The Words escrita por Sunrise


Capítulo 5
Outtake 4


Notas iniciais do capítulo

Demorei! Eu sei, eu sei. Este ano começou com algumas mudanças. Emprego novo, nova cidade, novas responsabilidades e um montão de conta para pagar. Lamento ter demorado tanto tempo desta vez. Mas saibam que estarei por aqui e agradecida pelas visualizações que esta fanfic tem recebido. Eu ainda tenho mais três capítulos e o final para ela. Já estão digitados e espero não demorar mais de quinze dias para postá-los agora. No mais se divirtam e cuidado! Temos mais um capítulo picante (no meu modo) chegando!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702343/chapter/5

A reforma da cabana estava a todo vapor. Apesar dos planos iniciais de reformar a propriedade que comprou próxima a Austin terem afundado depois de saber que seria pai, Patrick Jane não desistiu de transformar aquela pequena cabana em um lar para sua família.

Pensar nisso sempre lhe trazia um sorriso nos lábios.

E foi assim que Teresa o encontrou sentado ao chão do lado da árvore caída, no local que ele recebeu as melhores notícias de sua vida.

“Trouxe sanduiches, mas percebi que cheguei atrasada.”

Ela deu um suave beijo nele e sentou-se no tronco coberto pela antiga manta que cobria o sofá na CBI.

“A mãe de um dos empreiteiros mora ao lado e trouxe um almoço completo. Quesadillas, tortillas, burritos, chilli, um sonho apimentado para o paladar.” Jane sorria ao morder o último pedaço de empanadas. ”Quer experimentar?”

Teresa olhou para o recipiente por um momento e fez um muxoxo. ”Não, almocei antes de vir.”

“Não me diga que comeu aquela coisa sem graça e o suco verde.”

“Jane, seu filho me obriga a viver sem café. E já engordei seis quilos desde a última pesagem.” Ela esticou a sacola para ele. “Preciso maneirar.”

“Comida saudável e caseira nunca é demais.” Falou pegando metade de um sanduiche e a água em garrafa que ela trouxe. “Você está se alimentando por dois agora, é natural algum aumento de peso.”

“Pode até ser, mas não quero ter que perder mais de vinte quilos depois de ter o bebê. Vai demorar muito para eu voltar a forma e ao meu trabalho.”

“Você sabe que não precisa se preocupar com isso.”

“Ptfss, claro.” Ela olhou para a cabana que já começava a mostrar seu novo contorno. As vigas de cedro sustentava o primeiro andar que Jane teimou em fazer. Para ele, nada seria perfeito que acordar e tomar seu chá na varanda do quarto deles, olhando para o lago.

“Está ficando linda, hum?”

“Devo admitir que está ficando melhor do que imaginava.” Ela sorriu tocando os cabelos dele com suavidade. As pedras da lareira demonstrava o lado rústico que Jane gostava. “Estou ansiosa para ver como vai ficar.”

“Fico feliz em saber isso.” Disse se levantando e sentando-se no tronco, puxando-a para um abraço. “É o nosso lar. Lugar onde vamos ver nosso filho crescer.”

“Aham.” Completou sorrindo para ele que acarinhava a barriga dela. “Tem certeza que não quer algo mais... do seu gosto?”

“Tipo o quê?”

“Tipo uma cabana de caça, sem eletricidade, essas coisas.”

Jane sorriu e tocou o rosto dela. “Não se preocupe com isso. Depois eu vou fazer uma quando você estiver estressada de mais para aguentar minha presença na casa.”

Os dois sorriram e Jane a beijou suavemente.

“Eu preciso ir. Cho precisa de mim para uma reunião com o conselho administrativo.” A agente suspirou aborrecida. “Não sei como será os próximos meses. Toda essa burocracia.”

“Vai dar tudo certo.” Os dois se levantaram, arrumaram o local e seguiram até o carro dela. “Dirija devagar e te encontro na hora do jantar.”

“Thai?” Perguntou ao sentar no banco do morotista.

“Você manda, esposa!”

“É bom saber.” Lisbon sorriu e o beijou antes de acionar o motor da SUV. “E você juízo. Quero inteiro quando chegar em casa.”

“Seu pedido é uma ordem.”

Jane acenou quando o carro deu ré e seguiu levantando poeira pelo caminho.

“A Sra. Jane percebeu alguma coisa?” Perguntou um rapaz em seus 30 anos.

“Nadinha. E fico feliz por isso. Ainda temos muita coisa para fazer hoje, Rafael. Todos já almoçaram?”

Os dois seguiram até a varanda. Mais quatro semanas e a casa estaria pronta. Com encanação, eletricidade e uma pequena surpresa a sua esposa.

Mais tarde, Jane tentava dormir enquanto Teresa se remexia na cama. Mais um suspiro chateado dela e o consultor desistiu de dormir.

“Ok, o que está lhe perturbando?” Falou se apoiando para acender o abajur do seu lado da cama.

“Não é nada.” Falou de costas para ele.

“Deve ser um grande nada para você está acordada até essa hora.”

“Humph!” Ela virou-se para ele. “Eu...”

“Você está com alguma dor?”

“Não.” Ela se sentou, passando a mão na barriga. “Só... estou com fome.”

Jane respirou fundo. “E por que não vai à cozinha? Quer que eu pegue algo para você?”

“Não é isso.” A morena virou o rosto sem querer encará-lo.

“Ei, sabe que posso comprar alguma coisa se quiser.” Disse olhando para o relógio que marcava um pouco depois das 01:00.

“É que...” Teresa falou baixo desanimada. “... comida mexicana.”

“O quê?”

“Eu queria comida mexicana.”

“Da Sra. Rodriguez, presumo?” Ele falou se levantando.

“Esquece isso, Patrick. Eu consigo sobreviver até amanhã.”

“Não, não, não.” O consultor sorriu calçando os chinelos, pegou um blusão azul marinho, vestindo-o sob o pijama e sacouo o celular. “É seu primeiro desejo de grávida. Eu volto logo.”

“Patrick. PATRICK.” Teresa levantou-se, agarrou o roupão e o seguiu até a cozinha.

O mentalista já estava falando sorridente com alguém pelo aparelho. “Sim, se a senhora puder me fazer este favor. Especialmente as quesadillas, elas estavam ótimas.”

“JANE! Desligue este celular.”

Ele levantou o polegar, pedindo silenciosamente que ela ficasse quieta. “Sim, minha esposa adorou e é o primeiro desejo de grávida, que deve ser coroado com a comida deliciosa que a senhora faz muito bem.”

Teresa estava vermelha e completamente sem graça, puxando a manda do pulôver de seu marido, assomada a ira que começava a despontar dentro de si, deixando Jane falar mais alguns segundos, dizendo que ligaria amanhã para acertar os detalhes e terminou a ligação.

“EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ACORDOU A MULHER PARA PEDIR COMIDA PARA MIM. Que po**a, Jane!”

“Linguagem.”

“Ca**te. Você enlouqueceu?”

O homem foi até o congelador e retirou quatro recipientes pequenos. Ao destampa-los, Lisbon percebeu se tratar do que mais desejava.

“Eu sabia que você ficaria com vontade e perguntei se a Sra. Rodriguez poderia fazer mais, que eu pegaria depois de terminar de... hum, instalar o piso novo.” Disse colocando o pote de enchilada no micro-ondas. “Aqui tem um pouco de chili, guacamole e algumas empanadas. A Sra. Rodriguez cozinha para fora, então sempre tem alguma coisa pronta.”

Teresa estava perplexa. Não conseguia emitir uma única palavra. Seus olhos verdes cristalinos estavam represando toda emoção que a gentileza de seu marido em lhe proporcionar esta cativante alegria.

“Você quer que eu saia para comprar tacos?”

A agente se moveu e o puxou para um beijo apaixonado, fazendo Patrick Jane quase cair ao lado da bancada da cozinha. Ele se apoiou melhor, puxando-a delicadamente contra si e desfrutou da paixão que aquela pequena mulher lhe proporcionava. O consultor sabia que a gangorra hormonal que a acometia não era páreo ao desejo que ambos tinham um pelo outro.

Desejo que ele mesmo sentia quando a via, especialmente depois de ficarem um tempo separados.

~*~*~*~*~*~*~

Flashback

O parque estava silencioso quando Teresa chegou. Suas passadas eram seguras e logo encontrou o airstream estacionado e apenas a luz interna indicava que Jane ainda estava acordado.

Ela abriu a porta e encontrou o interior vazio. “Jane?”

A porta do banheiro abriu-se e o consultor apareceu com a camisa do pijama entreaberta e uma toalha nas mãos. Ele tinha feito a barba e Teresa logo sentiu o clima diferente no ar.

Jane pendurou a peça de banho no gancho lateral, fechando a porta em seguida e se dirigiu a ela. O abraço foi longo, a volta ao lar que a agente esperava.

“Senti sua falta.” Sussurrou ela com os olhos fechados.

“Também senti a sua.” O murmúrio dele fez Lisbon se separar.

“Desculpa a demora. Abbott e Cho ficaram responsáveis em programar nossa viagem ao Líbano. Precisei repassar as informações a Interpol sobre o caso.” Os braços dele ainda a segurava com cuidado. “Tem certeza que precisa de...”

Os lábios dele selaram os dela num beijo fundo e saudoso. Teresa suspirou aos sentir que o humor de seu parceiro não estava para conversa. Ela estava chateada antes, já que em nenhum momento ele a tocou desde que a salvara na floresta.

As mãos dele soltaram o rabo de cavalo e seus olhos estavam mais brilhantes. Patrick beijou-lhe a testa e foi até a porta, trancando-a e apagando as luzes.

“Patrick, o que...”

Mais uma vez os beijos dele calaram suas dúvidas. Traçando os contornos do tórax dele, a morena gemeu a sentir os lábios percorrerem seu pescoço e as carícias que as mãos quentes de Jane traziam a seu corpo.

Seus corpos estavam pressionados e todo desejo acumulados dos dias que ficaram separados transbordou. Em pouco tempo, suas roupas estavam jogadas no chão e o tom dourado da iluminação precária do lado de fora tentava entrar pelas brechas das persianas.

A cama foi puxada e ambos caíram naquele pequeno espaço propício para a paixão que lhes abraçava. Patrick parecia resoluto em se unir mais uma vez a ela de todas as formas possíveis. A delicadeza de seus encontros anteriores deu vazão a forma mais passional de sua conexão, fazendo a agente sorrir quando seu quadril enfim se encaixou ao dele.

As palavras não foram necessárias naquele estante, apenas o toque e cumplicidade de seus corpos foram suficientes para que ambos se comunicassem. Enquanto suas almas buscavam o clímax que seus corações exigiam, Lisbon não se importou em nenhum momento em perder o controle. Permitindo que Jane a guiasse nesse turbilhão de sentimentos.

Cansados, a morena respirava com dificuldade de costas ao o consultor que a segurava carinhosamente, feliz em tê-la novamente perto de si.

“Acho que... realmente foi uma boa ideia... estacionar longe do camping.” A voz rouca dela fez o homem sorrir. “Patrick Jane, o que deu em você?”

“A privação de sua companhia.” Ele beijou-lhe o pescoço.

Teresa se virou para poder fitá-lo. A mão dele afastou os cabelos revoltos dela do rosto amado. “Desta forma... foi a primeira vez.”

“Às vezes você esquece que por baixo desta mente brilhante e rosto bonito existe um homem que também quer saciar seu lado animal.” Respondeu rouco.

“Ah, lado animal? Este seu lado precisa sair mais vezes.” Teresa falou sorrindo, enquanto passava uma de suas mãos no rosto dele. ”Tipo que tal liberar o seu... lado leão?”

“Sério, quem está se divertindo com isso agora?” Ao vê-la tentando segurar o riso, Patrick fez uma fisionomia séria. “Você sabe que adoro um desafio, Teresa Lisbon. Tem certeza que está pronta para cutucar a fera?”

“Pelo que sei, você é o único que tem o instrumento para cutucar aqui.” Respondeu matreira olhando para a parte inferior da barriga dele. “E um belo instrumento, diga-se de passagem.”

“Certo, você quem pediu.” Ele se levantou, puxando-a para baixo dele, fazendo a agente gargalhar. “Depois não vá acordar mal humorada por conta do pouco sono.”

“Quem disse que terei que me preocupar com isso. Abbott me deu o dia de folga.” Jane parou aturdido, dando um sorriso maléfico. “Ok, agora eu estou com muitoooo medo!”

“Eu temeria se fosse você, agente Lisbon. Temeria muito mesmo.”

Antes que ela pudesse falar alguma coisa, Jane voltou a beijá-la com toda intensidade que o momento exigia.

“Ahhh, Patrick. Preciso me... ausentar mais... vezes. Cacete!”

“Shiii.”

“É que... nossa, o que vocêestáfazendo aí... ahhhh!”

“Teresa, fique quieta!”

“Sim, senhor.”

E assim, Teresa Lisbon se entregou a um Patrick Jane que adorou conhecer.

~*~*~*~*~*~*~

“Hummmmmm. Deus, isso é delicioso?!” Teresa terminava de comer as enchiladas, fazendo Jane sorrir. “Precisamos contrata-la para cozinhar.”

Patrick sorriu, admirando sua esposa com a boca levemente suja de guacamole terminando de devorar o pequeno recipiente de comida mexicana. Os outros demais potes já estavam vazios.

“Deus, Jane. Eu... hum!” A morena terminou e afastou os talheres, pousando as mãos na barriga.

“Quer a sobremesa?”

Ela olhou feio para ele que sorriu. “O que você está tentando fazer?”

“Apenas mimando minha linda esposa.” Falou com um sorriso nos olhos. “A cada dia você brilha ainda mais.”

“Mesmo parecendo uma pequena baleia?”

Ele continuava olhando para ela, admirando a mulher forte e destemida que Lisbon era. “Não diga isso. Você está linda, saudável e esfuziante. As convenções sociais são uma particularidade supérflua para nossa realidade. Não tem que se preocupar com isso.”

Os dois ficaram calados por um tempo, imersos na conversa silenciosa de seus olhares.

“O que está pensando?” Perguntou curioso ao perceber uma fisionomia diferente no rosto dela.

“Em como compensá-lo.” E falou esticando uma das mãos para segurar a dele. “E como tortura-lo também.”

“Oh oh! Essa junção nunca é muito boa.” Ele puxou a cadeira para próximo dela, abraçando-a de lado. “Se posso atribuir um pouco de defesa, a minha intenção era satisfazer o seu desejo noturno, querida.”

“De boa intenção, o inferno está repleto...” Disse ao bocejar. “Obrigada, Jane. Por cuidar de mim. De nós dois.”

Ele beijou a cabeça, enquanto algumas lágrimas teimosas caiam no rosto de sua esposa emocionada.

“Ei, como se você não cuidasse de mim também.”

Os dois ficaram abraçados por um breve momento, até ela desfazer o laço por passar muito tempo sentada.

“Pode ir. Eu termino por aqui.”

Teresa saiu caminhando no seu gingado habitual, fazendo mentalista rir.

“Patrick Jane, eu ouvi isso!” Reclamou assim que dobrou para o corredor a caminho do banheiro.

“Quack-quack!”

“E isso também!”

Jane sorriu jogando a cabeça para trás, terminando de arrumar a cozinha confortável que servia tanto a ambos. Amanhã seria outro dia, mas hoje ainda estava em suas mãos. E o que ele mais queria era seguir para cama com aquela mulher que lhe mostrou um caminho que achava perdido.

O caminho de uma nova vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Resolvi brincar com os desejos dessa vez. E imaginar Lisbon sofrendo por um prato de comida mexicana foi algo hilário. Independente e bem resolvida, questionar seus próprios hormônios não seria fácil. Sobre o flashback, bem... é auto-explicável. Nos vemos em 15 dias (sem atraso, espero).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Words" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.