Ressurreição escrita por Eve brt


Capítulo 5
Capítulo 5




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Jack piscou algumas vezes para se acostumar com a claridade, tinha acabado de acordar. Se virou e viu Vicent trazendo um copo de leite e um pedaço de pão.

“Tome garoto, deve estar faminto.” Disse ele entregando o café da manhã ao albino. Teve que concordar que sua barriga estava roncando, mas tinha medo de comer. Seria mais um ponto negativo para sua lista. “Sem palhaçada Jack, você se alimenta ou morre sem tentar voltar para casa, mas a escolha é sua.” Acrescentou Vicent como se pudesse ler sua mente.

Ele era um bom motivador quando queria ser, considerando que Jack não deixou uma migalha para trás. Ao terminar o moreno se sentou na frente dele, tinham que conversar.

“Andei pensando em muitas possibilidades.” Disse encarando o albino nos olhos. “Alesund é uma cidade muito pequena, não vamos encontrar muita coisa útil para você aqui. Mas tenho dividas e deveres pendentes... Preciso de alguém para me ajudar, infelizmente, não é como se eu pudesse fugir disso.” Falou com angustia. “Então aqui vai minha proposta, você me ajuda com meus trabalhos e viajamos de tempos em tempos para outros lugares, para arrumarmos um jeito de te levar de volta para o século XXI” Disse bem animado. “E aí, o que acha garoto?” Perguntou esperançoso, já Jack o encarou surpreso.

“Como assim? Por que está tão disposto a me ajudar? E-Eu...” Não soube mais o que dizer, agradeceu mentalmente por Vicent tê-lo cortado.

“Há muito ainda para ser descoberto nesse mundo, também quero saber o que viu durante todo o esse tempo! O que mudou, como vai os avanços na ciência e na medicina... Quero aprender sobre tudo!” Exclamou muito animado. Em seguida, o olhou compreensivo. “É um garoto legal Jack, se quer tanto voltar, ficarei imensamente feliz e honrado em te ajudar.” Completou com um sorriso sincero. O albino o abraçou, Vicent ficou surpreso, mas retribuiu.

Pois é Jack Frost, parece que ganhou um amigo.

                             ~~~~~*****~~~~~

Jack carregava lenha para a casa de Vicent, fazia quatro dias que estava ali. Estava aprendendo como fazer as bugigangas loucas que o moreno inventava que, para sua surpresa, eram até úteis. Também dava algumas dicas para ele no que viu nos tempos modernos, descobriu que adorava trabalhar com ele. Seu problema era quando se lembrava que nem sabia quanto tempo ainda tinha para voltar a ser um guardião, seu poder não mudou nada nesses últimos dias... Era um bom sinal, não? Chegou à velha cabana.

“Coloque a lenha na lareira e venha aqui garoto!” Disse Vicent animado assim que o albino atravessou a porta. Ele fez o que foi pedido e se sentou na frente do moreno. “Hoje ouvi histórias sobre um lugar chamado Valdall, parece que viram alguma espécie de elfos por lá! Viajaremos amanhã mesmo!” Exclamou. Jack sorriu e deixou escapar uma leve risada, sua experiência com elfos não era a das melhores. “Relaxa, vamos encontrar uma solução. Normalmente acontece quando menos se espera.” Disse Vicent otimista, outra característica que Jack descobriu sobre seu amigo era de que ele acreditava em todo tipo de coisa, basicamente, tudo que nunca foi provado que não existe.

“Assim espero.” Desejou o albino. Vicent se levantou batendo as palmas.

“Bem! Não é hora de ficar de bobeira! Vamos terminar de concertar aquela carroça e nos arrumarmos para a partida!” Disse ele.

“Ah não! Vamos dormir!” Reclamou o albino. O outro só riu.

“Até parece, vamos lá menino congelado. Mesmo você com mais de 300 anos, sou eu quem manda!” Falou o moreno e Jack riu também.

“Tudo bem então chefia.” Disse se levantando. Quando ele estava preste a sair, Vicent o parou, tinha uma expressão pensativa.

“Jack... Já se perguntou o porquê que veio parar aqui e entende a minha língua?” Questionou ele. O albino paralisou, como isso nem tinha vindo à mente dele?

“E-Eu não.” Respondeu sincero, o outro suspirou.

“Creio que a viajem no tempo, mesmo para seres místicos, pode ser um pouco difícil. Como figura criada pelo Homem na Lua você entendia todas as línguas do mundo, isso deve ter mudado quando começou a ser humano... Acho que significa que o portal te mandou para um lugar próximo a sua cidade natal, pelo menos no mesmo Estado, seria o único motivo de você me entender.” Disse ligando os pontos, Jack o olhou espantado.

“E onde estamos? É Alesund, né?” Questionou o albino.

“Sim, mas essa é a cidade. Estamos na Noruega... Isso te soa familiar?” Perguntou. Jack o encarou pensativo.

“Não...” Respondeu sincero. Vicent deu tapinhas nas costas dele levando-o para fora.

“Acho que é outra coisa que virá com o tempo. Você... Humm, como posso dizer? Quer reencontrar sua família?” Perguntou direto, aquilo atingiu em cheio o ex guardião.

“E-Eu...” Estava gaguejando demais naquele dia. “Eu não sei. Não lembro deles, não os reconheceria...” Meia verdade. É claro que queria rever eles, mas tinha medo do que poderia causar.

“Entendo... Bem! Isso é para se pensar num outro momento! Temos trabalho, vamos lá Jack.” Disse Vicent. O albino Ficou parado.

“É Jackson.” Disse atraindo a atenção do moreno. “Jackson Overland!” Praticamente gritou, sentiu seu coração acelerar. Tinha lembrado seu nome... Mais um ponto negativo? Eram muitas dúvidas. Vicent o encarou com olhos arregalados, depois tentou acalmar o garoto.

“Tudo bem então!” Tirou ele de seus devaneios. “Temos trabalho, vamos lá senhor Jackson!” Brincou ele. O albino riu, por incrível que pareça, foi uma sensação boa. Os dois foram trabalhar.

                             ~~~~~*****~~~~~

Jack acreditava que o tempo era seu inimigo, não sabia o quanto tinha para se tornar um humano completo. Os dias foram se passando, semanas, meses, anos... Sem respostas significativas, suas diversas viagens não estavam dando resultado, mas não foi um tempo completamente perdido. Aprendeu muita coisa com Vicent, este não o deixava desistir. Eles se divertiam durante suas jornadas e trabalhando na pequena oficina que era a casa dele, realmente foram momentos bons.

Mas a vida não é fácil, é traiçoeira.

Seu cabelo estava cada vez mais moreno, seus olhos, se tornando castanhos. Crescia contra a sua vontade. Aquele tempo, que acreditava ser seu inimigo, passou muito rápido. Jack não podia controlá-lo, ninguém conseguia.

Era inevitável.

Ele podia até não acreditar, podia não querer... Mas sim, o tempo era como um raio. Talvez realmente nem tenha percebido...

Que se passaram 10 anos.


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Notas finais do capítulo

Hey gente! Só passando para avisar que o termo Estado está se referindo mesmo ao atual país da Noruega, já que é uma época antiga. A configuração é até a mesma da atualidade.

Vlw por lerem até aqui ;) Bjs, Eve.



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