Deep Six - Novos Horizontes escrita por Gothic Princess


Capítulo 12
Capítulo XII - Belle Reve: Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! ANIVERSÁRIO DE DS JÁ PASSOU MAS TÁ VALENDO :D

3 fucking anos me aturando deve ser recorde em algum lugar do mundo kkkkk Obrigada a todos que ainda estão acompanhando e aguentando minhas demoras para postar. Sério, chegou ao ponto que a minha mãe me perguntou se eu ainda estava enrolando para escrever ;-;

Esse capítulo é o primeiro parte 1 e parte 2 que faço e bastante coisa vai acontecer, espero que não fique confuso... Qualquer coisa é só ler duas vezes kkkkk



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Depois de contarem a Ethan tudo o que havia acontecido, acabando por fazer o jovem voltar correndo para a base do DS, os heróis ficaram sabendo que a Liga havia entrado em contato com ele e estava exigindo uma explicação para as cenas que haviam sido transmitidas na TV. Eles apenas pediram para o Palmer dizer que tinham tudo sob controle e que aquilo era um mal entendido. Um mal entendido que acabou com vários civis feridos e um prédio desabando. Todos já imaginavam que iriam precisar dar uma explicação excelente para tudo aquilo, mas escolheram se preocuparem mais tarde, pois já estavam com um enorme problema nas mãos.

Assim que chegaram ao STAR Labs de Central City, falaram com alguns cientistas sobre o que havia acontecido. Eles, então, levaram Superboy o mais rápido possível para dentro de um dos laboratórios. Uma hora e meia depois, Kate conseguia estar mais inquieta do que Grace. Ela tateava o indicador sobre o braço da poltrona em que estava sentada com tanta força que provavelmente todos conseguiam ouvi-la, independente de onde estivessem no andar. Melissa estava ainda mais desesperada por terem perdido Apolo e por quase ter matado seu melhor amigo, aquele dia havia sido literalmente o pior de sua vida até agora.

Quando começaram a ficar impacientes demais, os heróis foram obrigados a esperarem em um tipo de refeitório onde os cientistas ficavam quando tinham um tempo de folga para tomarem um café ou algo do tipo. Scott havia recebido a missão de manter Grace longe da máquina de café, então lhe deu alguns biscoitos que havia encontrado em um dos armários para que ela ficasse mais tranquila.

— Faz um bom tempo que o levaram, já devem saber de alguma coisa — Natasha disse para a Wayne sentada ao seu lado em um dos sofás.

— Viu quanta kryptonita ela usou nele? Teremos sorte se ele tiver sequer sobrevivido! — Kate não havia olhado na direção de Melissa desde que o tumulto havia cessado.

— Ela salvou dezenas de pessoas que iriam se ferir se ele continuasse daquele jeito — Damian defendeu a irmã, mesmo que ela não se importasse com os comentários dirigidos à ela sobre o assunto. — Vocês precisam definir sua prioridades se querem manter os civis seguros. Se levam tudo para o lado pessoal, não sei porque tem uma equipe.

— Já chega, Damian — Yuki advertiu. — Ninguém tem culpa de nada, foi uma armação dos mesmos criminosos que sequestraram o Apolo. Eles devem querer tirar os dois mais fortes da equipe da jogada e conseguiram, agora estamos vulneráveis de certo modo.

— Ela tem razão, os dois grandalhões da equipe caíram e boa parte dela é composta por vigilantes. Estamos bem ferrados se eles resolverem fazer um mega ataque surpresa — Grace terminou seu pacote de biscoitos e jogou o pacote vazio no lixo ao lado da porta.

Eles ficaram num silêncio tenso por alguns minutos, até o atlante começar a ficar entediado e perguntar:

— Onde está o Questão? Ele sumiu do nada depois que entramos na loja, geralmente ele teria uma teoria bizarra para tudo isso — Scott olhou para Yuki, esperando que ela soubesse.

—  Ethan disse que ele não voltou para a base e ele deve ter desligado o comunicador. Ainda quero saber o que o fez ficar daquele jeito, parecia ter visto um fantasma.

— Talvez ele tenha — Melissa falou pela primeira vez desde o incidente e todos se voltaram para ela. — Todos temos fantasmas do passado que não queremos ver tão cedo, mas que uma hora vão aparecer. Concordo com a Yuki, não acho que o que aconteceu com o Kev foi um acidente, e pretendo encontrar os desgraçados que fizeram isso e fazê-los pagar por me fazerem machucar meu amigo.

A atenção deles se voltou para a porta, quando ela deslizou para o lado e se abriu. Viram uma mulher alta de cabelos negros, ela era oriental, provavelmente chinesa, mas eles não tinham certeza, e usava um jaleco com um crachá onde se lia: “Dra. Lilian Ming.” Sem perder tempo, todos andaram na direção dela, que apenas parou de andar e arregalou os olhos, surpresa com a súbita aproximação dos heróis.

— Como ele está? — Kate foi a primeira a perguntar.

— Bom… Ele quebrou o braço, teve queimaduras de terceiro grau, perdeu parte do dedo médio da mão esquerda e provavelmente nunca mais vai andar, nada de muito sério — a doutora olhou pensativa para o teto e quando encarou os sete novamente, viu algumas expressões confusas e outras apavoradas. — Ah, estão falando do seu amigo? Ele vai ficar bem, está se recuperando e não vai ter efeitos colaterais.

Ela deu uma risada quando ouviu vários suspiros aliviados.

— De quem diabos você estava falando antes?! — Grace questionou.

— Do meu antigo assistente. Aparentemente ele não aguenta minhas experiências muito bem e acabou saindo um pouquinho machucado — ela sorriu e a velocista olhou para Scott, que negou com a cabeça, mostrando que também não tentaria entender aquela mulher.

— Que tal voltarmos ao nosso amigo, por favor — Natasha interferiu. — Podemos vê-lo?

— É claro. Me sigam — ela gesticulou para que passassem pela porta por onde ela havia vindo e eles o fizeram. — Sou nova aqui, mas já estudei bastante sobre a anatomia kryptoniana, é fascinante saber que seu amigo é um híbrido de humano com uma raça tão poderosa! Quando acordar, com certeza vou querer fazer muitas perguntas a ele.

— Ele ainda está desacordado? — Melissa indagou.

— Sim, estamos retirando o que sobrou da kryptonita no organismo dele, que não era pouca, mas ele deve estar acordando em algumas horas — a doutora virou-se para os heróis atrás de si, parando de andar. — Isso que vocês possuem é muito raro, sabiam? Kryptonita verde está praticamente extinta no universo, nós até temos algumas aqui, porém só o suficiente para fazermos agulhas e bisturis. Se eu fosse vocês, cuidaria bem de uma quantidade tão grande assim para que não caíssem em mãos erradas.

— Vamos ter certeza disso, obrigada — Batgirl respondeu, friamente.

Lilian pareceu não se importar com a grosseria, apenas sorriu suavemente e continuou a andar na direção de uma das muitas salas do STAR Labs. No caminho passaram por uma que estava quase que totalmente em chamas, e assumiram ser a da doutora, e Scott fez uma nota mental de ficar o mais longe dali e daquela mulher. Quando chegaram ao destino, viram Kevin dentro de uma máquina com uma máscara de oxigênio em seu rosto. Fisicamente ele parecia ótimo, o que os deixou menos preocupados.

— Fiquei muito curiosa para saber o que os fizeram atacar seu amigo com a coisa mais letal para a espécie dele. Quero dizer, se quisessem matá-lo não o trariam aqui, ou o trouxeram porque não conseguiram matá-lo e agora querem fazer isso com uma ajuda nossa. Pela ciência eu estaria disposta a tentar se é o que vocês…

— Para bem aí, moça! Não queremos matar ele, e se você quer pode saindo de perto — Grace correu para onde Kevin estava e se colocou na frente da câmara em que Kev estava.

— Ele perdeu o controle dos poderes, não havia outro jeito de pará-lo — Damian explicou.

— Isso pode ser explicado, — a doutora andou até uma mesa ao lado de alguns computadores e pegou uma ficha. — Aqui diz que o sangue do seu amigo continha etomidato, o que provavelmente ocasionou a perda do controle dos sentidos dele. Precisa ser uma pessoa extremamente corajosa para mexer com alguém que tem a força e os poderes dele.

— O Kev não é violento, mas não deixaria alguém simplesmente chegar e injetar uma substância nele — Scott afirmou com certeza, seguido por Damian.

— É possível que possam ter tirado vantagem da luta dele contra o Apolo e o pegaram desprevenido. Seja lá o que queriam com tudo aquilo, não creio que tenham conseguido.

— Se o objetivo de quem fez isso era fazer o Kev destruir a cidade, eles falharam, mas se era outra coisa não podemos saber — Kate andou na direção da câmara e ficou observando o namorado. — Talvez fosse uma distração para não conseguirmos trazer o Apolo de volta.

— Então isso é exatamente o que precisamos fazer. Não sabemos o que aquela coisa era, mas fez o nosso amigo de refém e pode fritar a mente dele quando quiser — Grace cruzou os braços e bateu um dos pés com chão com força. — Agora eles podem fazer qualquer coisa com o Apolo e não fazemos ideia de onde estão!

— Talvez possamos saber para onde ele foi levado — Yuki disse e todos se viraram para ela. — O Questão colocou um localizador em cada um de nós, no começo achei super estranho e tentei achar o meu, mas não consegui porque está em um lugar que nunca poderíamos imaginar. Acho que podemos usar isso para encontrar o Warrior.

— Espera um pouco! Ele tem localizadores em todos nós?! — Batgirl questionou, levemente irritada.

— Todos exceto pelo Damian, porque ele o encontrou em menos de dois dias e o destruiu — a oriental explicou. — Como ele sumiu, podemos pedir que Ethan hackeie o computador dele e consiga a localização do Apolo.

— Salvos pela esquisitice do Questão. Mais tarde vamos ter uma conversinha sobre esses localizadores, invasão total de privacidade! — Speedy pôs o dedo no ouvido para ligar seu comunicador com a base. — Scava, manda o Eth entrar no computador do Tony e descobrir onde o Apolo está nesse momento. Ele tem localizadores em nós, sei lá, pede pra ele procurar algo do tipo e nos avisar quando terminar.

— Afirmativo! — Scava respondeu. — Eu calculo que o processo levará aproximadamente cinco minutos.

— Doutora Ming, — Canário se virou para a cientista. — Pode ficar de olho no Superboy até resolvermos esse assunto?

— Primeiro, pode me chamar de Lilian, querida. E segundo, é claro! Quero muito entrevistá-lo para minhas pesquisas futuras, ele estará seguro e em boas mãos aqui no STAR Labs — ela sorriu de forma simpática. — E se precisarem de algo mais, é só falarem comigo.

— Obrigada, provavelmente iremos precisar de toda ajuda possível — Kate olhou para Grace. — Quando o Ethan souber o paradeiro do Warrior, nos avise.

— Batclaw precisa ir até a base pegar outro capacete, já que o dele foi destruído e eu preciso colocar o carro de volta no hangar — Batgirl disse, se dirigindo até a saída. — Encontramos vocês lá.

— Tenha cuidado — Damian falou para Yuki antes de seguir a irmã.

— O resto de nós pode morrer que ele nem vai ligar, contato que a Kodachi sobreviva — Scott comentou.

— Não fica com ciúmes, peixinho, sei que ele te ama também — Grace deu tapinhas reconfortantes nas costas do amigo. — Então, acho que vamos ter que apagar a memória da Doutora Lilian porque ela viu o rosto do Damian, estilo MIB.

— Tem ideia de quantos heróis vem aqui todos dias? Se quisesse ir atrás deles e suas famílias já teria feito isso há um tempo, podem ficar tranquilos quanto à suas identidades — a cientista ergueu ambas as mãos em sinal de defesa. — E de qualquer forma, eu não faço ideia de quem seja esse Damian.

— De onde você é? Ele apareceu em várias revistas e jornais quando descobriram que ele era o filho perdido do Bruc… — Grace teve sua boca tampada por Scott antes que pudesse falar mais.

— Entendam, cheguei aos Estados Unidos há pouco tempo. Não sou muito fã de revistas, ou noticiários, ou da internet, é tudo tão sem graça por aqui — ela deu de ombros.

— Você é estranha, moça, já te disseram isso? — as palavras da loira saíram abafadas, mas todos a entenderam.

O atlante retirou sua mão da boca da amiga quando ela começou a se debater e a sacudir os braços.

— O Eth conseguiu! Scava disse que encontraram o sinal dele em Gotham na penitenciária Belle Reve — ela disse e viu Kate arregalar os olhos.

— Esse é o lugar em que a Duela está presa — a loira lembrou.

— Acha que eles estão tentando soltar a palhaça psicótica?

— Existem centenas de criminosos duas vezes mais perigosos lá que poderiam nos dar muita dor de cabeça. Vamos antes que eles consigam soltar algum lunático pior do que ela — Canário respondeu Scott e deu uma última olhada para Kevin antes de correr com os outros para a saída, onde pediriam que Scava os teletransportasse para Belle Reve.

§

— Mas que porra você quis dizer com isso?!

Rick viu três guardas chegando até a porta da cabine e atirou duas vezes em cada um, vendo seus corpos caírem no monte de outros que já estava quase chegando na altura da metade da porta.

— Ela não está aqui! Como não entendeu nas últimas cinco vezes que eu falei?! — Titânia parou de olhar as câmeras de segurança do complexo, já que não havia conseguido encontrar Duela em lugar algum.

— Procure de novo!

— Não têm mais onde procurar! E um dos registros mostram que ela saiu em uma missão da Força Tarefa-X — ela não sabia que maluco colocaria a palhaça em uma equipe enquanto deveria estar amarrada e amordaçada em uma cela.

— Então viemos aqui para nada? Que ótimo, me lembra de cobrar o dobro por isso — Zeus olhou para o andar de baixo pela grande janela a frente deles.

Os outros não tiveram trabalho em incapacitar ou matar os guardas e agora estavam jogando os corpos por aí, como se estivessem entediados.

— Logo mais desses caras vão chegar e eles não vou ser pegos de surpresa como esses — Titânia olhou para o painel de controle.

— Por que estão demorando tanto? — Jane apareceu na porta e chutou os cadáveres dos guardas para poder entrar.

— Ela não está aqui! — Rick respondeu, sacando sua outra pistola e disparando contra os homens já mortos no chão para amenizar sua raiva. — Eu quero ela agora!

— Fica calmo, esquentadinho, ela deve estar em uma daquelas missões suicidas da Waller. Vamos ter outra chance de solta-la, mas agora precisamos compensar a falta dela com outros talentos — a Crane desativou suas lâminas e empurrou Amanda para longe do computador, por pouco não recebendo um soco da Luthor que a faria atravessar a parede. — Muito bem, temos várias pérolas presas aqui que adorariam sair. Zeus, pode ir conversar com nosso colega na cela B-120?

— E leva alguém com você, porque não é nem um pouco convincente — Amanda disse.

Ele olhou para Rick, pensando em chamá-lo, mas viu que o semideus estava esfaqueando os corpos dos guardas com raiva enquanto murmurava algo sobre a Duela. O velocista correu para o lado de fora e olhou para o andar de baixo, vendo Robotgirl parada ao lado de uma das celas com vários presos gritando para que os soltassem depois de assistirem os guardas sendo mortos.

— Ciborgue tosco, cela B-120, agora! — ele gritou.

— Vai se ferrar, não sou seu cachorro!

— Você é o que eu quiser que você seja. Venha logo, e traz a garota da espada também — ele retrucou e sumiu antes que ela pudesse retrucar.

— Esse filho da puta ainda me paga — Ariel comentou e Iceshot deu uma risada, vendo-a sair irritada na direção da cela.

Shinigami guardou sua espada ensanguentada e subiu as escadas para o andar de cima atrás da ciborgue.

Na cabine de controle, Janessa olhava a ficha de alguns detentos no computador e ficou impressionada com a de um deles.

— Olha esse aqui, matou cento e treze pessoas usando as mãos e é mantido em segurança máxima atrás de cinco portas — ela olhou para Titânia e sorriu sob a máscara que cobria a parte inferior de seu rosto. — Que tal soltarmos ele só por diversão?

A Luthor não teve tempo de responder, já que, do nada, uma luz azul apareceu no meio da prisão e cinco pessoas surgiram naquele local.

— Abra todas as celas — Amanda ordenou e Jane franziu o cenho.

— Se eu fizer isso, todas as portas para o lado de fora vão se fechar também e ficaremos presos aqui.

— Eu sei, mas eles também ficarão — ela apontou para os heróis do DS e puxou Rick. — Ao trabalho, psicopata, quero eles saindo daqui muito piores do que entraram.

— Se é que vão sair — o semideus sorriu e recarregou sua arma após guardar sua faca.

Iceshot ergueu sua arma na direção das cinco pessoas que surgiram no meio da prisão e disparou na direção da que usava o uniforme vermelho. Ela, porém, percebeu antes que a rajada de gelo a atingisse e esquivou-se para o lado, olhando para o jovem e fazendo uma careta.

— Errou, trouxa! — Speedy gritou e ele atirou mais uma vez.

Agora Scott colocou sua mão na frente e o raio congelou seu braço, não o afetando e derretendo em dois segundos.

— Amigo novo? — o atlante perguntou para a mais nova.

— Deus me livre, esse idiota congelou minhas pernas na última vez que nos vimos!

— Agora vou congelar sua cabeça — Iceshot atirou mais rajadas de gelo, fazendo Speedy começar a se mover rapidamente por toda a prisão.

— Sua mira é tão tosca quanto seu capacete! — ela provocou, ainda desviando.

Canário, Goldfire e Kodachi olharam na direção em que Cypher, Apolo e Wolf estavam, bem abaixo de uma plataforma de metal. Sobre esta, Amanda e Rick apareceram e as três se colocaram em posição defensiva.

— Olhem se não são os heróis do Deep Shit — a Luthor tinha sua pele coberta por um metal prateado. — Vieram resgatar seu amigo? Que meigo.

— Vão devolvê-lo ou vamos precisar pegá-lo à força? — Natasha disse, olhando para o amigo.

— Podem tentar. Mas vou logo avisando, o Cypher está gostando muito de tê-lo como fantoche — ela olhou para baixo e os três heróis viram Apolo guardar sua espada e estalar os dedos.

Todos se viraram na direção das celas quando um som extremamente alto de um alarme ecoou pelo complexo, seguido pelo som de todas as portas de saída sendo bloqueadas por portas maiores e mais grossas de metal.

— É melhor se apressarem, pessoas fantasiadas como heróis não são muito bem vistas aqui dentro — Titânia cruzou os braços e sorriu.

Logo as celas em que os detentos estavam se abriram e vários deles começaram a sair. Natasha tirou os olhos de Apolo e Cypher para olhar na direção deles e desembainhou sua espada.

— Agora vamos ter um problema — Canário ficou em posição para atacar quem se aproximasse demais. — Avisem para Batgirl e Batclaw não virem mais. A última coisa que precisamos são duas pessoas com um morcego no peito cercadas por criminosos que odeiam o Batman.

Kodachi pôs a mão em seu comunicador articular para fazer o que ela disse, porém não conseguiu ouvir nada além de estática.

— Não consigo usar meu comunicador.

— Era de se esperar, estamos em uma prisão e os comunicadores usam sinal de rádio. Tente subir um pouco mais — Natasha disse.

De repente, Speedy apareceu ao lado deles.

— Que tal vermos quem consegue jogar mais criminosos para dentro das celas e trancar eles nelas de novo? — ela sumiu novamente e cinco celas se fecharam. Em seguida apareceu ao lado de Scott. — Já tô na frente!

Ela deixou um gritinho escapar quando outra rajada de gelo quase acertou suas pernas e voltou a se mover pela penitenciária.

— Acho que devemos sair daqui — Canário sabia que provavelmente precisaria usar seus poderes e boa parte deles havia sido colocado ali por sua mãe, que por acaso tinha a mesma habilidade meta-humana que ela. — Estamos em desvantagem e se a Batgirl e o Batclaw chegarem, só vão piorar tudo.

— Não vamos embora sem o Apolo! — Scott ouviu o som de algo pesado aterrisando bem na frente deles e viu tarde demais quando Titânia acertou um soco no rosto de Natasha, que estava distraída com os detentos que se aproximavam deles e cambaleou para trás.

Antes que ele pudesse ajudá-la, Apolo acertou um chute em seu peito que o fez ser lançado com toda força para dentro de uma das celas.

— Vejo que ainda não aprendeu a lutar desde o nosso último encontro — a garota alada limpou um pouco de sangue que escorria pelo corte em seu lábio inferior.

— Teve sorte da última vez, não conte com ela novamente — Amanda tentou desferir outro golpe na heroína, porém Goldfire foi mais rápida e levantou voo até conseguir um bom ângulo para acertar um chute no rosto da Luthor e jogá-la para trás violentamente.

Enquanto as duas entravam em uma luta, Kate e Yuki estavam com as costas coladas uma na da outra e se preparavam para se defenderem dos criminosos que as olhavam, alguns curiosos outros simplesmente com raiva.

— Agora seria uma boa hora para usar sus poderes, Canário.

— Acho que não seria.

— Sinceramente acho que seria! — Kodachi girou suas lâminas algumas vezes para mantê-los afastados até que um correu na direção das duas.

Kate simplesmente pulou e acertou um chute circular na garganta dele e outro em sua barriga.

No segundo andar, Zeus apareceu após ouvir o estardalhaço causado pela saída dos presos. Ele e os outros olharam para baixo depois de saírem do corredor oeste e viram os heróis do Deep Six.

— Esses são os idiotas de quem falaram? — um jovem loiro parou ao lado de Ariel.

— São eles mesmo, Fulgur — a ciborgue falou.

Seus olhos passaram por Apolo, Cypher e Wolf, que observava uma jovem oriental e uma loira lutarem. Foi então que ela reconheceu a tal loira.

— Oh-oh…

— O que foi? — Zeus questionou.

— Ah… Nada. Cadê o outro cara? O que era mais gatinho.

— Ouch, meu ego — Fulgur fingiu ligar para o que ela disse.

— Estou aqui — um jovem de estatura mediana com cabelos negros e pele extremamente pálida se aproximou. Suas mãos estavam cobertas por algemas que era tão grossas e grandes que iam até quase metade de seu braço.

— Você pode mesmo fazer o que nos disse que faz? — Shinigami perguntou, mantendo os olhos na oriental lutando no andar de baixo.

— Sou a reencarnação do deus egípcio da morte, o que acha?

— Então soltem ele que vou cuidar da pirralha que o Snart está falhando miseravelmente em acertar — com isso, Zeus sumiu em um piscar de olhos.

Ariel usou um laser em seu dedo e começou a destravar todos os cadeados ao redor das algemas. Segundos depois elas caíram no chão e Septhis abriu e fechou as mãos, sentindo um alívio enorme em esticá-las depois de tanto tempo com elas fechadas.

Ele olhou para a luta de Titânia e Goldfire e reconheceu as asas da heroína. Quem o havia colocado lá foram um homem com as mesmas asas e o mesmo símbolo na parte frente da armadura.

— Já encontrei minha primeira vítima da noite — ele sorriu.

— Eu também — Shi andou alguns passos sobre a plataforma até entrar no campo de visão de sua prima e desembainhou sua katana.

A vilã soube que havia conseguido seu objetivo quando Yuki a viu e disparou para as escadas.

— Kodachi, espera! — Canário gritou quando foi deixada lutando sozinha contra os detentos.

Yuki abriu caminho entre os presos, derrubando a maioria ou apenas pulando por cima deles, chegando ao andar de cima o mais rápido que conseguiu. Ela sentia seu coração bater com tanta força que chegava a ouvi-lo como se estivesse em seus ouvidos.

Passou por alguns corredores até chegar a área aberta e dar de cara com Shi, que a estava esperando.

— Ouvi que estava procurando por mim — Shinigami ergueu sua katana e Kodachi sentiu a respiração ficar presa em sua garganta.

Aquela era a espada de sua mãe com toda certeza.

— Shi, não precisamos fazer isso.

A loira apenas avançou contra a jovem, que usou ambas kodachis para bloquear o ataque e empurra-la para longe. Outro golpe mais forte foi dado e Yuki viu faíscas saltando entre as lâminas, que se chocavam de forma arrebatadora.

Shi quase conseguiu a abertura na guarda da menor, por pouco não encostando a lâmina da Soul Taker em sua bochecha, mas a morena conseguiu mover o rosto no momento certo. Yuki, então, usou suas kodachis para empurrar a katana para cima, acabando por só aumentar a força do próximo movimento que foi de cima para baixo, a obrigando a ficar de joelhos para suportar o golpe e segurá-lo com suas espadas.

— Vamos acabar com isso e ir pra casa! Minha mãe não está com raiva de você.

— Claro que não está. Deveria estar com raiva de você, já que foi a responsável por eu ter conseguido pegar a espada dela — ela empurrou a lâmina ainda mais para baixo, fazendo Yuki se abaixar também por não ser mais forte do que a prima. — Mas não se preocupe, vou mandar sua cabeça para ela em compensação por ter pego a Soul Taker.

Yuki podia sentir o peso daquelas palavras, ela realmente falava sério quando dizia que queria matá-la e não iria medir esforços para conseguir isso. Ela saiu do caminho da lâmina e se colocou de pé novamente, suas kodachis sendo a única coisa entre ela e Shi.

— Esse era o seu plano? Me fazer segui-la até esse país, longe da minha mãe, para poder me matar? Depois de tudo o que fizemos por você?!

— Katana matou o meu pai.

— Depois que ele matou minha irmã e o meu pai! Você não me vê querendo vingança por causa disso.

— Porque você é fraca! — Shi girou a katana em sua mão e voltou a trocar golpes violentos com a prima, sempre procurando atacá-la em pontos estratégicos em que uma pequena perfuração poderia fazê-la sangrar até morrer, ou pelo menos incapacitá-la para que cortasse sua garganta. — Vou terminar o que meu pai começou, e exterminar você e sua família.

— Você faz parte da minha família, Shi, e eu não vou desistir de voc...!

Yuki não conseguiu terminar sua frase, pois sentiu o ar ser roubado de seus pulmões quando Shi acertou um chute em seu peito. O golpe a empurrou contra o corrimão de metal com tamanha força que o mesmo ficou torto e ela acabou passando por cima dele. Seria uma queda de dois andares até que suas costas batessem no chão de concreto, então ela tentou se preparar para virar seu corpo de forma que seus pés tocassem o chão primeiro.

Nunca chegou a fazer isso, já que no meio do caminho sentiu suas costas colidirem com o peito de alguém, acabando por fazer a pessoa cair no chão com ela em cima.

— Acabamos de chegar e já te derrubaram, Questão? — ela ouviu a voz de Cassy e olhou para o lado, vendo-a chutar a cabeça de um homem e depois empurrá-lo para o lado como se não fosse nada.

A oriental então rolou para o lado e viu que havia mesmo caído em cima de Tony. Aproveitou para acertar um soco fraco no braço do maior.

— Para de ficar desligando seu comunicador, eu fico preocupada, seu idiota!

— De nada! Se não fosse por mim teria um belo hematoma na cabeça e nas costas — ele se levantou e a ajudou a fazer o mesmo. — Tem um exército da ARGUS lá fora, logo a Liga vai chegar, precisamos sair daqui.

— Agora estamos presos, não deveriam ter vindo.

— Não sabíamos que os comunicadores não funcionavam aqui dentro! — Cassandra aproximou-se deles.

— Onde estão os outros? — Yuki perguntou, e em seguida viu Shi cair de pé a poucos passos dela.

A atenção da vilã, porém, estava em Batclaw, que também pulou atrás dela, continuando a luta que haviam começado no andar de cima.

— Está chovendo garotas asiáticas — Tony comentou e olhou para cima. — Vou ver se consigo abrir uma das portas para sairmos daqui, a cabine de controle fica ali.

— É um bom hacker, mas não temos muito tempo. Leva o Damian com você — Yuki insistiu e o detetive deu uma risada sem humor antes de ficar sério novamente.

— Não.

— Não foi uma pergunta! — ela segurou suas kodachis firmemente e andou na direção de sua prima, colocando suas lâminas no meio das de Batclaw e Shi. — Vai ajudar o Questão, eu cuido dela.

— Kodachi… — Damian tentou argumentar.

— Essa luta é minha, agora vai!

Ele hesitou por um momento e puxou sua lâmina, correndo atrás de Tony para as escadas.

Cassandra também havia subido para o segundo andar, mas porque viu que Janessa estava assistindo à todas as lutas e, ocasionalmente, jogava algum detento que tentava se meter com ela dali de cima.

— Cansou de ajudar seu irmão no Arkham e veio causar confusão aqui? — a Wayne perguntou, parando de andar a alguns passos da amiga vilã.

— Sabe como fico entediada facilmente. E viemos só soltar a Duela, mas aparentemente a Waller achou uma boa mandá-la em uma missão — Jane não se moveu, ainda observando as lutas. — Seus amigos estão fazendo um bom trabalho.

— Gostaria de deixar eles fora disso — Cassy ficou séria. — Por que está trabalhando para os Luthor?

— Quem disse que não são eles quem estão trabalhando para mim?

— Já fez coisas ruins no passado, só nunca se assumiu realmente como uma criminosa pra valer. Sou legal com a Duela quando ela faz besteira porque sei pelo que ela passou, sei pelo que você e seu irmão passaram, mas não posso te proteger se vai ficar contra o DS.

— Nunca pedi pela sua proteção.

— Você é a última pessoa que o Jeff tem, não quero ser a responsável por te colocar na cadeia! — a heroína se aproximou da amiga.

— Escuta, sem ressentimentos, vamos fazer o nosso papel e depois você me paga um café pela surra que vai me dar — Janessa sorriu sob sua máscara e não ligou seus braceletes.

— Ainda bem que está ciente disso — a jovem heroína se colocou em posição de defesa, fazendo um sinal para a outra vir com tudo o que tinha.

E ela foi.

No andar de baixo, Batgirl conseguiu encontrar Canário no meio de vários detentos. Ela estava tão cansada quanto a Wayne depois de tudo pelo que haviam passado nos últimos dois dias, porém ainda lutava como se tivesse toda a energia do mundo. Mel colocou seu soco inglês e acertou apenas dois socos em um deles para derrubá-lo e entrar na roda que havia se formado ao redor da heroína loira.

— Por que não nos avisaram que as celas foram abertas? — Melissa indagou, mantendo suas costas viradas para Kate, que fazia o mesmo.

— Não temos sinal aqui, precisamos subir mais para conseguir avisar pro Eth que precisamos ir embora agora! — a jovem segurou um punho fechado que foi na direção de seu rosto, o torceu e ainda deu uma cotovelada no braço do seu quase agressor, deslocando seu ombro.

— Eu cuido disso — Batgirl jogou uma bomba de fumaça no chão que ocupou quase todo o primeiro andar.

Um gancho saiu da fumaça e ela subiu por ele na direção do quarto andar da penitenciária, que certamente não estaria nem um pouco melhor do que o primeiro e o segundo. Enquanto isso, Kate aproveitou a distração da fumaça e começou a distribuir golpes em vários detentos, não precisando ver para saber que estavam a sua volta. O treinamento com a venda realmente a havia ajudado. 

Ela, então, sentiu alguém segurar seu pé e garras serem cravadas em seus calcanhares. Um grito abafado quase escapou e a heroína viu que Wolf era quem a estava segurando. Quando tentou puxar sua perna, ele só cravou as garras ainda mais fundo e ela precisou se segurar para não ceder e cair no chão. 

— Você é o filho da Vixen — ela vociferou, entredentes. 

— Como adivinhou? — ele estava pronto para cortá-la usando suas garras na mão direita, porém ela o impediu, pulando e envolvendo ambas as pernas ao redor do pescoço dele. 

Kate usou o peso do seu corpo para jogá-lo no chão com força e os dois caíram. A perna da heroína sangrava e doía de forma absurda, mas ela mesmo assim conseguiu se desvencilhar dele e se colocou de pé. Ela não teria escolha se não usar seu grito do canário senão saíssem de lá logo, e o resultado não seria totalmente a favor deles. 

Já quase no topo, Batgirl atirava alguns batarangues explosivos pelos andares que passava, evitando que mais psicóticos assassinos descessem. No instante em que ia lançar outro, sentiu o fio de metal ser rompido e começou a cair. Seja lá o que tivesse cortado aquilo, era extremamente afiado. Ela conseguiu usar sua capa para diminuir a velocidade da queda, e mesmo assim sentiu todos os músculos de seu corpo protestarem quando aterrissou com força no chão do primeiro andar. 

Seus olhos se arregalaram quando Apolo pousou bem na sua frente, espada em mãos, e com Cypher bem atrás. 

— Estava esperando que viesse, — ela havia ouvido de seus amigos que ele tinha a voz de Apolo ainda que um pouco robótica, mas ouvi-la agora lhe causou um frio na espinha. — Ele se importa muito com você. Imagino se conseguiria olhar na cara dele depois que eu o fizesse te espancar e quebrar todos os seus ossinhos frágeis de humana. 

Melissa engoliu seco e se forçou a sair do leve estado de choque de ouvir uma das pessoas que mais amava falando aqui, mesmo que não fosse realmente seu namorado falando. Ela manteve-se fria e cerrou os punhos. 

— Adoraria ver você tentar. 

Apolo sorriu de canto e começou a andar na direção dela. Batgirl estava pronta para ou lançar um batarangue explosivo no rosto dele, ou simplesmente tentar a sorte e arriscar uma luta corpo a corpo com o semideus, porém nunca teve a chance de testar suas teorias.

Amanda, ainda com a pele metálica e pesada, passou voando por cima da Wayne e acertou Apolo em cheio na cabeça, fazendo-o cair no chão com o peso e a surpresa. Foi então que Melissa percebeu que Cypher também caiu no chão, mesmo não tendo sido atingido pela Luthor. Sua mente começou a ligar os pontos e em um segundo ela já sabia a resposta para o problema. 

Cypher podia sentir tudo o que Apolo sentia. Essa era sua fraqueza. Se o socassem com muita força, Cypher também sentiria, se o derrubassem, Cypher cairia... Só precisava que Natasha desse tudo de si e espancasse seu namorado até o vilão cibernético deixá-lo em paz. 

— Goldifre! — ela berrou, já vendo que a garota alada queria continuar sua luta contra a Luthor e voava na direção deles. — Precisa bater no Apolo com muita, muita força!

— O quê?! — a heroína questionou de longe. 

— Precisa fazer isso para libertá-lo do controle desse robô dos infernos! 

Natasha não compreendeu como aquilo iria ajudar, mas havia aprendido a não questionar ninguém da família Wayne há algum tempo. Quando ia pousar mais perto deles, sentiu alguém segurar uma de suas asas e foi puxada brutalmente na direção do chão, batendo com a nuca e as costas no concreto e ficando levemente desnorteada. Ela olhou para cima e viu Septhis a encarando, ainda segurando uma de suas asas. 

— Não gosto da sua raça, veem me irritando por séculos — ele disse, com certo veneno na voz. 

Nat fez menção de se levantar, sendo acometida por uma fraqueza repentina e uma sensação de enjoo que se espalhou por todo o seu corpo em segundos. Ela viu que as penas de sua asa, onde ele estava com a mão, começavam a ficar mais escuras e caíam. 

— Não se preocupe, sua morte vai ser lenta e dolorosa. E eu vou adorar assistir — ele abriu um sorriso macabro em seus lábios. 

Batgirl viu o que estava acontecendo e correu na direção da amiga, quase gritando seu nome de tanto desespero para ajudá-la. Sentiu, então, um pé em suas costas e caiu de cara no chão, o peso sobre si não a deixando se levantar. Era Apolo que estava sobre ela e ele girava a espada em sua mão direita. 

Eles precisariam de um milagre para saírem dali vivos. 


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Notas finais do capítulo

Obs: Olhem o post de 3 anos que fiz no tumblr se quiserem saber de uma proposta de oneshot que fiz!! Já me pediram um AU do Deep Six no universo de Harry Potter e eu tô amando escrever *-*

A maioria das lutas importantes deixei para a parte 2, já que se colocasse aqui ficaria muito longo. Espero que tenham gostado!! Muitas coisas aconteceram, então se quiserem fazer perguntas no tumblr para os personagens e para mim, podem ficar a vontade.

Não se esqueçam de me dizerem o que estão achando, um feedback ajuda muito e pode ser só um "tá bom" ou "gostei", porque sem saber fica difícil melhorar se for preciso.

Obrigada a todos que leram e estão acompanhando, o próximo vai ter mais ação :3

Un beso mis amores :*