W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 6
Esperando a morte


Notas iniciais do capítulo

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Eu não era uma aspirante a caçadora, tudo bem que, três casos de fantasmas não me faziam estar na calçada da fama dos caçadores, mas eu lia tudo o que meu pai havia deixado quando se foi e ajudava Bob de longe, apesar de as vezes pensar que ele estava me chamando para aquilo somente para acabar com meu tédio. Eu sempre sabia onde ele estava, mas nunca aparecia lá por conselho dele, tinha senhas de rastreadores e sabia um pouco por conhecer um rapaz por influência de alguns amigos em comum que entendia tudo disso e nós passávamos o tempo juntos inventando o que fazer com o GPS.

Kellan era o nome dele e sempre nos demos muito bem, ele era popular e cheio de músculos, ao primeiro olhar ele podia parecer um cara fútil, mas só quem o conhecia de verdade sabia o quanto ele era legal. Eu até fazia faculdade antes do ocorrido, mas eu estava faltando desde que viera a casa de Bob. Kellan me ligou algumas vezes e eu não atendi.

Pensei sobre o que Dean havia me dito sobre ser caçador era perder quem você amava e os meus amigos não precisavam estar envolvidos nisso.

—Estou pronta - voltei a cozinha já com o casaco.

—Vamos lá - Dean se levantou da mesa com uma arma na mão - É a do Sam - ele a levantou segurando pelo cano em minha direção - Espero que te dê sorte.

—Só uma arma? - me lembrei que o facão que meu pai usava ficara em casa.

—É sempre bom uma arma, não importa onde vá - seus lábios se esticaram em um pequeno sorriso - O resto está no carro.

—Claro - retribui o sorriso torcendo para que ele o mantivesse.

Saímos caminhando lado a lado até o Impala. Ele abriu a porta para que entrasse e o gesto me deixou espantada. No caminho Dean me explicou que havia um bar, onde os vampiros se reuniam e atraíam vítimas até o casarão no meio do nada onde ficava o ninho. Benson era o líder, e ele me deu essa informação como se o tal Benson fosse um cara muito conhecido, mas eu ignorei esse fato e continuei fazendo perguntas sobre o caso.

Nós paramos em um bar com um letreiro de neon piscando ''Dante’’ em uma letra cursiva quase que ilegível, não era nada chamativo por fora, mas um rapaz, acho que um recepcionista, estava parado na porta e ficou nos olhando quando descemos do carro.

—Vamos entrar lá – Dean esperou que eu rodeasse o carro e fosse até ele – Acho que não vamos precisar – ao dizer isso Dean passou a mão em volta da minha cintura e sorriu – Vamos lá amor.

Havia um rapaz saindo do bar, ele cumprimentou o recepcionista com um sorriso malicioso e acendeu um cigarro.

Dean me conduziu pela rua até o rapaz com um sorriso que eu nunca tinha visto.

—Oi e aí! - o rapaz nos olhou – Perdidos? - ele me olhou e depois olhou para Dean.

—Mais ou menos – Dean riu – Recém-casados, não aguentamos chegar até nosso destino, precisamos comemorar, não é princesa? - ele me olhou animado.

—Claro – respondi, nessa altura eu já mantinha um sorriso convincente nos lábios.

—Olha esse lugar é legal – o rapaz jogou o cigarro no chão e pisou em cima – Mas eu conheço um muito melhor – ele se inclinou para nós e falou mais baixo.

—Se puder nos levar lá, vai ser ótimo – pisquei para ele.

Jones, como se apresentou, nos guiou por uma rua um pouco escura que deu em uma ruazinha estreita de barro que era cercada de mato.

—Olha é um pouco assustador – ele brincou – Mas é um lugar mais afastado por causa do som e do tamanho, é como se fosse em uma chácara.

—Lugares assim são ótimos! - sorri e empurrei Dean de leve.

Ele abaixou como se fosse amarrar o tênis, eu caminhei talvez uns dez passos a mais com Jones e logo um tiro atingiu a cabeça dele e ele caiu ao meu lado.

—Corre – Dean falou atrás de mim.

No primeiro momento a minha reação foi olhá-lo, mas quando vi Dean se levantar e alguém quase o alcançar com um soco me pus a correr. Ele estava um pouco atrás de mim, e se virava para dar alguns tiros. Eu não alcançava minha arma nas costas e ouvia Dean falando para que não parasse de correr.

Ele xingou e eu me virei para ver, Dean estava atrás de mim e me agarrou pela cintura nos jogando dentro de um lago que estávamos perto.

—Eles não são abelhas Dean! - gritei antes de afundar lembrando que não era uma ótima nadadora.

Ele me puxou pelo braço e uma garota se abaixou na beira do lago rindo.

—Namorada nova Dean? - ela perguntou.

—Prefiro morenas – ele respondeu com ironia.

—Estamos com seu irmão – a garota ficou em pé – Pode vir conosco se quiser encontrá-lo.

Ele me soltou, e obviamente meu pé não tocou o chão como eu esperava. O corpo de Dean se afastou do meu me deixando ali.

—E a garota? - o som da voz dela estava abafado.

—Ela não sabe nadar – Dean respondeu.

Ouvi ela rindo e se gabando, sacudi as pernas esperando que meu pé batesse logo em algo que eu pudesse me impulsionar para cima, mas isso não acontecia nunca. Meus olhos começaram a arder e minha garganta queimar, eu sacudia os braços tentando de algum jeito subir, mas já parecia tarde demais.

 


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