Deep Six - Novos Horizontes escrita por Gothic Princess


Capítulo 8
Capítulo VIII - A Corte


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! Mais um capítulo novinho em folha para vocês, dessa vez explicando melhor o que é a Corte das Corujas que vai ter um papel importante nos próximos capítulos e no desenvolvimento da fic.

Pra quem ficar curioso ou em dúvida, a roupas dos Talons é assim: http://static.comicvine.com/uploads/original/6/66303/2050466-photo_oct_19__5_28_45_pm.png

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Espero que gostem!!



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Damian já havia se encontrado em situações como aquela antes, a desvantagem era apenas um mero detalhe na luta. O problema de verdade era o fato de seus oponentes não morrerem. Ele já havia tentado tudo. Esmagar a cabeça deles contra a parede, usar uma das lâminas que um deles usava para furá-los no peito ou arrancar seus membros… Mas todos ainda continuavam vivos, e ele ficava cada vez mais cansado. O Wayne havia conseguido se mover pelo labirinto até encontrar uma área mais escura do mesmo, onde não haviam Talons por perto. Seu corpo já estava exausto depois de horas de luta e ele mal conseguia ficar de pé. Tinha quase certeza de que estava ali há mais de dez horas, e não havia parado de lutar desde então.

Tentou controlar a sua respiração ofegante e olhou para baixo, checando para saber se algum dos cortes em seu corpo era grave. Dois superficiais em seu braço direito, um mais profundo em seu ombro esquerdo e outro pequeno em sua panturrilha, nada sério. Porém quanto mais ele lutava, mais percebia que ele era o único a gastar energia e logo seria morto se não deixasse aquele lugar.

— Não adianta se esconder, — ele se virou ao ouvir a voz familiar e desviou a tempo, quando um par de lâminas desceu na direção de seu rosto. — Corujas podem ver no escuro.

A Talon acertou um chute no peito dele e voltou a atacá-lo, girando suas espadas a uma velocidade absurda e tentando acertá-lo. Viu que ele estava recuando e avançou com mais confiança e força, mal percebendo quando ele saltou por cima dela, acertando um chute em cheio em seu rosto mascarado.

Quando ouviu o som dos óculos da máscara da Talon se quebrando, Damian deu um leve sorriso satisfeito e pisou firmemente no chão após o salto. Ele se virou e, na pouca luz daquela área do labirinto, a viu retirar a máscara bruscamente e encará-lo com raiva.

A única coisa sobre aquela garota que Damian achava interessante era que ela não falava muito enquanto lutavam. Geralmente os criminosos que ele enfrentava falavam demais e isso o deixava irritado. Pelo menos ela sabia quando calar a boca.

Agora que ela estava sem os óculos, não conseguiria vê-lo no escuro, ou pelo menos foi isso o que ele pensou. De repente, luzes brancas e fortes foram acesas sobre eles e mais Talons começaram a se aproximar.

— Parem! — a Talon ruiva gritou e todos pararam em seus lugares. — Ele é meu.

Damian a viu correr em sua direção e bloqueou um chute que ela tentou desferir em seu rosto, rapidamente acertando uma cotovelada na barriga da ruiva. Ela não pareceu nem um pouco afetada pelo golpe, que deveria, pelo menos, tê-la deixando sem ar. Sempre que uma das mãos com garras aproximavam-se demais, ele bloqueava o golpe imediatamente, algumas vezes conseguindo acertar um ou dois socos nela. A Talon continuava a atacá-lo sem piedade e não sentia nenhum dos golpes que recebia em seu rosto.

Ela acionou uma lâmina que saiu da parte inferior de sua luva e quando Damian bloqueou um de seus golpes, a lâmina atravessou seu braço. Uma grande quantidade de sangue começou a sair do ferimento e ele chutou a Talon para longe, consequentemente arrancando a lâmina do corte e fazendo mais sangue sair.

Ele reprimiu um grito de dor e fechou sua mão ao redor do ferimento para tentar parar o sangramento, porém não conseguiu se esquivar do chute circular que a Talon desferiu em seu rosto, fazendo-o cair no chão. O moreno a ouviu se aproximar novamente e pisar em suas costas com firmeza, logo sentindo dois espinhos saírem da bota da ruiva e entrarem em suas costas. Mais uma vez não se permitiu gritar e trincou os dentes quando a dor se espalhou por seu corpo.

— Vai se levantar, Morcego? — a Talon questionou, pisando com mais força nas costas dele.

Damian queria muito se levantar e matá-la. Queria sair daquele hospício o mais rápido possível e descobrir qual era o sentido de tudo aquilo. Mas seu corpo não parecia querer colaborar, pois já estava exausto demais para reagir aos seus comandos.

— Acho que estava enganada… — ele a ouviu sussurrar, quase que como se estivesse aborrecida. Então olhou para cima. — Peço perdão, minha Corte.

Damian conseguiu virar o rosto para onde ela olhava e viu várias pessoas de pé no alto do labirinto. Haviam homens, mulheres, crianças… Todos trajando roupas caras e formais e usando uma máscara branca no rosto.

— Trouxe o herói Batclaw para apresentá-lo a vocês essa noite, mas ele não é tão forte quanto eu pensei que seria — a Talon tirou seu pé das costas do moreno apenas para segurá-lo com ambas as mãos e erguê-lo com uma facilidade assustadora, mantendo-o no alto enquanto falava. — O que desejam que eu faça com ele?

— Não estávamos entretidos em vê-lo derrotando nossos Talons — uma mulher falou. — Se ele não tem utilidade para nós, devemos matá-lo.

— Mas poderíamos nos divertir um pouco antes — um homem disse e vários sussurros concordando com a ideia foram ouvidos. — Machuque ele, Talon 10.

— Com prazer — a ruiva lançou Damian contra a parede mais próxima e a mesma acabou ficando rachada após o impacto.

Assim que abriu os olhos, o Wayne sentiu um chute acertar seu rosto e outro seu peito, a força quase quebrando os ossos dos locais em que foram desferidos.

— Faça ele gritar! — a voz de uma garotinha foi ouvida.

— Seu desejo é uma ordem, milady — a Talon o segurou pelo pescoço e acertou vários socos no rosto do Wayne, deixando vários hematomas e alguns cortes no mesmo. — Não precisa fingir que é forte, todos já viram que é fraco. Quero ouvir você enquanto grita pela sua vida.

A ruiva ergueu o punho para socá-lo mais uma vez e nem se deu o trabalho de botar toda a sua força no mesmo. Ela ficou genuinamente surpresa ao vê-lo segurar seu punho e acertar uma cotovelada em seu rosto, fazendo virar-se brevemente para o lado e soltar seu pescoço. Sentiu uma de suas espadas que carregava nas costas ser retirada e assim que olhou na direção do Wayne novamente, ele girou a lâmina de forma fluida e rápida, cortando a cabeça da Talon em menos de dois segundos.

Não havia sangue quando seu corpo caiu de um lado e a cabeça do outro, nem sequer uma gota. Damian não sabia quem aquelas pessoas eram, mas definitivamente as investigaria quando saísse dali. Se ele saísse dali.

O silêncio o fez olhar em volta, percebendo que todos os Talons ainda estavam parados o encarando, sem mover um músculo. Olhou para cima, para as pessoas com máscaras de coruja, e também recebeu o silêncio como resposta ao que acabara de fazer. Apesar de estar se esforçando para permanecer de pé, as pernas do Wayne cederam e ele caiu no chão, soltando a espada.

— Ele conseguiu — uma mulher falou.

— Levem-no para… — a voz de um homem idoso foi cortada quando Damian perdeu a consciência, rendendo-se à escuridão.

Ele se lembrava de ter fechado os olhos e acordado logo em seguida, mas era claro que ele havia ficado desacordado por um longo tempo. Estava deitado em uma cama em um quarto que se assemelhava ao seu na mansão Wayne, porém com paredes de cores diferentes, um vermelho exageradamente escuro e haviam diversos quadros de corujas presos nelas. Sua blusa e seu casaco não estavam em nenhum lugar por perto, mas suas calças estavam no lugar, algumas gotas de sangue manchando-a.

Quando tentou se levantar, não sentiu dor alguma em seu corpo, o que era estranha tendo-se em vista os ferimentos que ele havia adquirido enquanto lutava. Viu que seus braços e sua perna estavam enfaixados, mas era quase como se não houvesse nem um arranhão neles, então desfez a atadura de seu braço que havia sido atravessado pela lâmina da ruiva e viu que o corte já havia cicatrizado.

— Não se mexa ainda — ele se virou para a cadeira do outro lado da cama, onde a Talon ruiva estava sentada.

De perto e na luz seu cabelo parecia mais desbotado e haviam veias azuis se destacando na pele extremamente pálida. Ela ainda usava sua roupa de Talon sem a máscara e não havia nem uma marca de corte ou de pontos em seu pescoço.

— Como ainda está viva?! Eu decepei sua cabeça! — ele a viu dar uma risada baixa.

— Eu sei e ainda bem que decepou — o moreno continuou sério e não disse nada, então ela continuou. — Cada Talon pode escolher uma pessoa para se tornar um de nós, e depois de te observar por alguns meses, resolvi que estava pronto para o teste. Este consiste em você matando o Talon que o indicou para a Corte.

— Aparentemente não consegui te matar.

— Conseguiu, só que ninguém fica morto aqui — ela se levantou e ele se preparou para fazer o mesmo. — Ainda não está bem para se levantar.

— Há quanto tempo estou aqui? — Damian começou a sentir seu rosto doer repentinamente.

— Dois dias.

Ele arregalou os olhos, surpreso por ter ficado tanto tempo desacordado e pensando que sua família deveria estar procurando por ele nesse momento.

— O que fizeram comigo? Esses ferimentos deveriam levar meses para cicatrizarem dessa forma.

— Apenas injetamos um pouco do soro que usamos nos Talons para acelerar o processo, mas não o suficiente para torná-lo imortal — ela se aproximou da cama e sentou-se na borda oposta a que ele estava. — Nunca fomos formalmente apresentados. Sou Emma Rogers, Talon 10 da Corte das Corujas.

A ruiva estendeu a mão na direção do Wayne, que ignorou o gesto e continuou a falar.

— O que é a Corte das Corujas?

Ela sorriu e sacudiu levemente a cabeça.

— Pensei que todos de Gotham conhecessem a lenda.

— Sou novo na cidade, então pode esclarecer a situação para mim.

— A Corte das Corujas controla Gotham City há anos, mais anos do que você possa imaginar. Seus membros são, na maioria das vezes, famílias antigas e ricas da cidade que agem por trás dos panos para manterem a cidade segura, pois a Corte não gosta que falem sobre ela.

— Não estou muito convencido de que querem fazer o bem para a cidade. Pelo menos não depois de tentarem me matar — Damian a viu se aproximar mais e recuou instintivamente.  

— Cuidado com a corte das corujas, que vigia o tempo todo, governando Gotham de seu poleiro, atrás dos granitos e concretos. Eles lhe vigiam em seu lar, em sua cama. Nem mesmo sussurre sobre eles ou eles cravarão a garra em sua cabeça — Emma murmurou e ele arqueou uma sobrancelha.

— Não parece algo bom falado dessa forma.

— Isso é um conto inventado para assustar crianças, Batclaw, nada além disso. Os Talon apenas matam aqueles que prejudicam a cidade.

— Então vocês vem fazendo um trabalho podre nos últimos anos, já que a cidade está mais infestada de criminosos do que nunca.

— Nossas forças são limitadas. Por isso recentemente estamos recrutando mais pessoas para entrarem em nosso exército de Talons. Se aceitar, poderá ser imortal como nós, poderá ajudar a salvar sua cidade e aqueles que ama. Tudo o que precisa fazer é jurar lealdade à Corte.

— Não — ele respondeu de forma fria.

Emma ficou atônita por alguns segundos, mas conseguiu não demonstrar em seu rosto.

— Não sei o que vocês são, mas não são humanos. Prefiro continuar a proteger a cidade sem ser uma aberração — ele se levantou e sentiu uma dor leve em seus músculos.

Emma fez o mesmo que ele e andou para seu lado da cama, ficando frente a frente com o Wayne. Ela o encarou por alguns segundos, seus olhos verdes parecendo querer penetrar a alma dele.

— Se acha diferente de nós? Pelo que pude ver nos meses em que te observei, Damian, você é só um assassino a sangue frio, que não sente pena das vítimas e nem se arrepende quando as mata.

— Eu não mato inocentes, e não espere que eu acredite que sua Corte também não.

— Ah, mas seus companheiros de equipe não pensam da mesma forma que você, não é? — a menção do DS o fez se lembrar da discussão que teve com Melissa. — Quando eles descobrirem, vão prendê-lo como fazem com qualquer criminoso.

— Eles não vão descobrir.

Ela o ignorou e continuou a falar.

— Já perdoaram seus crimes passados, acha que farão isso novamente? Eles nem confiam em você. Suas irmãs não confiam em você e muito menos sua namorada — Emma sentiu que havia acertado em cheio quando ele trincou o maxilar e cerrou os punhos. — Ela é bem bonitinha. Seria uma pena se...

Damian não a deixou terminar e segurou a garganta da ruiva com força e, mesmo usando apenas uma das mãos, colocou pressão o suficiente para tirar o ar de qualquer um.

— Não ouse tocar nela — ele vociferou.

— Não sabia que monstros podiam amar — Emma deu uma risada, parecendo se divertir com a situação. — Relaxa, eu nunca machucaria sua preciosa Yuki.

Ouvindo isso, ele soltou a garganta dela, também percebendo que a Talon não parecia precisar de ar.

— Mas tenha isso em mente se resolver contar a alguém o que aconteceu aqui. Sei tudo sobre você, Damian Wayne, sei como acabar com sua vida sem nem ao menos atravessar uma adaga em seu coração — ela andou na direção dele e o empurrou para que caísse de costas na cama.

O moreno tentou se levantar tão rápido quanto havia caído, mas ela se colocou sobre ele e manteve uma das mãos em seu peito, sua força sendo tanta que o Wayne nem conseguia se mover debaixo dela.

— Vamos fazer um acordo; Eu te provo que suas habilidades serão mais bem usadas pela Corte e você pensa na minha proposta, nunca mencionando isso para nenhum daqueles heróis ou para a sua família — a ruiva aproximou o rosto do dele e seus narizes se tocaram. — Se resolver definitivamente recusar, não o importunarei mais e nunca mais vai ouvir falar de nós. Se aceitar, ficaremos felizes em recebê-lo.

Damian não pareceu intimidado com a proximidade e nem com o olhar sem emoções e frio da jovem, permanecendo calado.

— Temos um acordo? — ela se afastou e estendeu a mão na direção dele.

O Wayne odiava admitir que não tinha outra escolha, porém sabia que nunca se uniria àquele clube de malucos, então apenas apertou a mão de Emma.

— Não vai se arrepender. E se quiser um conselho, não deixe seus novos colegas de equipe apertarem sua coleira demais, isso geralmente deixa a fera mais irritada — ela se levantou e puxou a mão dele para ajudá-lo a ficar de pé. — Tenho uma coisa para você.

Emma retirou de seu cinto uma adaga sai, que possuía o símbolo da Corte das Corujas entalhado no cabo.

— Só uma lembrança de quando foi aprovado no teste da Corte. Espero que resolva se unir a nós para acabar com os crimes de Gotham de uma vez por todas — a mentira saia da boca dela tão facilmente que até a própria Talon acreditava no que dizia de vez em quando.

Damian aceitou a adaga e analisou a arma cuidadosamente antes de olhar novamente para a ruiva a sua frente.

— Como saio daqui?

— Só precisa relaxar — ela andou até ficar de frente para as costas do maior e pôs as mãos em seus ombros.

Ele a acompanhou com a cabeça, porém antes que questionasse a ação da Rogers, ela acertou uma cotovelada em sua nuca e ele apagou mais uma vez.

Quando acordou, agora sentindo uma dor forte na parte de trás da cabeça, estava deitado em sua cama na sala que dividia com Cassy na base do DS. Ele vasculhou o local e percebeu que as luzes estavam apagadas e ele estava sozinho ali, mas podia ouvir uma discussão ocorrendo do lado de fora, provavelmente por sua causa.

Ele ainda segurava a adaga sai e resolveu que seria melhor escondê-la, já que Cassy, Melissa e o detetive enxerido provavelmente conheciam a Corte e ele não quebraria seu acordo explicando sua situação para eles. Por hora, aqui permaneceria um segredo, assim como quase tudo em sua vida.

§

Janessa estava de pé do lado de fora da sala onde seu irmão "cuidava" de um paciente. Ela já havia se acostumado com os gritos que saiam dali, mas sempre gostava de ver a irritação no rosto do irmão quando os gritos paravam. Sabia que mais um havia morrido e a diversão dele havia terminado. Dois minutos depois que isso havia acontecido, a porta se abriu e Jeffrey retirou suas luvas cheias de sangue, jogando-as no chão.

— Quanto tempo esse durou? — a mais nova questionou.

— Duas horas. Esses idiotas são fracos demais, nem consigo sentir aquela sensação boa de torturar alguém com tão pouco tempo — ela notou que seu irmão estava aborrecido.

— Esses pacientes do Arkham só servem para serem torturados, tem o bastante deles aqui para você se divertir por meses. Quem sabe não acha algum que aguente suas brincadeiras — Jane entrou na sala de onde ele saíra. — Vou limpar a bagunça, pode voltar quando eu tiver terminado.

Jeffrey assentiu e seguiu pelo corredor, logo chegando a um elevador e subindo no mesmo até o último andar do prédio, onde seu escritório era. Ao entrar, viu Melody sentada em sua mesa, lendo alguns papeis e parecendo entediada. Ele resolveu nem perguntar e passou direto por ela, indo até um armário no canto da sala e removendo sua blusa, que estava um pouco suja de sangue.

— Que cheiro delicioso de morte, Jeff — ela comentou, sorrindo e mostrando alguns de seus dentes pontiagudos.

— Não sinto cheiro de nada.

— Não como há dias, poderia sentir cheiro de sangue se estivesse do outro lado da cidade — ela se levantou da mesa e andou até ele. — Quando vai me deixar sair?

— Quando for a hora — ele pegou uma blusa limpa da cor preta e a colocou, evitando olhar para a sereia.

— Estou ficando cansada de esperar, se não comer alguém logo vou ficar alterada — Melody deixou um som de decepção escapar de sua boca quando ele cobriu seu abdômen definido com a blusa e fez sua melhor expressão de falsa tristeza. — Sinto que não tenho utilidade em seu plano.

— Não se preocupe, você tem. Só precisa ter paciência e esperar a sua vez — o Crane andou até sua mesa e arrumou os papéis que ela havia bagunçado. — Se não tem nada mais para dizer, pode ir embora.

— Ah, mas eu tenho — a sereia virou Jeffrey para si e pressionou seu corpo contra o dele, quase o fazendo cair sobre sua mesa. — Quem sabe se eu fosse um pouco mais persuasiva, você resolvesse me deixar ir encontrar aqueles heróis e acabar com a raça do meu primo.

Melody segurou o rosto dele de forma firme e seus lábios roçaram superficialmente nos do maior.

— Se eu pedir por favor, talvez? — ela sorriu ao perceber que a cor dos olhos do Crane já começavam a mudar para roxo conforme ela falava e seu corpo ficava menos tenso. — Posso te compensar mais tarde com o que você quiser...

A sereia parou de falar quando alguém puxou seu cabelo, obrigando-a a afastar seu rosto do de Jeffrey. Em seguida, sentiu um punho de metal acertando seu nariz, a força do soco fora tão grande que Melody foi jogada para o outro lado da sala e bateu com as costas na parede. Assim que sentiu o sangue escorrendo por seu nariz, a morena olhou para cima e viu Amanda de pé entre ela e o Crane.

— Cai fora antes que eu faça pior — a Luthor tinha apenas a mão direita revestida por metal e não parecia nem um pouco contente.

— Sua vadia! — Melody gritou, se levantando e tentando limpar o sangue em seu rosto. — Vai se arrepender por isso.

— Tem cinco segundos para sair da minha vista ou vou quebrar seu pescoço — Amanda estalou os dedos e Melody rapidamente deixou a sala.

A Luthor se virou para Jeffrey, que ainda encarava o local onde Melody estava antes. Sem aviso prévio, ela usou sua mão direita para dar um tapa no rosto dele, fazendo-o sair do transe em que estava. Depois que voltou, ele sentiu uma queimação em sua bochecha e massageou a mesma, olhando para a loira a sua frente.

— A Melody tentou te enfeitiçar — Amanda explicou e ele deu uma risada sem humor, balançando a cabeça em sinal negativo.

— Mantenha ela longe de mim.

— É minha função não deixar nada acontecer com você, Crane, mas não se engane, não sou sua babá e nem gosto de você — ela sentou-se na cadeira dele atrás da mesa.

— Continue dizendo isso a si mesma, talvez algum dia acredite — ele ainda sentia sua bochecha arder após o tapa, mas sabia que precisava daquilo. — Não que eu não esteja feliz em vê-la, mas por que está aqui?

— A garota coruja quer falar com você — a loira apontou para a porta e Jeffrey se virou para ver a Talon de pé ali.

— Só vim avisar que seu plano deu certo, ele passou no teste da Corte — Emma entrou na sala. — Mas temos um problema.

— Batman — Jeff disse, já sabendo que ela diria isso. — Não precisa se preocupar com ele.

— Da última vez em que resolvemos recrutar o Asa Noturna, o Morcego quase acabou com a gente. Acha que ele não vai notar se o próprio filho desaparecer?

— Não se ele desaparecer por vontade própria — o Crane cruzou os braços e deu um meio sorriso. — É empurrá-lo até o limite e esperar que ele abandone o Deep Six. Quando isso acontecer, o sumiço dele não vai ser motivo de iniciar buscas, vão achar que ele só quer espaço ou que não quer ficar perto dos heróis.

— E como tem certeza de que ele vai ceder e aceitar se tornar um Talon? — Emma o viu pegar uma pasta, no meio de muitas outras, que estava sobre a mesa.

— Tenho o perfil psicológico dele aqui e garanto, com toda certeza, que ele só precisa de um empurrãozinho para aceitar. Ele é um assassino por natureza, um psicopata, e posso afirmar que de psicopatas eu entendo — ele entregou a pasta para Emma. — É só apertar os botões certos.

A Talon acenou com a cabeça em sinal afirmativo e deixou a sala.

— Está mesmo envolvido com a Corte das Corujas? — Amanda perguntou. Já havia ouvido histórias sobre a Corte e não pensou que alguém fosse corajoso o bastante, ou burro o suficiente, para se aliar a eles.

— Seu irmão mencionou que o filho do Batman havia virado as costas para vocês e se unido ao Deep Six, e já que ele é o único que pode estragar meus planos, pensei em retribuir o favor e acabar com ele da forma mais dolorosa possível.

— E por que ele é o único que pode arruinar seus planos? — ela viu Jeff olhar para ela por cima de seu ombro, sua expressão séria e quase irritada.

— Porque ele não tem medo de nada.


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Notas finais do capítulo

Adaga sai: https://images.knifecenter.com/thumb/1500x1500/knifecenter/collectorsarmoury/images/AR224178N.jpg

Para futuras referências, sim, eu shippo Amanda e Jeffrey por algum motivo bizarro kkkkk Não sei como nem quando aconteceu, mas eu não consigo mais imaginar esses dois separados. Não é uma garantia de que eles terão um relacionamento, só tô dando uma de fan girl na minha própria história mesmo... Me julguem u.u

Me digam se estão gostando pelos comentários aqui ou pelo tumblr!! No próximo capítulo teremos a introdução do Cypher e o começo da verdadeira batalha entre heróis e vilões :3

Un beso mis amores :*