Try Again escrita por Deh


Capítulo 27
“I know now, just quite how, My life and love might still go on”


Notas iniciais do capítulo

Hello people, i’m alive!!!!
Então pessoal, trago boas notícias: terminei de editar os capítulos que já havia postados há anos!
Sorry por ter “congelado” a fic, mas eu precisava dar uma pausa enquanto editava, caso contrário, não dava conta.
Genteee, esse negócio de editar capítulos é igual colocar matéria em dia. Deus é mais.... ñ tô fazendo isso tão cedo novamente.
Deixa eu parar meu desabafo por aqui né, antes que vcs desistam de ler o capítulo (se é q vcs leem as notas iniciais...)
Então pode dar o play na playlist e divirtam-se *-*
P.S: até que algumas músicas dessa fic são boas *-*
P.S²: Se alguém quiser reler fique à vontade, em essência não mudei nada, mas adicionei alguns “extras” aqui e ali.


POV Jenny



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So lately, been wondering

Who will be there to take my place?

When I'm gone, you'll need love

To light the shadows on your face

If a great wave shall fall

And fall upon us all

Then between the sand and stone

Could you make it on your own?

Wherever You Will Go – The Calling

Após a tarde em que Penélope me chamou em seu escritório, acho que minha vida nunca mais foi a mesma.

Claro, eu sempre soube que com a profissão que levo, eu poderia facilmente morrer um dia de repente, afinal a Europa provou isso, o Cairo comprovou e Los Angeles há alguns meses também não me deixou esquecer.

Mas eu pensei que agora em que eu e Jethro estávamos finalmente na mesma página as coisas seriam diferentes. Eu poderia ser uma diretora normal, poderia muito bem equilibrar minha vida profissional e doméstica. Então vem e me acontece uma dessa? Definitivamente se existe um Deus ele não é justo.

Lembro-me de mal ouvi-la falar e ao chegar ao carro Marvin, me perguntar se eu estava bem, dei uma desculpa esfarrapada, que tenho certeza que ele não acreditou, mas ele não tocou mais no assunto e eu fui realmente grata por isso.

No dia anterior a minha consulta, parecia que tudo estava destinado a dar errado. Henrrieta  tinha deixado sua equipe favorita aprontar, o SECNAV estava me cobrando uma posição, a CIA queria algum tipo de equipe colaborativa, que eu sei muito bem que terminará com eles nos ferrando e no meio disso tudo uma vozinha na minha consciência começa a me atormentar dizendo que eu preciso dividir com Jethro minhas suspeitas.

Mas eu não o faço.

Ao invés disso nós acabamos por brigar a noite e eu peço um tempo? Mas que diabos eu estou fazendo?

E não é a toa que a noite, eu Jennifer Shepard me encontro chorando no meu quarto sozinha. Deprimente eu sei, mas dá um tempo né? Eu posso morrer....

Infelizmente quinta-feira chegou e isso significava a minha consulta, para saber a verdade. Se no dia anterior eu estava tremendamente irritada, hoje estou estranhamente calma, ousaria dizer que até um pouco deprimida.

Me levanto e faço minha rotina diária, dessa vez também tenho que acordar Jasper, já que normalmente quem fica a cargo de fazer isso é Jethro.

Enquanto nós três estamos tomando o café da manhã sou surpreendida por alguém tocando a campainha, inevitavelmente eu olho as horas, confirmando ser muito cedo para Marvin ou a senhora Martinez terem chegado e com certeza não é Jethro, depois de ontem eu acho que ele vai esperar um bom tempo para tentar entrar em contanto. Sendo assim, vou até a porta ver quem é o visitante, ao olhar pelo olho mágico, não deixo de me surpreender ao ver minha gêmea.

—Jenny, eu sei que você tá aí. Abre logo, que aqui fora está frio. –Ela resmunga.

—Bom dia Penny. –Eu digo assim que abro.

—Bom dia irmãzinha. –Ela diz e logo trilha em direção a cozinha.

—Bom dia meus amores! –Ela diz assim que adentra e logo distribui beijos e abraços, pergunto-me quando é que minha irmã começou a gostar tanto de crianças... Lembro-me muito bem de quando Charlotte nasceu e o modo como ela vivia se queixando do bebê e dizendo o quanto odiava crianças.

—Tia Penny, hoje você vai poder brincar de bonecas comigo? –Jéssica perguntou animada.

—Outro dia meu amor. –Ela respondeu amavelmente, sem se dar ao trabalho de corrigir o nome, talvez depois de tantos anos, ela finalmente estivesse se acostumando com o apelido.

E assim, em segundos ela se encontrava se servindo de uma xícara de café e claro, colocando umas boas colheres de açúcar. Ela e Charlotte cismaram que meu café é mais amargo do que Metamizol¹.

Tomamos o café da manhã e percebo o quanto Jéssica e Jasper ficaram felizes com a visita surpresa da tia. Talvez eu tenha cometido um erro todos esses anos ao mantê-los afastados da minha família, o que inevitavelmente me faz pensar na equipe de Jethro, talvez eles devessem saber, mas talvez não. A dinâmica de Jethro com a equipe é tão complexa, quanto o nosso relacionamento.

Após mandar as crianças subirem para pegarem suas mochilas, finalmente questiono minha irmã:

—O que você está fazendo na minha casa a essa hora em plena quinta-feira?

—Você definitivamente sabe ser insensível as vezes Jenny. –Ela faz uma pausa e então continua. –Depois reclama da mamãe.

Rolei os olhos e ela sorriu divertida.

—No entanto, estou aqui cumprindo o meu papel de boa irmã. –Ela diz mais séria,

Eu ergo a sobrancelha e comento:

—Não me diga que você acha que vai na consulta comigo.

É a vez dela de rolar os olhos.

—É claro que eu vou. –Ela diz ligeiramente ofendida.

—Penélope... não precisa. –Eu digo.

—É lógico que precisa Jenny, porque eu não preciso ser uma vidente para saber que você não contou ao Gibbs e você definitivamente precisa de alguém ao seu lado. –Ela me disse, enquanto me encarava com seus grandes olhos azuis acinzentados.

—Penny... –Eu comecei, no entanto, ela me cortou.

—Jenny, eu não fui uma boa irmã na última década e meia, se é que eu fui algum dia, então deixe-me apenas lhe dar apoio nesse momento. –Ela disse e então completou enquanto me olhava suplicante –É o mínimo que eu posso fazer.

Franzindo o cenho e com um certo aperto no peito eu me vi dizendo:

—Tudo bem.

E antes que pudéssemos dizer qualquer outra coisa, as crianças chegaram e saímos para encontrar Marvin lá fora como de costume.

Deixamos eles em suas respectivas escolas e logo pedi a Marvin para que nos levasse ao hospital.

Ao adentrar o estabelecimento, inevitavelmente eu senti um arrepio ruim. Me pergunto como toda a minha família consegue trabalhar em um lugar desses. Porque eu definitivamente odeio hospitais, pensar que um dia eu cogitei ser médica...

Devo dizer que o caminho até a sala do tal doutor Wilson e até mesmo a conversa em si era como se eu estivesse no piloto automático, mas a partir do momento em que o médico diz “É câncer” sinto meu mundo inteiro parar e embora eu concorde com seja lá o que ele esteja dizendo, eu só posso agradecer por estar na presença da minha irmã.

Ao sair do consultório, Penny me guiou até o seu próprio e ficamos nós duas lá por um bom tempo. Eu estava tentando assimilar tudo, enquanto ela me olhava com uma expressão estranha, eu sabia muito bem que ela queria dizer algo, mas provavelmente não diria.

—Eu tenho que ir trabalhar. –Eu disse quando achei que já estava bem o suficiente para sair dali sozinha.

—Você tem que contar a ele Jenny. –Foi a única coisa que minha irmã disse.

E assim eu sai dali em direção ao NCIS.

O restante do dia passou sem mais intercorrência, ou talvez eu estivesse ocupada demais tentando absorver o fato que eu tinha uma doença mortal, que eu poderia não estar dando a mínima para as ligações de Leon ou do FBI.

Já eram quatro e meia quando Jethro finalmente deu o ar da graça, seu pedido para me levar para casa não deixou de ser surpreendente, entretanto, eu o conhecia a tempo suficiente para saber que ele estava era dando um jeito de voltar para minha casa. E pensar que ainda há quem ache que ele é um lobo solitário...

Passo a próxima meia hora e também o restante da noite até o jantar pensando se eu deveria ou não contar a ele.

Tudo bem, eu sei e emborra não vá admitir para Penélope, ela tem razão. Não há ninguém que tenha mais direito de saber do que ele. No entanto, como eu posso fazer isso? A partir do momento em que eu contar eu sei que ele não sairá do meu lado por nada, porque ele é leal demais para abandonar o barco afundando.

Mas como eu posso condená-lo a isso? Eu não sou ignorante, sei muito bem que há uma grande chance de eu morrer e eu não posso arrastá-lo para isso, entretanto, não consigo pensar em como passar por tudo isso sem ele.

Eu definitivamente sou a pior das pessoas, eu sei. É egoísmo fazer com que ele passe novamente pela dor dar perda.

É injusto, que ao invés dele se preocupar com nossos filhos, ele volte sua atenção completa para mim. Por que eu o conheço a tempo suficiente para saber que é isso que ele vai fazer.

E acima de tudo eu sei bem que eu vou fazê-lo sofrer novamente, como tantas vezes eu já fiz no passado. Mas eu sei que agora será pior, porque certamente as memórias de Shannon e Kelly nunca estiveram tão vivas, como nos últimos tempos.

Deus eu sou uma pessoa horrível por contar?

Talvez o certo fosse não contar e eu estava bem convencida disso. Ao menos até ele tirar Jasper do sofá e me deixar sozinha com minha mente perturbada.

Ele tenta aliviar o clima perguntando o que milagrosamente fez Jasper dormir no horário e eu admito que finalmente segui a dica de Marvin e o colocado no baiseball, afinal acho que meus filhos devem aprender a se virar.

Mas não demora para que ele finalmente me faça confessar e assim eu digo a ele tudo.

E assim como eu sabia que ele faria, ele não me abandou. Embora por longos minutos enquanto ele andava em círculos eu temi que ele me abandonasse.

Após eu passar a noite chorando em seus braços, eu levantei no dia seguinte talvez com um pouco mais de aceitação em relação a minha condição.

É sábado e por algum milagre divino Jethro não tem nenhum caso. Sendo assim, nós quatro passamos o dia no meu quarto assistindo filmes da Disney até eu não aguentar mais aquelas musiquinhas.

Em um determinado momento da tarde, deixei as crianças bastante entretidas com Spirit o corcel indomável e desci para comer alguma coisa.

Como eu já imaginava, não demorou muito para que Jethro me seguisse.

—Não vai ver o cavalo fugir com o índio? –Ele perguntou assim que adentrou a cozinha.

Eu soltei uma risada.

—Não acho que tenha mudado nada em relação as últimas dez vezes que assisti. –Respondi.

—Infelizmente não. –Ele queixou-se.

—Então são três da tarde, o que você acha de sairmos para fazer algo? Levar as crianças para tomar um sorvete ou ao cinema. –Ele sugeriu.

De repente eu parei o que estava fazendo e o encarei fixamente.

—O que? –Ele perguntou.

—Você realmente está falando sério? – Questionei.

Ele deu de ombros.

—Pensei que seria legal sairmos igual a uma família de verdade... –Ele confessou, mas percebendo eu ainda o encarando ele prosseguiu. –Mas se você não achar uma boa ideia...

—Não, na verdade é uma ideia legal. –Eu disse e então prossegui. –Só não esperava você sugerir isso.

Ele me olhou ligeiramente ofendido.

—Não faça essa cara Jethro, nós dois sabemos que o único lugar que você frequenta além das nossas casas e o NCIS é aquela lanchonete. –Eu disse.

—Bem, então vamos ver se aqueles dois concordam. –Ele disse já saindo da cozinha.

—Como se eles fossem recusar a oportunidade de poder sair de casa. –Eu disse, já sozinha na cozinha. Parece que alguém definitivamente estava animado para sair.

E assim que subi as escadas, já encontrei com Jéssica me pedindo para ajuda-la a trocar de roupa. Após, quarenta minutos divididos entre vestir roupas adequadas nas crianças e eu mesma trocar de roupas finalmente estamos prontos.

E assim saímos nós quatro como uma família normal.

—Tio Marvin não vai vir nos buscar? –Jéssica perguntou.

—Não querida, papai vai dirigir. –Eu disse.

E logo Jethro estava dirigindo em direção ao cinema.

Assistimos a um filme e quando estávamos saindo do cinema ouço Jethro me dizer:

—Pegue as crianças e sai pela outra porta.

—Por quê? –Perguntei preocupada.

—DiNozzo. –Foi a única coisa que ele foi capaz de dizer.

Eu estava prestes a dizer que tudo bem se ele nos visse, mas o olhar que ele me deu, achei melhor obedecer, por ora.

Depois de irmos para o carro separadamente, Jethro perguntou as crianças se elas não queriam sorvete antes de irem para casa, lógico que os dois concordaram, mas eu fui obrigada a sair como má na situação:

—Nada de sorvete uma hora dessas, vocês vão acabar pegando um resfriado.

—Mamãe! –Jasper foi o primeiro a se manifestar.

—Por favorzinho? –Jéssica disse manhosa.

E eu fui obrigada a fuzilar Jethro.

—Certo... O que vocês acham de trocar o sorvete por algumas muffins da Elaine? –Ele sugeriu.

—É!!! –Jéssica concordou mais que depressa.

—Só se for de chocolate. –Jasper disse marrento, não preciso dizer que ele é mesmo a cara do pai.

Depois disso, Jethro dirigiu em rumo a sua lanchonete. Local que eu nunca havia ido antes, então de certo modo achei interessante descobrir o que ele tanto gostava no local.

Ao chegarmos, Jethro logo tratou de levar as crianças para a mesa do fundo e se sentou de modo a ter a vista para a porta. Jéssica e Jasper deslizaram para o banco a frente, parecia que eles eram bem acostumados a vir aqui. Dessa forma, só sobrou a mim me sentar ao lado de Jethro.

—Não é um restaurante francês Jenny, mas ainda assim consegue surpreender. –Jethro cochichou no meu ouvido.

Não demorou e a garçonete veio nos atender.

—Gibbs, crianças! Vejo que trouxeram companhia. –A mulher morena disse ao chegar.

Jasper e Jéssica sorriram para a mulher, aparentemente eles a conhecem.

—É só a nossa mãe Elaine. –Jéssica disse, sua sinceridade as vezes me assusta.

Jethro e eu reprimimos um sorriso.

—Ah eu vejo as semelhanças Jesse. –Ela disse divertida.

—Então muffins de chocolate? –Ela perguntou.

—Sim! –Jesse disse animada, enquanto Jasper apenas assentia.

—Café, Gibbs? –Ela perguntou para Jethro.

—Dois. –Ele respondeu.

—Okay, já volto pessoal. –Ela disse simpática.

E assim eu acompanhei Jethro no café, enquanto observávamos Jéssica e Jasper devorarem os muffins.

Depois de comermos, fomos embora, chegando em casa já estava escurecendo.

Ordenei que Jasper fosse tomar seu banho, enquanto eu ia ouvir os recados na secretária eletrônica.

—Jennifer, estou deixando esse recado porquê você se esqueceu de me passar o número de seu celular. Então por favor não esqueça de estar em minha casa amanhã ao meio-dia, por favor não se atrase.

Se ela soubesse que eu sempre tenho a certeza de nunca deixar escapar o meu número de celular...

—Ah ninguém merece.... –Eu resmunguei sozinha.

—Tenho a impressão que você não se esqueceu de passar. –Jethro diz, fazendo com que eu me virasse e o encarasse segurando Jéssica.

—Quem era mamãe? –Jéssica pergunta.

—Ninguém importante querida. –Eu digo e recebo um olhar repreendedor de Jethro, como se ele também nunca tivesse evitado o pai... Hipócrita.

Após dar um banho em Jéssica e deixar ela e Jasper brincando no andar de cima, enquanto eu peço pizza.

Não demora e Jethro aparece se sentando no sofá.

—Então sua mãe quer que cheguemos ao meio dia? –Ele diz e eu percebi que ele estava se divertindo com a situação.

Rolei os olhos.

—Ela odeia atrasos. –Eu disse.

—Não só ela. –Ele disse, me dirigindo aquele olhar irritante de quem sabe das coisas.

—O que você está tentando dizer Jethro? –Eu o questiono, enquanto me junto a ele em meu sofá.

—Oh Jen, nada. –Ele diz inocentemente, maldito.

—Acho bom que não esteja me comparando a ela. –Eu digo, enquanto o fuzilo com o olhar.

E assim ficamos nos encarando por longos segundos, até que eu desviasse o olhar e me aconchegasse nele.

—Talvez eu possa inventar uma desculpa e a gente possa escapar dessa. –Eu digo sonhadora, não seria difícil mentir que tínhamos um alerta vermelho, com risco de segurança nacional.

—Jen... –Ele diz em um tom levemente repreendedor.

—Que foi? –Pergunto enquanto volto a encará-lo.

—É um almoço com a sua família, não pode ser tão ruim. –Ele tentou me convencer.

—O problema não é minha família, é só a minha mãe. –Eu resmungo.

—Acho bom, espero que você não esteja com vergonha de me apresentar ao seu irmão. –Ele disse.

Eu sorrio.

—Ah Jethro, Danny vai adorar você. –Eu digo sorrindo maliciosamente, oh ao menos não vai ser apenas eu que irei sofrer.

—Você vai contar a eles? –Ele perguntou o que vinha sendo o grande elefante na sala.

—É lógico que não. –Eu digo mais que depressa e então prossigo. –Você e Penny já sabem e é o suficiente.

Assim me aconchego a ele, curtindo a paz momentânea.

Inevitavelmente a pergunta dele ainda roda em minha mente, mas realmente não vejo a necessidade de dizer. Do que adiantaria?

Daniel vive pela Marinha.

Charlotte é jovem demais para ter que se preocupar com isso.

Minha mãe? Deus, fraquejar diante dela é o que eu definitivamente não preciso. Me dei bem ignorando ela nos últimos anos, vou conseguir seguir assim.

Mas então teve Penélope. Eu provavelmente nunca contaria a ela, se ela não estivesse comigo na consulta, apesar de estarmos em uma tentativa bizarra de construir um relacionamento de irmãs real, algo se quebrou há muitos anos. Papai, inevitavelmente, era quem mantia nossa família unida e sua morte foi a causa de rompermos de vez nossos laços. Penélope e eu, para irmãs gêmeas, não tínhamos nada de comum, além das implicâncias, a pobre Charlotte era muito nova, o mais próximo sempre foi Daniel. E minha mãe? Parece que nada que eu fizesse era bom o suficiente.

Meus devaneios foram interrompidos por uma campainha tocando, certamente era a pizza. Assim, Jethro foi cavalheiro o suficiente para se levantar e ir buscar. Não foi nem preciso chamar as crianças, pois logo elas já estavam descendo as escadas eufóricas e esfomeadas.

Após o jantar, as crianças não demoraram a dormir e Jethro e eu terminamos nosso dia juntos em minha cama.

Eu acordei com o despertador tocando, eram oito da manhã e Jethro já não estava na cama, para variar. Peguei um hobby e fui procura-lo.

Enquanto descia as escadas eu era capaz de já ouvir a voz de Jéssica:

—Eu posso sim brincar de carrinho.

E lá vamos nós de novo...

—Bom dia pessoal, acordaram cedo em? –Eu digo assim que vejo os três Gibbs em minha sala de estar.

Jethro está de moletom, o que quer dizer que ele provavelmente deve ter corrido de manhã, já Jéssica e Jasper se encontram ainda com seus pijamas de flanela.

—Mamãe diz ao Jasper que eu posso brincar de carrinho. –Jéssica foi a primeira a responder, apesar de não ser essa a resposta que eu esperava.

Eu sorri de canto, enquanto me aproximava deles.

—Jasper, sua irmã tem razão. –Eu digo.

—Mas é coisa de menino. –Ele diz.

Eu então olho para Jethro na esperança de obter algum tipo de ajuda, mas o maldito dá logo um jeito de esquivar, alegando que ia a cozinha buscar café.

Fui então obrigada a sentar no sofá e puxar Jéssica para o meu colo. Após dar um beijo em sua bochecha eu comecei:

—Jasper, meninas também pode brincar com carrinhos. Na verdade, não existe nada que não podem fazer por serem meninas.

Ele ainda me encarava com seus olhos azuis penetrantes.

—Você só tá dizendo isso porquê é uma menina. –Ele disse.

Inevitavelmente eu sorri.

—E eu sou a primeira mulher a ser diretora do NCIS Jasper. Viu? Podemos fazer qualquer coisa. –Eu disse.

E nesse momento eu sabia que tanto eu, quanto Jéssica estampávamos um sorriso vitorioso.

Também nesse exato momento, Jethro chega com duas canecas de café, aquele filho da mãe certamente sabe como pedir desculpas.

—Isso é verdade pai? –Jasper o questionou.

Agora te peguei Jethro. Quero só ver o que ele vai responder.

—Sua mãe tem toda a razão Jay. –Ele disse.

Eu o encarei, ele sabe muito bem como se livrar de um castigo.

Após passar uma boa parte da manhã no sofá com Jethro, vendo as crianças brincarem no chão, eu percebo que se quisermos chegar no horário, é melhor começar a nos aprontar e assim sou obrigada a me levantar.

Enquanto me arrumo, eu só peço a Deus que tudo ocorra bem.

É exatamente meio-dia quando Jethro toca a campainha da casa em que minha mãe estava morando e que por algum estranho motivo da natureza Penélope também estava residindo. Eu suspiro, se não fosse a birra de Jesse quando fomos escolher a roupa, talvez pudéssemos ter chegado com dez minutos de antecedência. Pois, se ainda conheço Caroline Shepard tão bem, ela vai arranjar um jeito de implicar por termos chegado em cima da hora.

Não demora muito e Penny abre a porta.

—Graças a Deus vocês chegaram. Já estava vendo a hora da mamãe e do Daniel fazerem o amigo de Charlotte colapsar. –Penélope disse e embora eu visse a verdade em suas palavras, eu também sabia que ela estava se divertindo com a situação.

—Tia Penny! –Jéssica disse já praticamente pulando no colo da minha gêmea. Desde quando minha filha gostava tanto da minha irmã?

—É Penélope Jess. –Ela corrigiu, mas minha filha não deu ouvidos.

—Que dia você vai nos levar para passear? –Ela questionou, oh definitivamente agora Penny tem. Enquanto ela não cumprir a promessa, Jéssica não a deixará em paz.

—Qualquer dia desses meu bem. –Penny responde evasiva.

Jethro, Jasper e eu adentramos a casa. Não me surpreendo ao ver tudo perfeitamente organizado e na sala encontrar minha mãe em uma poltrona e Danny em outra, enquanto conversam com o tal amigo de Charlie, que se encontram sentados lado a lado no bonito sofá de couro.

—Olha quem chegou pessoal. –Penny disse não escondendo sua alegria diante da situação.

—Já havia passado de hora. –Minha mãe resmungou.

Daniel a essa altura já caminhava em minha direção para me abraçar, entretanto, Jéssica já foi logo dando os bracinhos para ele.

—Tio Danny! Tava com saudades! –Ela dizia entusiasmada.

—Ah Jesse eu também. –Ele disse pegando ela e a jogando para cima, instantaneamente a risada da minha caçula já ecoava por toda a casa.

—Ei garoto, você cresceu bem desde a última vez, em? –Ele disse bagunçando os cabelos escuros de Jasper.

Sim, Danny era o único dos meus irmãos que conhecia meus filhos.

—Espera um minuto, você disse que ainda não tinha visto Jenny, desde que chegou. –Penny começou acusadoramente.

—E não vi. –Ele respondeu simplesmente.

—Mas como você os conhece? –Foi a vez da minha mãe questionar.

E lá vamos nós...

Antes que eu tenha a chance de dizer algo, Jéssica responde rindo:

—Tio Danny, nos conhece há um tempão vovó, mais do que vocês.

Por que minha filha tinha que ser tão sincera?

Instantaneamente vejo minha mãe e Penny me fuzilarem com o olhar.

—Ótimo, todo mundo sabia das crianças, menos eu que sou a avó. –Minha mãe alfineta.

—Crianças vamos até o jardim? Spencer sabe fazer uns truques de mágica bem legais, não é Spencer? –Charlotte finalmente se manifesta e ela não imagina o quanto eu sou grata.

—Si-Sim. –O coitado gagueja.

E assim meus filhos acompanham minha irmã e seu amigo para fora.

—Nós mal chegamos e você já começou mamãe? –Eu pergunto descrente.

—Eu comecei Jennifer? –Ela me devolveu a pergunta cinicamente e então me alfinetou. –Não foi eu que escondi meus filhos da família.

Eu rolei os olhos.

—E não role os olhos. Você sabe muito bem que eu odeio quando faz isso. –Uma já irritada Caroline Shepard disse.

Será que eu mereço um prêmio por começar os desentendimentos em menos de cinco minutos após chegar?

—Senhora Shepard, eu acho que toda essa situação é inusitada. Os últimos dez anos foram... complicados para Jenny. –Jethro finalmente se manifestou.

Instantaneamente todos nós o encaramos, alguns, vulgo eu, em agradecimento. Minha mãe e Daniel o fuzilando com o olhar, afinal meu irmãozinho nunca chegou a conhecer Jethro. Enquanto Penélope não escondia o sorriso malicioso.

—Acho que deveríamos almoçar. –Penny sugeriu, milagrosamente tentando aliviar o clima.

—Vou chamar as crianças. –Daniel disse.

E minha mãe disse em seu tom sarcástico habitual:

—Claro, é esse o objetivo não é Penélope.

Eu e minha irmã pela primeira vez em anos trocamos um olhar cúmplice, talvez no fim das contas ainda houvesse alguma esperança para ao menos o nosso relacionamento.

Enquanto finalmente estávamos todos reunidos na mesa, prestes a comer minha mãe diz:

—Vamos agradecer.

Sim, por mais estranho que seja, já que minha mãe é uma mulher da ciência e por vezes, para não falar sempre, é cética e sarcástica, ela é também uma mulher religiosa. Estranho não? Mas acho que na vida, tudo é uma questão de equilíbrio.

—Mas eu tô com fome. –Jéssica protestou, sentada do meu lado direito.

Instantaneamente eu me encolhi com a frase da minha filha, por que Jéssica tinha que ser tão esfomeada?

Quando eu levantei o olhar, eu não precisava olhar para a minha mãe na cabeceira da mesa para saber que ela me fuzilava.

Enquanto minha mãe orava, Jéssica e Jasper, que estava sentado ao lado dela, me olhavam curiosos, talvez eu devesse ter preparado minha família melhor para esse almoço.

Após a oração, era a hora de comer e eu posso jurar que ouvi Jéssica murmurar um:

—Finalmente.

Enquanto comíamos, minha adorada mãe resolveu que era hora de começar o interrogatório:

—Então Jenny você é ateia ou algo assim?

De fato, essa era uma pergunta interessante, não que eu não acreditasse em Deus, eu só não passava muito tempo pensado Nele. Mas isso não significa que eu não tenha fé.

—Mãe... –Danny que está do meu lado esquerdo diz.

—Que foi Daniel, só estou perguntado. Afinal de contas, já faz anos que não a vejo. –Ela disse em um falso tom inocente.

Eu então fixei o olhar em minha irmã caçula que se encontrava sentada a minha frente, Charlotte parecia tão desconfortável como eu, talvez ela não devesse ter trazido seu “amigo”.

—Então Charlotte, sua irmã chegou bem na hora em que você contava como conheceu seu amigo. –Daniel disse em um tom protetor.

Instantaneamente minha irmã o fuzilou com seus olhos azuis céu.

—Nós meio que nos esbarramos na faculdade. –Minha irmãzinha disse.

—Ela derramou café em mim. –O jovem de cabelos cor de areia disse.

Involuntariamente um sorriso apareceu em meu rosto e foi inevitável não dirigir um olhar furtivo em direção a Jethro, estaria ele pensando na mesma cosia que eu?

—Vocês tem alguma aula juntos? –Penny perguntou, mas algo em seu sorriso dizia que ela já sabia a resposta.

—Não, na verdade eu estava na faculdade dando uma palestra. –O jovem disse.

E foi inevitável que eu não erguesse a sobrancelha, o rapaz parecia não ter nem trinta anos.

—Spencer é PHD em química e matemática. –Charlotte disse e então fuzilando meu irmão ela perguntou –E você Danny, pretende retornar à Marinha depois das férias ou vai ficar aqui também?

Nossa, Charlotte definitivamente tem o gênio das Shepards. É isso aí irmãzinha!

—Na verdade recebi uma proposta para trabalhar no Mount Sinai. –Ele disse.

—Isso é por causa daquela sua namorada? –Penélope perguntou em um misto de curiosidade e interesse.

Instantaneamente meu irmão fuzilou minha gêmea e aí estava a minha resposta, mas eu pensava se era a mesma garota por quem ele havia me confessado que amava há dois anos.

—A doutora Hunt? –Minha mãe perguntou, essa eu não conhecia.

—Megan se casou mãe. –Penny disse.

Meu irmão desinteressado, mudou o foco da conversa, algo que diga-se de passagem, nós somos muito bons:

—Gibbs, soube que você também serviu.

Era sério? Iriamos retornar o foco da conversa para a minha pequena família? Traidores.

—Marinha, há muito tempo. –Jethro respondeu como sempre em poucas palavras.

—Uniformes... –Ouvi minha mãe se queixar para ninguém em especial.

—Agora ele é um agente federal, igual a você Doutor Reid. –Penélope disse, ela estava tentando me ajudar ou o que?

Foi inevitável que eu não encarasse o jovem sentado ao lado da minha irmã mais nova.

—FBI. –Ele foi capaz de dizer.

Algo me diz que depois de hoje, esse coitado não vai querer nos ver nunca mais.

—Então vocês estão planejando casar de novo? –Minha mãe finalmente me perguntou, o que eu aposto que ela estava doida para perguntar desde o início.

Inevitavelmente eu suspirei.

—Não acho que seja a hora adequada para isso mãe. –Penélope interveio.

Claro que eu não pude deixar de me surpreender com a atitude da minha irmã.

—Penélope, não é porque você está fugindo do seu marido, que Jennifer não pode se casar. –Minha mãe disse dirigindo um olhar repreendedor para minha gêmea.

Encarando Penélope a espera de uma reação, eu a vi pegar sua taça e beber um gole bem grande de vinho branco.

—Ei, Penny. Vá com calma aí. –Daniel tentou aliviar o clima.

E esse foi o erro, não sei como, mas foi aí que o almoço colapsou.

—Do mesmo jeito que você tá indo com calma, para contar a sua família que você tem um filho? –Penélope disse o fuzilando com raiva.

—Você tem o que? –Minha mãe perguntou após se recuperar de seu breve engasgo.

—Você não consegue guardar um segredo não é? –Daniel pergunto irritado e então prosseguiu. –Não é a toa que Jenny nunca tenha te contado sobre as crianças.

Penélope o encarou ligeiramente ofendida.

E assim ela, olhou dele para mim e juro que por breves segundos eu tive medo que ela revelasse o que eu havia pedido bem claramente para ela não contar para ninguém.

—Idiota. –Ela disse o encarando bem raivosa.

—Ei, temos crianças aqui. –Charlotte disse apontando para Jasper e Jéssica.

—Pelo visto não só eles. –Caroline Shepard resmungou para ninguém em especial.

E eu sabia muito bem para que lado estávamos indo. Assim, me virei para Jethro:

—Leve-os para fora.

E ainda bem que ele me obedeceu, pois as coisas ali não estavam ficando melhor.

—Por que ao invés de falar da minha vida, você não conta para todo mundo que está aqui, porque está se divorciando Penélope? –Daniel ataca.

Por que minha família tinha que ser tão explosiva?

—Spencer, acho melhor irmos. –Charlotte disse se levantando.

Não foi preciso que ela falasse duas vezes e logo o jovem de olhos castanhos já estava de pé. Coitada da minha irmãzinha se quiser ter algo sério com ele, porque eu duvido que ele queira voltar a nos ver novamente....

—Charlotte... –Minha mãe tenta em vão fazer com que ela fique, mas minha irmã não dá ouvidos, ela sai de lá com seu “amigo” a seguindo.

—Se você contasse para nós, ao invés de ficar se esgueirando pelos cantos para falar com a Olívia, eu não precisaria contar –Penélope disse raivosa.

—Vá cuidar da sua vida Penélope. –Daniel disse irritado.

—Daniel... –Eu tentei em vão apaziguar a situação.

—Não Jenny, você estava certa em esconder seus filhos dessa família. –Danny cuspiu.

E isso foi o bastante para minha mãe que nos encarava com um olhar decepcionado, algo que diga-se de passagem eu conheço muito bem, dizer:

—Ela estava errada Daniel! Do mesmo jeito que você está errado em não nos contar sobre o seu filho e ninguém é burro o suficiente para acreditar que Penélope não está se divorciando.

De repente nós três nos calamos e encaramos a mulher mais velha, cuja expressão irritada, chegava a assustar um pouco.

—Vocês tem mais de trinta anos e agem como crianças. –Ela disse irritada e então prosseguiu incrédula. –Charlotte é bem mais nova que vocês e tem o bom senso de não discutir a mesa.

—Claro, porque Charlie é perfeita! –Penny disse em um ligeiro tom de deboche.

—Calada Penny, eu ainda não terminei. –Minha disse e assim nós três a obedecemos, mas não por seu tom de voz mandão, mas pelo fato de que pela primeira vez desde que meu pai faleceu, ela chamou um de nós por apelido. Ao menos na minha presença, mas eu chutava que estivesse certa, já que a reação dos meus irmãos não era diferente da minha.

—Vocês não são idiotas o suficiente para achar que eu não sei das coisas, são? –Ela questionou olhando de Penny para Daniel.

—Penélope você ofende minha inteligência ao dizer que vai passar um tempo comigo em Washington, enquanto assume um cargo relevante e permanente aqui. –Ela apontou o óbvio, enquanto encarava a minha irmã nos olhos, dando bastante ênfase no permanentemente.

—E você Daniel? Eu sabia que você estava me escondendo algo, para um fuzileiro você não sabe se esgueirar bem. No entanto, o que me decepcionou foi o fato de você esconder algo tão importante quanto um filho. –Ela agora disse em um tom decepcionado.

E finalmente ela me encarou com seus olhos azul céu, idênticos aos dos meus irmãos.

—E você Jenny... –Ela disse em um suspiro.

Eu sabia muito bem o que ela iria dizer, certamente aquele discurso de decepção que eu me lembro de cor.

—Me magoa o fato de depois de todo esse tempo, você ainda me culpar pela morte de seu pai. –Ela disse, mas dessa vez seu tom não era furioso ou decepcionado, era tristeza que eu detectava no tom de voz da tão formidável Doutora Caroline Shepard?

Eu então a encarei por um bom tempo em silêncio.

Eu não a culpava... culpava?

Era uma ideia tão estranha, ela não poderia estar certa.

Certamente era algum truque. Alguma maneira dela me fazer sentir culpada por suas frustrações. Assim, eu a encarei por mais alguns segundos antes de apenas sair daquele lugar, eu precisava de ar, precisava respirar em algum lugar que não fosse ali.

—Jennifer... –Ela dizia enquanto eu caminhava para fora dali, mas eu não virei para encará-la.

Logo que sai da casa, eu avistei Charlotte conversando com Jethro, enquanto o tal doutor fazia alguns truques de mágica para as crianças.

—Ei. –Charlie disse assim que me viu aproximar.

—Ei. –Eu disse lhe dando um sorriso amarelo.

Ela me dirigiu um olhar compreendedor, me pergunto se ela entenderia a minha situação? Pois se eu e Penélope, que somos gêmeas, agora que estamos começando a nos entender, como ela poderia? Nosso relacionamento foi praticamente nulo.

—Bem... de certo foram muitas emoções hoje. –Ela começou e eu me limitei a assentir.

—Podemos terminar o almoço em casa ou só passar na Elaine. –Jethro estranhamente, tentou ser gentil.

Charlie sorriu em agradecimento.

—Spencer e eu vamos a uma convenção de Doctor Who, mas obrigada pelo convite Jethro. Até a próxima. –Minha irmã disse.

E assim nos despedimos.

Já dentro do carro, enquanto Jethro dirigia eu olhava distraidamente pela janela.

—Agora a gente odeia a vovó? –Jasper, estranhamente, rompeu com o silêncio.

Imediatamente eu me virei para encará-los no banco de trás.

—Por que a gente odeia a vovó? –Jéssica perguntou franzindo o cenho.

—A gente não odeia ninguém. –Eu disse olhando de um para o outro.

—De onde você tirou isso Jasper? –Questionei ao meu filho.

—Tia Charlie disse ao papai que ela sabia que você ia odiar essa ideia da vovó, assim como você odeia tudo o que ela faz. –Ele justificou.

Inevitavelmente eu encarei Jethro de canto, que fazia de conta que não estava ouvindo nada. Que conveniente...

—Tia Charlie é meio exagerada querido. –Eu disse, esperando dar esse assunto por encerrado.

—Tudo bem mãe, eu só estava verificando. –Ele justificou e mais uma vez eu olhei Jethro pelo canto do olho, certamente isso tinha haver com uma certa regra três.

Quando eu voltei a me sentar adequadamente no banco, agora observando a estrada a frente notei que Jethro não fazia o caminho para minha casa e sim para a lanchonete. Não pude curtir muito tempo a vista e o silêncio, já que Jéssica que parecia muito pensativa há alguns segundos, perguntou:

—Nem tio Danny? Nem tia Penny?

Mais uma vez eu me virei para trás para encarar meus filhos.

—Não querida, eles são meus irmãos. –Eu disse e ela ainda me olhava como se não acreditasse no que eu dissesse.

—Você e Jasper não brigam as vezes? –Questionei.

Ela fez que sim com a cabeça.

—Mas isso não significam que vocês se odeiam, só ficam bravos um com o outro eventualmente. –Eu expliquei, ao menos era o que eu esperava.

—Então você continua amando eles igual eu amo o Jayjay? –Ela perguntou receosa.

Eu fiz que sim com a cabeça.

—Que bom, porque eu gosto muito da tia Penny e ela ainda tem que me levar para passear. –Ela disse em sua inocência infantil.

Inevitavelmente eu tive que sorrir com suas palavras.

—Chegamos. –Jethro anunciou ao estacionar.

—Eu quero sorvete. –Jéssica foi rápida ao dizer.


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Notas finais do capítulo

1 - Metamizol é um medicamento conhecido comercialmente como dipirona. Só a título de curiosidade, minha avó sempre dá isso para nós (eu, meu irmão e minhas primas) quando estamos com dor (o pior que é o líquido) e isso é ruim para danar.

Pessoal que capítulo gigante é esse? MDS. Para “adoçar” vcs vou dizer que é para compensar o meu “pequeno” atraso em atualizar.
Gente vcs ñ imaginam o quanto ralei para escrever esse capítulo, gastei dias lutando para escrevê-lo e muita dificuldade para desenvolver O almoço. E ainda estou com medo das reações de vcs *-*
Sei que estavam loucos para esse almoço e embora eu quisesse fazer todo um capítulo dedicado a ele e fazê-lo o mais louco possível, essa história é em sua maior parte dramática e então depois de toda a lavação de roupa suja, tinha que ter algum tipo de drama envolvendo Jenny e Caroline.

Mas digam.... A suposta namorada de Daniel lhes é familiar?
Gostaram do “amigo” que Charlie levou?
Caroline Shepard é tão terrível quanto Jenny sempre diz ou é mero exagero?
Minhas crianças não são fofinhas? Jéssica como sempre o poço de sinceridade, a coitada louca para comer e não sabendo muito bem o que tá acontecendo ali... E Jasper? O menino fica sempre tão caladinho que as pessoas até se esquecem que ele tem a audição do pai.
Eu realmente cogitei em fazer a Jenny revelar sobre o câncer dela, no entanto pensei que seria melhor guardar isso para mais tarde. Afinal de contas ela ainda não parece se sentir segura o suficiente com a família.

Agora vamos a questão “polêmica”: A gente odeia a vovó Shepard? Tio Danny? Tia Penny? Tia Charlie? (Me deixem saber!)

P.S: Alguém tem sugestão de filme que retrate o tratamento do câncer? Estou precisando de inspiração...



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