The Game of Life escrita por anabfernandes8


Capítulo 12
Capítulo 11 - A noite de abertura


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos, como estão?
Um mês depois e novamente estou aqui com um novo capítulo. Sou muito agradecida àqueles que continuam acompanhando essa trajetória que não está nem perto de chegar ao fim kkk (tô rindo de nervoso) kk
Bem, se não se lembrarem do que está acontecendo, sugiro lerem o capítulo anterior novamente. Ou preferem que eu diga um pouco sobre o que aconteceu no capítulo anterior nas notas para poupar o trabalho de voltar? Vocês que sabem. Estou aberta a sugestões. Como demoro muito pra postar, sei que é fácil esquecer. Eu mesma depois de cinco dias não lembro mais oq aconteceu.
Estou tentando fazer capítulos pequenos, mas ai eu começo a escrever e de repente tá cinco mil palavras, escrevo muito -.- Perdoem-me se tiver ficando chato e cansativo. As coisas estão começando a esquentar daqui e espero que isso esteja começando a ficar dinâmico. Bem, não vou mais atrapalhar a leitura de vocês! Aí está o capítulo, espero que gostem, boa leitura!



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Já era tarde e eu não estava conseguindo mais me controlar. Não havia nada para fazer, então estava deitada no meu quarto descansando. Estava tentando dormir, mas uma coisa estava martelando em minha cabeça e eu não conseguia deixar isso de lado. Talvez eu devesse esclarecer logo isso para poder ter um sono tranquilo. Eu não conseguia tirar da cabeça o episódio da piscina e como a Sabaku sabia exatamente quem fora. Aliás, por que ela se importava o suficiente para perder o tempo dela indo ameaçar a mulher de cabelos róseos?

Levantei da cama, disposta a colocar isso em pratos limpos. Saí do meu quarto, determinada. Eu não sabia onde ela estava, mas minha primeira pista era o seu quarto.

Todos os quartos ficavam no mesmo corredor, Andei por ali, procurando o nome “Sabaku” nas portas. Depois de alguns instantes, eu achei. Mas não era exatamente o que eu estava procurando. Havia duas portas com o mesmo nome. Obviamente porque dois irmãos estavam ali. As duas de frente uma para a outra. Portas idênticas, assim como todas as outras. E agora? Esquerda ou direita?

Não pensei por muito tempo. Bati do lado direito, esperando que a parte estúpida da família não dormisse ali, e sim quem eu estava procurando. Bati novamente, nenhuma resposta. Certo, vamos tentar a outra porta. E foi o que fiz. Me dirigi a outra porta e repeti o gesto. Logo em seguida, ouvi uma movimentação estranha pelo quarto e então a porta foi aberta. Ufa.

Cabelos cor de areia me olhou de cima a baixo, mas não disse nada. Seus olhos estavam pequenos e inchados e imaginei que ela poderia estar dormindo e que eu provavelmente a havia acordado. Pela primeira vez desde que a vi, sua expressão estava normal. Ela não parecia com raiva nem nada disso. Ela apenas me olhou, parecendo em transe.

— Eu… espero não ter interrompido nada. - Murmurei, com um pouco de vergonha. Eu a havia acordado! Quem sabe qual será a sua reação depois disso? Ela jogou uma garota longe só porque um pingo de comida havia derramado nela, então eu não sabia o que deveria esperar diante do que eu havia feito.

— O que você quer? - Seus olhos continuaram presos em mim, como se eu não tivesse acabado de dizer alguma coisa.

— Eu não entendo o que aconteceu. Como você sabia que aquela garota… - Minha cabeça estava a mil. Tinha que ter alguma explicação para tudo aquilo.

— Entre. - Ela abriu a porta um pouco mais e não hesitei. Entrei e sentei-me, sabendo que era exatamente o que ela me diria para fazer, mesmo conhecendo-a tão pouco. Algumas pessoas apenas nos fazem sentir isso.

Ela fechou a porta e aproximou-se da cama, sentando-se de frente para mim.

— Eu estava passando por ali quando eu a vi saindo com um sorriso estranho. Ela, a Haruno. Fiquei curiosa e resolvi ir até a piscina para ver se tinha alguma coisa de errado. Eu cheguei lá e você estava se afogando. Quem mais poderia ter sido?

— Mas… Eu sei nadar. Eu não teria me afogado se minhas pernas estivessem funcionando normalmente!

— Ela faz parte do clã Haruno. Eles são habitualmente conhecidos como ninjas-médicos. - Ela fez uma cara de que algo era óbvio, mas continuei sem entender. Ela deve ter percebido minhas sobrancelhas franzidas, porque suspirou e continuou a falar. Parecia cansada. - Não existem apenas médicos com boas intenções. Acho que você caiu no genjutsu dela. E então na sua cabeça suas pernas não estavam funcionando, mas isso era apenas uma ilusão. Eu não sei exatamente qual truque ela usou, mas foi ela. Foi a única pessoa que saiu dali no momento.

Sua teoria fazia sentido. A questão era porquê?

— Por que ela faria isso? Eu não fiz nada.

— Você se lembra quando a garota Hyuuga te atacou no refeitório sem nenhum motivo? Quando ela derrubou a sua comida? - Busquei na memória e puxei o acontecimento. Foi uma coisa estranha ela ter me atacado do nada. Balancei minha cabeça, concordando. - Eu tenho observado. As duas andam juntas, a Hyuuga e a Haruno. Junto com o garoto Uchiha e o outro membro do clã Hyuuga. Eu não sei o que está acontecendo, mas elas podem ter algo contra você. Talvez queiram te eliminar antes que os jogos comecem.

— Mas por que eles quereriam me eliminar? - Bufei, achando toda essa situação totalmente sem noção. - Eu não sou nada. Por Kami, eu sou o membro mais fraco aqui, eu não sei porque alguém quereria me eliminar.

— A não ser que eles saibam algo sobre você que você não sabe. - Nos encaramos por alguns segundos, ela me olhando como se, daquela forma, ela pudesse descobrir tudo sobre mim. Desviei o olhar, tentando pensar na situação. Ok, então havia um grupo ali dentro contra mim? Com qual propósito? Que importância eu poderia ter para que duas pessoas implicassem comigo e uma delas tentasse me matar?

— Por que você se importa? - Voltei a encontrar seu olhar, que ainda estava em mim, me analisando. Ela deu de ombros e levantou-se, indo para o seu armário.

— O assunto acabou. Isso não é mais da sua conta. - O que? Como não era da minha conta? Quase todas as vezes que eu estava em perigo essa garota apareceu e me salvou e achava que isso não era da minha conta?

— Mas eu…

Fui interrompida por uma batida na porta. Ambos nossos olhares dispararam para a mesma direção. Quem seria a essa hora? A loira saiu de perto do armário e foi ver quem era, enquanto eu continuei ali sentada, de onde teria uma boa visão de quem estava lá fora.

— Boa tarde. - Uma pessoa que eu nunca havia visto na vida estava de pé ali, parecendo nervoso. - Hio-Sama está chamando para uma reunião em sua sala imediatamente. O assunto é grave. - Seu olhar desviou-se para mim, não parecendo surpreso por eu estar ali. - Você também.

Levantei-me, sem entender. Passei pela porta e ambas acompanhamos o homem até a sala do Hio-Sama. Eu nunca havia estado ali, mas as outras pessoas pareciam bem familiarizadas. Era como um escritório normal, mas maior, de modo que todos podiam ficar ali com espaço. E por todos, eu quero dizer todos os participantes e alguns guardas. O que todo mundo estava fazendo ali?

— Boa tarde, todos. Sinto muito por interromper suas atividades, mas é um assunto urgente. - Hio-Sama começou a falar e todos se viraram para ele. Estávamos em pé, meio bagunçados ali naquela sala. Os irmãos Sabaku estavam ao meu lado e agradeci por todos estarem concentrados, porque assim não havia motivo para comunicação me envolvendo. - É um assunto de gravidade alta. Infelizmente, nós abrigamos em nossas dependências um membro da Aliança do Norte. Ele estava muito bem infiltrado, tanto que nós nem desconfiamos. - Todos ficaram chocados, inclusive eu. Isso realmente aconteceu?

Olhei para o lado e vi várias expressões: choque, pavor, indiferença, raiva. Aos poucos, todos começaram a conversar, provavelmente comentando o que acham do assunto com a pessoa do lado e foi virando uma bagunça.

— Ok, já chega, silêncio. - Ele retomou a fala e todos se calaram perante sua palavras. - Nós também tivemos a mesma reação que vocês. Temos uma segurança forte e um sistema eficiente aqui dentro, mas infelizmente fomos descuidados dessa vez. No entanto, já cuidamos da situação. O infiltrado já está longe daqui. Tentamos capturá-lo, mas ele acabou fugindo. Não há motivo para pânico. Todos estão seguros agora. Apesar disso, eu preciso que todos vocês fiquem de olhos bem abertos. Se houver qualquer atividade suspeita, não hesitem em me fazer uma visita.

— Hio-Sama, se me permite, quem era o infiltrado? - A mulher de cabelos azuis e olhos perolados soltou a pergunta e todos ficaram mais tensos do que já estavam.

— Eu não vou fazer segredo em relação a isso, já que sou a favor de que vocês saibam o que está acontecendo nas nossas dependências. Não tenho certeza se todos o conheciam, uns mais íntimos que outros, mas era Sabaku no Kankuro. - E ao falar isso, ele olhou diretamente para mim. Por dentro eu estava em choque. Eu não podia acreditar que a esperança estivesse tão perto de mim o tempo todo e eu a menosprezei. Mas ao mesmo tempo, eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Ele nunca demonstrou nenhum comportamento rebelde, nem nunca falou sobre o assunto. Porém, por fora, eu fiz cara de paisagem. Hio-Sama sabia sobre algo estúpido que transgredimos juntos, então ele podia achar que eu fazia parte disso. Ou seja, dependendo de qual fosse minha reação, ele cairia matando em cima de mim em busca de respostas. Quando ele pareceu satisfeito com a minha expressão, desviou o olhar.

— Então não seria prudente retirar todos os Sabaku? Já que percebemos que eles não passam de traidores. - Essa foi a fala da mulher de cabelos róseos. Olhei para os irmãos para ver a expressão deles mediante essas palavras. O ruivo parecia estar se divertindo com a situação toda, já que ele estava com um sorriso bem arrogante. Já a loira, de braços cruzados, tinha uma expressão assassina em seu rosto.

— É tão mais fácil admitir que você está com medo de nos enfrentar. Nós somos oponentes fortes e vocês sabem disso. Talvez queiram nos tirar porque sabem que com a gente aqui, vocês não têm chance nenhuma de ganhar esse jogo. - E então ele finalizou sua fala com aquele sorriso convencido e irritante de canto que sempre dava. Ele era um idiota, mas no momento, eu estava do lado dele e ele estava absolutamente certo. Eu não sei ele, mas com certeza sua irmã parecia ser super poderosa.

— Eu não estou com medo. Mas precisamos nos certificar de que vocês não vão acabar com a tradição.

— Por Kami, você estava dormindo quando disseram sobre as facções? A Aliança existe há tanto tempo quanto o The Game. Eles já tiveram a chance de destruí-lo inúmeras vezes, mas aqui estamos nós. Sem querer defender, mas você acha que o meu irmão é o primeiro infiltrado dessa história? - Ele fez uma pausa dramática, como se estivesse explicando algo para uma criança de dois anos. - Se você pensa isso, você é uma idiota. Portanto, já que todas as tentativas da facção até o momento foram falhas e essa não será diferente, não tem porquê sairmos. Óbvio que estou considerando que não somos infiltrados, o que realmente não somos.

Ele tinha um ponto. Olhei para Hio-Sama, esperando para ver o que ele iria dizer. No entanto, em algum momento, ele saiu de foco e minha visão ficou embaçada. Eu tinha uma leve ideia do que estava acontecendo, mas estava torcendo para que não. Meu corpo ficou mole como gelatina. Não. Isso não estava acontecendo. Agora não.

Tudo começou a se mover e a próxima coisa que eu tinha noção é de que estava vomitando o almoço inteiro. Vomitei até não ter mais nada no estômago. Estranho porque eu não tinha tido nenhuma ânsia ou algo assim. Levantei a cabeça, para ver a reação dos outros, mas tudo sumiu e eu estava sozinha num mundo pintado de branco.

Em seguida, minhas pernas fraquejaram e eu caí, batendo a cabeça no chão com força, o que me apagou instantaneamente.

Ah!

***

— Ino? Ino? Você consegue me ouvir? Ino? Você está acordada? Consegue ouvir o que estou dizendo?

Abri os olhos lentamente, piscando com violência, já que eles estavam ardendo bastante. Meu estômago estava fazendo um barulho estranho, como se estivesse vazio. Apertei minhas pálpebras com os dedos, tentando ver se conseguia diminuir a ardência. Depois de uns segundos, finalmente parou e suspirei de alívio. Tentei me sentar e a pessoa que estava ao meu lado me ajudou. Olhei para ver quem era e deparei-me com dois olhos claros. Shizune.

— Oh, você está bem, que ótimo. Eu já estava ficando preocupada. Você nunca ficou apagada por tanto tempo.

— O que aconteceu comigo? - A única coisa de que me lembrava era de estar na sala do Hio-Sama com os outros participantes, enquanto ele falava sobre como o Sabaku mais velho era um infiltrado da Aliança do Norte.

— Você desmaiou. Até aí, nada de novo. Mas dessa vez você vomitou, o que nunca tinha acontecido. - Ela deu de ombros, como se esse fato não significasse muita coisa a mais.

— Eu não caí no meu próprio vômito não né? - Quer coisa mais humilhante que isso?

— Não, Você vomitou para a frente. E caiu para trás. Não chegou nem perto, não se preocupe. - Certo, pelo menos isso.

— Você disse que tinha uma teoria sobre o assunto, mas que precisava de alguns dias para pensar. Você pensou sobre o fato? O que está acontecendo comigo?

— Eu… - Ela desviou os olhos, como se estivesse escondendo algo. E provavelmente estava. Suspirei, cansada de todo esse rodeio em torno de um fato que era aparentemente tão simples.

— Você vai dizer que não estou pronta para saber?

— Não é isso. Eu provavelmente já sei o que é. Todos os fatos levam-me a acreditar que a minha teoria é real. E a cada dia ela se comprova cada vez mais. Até mesmo o vômito de hoje, que aparenta ser um episódio isolado, faz sentido para mim.

— E então? - Se eu estava ansiosa? Imagina. Shizune olhou em seu relógio de pulso, algo que eu nunca tinha percebido que estava ali e assumiu um semblante pensativo. Ela ficou com essa expressão por um momento, como se calculasse algo, e então respirou fundo, como se estivesse surpresa com algo.

— Não temos tempo agora. Você está atrasada pra Noite de Abertura. - O que? Ah, por Kami, a Noite de Abertura. Como eu havia esquecido isso tão rápido? - Tudo bem, vamos te ajudar a levantar. Você precisa de um banho e vestir sua roupa. Temos exatos 15 minutos para toda a produção e chegar à entrada do clã Hyuuga. Você acha que conseguimos?

Eu não sabia o quão longe era o clã Hyuuga, mas a resposta era não, não conseguiríamos. Bem, tínhamos que conseguir, afinal não havia outra escolha.

Como eu ainda estava fraca do episódio anterior, Shizune apoiou meu braço em seu ombro e me carregou até o meu quarto. Na forma de Sayuri, ela era do meu tamanho e mais magra do que eu, mas durante o caminho todo não houve nenhuma reclamação do meu peso e sua expressão era como se ela não tivesse transportando nada.

Chegando ao quarto, ela me ajudou a tomar um banho rápido. Sim, a cena toda foi um pouco constrangedora, mas como eu não estava realmente conseguindo fazer as coisas, não me importei dela fazendo por mim e parece que ela também não. Vesti minhas roupas com pressa e a essa altura minhas pernas já estavam funcionando bem mais e eu já estava bem melhor. O que um banho não faz. Eu estava terminando de calçar meus sapatos, quando ela olhou novamente em seu relógio de pulso.

— Temos cinco minutos. Vamos? - Acenei, levantando-me da cama e seguindo-a para fora. Nossa única opção foi correr desesperadamente até o clã Hyuuga, que descobri ser mais próximo do que eu imaginava. Ele era do lado do clã Yamanaka, e exatamente atrás do The Game. Havia uma porta de ferro, de duas faces, que ligava os dois clãs e aparentemente apenas uma parede de concreto os separava, e foi apenas nesse momento que notei que os dois clãs eram divididos por muros altos.

Chegando lá, percebi que todos os outros participantes já estavam presentes, do lado de cá da porta, todos elegantemente arrumados para a ocasião. Por elegante, eu quero dizer que sim, eu estava usando um kimono longo prata, com pequenas flores brancas emoldurando o tecido, bem justo até a barriga e depois se abria para destacar minhas curvas inexistentes, e todos os outros estavam vestidos mais ou menos da mesma forma, apenas com cores e estampas diferentes.

— Aqui é o máximo que posso ir com você, Ino. A partir de agora, você está sozinha. A cerimônia de abertura é tranquila, você não precisa se preocupar, você é boa em lidar com todos os holofotes. No mais, boa sorte. - Shizune ofereceu um sorriso cordial, o qual tentei retribuir da mesma forma. Bem, meu sorriso não saiu igual, mas retribui da minha forma e era isso que importava. Então, ela se virou e saiu e uma sensação de vazio tomou conta de mim. As lutas estavam prestes a começar. Elas começariam amanhã e eu não sabia nem um terço do que precisava. Nem um por cento do que precisava para não morrer. Socorro, por Kami.

Avistei a Mitsashi, o Nara e o Uzumaki em um canto e aproximei-me deles. Todos estavam silenciosos, diferente do habitual. Estranhei, mas não disse nada, afinal eu estava super nervosa com a situação toda. Ficamos ali, os quatro lado a lado, sem trocar uma só palavra uns com os outros.

O homem de cabelos cinzas chegou nesse momento. Poucas pessoas conversavam, suas vozes menos altas do que o habitual, mas assim que ele chegou, todos se calaram e o olharam. Era impressão minha ou uma aura de tensão pairava no ar?

— Muito bem, participantes, boa noite. Essa é a hora pela qual todos vocês e nós esperávamos. Aqui é onde começa oficialmente o The Game. Atrás dessa porta, acontecerá o Ritual de Abertura. É uma formalidade simples, apenas para iniciar realmente a coisa toda. Eu sei que estão nervosos, mas não há motivo. A cerimônia não se estenderá, já que amanhã a primeira luta ocorre de manhã. Eu desejo a todos uma boa sorte daqui em diante. - Sim, eu precisaria de muita sorte daqui pra frente. Só isso me faria sair daqui viva.

Em seguida, ele foi à frente de todos e fez as honras de abrir a porta. E então, meio que intuitivamente, formamos uma fila vertical e de um em um, começamos a entrar. Eu fui uma das últimas e assim que coloquei os pés ali, eu estava totalmente desorientada.

A primeira coisa que percebi, não tinha como não perceber, é que tinha muita gente. Muita gente mesmo. O lugar era enorme. Eu não poderia começar a supor sua capacidade, mas parecia que pelo menos um quarto da população nacional estava ali naquela espécie de estádio onde nos encontrávamos. As pessoas estavam instaladas em arquibancadas, apenas uma película de vidro as separando de nós, que estávamos ali no meio.

No chão, havia grama e o espaço era considerável para que todos ficassem espaçados com conforto e distância aceitáveis. Acima das arquibancadas situadas à nossa frente, havia uma pequena cabine. Pela explicação do treinador Sabaku, aquele devia ser o local onde o Hio-Sama e seus guardas ficavam, assim como o local onde as apostas iniciais aconteciam. Estávamos rodeados a leste, oeste e norte por pessoas, o sul ficando livre pois era onde se situava a parede que dividia os clã Hyuuga e Yamanaka.

Para completar, grande telas situavam-se no alto, quase em contato com o “teto” do estádio, a parte que impedia-nos de ver o céu.

Segui os participantes à minha frente e assim que percebi estávamos em uma formação horizontal, situados de frente para a cabine do Hio-Sama. Dessa forma, todos poderiam nos ver muito bem. Havia alguns gritos, mas eles eram um pouco abafados pelo vidro. Muitas pessoas estavam em pé, gritando com toda a força que conseguiam, como se estivessem comemorando algo especial. Pisquei os olhos com força, sentindo o peso de tudo o que estava acontecendo. Por Kami.

— Boa noite a todos. - Aquela era a voz inconfundível de Hio-Sama. A gritaria continuou por mais alguns instantes até cessar completamente. E então todos, menos nós, sentaram-se, para ouvir o que seria dito. - Hoje é o começo oficial do The Game e é com muito orgulho que apresentamos a todos os participantes da nossa 33º edição. - Por Kami-Sama. 33º edição? Isso era sério? Por quanto tempo eu dormi? Quero dizer, por quanto tempo eu deixei minha televisão desligada? - Antes de partirmos para a exposição dos nossos lutadores do ano, gostaria de dizer algumas palavras. Todos vocês estão aqui porque têm plena consciência de como funciona a nossa sociedade e que costumes seguimos. O que fazemos aqui não é um ritual simples, que é esquecido no resto do ano. Não. Estamos aqui para sermos lembrados e comentados com orgulho e, acima de tudo, honra. É por isso que fazemos o que fazemos há mais de cem anos. Como todos sabem, o formato que temos hoje foi sugerido e formalizado há 38 anos atrás, mas a tradição ocorre há mais de cem anos. Nós não éramos muito organizados há tanto tempo atrás, certo? Enfim, antes de tudo, eu quero usar este momento para agradecer a todos que confiam em nós e que estão aqui presentes. Nós, do The Game, não seríamos nada sem vocês. Obrigado a todos. - Houve uma salva de palmas diante de suas palavras. Eu não queria acompanhar o gesto, mas minha fama com ele já não era muito boa, eu estava cercada de pessoas e todos os outros participantes aplaudiram também, então não tive outra escolha a não ser imitar. Mas que era patético? Com certeza. - Bom, bom, eu  já falei demais. Vamos ao nossos participantes.

Era a hora. Todos se calaram novamente, olhos atentos a cada um de nós. Um friozinho se instalou ao pé do meu estômago e engoli em seco. É agora que isso realmente começa.

— Temos peças muito promissoras este ano. Assim que eu disser o nome, por favor, um passo a frente para que todos possam conhecê-los. Começando da esquerda para a direita, Sabaku no Temari.

A garota foi a frente, sua expressão sombria e indecifrável. Um grupo aleatório relativamente pequeno no lado oeste do estádio gritou com sua aparição pública. Este era provavelmente o seu clã, o que podemos dizer que era pequeno. Pelo que eu via dali, umas 40 ou 50 pessoas no máximo.

— Em seguida, outro membro do clã Sabaku, Gaara. - O ruivo foi à frente e sua irmã recuou. Ele estava com um sorriso todo arrogante e uma postura superior. O mesmo grupo gritou novamente, aparentemente empolgados que dois membros de seu clã estavam ali na competição, já que isso significava uma chance dobrada de ganhar. - Todos sabem que o clã Sabaku foi um dos primeiros a dominar o chakra, então eles têm muito conhecimento passado de geração em geração.

Pisquei os olhos com força, uma tontura repentina me pegando. Minha visão começou a ficar embaçada e minhas pernas ameaçaram vacilar e me levar ao chão. Um zumbido agudo começou a ecoar em meus ouvidos e a sensação de tontura se intensificou. Kami, por favor, isso não. Agora não. De repente, tudo ficou branco e fui sugada para longe da realidade.

— Você precisa segurar a minha mão. Eu estou com tanto medo, Ino. - Shizune sussurrou, seus lábios tremendo descontroladamente como se ela estivesse prestes a começar a chorar ali mesmo. Segurei seus ombros, fazendo-a olhar para mim.

— Está tudo bem. Eu vou estar ao seu lado o tempo todo. Este não é o fim. - Olhei para Itachi, ao meu lado, que estava mais silencioso do que era normalmente. Eu precisava de sua ajuda para acalmar Shizune, mas aparentemente ele estava, a seu modo, tão mal quanto ela. - Itachi?

— Ham? - Seus olhos voltaram ao foco e então eu tinha toda a sua atenção.

— Está tudo bem?

Ele suspirou e acenou negativamente com a cabeça, como se dizendo “Não, nada está bem”. Meus amigos pareciam tão desolados e as lutas nem haviam começado ainda.

Estendi a mão para ele, dando-lhe todo o meu apoio. Eu obviamente estava tão nervosa quanto eles, mas eu não podia ser histérica. Todo o meu treinamento ninja foi feito para este momento e, agora que estou aqui, eu não posso vacilar e desapontar o meu pai e toda a minha família. Eles contam comigo.

Itachi agarrou minha mão como uma tábua de salvação, apertando muito forte. Apertei de volta e ele pareceu se tocar de que estava me causando dor, porque em seguida sua palma pairou suave na minha. Minha outra mão entrelaçou-se com a de Shizune, que ainda estava em um estado ruim. Lágrimas haviam transbordado de seus olhos e escorriam pelas suas bochechas vermelhas.

— Ei, vocês dois. Está tudo bem. Mesmo que não esteja e todos nós estejamos desesperados, está tudo bem. Vocês são fortes. Podem passar por isso. Só precisam confiar em si mesmos. Tudo vai dar certo. - E no fundo, eu esperava que estivesse certa. Ambos me olharam conformados, e apertei de leve suas mãos. Ok, estava na hora.

Soltamo-nos e nos viramos para a porta. Tudo ia dar certo. Tinha que dar.

— Bando de pirralhos chorões. - Ouvi uma voz conhecida, exatamente ao meu lado. O recém-chegado soou debochado, como se aquilo não fosse nada. E para ele, realmente não era. Olhei-o e bufei com sua expressão. Seus olhos castanhos encontraram os meus e ele abriu um sorriso simpático. - Isso aqui não é nada.

— Você é um idiota. - Sorri de volta. Seu sorriso era contagiante, não havia como não sorrir olhando-o, e, naquele momento, todo o medo evaporou do meu corpo. Eu estava mais leve e relaxada apenas com sua presença. Sentir-me assim não parecia certo, mas, de toda forma, nesse momento, eu não poderia controlar meu coração nem se quisesse.

— Eu me esforço. - E deu-me uma piscadela com um olho só, o que fez meu sorriso aumentar ainda mais. Idiota.

O mundo voltou ao normal. Quero dizer, não ao normal que eu estava acostumada. Tentei piscar, mas percebi que a ação não era possível de ser feita. Tentei mexer o braço, mas novamente meu corpo não obedeceu.

Comecei a me desesperar. O que estava acontecendo agora, por Kami? Era como se eu pudesse ver e ouvir tudo o que estava acontecendo ao redor, mas não podia me mover. Como se meu corpo fosse algum tipo de cápsula transparente em que eu estava aprisionada dentro, sem poder fazer nenhum tipo de ação a não ser observar o que acontece do lado de fora.

— Uchiha Sasuke, à frente. - Conformada com a situação atual do meu corpo, assisti o moreno que acabou comigo no treino coletivo dar um passo com confiança. Uma multidão da plateia se levantou e o aplaudiu. Era impossível para mim entender como esse tanto de gente apoiava esse babaca. - O clã que possui o famoso Sharingan, com técnicas não totalmente reveladas.

Uma sensação incômoda martelou em meu cérebro, uma dor agoniante. Pisquei meus olhos e dessa vez meu corpo obedeceu ao meu comando. Para logo em seguida, cair no mar das lembranças novamente.

— Haruno Shizune - O som era alto e claro, não havia dúvidas. Eu estava ao seu lado, já havia sido apresentada. Era sua vez, mas ela estava congelada no lugar, como se não estivesse realmente ali.     

Uma expectativa pairou no ar. Todos sabiam que aquela era ela por que a chamada estava seguindo a ordem da fila, o que significa que depois de mim, havia ela. Todos os participantes a olharam e um silêncio constrangedor se instalou no estádio.

— Haruno Shizune, um passo a frente por favor.

Novamente, nada aconteceu. Prevendo que as pessoas podiam ficar impacientes e começar a vaiar ou fazer algum tipo de gesto negativo, fui até Shizune e agarrei sua mão. Ela pareceu sair de alguma espécie de transe em que se encontrava e olhou nos meus olhos, seus olhos transbordavam medo.

— Você confia em mim? - Sussurrei, baixo o suficiente para apenas nós duas ouvirmos o que eu estava dizendo. Ela arregalou os olhos, como se a pergunta a tivesse pego de surpresa. E acenou timidamente. - Não é preciso ter medo. Vamos em frente.

Dei um passo, puxando-a comigo. Todos os olhares estavam em nós, atentos ao nosso próximo movimento.

— Haruno Shizune. - Gritei com toda a força que conseguia. Houve um momento em que tudo pareceu parar, mas logo após o que parecia ser o clã Haruno se levantou e começou a gritar e comemorar o seu membro no jogo. Eu e Shizune nos olhamos, e sorri docemente para ela. Em seu olhar, vi gratidão. Provavelmente porque sozinha ela nunca conseguiria fazer isso. - O clã Haruno é especializado em ninjutsu médico e genjutsu.

Voltamos ao nosso lugar e o próximo nome foi chamado.

— Itachi Uchiha. - Ele não hesitou em dar um passo à frente. Fez isso e virou-se para me olhar. Ofereci meu sorriso mais encorajador e ele pareceu bufar internamente. Então, voltou-se para a frente e deu um sorriso para toda a plateia. - Do famoso clã Uchiha, possuidor do Sharingan, uma das técnicas oculares que conhecemos. Uma salva de palmas. - O clã Uchiha foi a loucura. Eles se levantaram muito animados e gritaram mais alto do que todos os outros clãs tinham gritado até agora. Isso mesmo. Esse é o espírito.

Não. Isso não vai acabar? Pisquei forte novamente, retomando o controle do meu corpo. Respirei bem fundo e olhei em volta, onde tudo estava normal e em foco novamente. Duas lembranças de uma vez só. Se continuasse nesse ritmo, essa tortura duraria a noite toda. Essa abertura precisava acabar logo.

— Hyuuga Neji. - O moreno irritante de olhos perolados foi à frente e um grande número de pessoas se levantou e gritou. Não era surpresa nenhuma, já que estávamos em seu clã. era óbvio que eles estariam em maior número.

— Juntamente com Hyuuga Hinata. -  Cabelos azuis versão feminina deu um passo à frente e as mesmas pessoas gritaram novamente, todas juntas em um local só. Era engraçado como todos os clãs ali estavam bem agrupados e organizados, cada um em seu próprio canto. - Dois membros do clã Hyuuga, o segundo nesta temporada com técnica ocular muito poderosa.

— Haruno Sakura. - Essa era a garota que tentou me afogar. Olhei para a arquibancada para observar seu clã. Eles tinham um número significativo de pessoas. Eu totalmente não conseguia acreditar que ela era do mesmo clã que Shizune, mas novamente, não havia muito tempo para pensar sobre isso durante a cerimônia. - Clã Haruno, especializado em ninjutsu médico e genjutsu.

— Nara Shikamaru. Clã Nara, famoso por suas dominação de sombras. - O Nara deu um passo à frente e a próxima coisa que eu percebi era que eu era a próxima. Medo se instalou no meu cérebro. Onde estava o meu antigo clã? Eles iriam me gritar? Ou iriam ignorar a minha existência como tinham feito durante todos esses anos, fechando os olhos para a situação?

— Yamanaka Ino. - Um silêncio estranho se instalou no estádio e todos os olhos estavam em mim. Dei um passo vacilante para a frente, sentindo todo o peso e a pressão de todos aqueles olhares.

Cinco demorados segundos se passaram antes que alguém se levantasse e me aplaudisse. Uma pessoa desconhecida e estranha no lado oeste do estádio se levantou e começou a bater palmas. Uma pessoa só. Em seguida, outras se levantaram e começaram a acompanhá-la. Meu ex-clã era maior do que eu tinha imaginado inicialmente, o que me fez sentir raiva. Tantas pessoas assim e nenhuma delas se incomodou em me procurar no momento em que eu me mudei? Nenhum deles pensou em me acolher? Bando de hipócritas sujos.

— O clã Yamanaka possui técnicas de controle e possessão de mentes.

Controle e possessão de mentes? Guardei a informação em minha mente para pensar depois sobre e voltei ao meu lugar, a mulher ao meu lado dando um passo à frente.

— Mitsashi Tenten. - A comedora louca apresentou-se a todos rapidamente, sua expressão muito quieta e tranquila para ser normal. Para quem estava extremamente animada para o treino coletivo, o que era isso? Para onde havia ido toda aquela animação? - Clã Mitsashi, com a surpreendente habilidade de armazenamento de armas ninja.

— Uzumaki Naruto. - Ele era o último. Deu um passo bem tímido à frente e ficou todo vermelho quando as pessoas do seu clã se levantaram e começaram a gritar seu nome. Ele logo voltou ao seu lugar e assim todos os participantes haviam sido apresentados ao público. - Clã Uzumaki, conhecido por toda a sua força e dominação de clones das sombras.

— Como todos já conhecem todos os participantes dessa edição, então, peço que aguardem até amanhã e voltem para as lutas, que terão início pela manhã. É muito importante escolherem sua predileção hoje mesmo. Agradeço novamente pela vinda e apoio e assim termina o Ritual de Abertura. Até amanhã todos.

Acabou. Finalmente acabou. Suspirei. Agora só faltavam as lutas. E menos de vinte e quatro horas para a primeira delas. O destino totalmente não estava ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

E então, amores, sintam-se a vontade para comentar (ou não) o que acharam. Aceitarei qualquer sugestão, crítica ou elogio vindo e responderei todos os comentários com amor e carinho. Obrigada por me acompanharem sempre, um beijo a todos e até o próximo capítulo.



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