levantei-me para tomar um banho.

Tirei minhas roupas lentamente, morrendo de preguiça, e entrei no chuveiro frio. A temperatura despertou-me de imediato, me fazendo perceber uma coisa de que eu sabia, mas ainda não tinha me tocado: é hoje. As lutas começam hoje. O verdadeiro The Game começou ontem e eu estou totalmente perdida, sem a mínima ideia do que devo fazer. A única coisa de que tenho certeza absoluta é de que não estou pronta pra morrer.

No começo, quando recebi a notícia de que entraria aqui, eu estava desolada, a meu próprio modo. Eu estava totalmente conformada de que ia morrer. Bem, isso era uma constatação óbvia. Quem era eu perto de todas essas pessoas que fizeram isso aqui sua meta de vida desde sempre? Eu não tinha nenhum treinamento perto deles.

Sim, eu tive uma vida antes de morar no Mercado Inferior. Mas tudo foi esquecido, guardado dentro de um baú no fundo da minha memória. Tão fundo que mesmo que eu tentasse diversas vezes, eu não conseguia acessar.

Eu era como uma página em branco. Uma página nova. Eu tinha tido o direito de recomeçar longe de tudo isso. E então, aqui estava eu novamente. Voltando para tudo que eu tinha lutado durante muito tempo para esquecer. Quão irônico, do ponto de vista do destino, isso soa?

Entretanto, hoje, a exata uma semana que estou aqui dentro, percebo que não estou pronta para deixar este mundo. Não estou pronta para essas lutas e com toda a certeza não estou pronta para morrer, principalmente se for aqui.

Meus pensamentos têm mudado desde que entrei. As pessoas que conheci, com quem tive contato, me mudaram de uma forma que eu não teria imaginado nunca. Minimamente, devo dizer, mas elas me mudaram de alguma forma. Não era algo que eu esperava e muito menos queria, mas isso apenas aconteceu. E agora, não há como fugir disso.

Desliguei o chuveiro e enrolei-me na toalha. Minha vontade era trancar a porta e ficar sentada sozinha dentro do quarto de uma forma que ninguém pudesse me contatar. Ou sumir. Sumir seria bom nesse momento. Analisei minhas possibilidades, suspirando ao perceber que minha única saída era seguir em frente.

Terminei de me enxugar e fui em direção ao armário, ficando mais animada ao perceber que eu tinha uma variedade de roupas. Isso significa que eu tinha uma escolha. Eu podia escolher qual roupa vestir! Grande vitória eu diria. Quero dizer, que grande vitória patética.

Peguei um top lilás e uma saia preta esvoaçante, em combinação com um short em formato teia, um que eu estava usando recentemente para treinar. Eu me sentia leve e eu sabia que precisaria estar o mais confortável possível se eu estava tendo uma luta hoje. Beeem, eu esperava que não, mas tudo é possível não é mesmo.

Saí rapidamente em direção ao refeitório, me perguntando em qual momento eles abasteciam meu armário. Era obviamente no momento em que eu não estava, já que toda vez que o abria ele estava abastecido justamente com o que eu precisava. Às vezes apenas o que eu precisava no dia, o que chegava a ser um pouco irritante eu diria, o fato de que às vezes, quase sempre, devo dizer, eu não tinha o direito de escolha.

Cheguei ao meu destino na mesma hora que alguns outros, incluindo o Nara. Nos cumprimentamos com um aceno de cabeça e ambos andamos em direção ao resto do nosso “grupo”, Uzumaki e Mitsashi. Assim que ele se sentou,  fui buscar minha comida. Coloquei mais do que usualmente comia. Eu estava um pouco ansiosa, confesso, o que me fazia comer mais do que o normal.

Voltei para a mesa e me sentei, começando a me alimentar. Meu estômago agradeceu com um barulho engraçado.

— Oe, Nara, você não vai comer? - a Mitsashi perguntou, colocando comida na boca. Ontem, ela parecia ser outra pessoa, menos animada. Mas hoje, junto à sua comida, ela voltara totalmente ao normal. Posso presumir que a comida esteja cumprindo sua tarefa e que assim que sairmos deste refeitório para onde quer que sejam as lutas, ela voltará a ficar meio deprimida.

— Nah, não estou com muita fome. Eu devo ter comido muito ontem a noite para estar cheio até agora. - Ele deu de ombros, como se o fato não fosse nada. A Mitsashi olhou com suspeita, como se não comprando a resposta, mas depois deu de ombros também, numa clara expressão de “mesmo que essa não seja a resposta sincera, tudo bem porque eu não me importo”. E, realmente, não importava.

E então um silêncio estranho se instalou no nosso grupo. Nunca conversávamos muito, na verdade a conversa toda era preenchida pela voz da Mitsashi e às vezes uma frase do Nara, mas a mulher estava muito ocupada jogando o tanto de comida que podia na boca; o outro estava olhando para o nada como se aquilo fosse a coisa mais interessante do universo; o Uzumaki estava calado como sempre, beliscando uma coisa ou outra do seu prato de tempos em tempos; e eu estava muito ocupada estando nervosa e comendo ao mesmo tempo.

Passei algum tempo comendo sem escutar nenhuma voz de meus companheiros, me preocupando somente com minha comida, tanto que nem ouvi quando alguém sentou ao meu lado e falou comigo, não até que essa pessoa tocasse meu ombro. Afastei-me por reflexo, olhando diretamente para a pessoa que sentara do meu lado esquerdo.

— Bom dia, aliada. Como você dormiu? - Sim, era o Sabaku irritante, com um sorriso mais irritante que ele no rosto. Sua irmã sentou-se ao seu lado, sem dizer uma palavra. - Perdoe a falta de educação da minha irmã, ela está meio… como posso dizer, meio…

— Gaara. - A voz grossa e assustadora da mulher ao seu lado saiu baixa, mas chegou até onde eu estava claramente. Dessa vez, não gelei. Não havia mais espaço para medo no meu corpo; as lutas já haviam ocupado o espaço total.

— Desculpe, Temari. Eu só estava tentando ser engraçado porque a minha aliada parece um pouco nervosa. E talvez o “um pouco” tenha sido um eufemismo da minha parte.

— Eu não estou nervosa. - Eu estava muito nervosa. Mas nem ele nem ninguém precisava saber disso. Totalmente não.

— Você está nervosa. - Ele disse como se fosse bem óbvio e estivesse estampado por toda a minha cara. Será que estava?

— Por que você está dizendo isso? - Abaixei meu tom de voz, torcendo para que os outros tivessem coisas mais interessantes pra se preocupar do que eu. Mas agora, sério, será que eu estava realmente mostrando que eu estava nervosa?

— Fala sério? - O olhei com curiosidade e ele bufou como se eu fosse realmente muito estúpida para não perceber algo explícito assim, abaixando a voz também. Bem, talvez ele não fosse tão idiota assim como eu pensava. - Todo mundo aqui sabe que você já participou de alguma edição. Na verdade todo mundo lá fora também sabe. Me desculpe se eu estiver sendo rude, mas se você já esteve aqui antes só há duas sensações possíveis: a primeira é confiança total. Você já esteve aqui e sabe exatamente como funciona então não há o que temer. Então você olha com cara de superior pra todo mundo, como se você fosse Kami ou algo assim e todos os outros fossem meros mortais. Por exemplo, o que o Uchiha está fazendo agora. - Ele meneou com a cabeça para o moreno odioso do treino coletivo. Ele estava conversando com a garota de cabelos azuis, a de cabelos róseos e o moreno de olhos perolados. Nos seus olhos e até mesmo em sua postura, não havia nenhum pingo de medo. Pelo contrário. Ele parecia até desejoso que as lutas começassem logo. - Com o singelo porém de que ele nunca esteve aqui. O que nos leva à sensação número dois: pavor. Você já esteve na Arena e sabe exatamente o que aconteceu lá. Você já viu pessoas morrendo, você já matou pessoas e então você faria de tudo, tudo

para nunca mais voltar a esse lugar e quando você volta, você fica tão traumatizada que mal consegue se mexer. E você fica com essa expressão, esse brilho nos olhos, os mesmos que vejo em seu rosto nesse exato momento. Quer mesmo virar para mim e dizer que não está com medo? Não minta pra mim, aliada. Porque eu consigo ver através de você. - Congelei com suas palavras. Ver pessoas morrendo? Matar pessoas? Eu havia vivido alguma dessas situações da última vez que estive aqui? E se sim, qual a possibilidade de que eu fosse reviver isso no momento em que pisasse na Arena? Ah, não. Não. De repente, eu queria fugir para o mais longe possível. - E além do mais, você veio do Mercado Inferior. Ficou mais do que claro pra todo mundo no treinamento coletivo de que você não sabe nada sobre lutar. Se uma pessoa como você não tivesse medo, então eu poderia dizer que você não é humana.

— Bom dia a todos. - Esse era Hio-Sama, que me tirou do estado de transe que eu havia entrado com a fala do Sabaku. Sua constatação me deixou com mais medo do que eu já estava. Eu tinha visto pessoas morrerem? Eu matei pessoas? Apenas o pensamento disso me deu uma ânsia no estômago. Se eu tivesse feito ou presenciado algo assim tão marcante, eu teria me lembrado, certo?

— Bom dia. - Todos responderam juntos. Não consegui abrir a boca para falar também e olhei para o homem ao meu lado, ainda chocada com sua fala. Nossos olhos se encontraram e ele me ofereceu um sorriso simpático, como se não tivesse acabado de fazer aquele tipo de constatação óbvia. Tirei meus olhos dele e voltei-os para o que seria anunciado em seguida. Isso era sobre as lutas. Tinha que ser. Que Kami me proteja.

— Eu não irei me prolongar muito em minha fala. Como todos aqui sabem, vocês estão aqui em respeito à tradição e aos costumes. Estão aqui para provarem sua honra em nome de todo o seu clã. Vocês morreram como receptáculos individuais uma semana atrás para reviverem como o representante do seu clã nesta competição. Isso significa que não se trata mais de vocês apenas. Vocês representam, agora, algo muito maior. Não se esqueçam. Vocês viraram signos. - Representante do meu clã? Lutar agora por todos as pessoas do maldito clã que nunca lutaram por mim? E que ignoraram a minha existência por todo esse tempo quando eles claramente sabiam exatamente onde eu estava? Os costumes, minha bunda. - Eu vou explicar como funcionarão as coisas de agora em diante. As lutas ocorrerão no período da manhã. Ou seja, o cronograma é: café da manhã, luta, almoço, bônus e jantar. E assim se repete no dia seguinte. Cinco dias de lutas, dois de descanso, E em seguida novamente o ciclo se repete. Vocês começarão a entender melhor a partir de amanhã. Tudo isso será sorteado, não se preocupem. Tudo aleatório. Entendem?

Concordei com a cabeça. Apenas uma coisa havia ficado confusa e quando vi já estava levantando a mão e ele estava me dando a palavra.

— Pra que exatamente servem esses bônus?

— Sábia pergunta. Eu vou responder por cima, já que isso será explicado na hora do almoço. - Hio-Sama coçou o queixo, como que impressionado. Bem, eu não queria me gabar nem nada, mas isso não devia ser meio óbvio? - Bem, a função principal dos bônus é a seletividade. Se você é sorteada para um bônus, você pode escolher ajudar ou não a pessoa. Se você ajuda, isso significa que você quer mantê-la, ou seja, você quer que essa pessoa fique para que você tenha a oportunidade de lutar com ela. Isso se chama honra, Yamanaka. Você elege um oponente que acha forte e então você o ajuda com o bônus, para provar que mesmo forte, você pode derrotá-lo. Isso se chama ser forte. Às vezes, não só ser forte e sim, inteligente, fazer estratégias, entrar no jogo. Isso se chama representar. São os valores pregados pela nossa tradição aqui. Além do mais, o bônus não garante que determinada pessoa ganhe. Ela pode ganhar o bônus e perder a luta. O bônus é só um a mais. Um bônus, como a própria palavra quer dizer. Você entendeu minha explicação?

Concordei, entendendo mais ou menos o que ele estava querendo dizer com aquilo. Certo. Honra, força, inteligência. Todas as coisas que eu provavelmente não tinha. Devo começar a chorar agora ou depois?

— Mais alguma dúvida? - Ninguém se manifestou e então ele deu um sorriso que, na minha visão, parecia sádico. - Vamos à primeira luta.

Todos pareceram ficar bastante apreensivos com o que iria acontecer. Cabelos cinzas se aproximou do Hio-Sama com um envelope. Medo fez minha garganta se fechar. Tudo bem, eu preciso respirar. Respire, Ino, respire. Você precisa respirar.

Ele abriu o envelope e leu os nomes escritos.

— A primeira luta da semana será: Sabaku no Temari contra Hyuuga Hinata. - E então foi como se tudo tivesse parado. Oh, não. E ali eu tinha plena certeza de que tudo isso não era só uma grande ironia do destino. Falando sério, qual a possibilidade dessa luta ser apenas um acaso? Zero, devo dizer. Elas se odiavam. Todos sabiam disso. O acaso não seria tão preciso como essa primeira luta foi.

As duas mulheres ficaram se encarando com os olhos semicerrados. Engoli em seco, não sabendo se devia agradecer por a primeira luta 

não ser comigo ou amaldiçoar que havia começado daquela forma. Se as duas garotas que eram rivais começaram lutando, o que os impediria de me colocar com o garoto odioso que se parecia com o cara da minha memória, Itachi? Ou com a garota de cabelos róseos?

— A hora da Arena chegou, participantes. - Um sorriso estranho tomou conta do rosto de Hio-Sama e não tenho nenhum motivo para esconder que isso me assustou pra caramba. Ele estava sorrindo. Mostrando todos os dentes enquanto começava a andar e nos levava direto para onde mataríamos uns aos outros. Qual a chance deste homem ser humano, pelo amor de Kami?

Segui-o, juntamente com todos. Os cafés da manhã ficaram praticamente intactos em nossa mesa. Saímos do refeitório em uma fila desorganizada. Andamos por algum tempo pelas dependências do The Game. Passamos pelo que parecia ser o setor administrativo que Mitsashi havia comentado. Eu não sei porque me lembrava desse detalhe, já que no momento eu mal prestei atenção. As portas estavam todas fechadas e todo o ambiente estava em silêncio tamanho que nossos passos fizeram um barulho alto.

Saímos para um jardim paralelo ao prédio que estávamos, não o jardim que eu costumava treinar e sim outra parte dele. O prédio todo era rodeado por grama. Eu geralmente treinava no lado leste, do mesmo lado em que saí e fui quase pega no dia do ataque. Dessa vez, estávamos no lado oeste.

Andamos mais um pouco e entramos em uma passagem subterrânea, descoberta após um dos guardas puxar uma “porta” escondida no chão. Uma porta coberta? Ao que isso levava?

Não tive muito tempo para pensar a respeito. Por que logo após descer um lance de escadas tudo o que eu sabia era que estava dentro de um estádio muito parecido com o que estávamos ontem. A mesma situação, no entanto ontem estávamos no clã Hyuuga e hoje parecíamos não ter saído do clã Yamanaka. E havia muitas pessoas. Tantas pessoas como ontem. Que começaram a gritar descontroladamente no segundo em que entramos no campo de visão delas. Era assustador.

Ah, e eu estava enganada sobre uma coisa. O treino coletivo não era um grande momento. Talvez fosse na hora por causa do meu nervosismo, mas se olhassemos em uma visão geral, veríamos que há algo que é realmente o grande momento. Isso é a Arena. O local exato onde eu estava agora.

O ar da Arena não me assustou tanto quanto eu pensava que fosse. Eu não havia tido nenhuma lembrança, nem mesmo um flash ou frio na barriga, o que, ao meu ver, era uma coisa muito boa até o momento. Talvez seja porque, agora que eu sabia que eu não iria lutar hoje, provavelmente o estádio era apenas um estádio e não a minha cova.

Ao meu lado, no entanto, reparei que algo não estava bem com o Uzumaki. Ele olhava em volta, como se estivesse perdido e desesperado ao mesmo tempo. Olhei-o, atentamente, sem entender sua reação.

— Bom dia a todos. - A multidão foi à loucura com a fala do Hio-Sama, fato que tomou toda a minha atenção. Até mesmo me esqueci no que estava focada antes. Todos ficaram mais loucos do que estavam anteriormente. Ele estava posicionado ao nosso lado, enquanto formávamos um bolinho assustado. - Hoje é o dia da nossa primeira luta. Espero que estejam tão animados como eu. - Houve uma série de gritos, novamente. As pessoas ficavam tão loucas assim com esse tipo de evento? E sim, Hio-Sama usava um microfone. A acústica do estádio o favorecia, já que apesar de todos os gritos, sua voz ainda conseguia ser ouvida por cima de todos eles. - Sem mais delongas, eu sei o quanto estão ansiosos. Então, a primeira luta de hoje é: Temari, do clã Sabaku e Hinata, do clã Hyuuga. Garotas, posicionem-se frente a frente aqui à minha frente. Os outros, por favor acompanhem Kakashi.

O cara de cabelos cinzas levantou suas mãos para mostrar que aquele era ele. E começou a andar em direção à uma espécie de cabine que ficava colada ao chão. Era como uma caixinha de vidro, só que gigante, na extremidade do local. A porta daquilo foi aberta e todos nós entramos.

Dentro, havia uma fila horizontal de cadeiras que proporcionava uma vista direta e exclusiva do que iria acontecer na luta. Ou seja, iríamos ver tudo em primeira mão. E uma tela, grudada na parede mais em cima, por onde, mais na frente, descobri que servia para nos mostrar a barra de força de quem estava lutando ao longo do embate. Sentei-me em uma cadeira qualquer, minhas pernas bambas. Mitsashi sentou ao meu lado, Nara e Uzumaki do seu outro lado e o irmão Sabaku sentou na outra cadeira à minha esquerda. Uau. Era isso. A primeira luta.

— Tudo bem, meninas, não há necessidade para nervosismo. Dentro da Arena não temos um total código de regras. - Hio-Sama estava explicando para as duas mulheres que estavam frente a frente. Dentro da cabine, conseguíamos ouvir sua voz claramente. - Vocês precisam ter honra. Nada de golpes baixos ou sujos. Estaremos monitorando a barra de força, e assim que alguma acabar, um sinal soará. Parem imediatamente. Entenderam?

De onde estava sentada pude ver apenas a garota de cabelos azuis balançando a cabeça em confirmação. A mulher Sabaku No estava com uma expressão serena, e eu não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim. Bem, pelo menos não estou na Arena.

— Preparem-se. Temari vai acabar com aquela garota. - O ruivo ao meu lado disse, com um tom convencido. Eu não sabia se sua irmã era realmente forte como ele fazia parecer, ou se ele apenas estava torcendo muito por ela, fazendo-se acreditar em uma mentira. O fato é que ele estava confiante demais e eu não sei dizer se isso era uma coisa positiva. Sempre que as pessoas estão confiantes demais, algo dá errado, certo?

— É tudo o que você sabe falar agora, Sabaku? - O moreno de olhos negros nos olhava com um sorriso sarcástico, e vi a divisão exata do nosso grupo. De um lado, estávamos eu, Sabaku, Mitsashi, Uzumaki e Nara. E do outro lado, ao lado do ruivo, estavam o moreno e seu bando, que incluía as pessoas mais odiosas da temporada: o homem de olhos claros irritante e a mulher de cabelos róseos que havia tentado me matar! - Por que Hinata vai pisar na sua irmã e acabar com toda a fama do clã Sabaku No na primeira luta.

— Alguém se esqueceu de acordar e ainda está dormindo? Sonhe mais baixo, Uchiha. Bem mais baixo. - Ele se virou para o rival, com um sorriso igualmente sarcástico. - Observe e verá. Temari nunca perderia para alguém tão fraca.

— O que você disse? - Moreno de olhos perolados se levantou, ofendido, tentando avançar para cima do Sabaku, que apenas cruzou os braços e ficou encarando o outro grupo com bastante ousadia.

— Espere e veja, Hyuuga. Seu nome não vale nada aqui dentro. Nada

E se vocês não se cuidarem, terão o rosto muito esfregado no chão. Nós, Sabaku, nunca perderíamos para pessoas tão estúpidas como vocês. - Uau. Certo. Ele estava indo longe demais. O oponente de olhos escuros como a noite segurou seu “amigo”, acalmando-o com a mão em seu peito. Eles se sentaram, agora não dizendo mais nada. O homem ao meu lado bufou, murmurando algo como “como eu pensei”.

Todo o confronto ali dentro foi muito rápido e perdi a hora em que Hio-Sama havia anunciado o início da luta e saído da Arena. Quando olhei para frente novamente, as duas mulheres estavam se estudando. Por que o Sabaku estava tão confiante? Sua irmã era realmente muito assustadora e eu já vira uma de suas habilidade, mas será que ela era tão forte assim como ele frisava?

Minha dúvida foi confirmada no instante seguinte, assim que eu vi a loira partindo para cima da outra mulher. Percebi que ela não era tão rápida, mas não demorei muito a descobrir porque ela não precisava.

Ela começou atacando com shurikens, e me surpreendi ao perceber que meus olhos puderam acompanhar todos os movimentos. A morena tentou partir para cima e atacar, mas no último instante a outra se defendeu com um leque grande que estava amarrado em suas costas. Eu não sei como ela conseguia carregar aquilo, porque com certeza parecia bastante pesado.

O movimento seguinte foi o mesmo que ela havia usado no treino coletivo, eu acho. A Sabaku movimentou seu leque e pude ver na hora exata quando o redemoinho provocado por ele atingiu a garota Hyuuga. Ok, ela era odiosa, mas acho que estava tão cansada de todos esses cabelo azul, cabelo rosa, que posso começar a chamar as pessoas pelo sobrenome. Isso não era muito pessoal de qualquer forma, certo?

A Hyuuga caiu no chão, sua expressão um misto de fúria e confusão. A Sabaku não era rápida, mas esse era o lance. Ela não precisava ser rápida porque seu leque fazia tudo por ela. Quer coisa mais rápida que o vento?

— É isso que você chama de o poderoso clã Hyuuga? - O irmão Sabaku soltou, dando uma risada alegre, enquanto olhava para o outro lado. Ele com certeza estava provocando. Eu não duvidaria nenhum pouco de uma luta ocorrer aqui dentro mesmo. Qual a necessidade de provocar os outros tanto assim? - Por que não estou vendo nada demais. Achei que fossem capazes de mais do que isso.

Ignorei-o, e o que iria acontecer ao lado, voltando meus olhos para a luta. Não era meu problema os problemas em que esse idiota se metia. Não éramos aliados nem nada disso, como ele achava. Olhei para a Arena justo no momento em que a Hyuuga golpeou a loira com um chute, enquanto ambas estavam no ar. Minha boca foi aberta em choque, por que, por Kami, como ela havia conseguido acertar aquele chute e o que eu havia perdido?

— O que você estava dizendo Sabaku? - o Hyuuga, o irritante que era meu ex-amigo, estava de pé, como se quisesse arrumar uma briga, mas percebendo no último instante que o jogo havia virado. O ruivo revirou os olhos, nenhum pouco abalado. Ok, voltando os olhos para a luta agora. Por que eu ficava me preocupando com o que esses idiotas estavam fazendo ou falando um para o outro? Desde quando eu havia ficado tão curiosa?

No meu ponto de vista, a luta estava equilibrada. Até o momento. Até o momento em que a garota de olhos verdes subiu em seu leque e começou a fazer um sinal de mãos estranho. Um barulho animado veio do meu lado, como se seu irmão estivesse comemorando algum tipo de coisa. Eu mal esperava para saber o que era.

— Ela está a sério. Vai até mesmo usar a doninha. - Comentou ele, fazendo-me revirar os olhos.

— Você pode parar de falar? Eu estou tentando me concentrar em ver essa luta. É importante para mim. - Virei-me para ele, já irritada. Ele esbugalhou os olhos, como se não esperasse esse comportamento vindo de mim e levantou as mãos em rendimento.

— Tudo bem, desculpe. É a luta da minha irmã. Estou animado. E além do mais, estou mais animado ainda para ver a cara desses idiotas quando a menininha deles perder. Estaremos no comando aqui.

Estaremos no comando? Sério? Por que uma garota tentou me matar sendo que eu não tinha feito absolutamente nada para ela. Dessa forma, eu me pergunto o que mais eles serão capazes de fazer se forem provocados.

Bufei, virando o rosto a tempo de ver um redemoinho enorme indo em direção à Hyuuga, com uma coisa que parecia um míssil teleguiado dentro dele. Uau. Não havia como escapar daquilo. E eu estava certa. Ela não escapou. A mulher de olhos claros foi jogada na parede do outro lado. Mesmo de onde eu estava, vi sangue escapar de sua boca. Ouch. Aquilo deve ter doido e não devia ter sido pouco.

Ela se levantou, limpando sua boca, uma expressão assassina em seu rosto. Qual era a sensação de provocar alguém e saber que provavelmente você não era forte o suficiente para derrotá-lo? Isso era o que ela devia estar sentindo agora. Isso, ou ela não havia mostrado o que realmente podia fazer. A velha tática de deixar o inimigo achar que está no comando para logo em seguida atacá-lo com toda a sua força. Eu não havia ido à academia por um longo tempo, mas isso não queria dizer que eu não podia colocar o meu cérebro para funcionar. E então, qual tática será que ela está usando?

— A Hyuuga não tem nenhuma chance. - Não preciso dizer de quem era essa fala, certo? Mas, no momento, ela não havia sido tão irritante. Por que o que se passou a seguir confirmou suas palavras.

A morena tentou atacar, até a vi acertando alguns golpes com o punho, no entanto a próxima coisa que eu tinha noção era de que um furacão escuro estava no meio da Arena. E não era um furacão qualquer. Era um furacão gigante, que tinha partido daquele leque. Kami. Essa mulher não era apenas assustadora em sua expressão. Sua fama era real. Já era impossível escapar do primeiro redemoinho, mas desse? Totalmente insano. Em um momento estávamos vendo ambas e no outro a garota do outro lado foi engolida por aquela coisa imensa.

— Ok, estou totalmente convencida. Essa garota é totalmente macabra. Eu não quero ter que lutar com ela. - Era a voz da Mitsashi ao meu lado. Eu não queria perder a luta de vista, mas sua voz pareceu tão desesperada que tive que olhá-la. Ela estava sussurrando desde o começo do confronto, mas optei por ignorar. Agora, no entanto, eu estava um pouco curiosa com o que ela estava sussurrando para si mesma desde o princípio.

— O que você estava murmurando? - Perguntei, em uma voz suave, como quem não quer nada. Ela me olhou, meio ruborizada, não olhando nos meus olhos.

— Eu só tenho esses hábitos estranhos, desde a academia. Eu meio que fico… analisando as estratégias do oponente durante a luta. Eu sei que parece bizarro, já que é possível fazer isso mentalmente, mas as palavras saem da minha boca antes que eu possa pará-las. E quando eu vejo já estou tagarelando sem sentido. Desculpe-me, não quis incomodar.

— Não, tudo bem. Está tudo bem. De qualquer forma, você não precisa sussurrar. Podemos comentar sobre isso se quiser.

— Realmente? - Ela me olhou, seus olhos cheios de esperança, e só não me arrependi de ter falado aquilo por que poderia ser totalmente útil. Eu não havia observado as técnicas do oponente adequadamente, por isso uma pessoa observadora e que me dissesse sobre poderia ser totalmente algo positivo para construir o meu conhecimento.

— É claro. - Virei minha cabeça para frente e a luta estava em pé de igualdade. Mais ou menos, na verdade. A Sabaku havia parado com seus selos (devo imaginar que há uma capacidade para esses jutsus tão fortes) e elas estavam no estágio da luta corporal. Com um pequeno porém: a Hyuuga parecia estar na vantagem ali.

Digo isso por que ela havia encurralado a outra na parede e seus golpes estavam se tornando cada vez mais rápidos e sutis. Devido à velocidade, perdi alguns movimentos, e pude ver que a mulher assustadora estava com um pouco de dificuldade em desviar ou parar os golpes deferidos pela outra.

— Bem, eu acho que a Temari deveria sair dali logo. Você vê, Hinata é um membro do clã Hyuuga, então ela provavelmente possui o Byakugan. Se você não sabe o Byakugan é um kekkei genkai, é uma técnica ocular bastante avançada, juntamente com o Sharingan, do clã Uchiha - ela apontou vagamente para o moreno de olhos escuros do outro lado - e o Rinnegan. Os membros do clã Hyuuga o possuem. Dentre as muitas habilidades, o Byakugan confere ao indivíduo que o possui um grau de mira telescópico. Eles também são capazes de verem o fluxo de chakra. Dessa forma, eles podem mirar em um ponto estratégico capaz de levar o oponente ao chão. - Kekkei Genkai? Então esse era o nome daquelas veias grossas que cresciam ao lado dos olhos dela? Parece complexo. Mas uau. Sério. Uau. Parece uma coisa muito poderosa.  

Assim que percebi, elas não estavam mais na parede e sim no ar. Ambas no ar, tentando acertar uma a outra e usando jutsu de substituição. Quem levou a vantagem foi a mulher Sabaku, o que levou a Hyuuga ao chão. A loira se afastou, ofegante. Sua expressão era desprovida de raiva, aparentava tranquilidade e concentração. Seus olhos estavam comprimidos e seu peito descia e subia com dificuldade, como se ela estivesse cansada.

A morena levantou e eu não tinha mais palavras para descrever sua expressão. Ela estava igualmente cansada, seu peito subindo e descendo da mesma forma que o de sua oponente. Elas se encararam por alguns instantes e então a possuidora do Byakugan (é esse mesmo o nome, certo?) foi com tudo para cima da outra, novamente corpo a corpo. Ela estava tão implacável, mal dando tempo a nenhuma das duas para pensar muito sobre o que fazer.

— Ela vai começar a usar o punho suave. - A morena sussurrou ao meu lado e me perguntei o que a levou a pensar isso. - O punho suave é uma técnica dos Hyuuga. No geral eles utilizam a palma da mão, mas eu já algumas pessoas que poderiam causar dano com apenas um dedo. Eles concentram chakra na palma da mão e assim podem danificar o campo de chakra do adversário. Olhe lá, ela está usando-o.

Olhei atentamente a luta, buscando o que ela acabara de falar. Observei a palma da mão da lutadora, e vendo os golpes que ela lançava realmente pude ver o que a Mitsashi estava dizendo. Uma corrente de chakra parecia sair da mão dela e eu não podia dizer, dali, o quão forte isso era.

Em meio a tantos golpes, um parece ter acertado a Sabaku, que caiu no chão com um baque. Mordi os lábios, apreensiva. Ela… está ferida?

Não, ela não estava. Quer dizer, ela provavelmente estava ferida em algum lugar, mas isso não a impediu de se levantar. Com dificuldade, claro, mas ela se pôs de pé. Ambas ofegavam, o que era um indício claro de que a luta estava provavelmente chegando ao fim.  

A mulher de olhos verdes pegou seu leque, que havia caído no chão ao seu lado, e apoiou-se nele. Elas se olharam por mais um minuto, antes da morena voltar a atacar. Bom, ela tentou. Mas não houve tempo. Pois assim que a loira fez um sinal de mão que parecia complicado, eu sabia que a luta estava acabada.

Uma cobra de fumaça surgiu, quero dizer, um furacão em forma de cobra surgiu, o rabo atingindo a Hyuuga em cheio. E assim, o sinal tocou, o que significava que a luta havia acabado. Isso foi demorado o suficiente para me deixar apreensiva. Cada parte da luta foi um nível totalmente diferente do outro, e eu realmente não sabia o que esperar da próxima. A única coisa que sabia era que estava torcendo para amanhã não ser eu.

Suspirei, percebendo o quão intenso isso havia sido. Caramba. Eu já me sentia aflita só de estar vendo isso, imagine estar ali dentro?

— E a vencedora é Sabaku no Temari. - Pude ver a parte pequena dos Sabaku no comemorando em seus lugares. Um número inferior à metade estava comemorando, e isso me fez pensar que talvez, a maioria das pessoas tivesse apostado na Hyuuga. Uh-oh.


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Notas finais do capítulo

Bom, queridos, o capítulo acabou assim porque, como eu disse, ficou dividido em duas partes. O próximo vai sair em breve, fiquem no aguardo. Por fim, qualquer tipo de comentário é aceito. Críticas, elogios, sugestões, aflições, espero que as dúvidas estejam começando a se solucionar, mas ainda temos muita história pra frente. Um beijo a todos e até breve.



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