W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 21
A falta da graça


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Como vão? Me digam o que estão achando! Vejo muitos leitores acompanhando a história e adoraria saber a opinião de cada um!
Obrigadinha!



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Castiels’s POV

 

Eu andava pelos corredores do céu acompanhado de Hannah. Ela me falava sobre a próxima reunião que teríamos e eu estava impressionado de ser convidado para aquilo, afinal, a minha presença no céu não era bem-vinda por muitos pelo fato de ajudar os Winchesters.

 

—Estamos prontos – Hannah anunciou aos demais que estavam na sala – Podemos começar.

 

Senti os olhares duros de, pelo menos, sete pessoas das dez que estavam lá tirando eu e Hannah e ela percebeu o clima tenso e pôs a falar.

 

—Temos um grande problema – sua mão foi ao meu ombro me abaixando para sentar em uma cadeira, de início resisti, mas depois cedi e me sentei. Estava tão desconfortável ali.

—Porque ele veio? - um irmão questionou apontando para mim.

—Porque eu quis que ele viesse, afinal, Castiel já fez grandes feitos – ela me olhou forçando um sorriso encorajador.

—Ao lado dos Winchesters e daquela raça de demônios – o mesmo irmão falava entre dentes.

—Como eu disse – Hannah o ignorou completamente – Temos um grande problema e ainda não sabemos como resolvê-lo, mas temos que tomar uma providência antes que tome proporções maiores – ela olhava um de cada vez e eu não ousei olhá-los, não queria arrumar problemas para Hannah.

 

Houve um minuto de burburinhos na sala e pela pausa longa de Hannah eles foram se desfazendo aos poucos até a sala silenciar novamente.

 

—Há um novo ser sendo criado – ela respirou fundo, meus olhos se semicerram em dúvida – Uma mistura de anjo e demônio, ele está juntando os lados com algum discurso. Temos anjos e demônios caminhando juntos pela terra fortificando esse novo ser.

—O que ele quer? - perguntei me levantando.

—Não sabemos ainda – ela me olhou um tanto incrédula.

—Preciso ir embora – empurrei devagar a cadeira para trás e quando fui sair senti a mão dela no meu peito.

—Castiel – seu olhar era ameaçador – Não vá fazer nenhuma besteira.

—Vou resolver o problema Hannah – assenti como despedida para ela que tirou a mão de minha frente e me deixou partir.

 

Voltei a andar pelos corredores até achar a saída do céu. Meu carro estava parado lá e programei ir para o bunker de Sam e Dean enquanto pensava em alguma coisa. Busquei o aparelho de comunicação que Dean havia me dado, mas não consegui encontrar em lugar nenhum e não lembrava a última vez que o tinha usado.

 

—Castiel – Crowley apareceu ao meu lado no carro.

—Você – mantive os olhos na estrada.

—Eu – sua resposta me fez olhar para ele, um sorriso estava nos seus lábios – Soube das últimas?

—Últimas o que? - perguntei pensando se ele já sabia da notícia sobre o novo ser.

—Do nosso novo amigo é claro – ela me olhou arqueando uma sobrancelha – Vim aqui para fazermos um negócio.

—Não faço negócios com demônios – o carro começou a falhar – O que está fazendo?

—Uma pausa para termos essa conversa de demônio para anjo – assim que terminou de falar o carro parou no meio da estrada.

—É contra lei estacionar aqui – olhei para trás me certificando se não tinha outra pessoa lá.

 

Crowley moveu seu braço para direita fazendo o carro escorregar com rapidez para o acostamento. Ele balançou com nós dois lá dentro e gemeu quando finalmente estava no lugar.

 

—Anjos e seus princípios – revirou os olhos – Há um demônio anjo, ou anjo demônio, chame como quiser, está se tornando poderoso e roubando os meus demônios – o protesto estava presente em sua voz.

—Já sei disso – minha resposta o fez olhar para mim um tanto espantado.

—Sabe? Como?

—Não é só você quem recebe notícias de primeira mão, o céu já está em alerta – um ruído começou a invadir meu ouvido.

—Então vai me ajudar a destruir essa coisa? - Crowley pareceu reparar meu desconforto.

—Não vou ajudar você em nada – levei a mão as orelhas e pisquei forte sentindo dor na cabeça.

—Vai ajudar o céu também, nós dois seremos mais eficiente do que cada um por si – ele me olhava confuso.

—Não vou me juntar a você Crowley – de repente a dor parou.

 

Crowley me olhou enfurecido e sumiu do carro instantes depois. Dei a partida e o direcionei de volta a estrada, achara estranho aquele súbito ruído, mas não fazia ideia de onde ele viera e me perguntei se minha visita não muito agradável também ouvira.

 

 

Aurora’s POV

 

 

—Vamos resolver uma coisa de cada vez – Dean quebrou o silêncio que ficou na sala depois de minha última frase – Você – ele me olhou, mas logo desviou o olhar para o chão – Pode ligar pro seu amigo e perguntar onde ele está e se estiver a caminho da casa de Bobby diga que é melhor vir por bunker.

 

Assenti andando de volta para a garagem, meu celular ainda estava no carro. Abri a porta do carona do charger e sentei em seu banco com as pernas para fora, disquei o número de Kellan. Houve dois chamados até ele atender.

 

—Graças a Deus garota – senti um peso enorme sair de minhas costas ao ouvir sua voz.

—Kell – fechei os olhos encostando o ombro no encosto do carro, não havia parado para perceber o quanto ele era mais confortável que o impala – Você está bem? E onde está?

—Estou indo para o tal ferro velho que Gilliard disse que estaria – ouvia o barulho do motor do carro sumindo.

—Venha para o Lebanon, no Kansas – abri os olhos quando ouvi passos vindo até mim e era Sam com uma caixa de itens de primeiros socorros – Agora mude a rota, eu estou aqui.

—Não estou entendendo Aurora – ele usou o tom de quando eu dava a pior desculpa do mundo quando não podia encontrá-lo.

—Só venha pra cá por favor, vou mandar o endereço por mensagem e me ligue se precisar – vi Sam se abaixar em minha frente ficando de cócaras analisando minha perna queimada.

—Me prometa que está bem – percebi que ele acelerou o carro quando o mesmo roncou alto.

—Prometo, agora venha – desliguei o telefone olhando o que Sam procurava na caixa – O que vai fazer? - perguntei segurando a mão dele que se aproximava de minha coxa.

—Vou cuidar disso – ele me olhou – Não vou machucar você.

 

O encarei por mais alguns segundos ainda segurando sua mão e a soltei depois que ele abriu um sorriso que me passou confiança.

 

—Acha que pode acontecer algo com Kellan durante o caminho? - perguntei quando ele pegou um vidro com um líquido transparente e uma seringa – Não – gritei – Que isso?

—O que? É um anti-inflamatório – ele riu – Não vai doer.

—Imagina se não – eu olhava ele colocar a agulha na seringa – Sam eu tomo qualquer remédio.

—Tem medo de injeções? - seu tom de ironia me fez revirar os olhos.

—Não é medo, mas não é legal – enquanto eu falava Sam puxava o líquido para dentro da seringa.

—Confia em mim – ele sorriu e beijou as costas da minha mão que fora até seu pulso enquanto ele dava batidinhas na seringa para sair o ar.

 

Tirei a mão devagar colocando em cima da outra perna. Sam observou mais uma vez o estrago e procurou uma parte onde não havia queimado, ele me olhou sorrindo mais uma vez e vendo minha cara de pavor soltou um ‘’Relaxa’’ que me fez respirar fundo e soltar o ar vagarosamente enquanto ele fazia uma careta para o estrago. Sam tocou minha perna e sua mão estava quente, a sensação do toque era boa e eu nunca havia imaginado que podia me sentir daquele jeito ao ser tocada ali. A agulhou furou minha pele e eu senti a pressão e o líquido entrar, ele fez isso em vários pontos e depois me pediu para que levantasse a camiseta.

 

—Crowley te disse o que? - ele perguntou colocando álcool em um pedaço de algodão.

—Que havia conversado com Castiel e ele não o quis ajudar, tem alguma coisa acontecendo – peguei a caixa de band-aid que me ofereceu.

—Ajudar em que? - Sam pareceu confuso. Eu me concentrava em colocar os adesivos nos furinhos que sangravam.

—Chegou a quanto tempo? - perguntei pensando se ele não havia falado com Castiel ainda.

—Fazia no máximo uns cinco minutos antes de você chegar, tivermos que acordar Castiel – ele me olhou – Estava roncando no sofá da sala – riu me arrancando um sorriso.

—Ele está estranho – falei baixo com medo de que Castiel nos ouvisse.

—Só o fato dele dormir já nos diz que aconteceu alguma coisa – Sam agora estava sério – Se incomoda de eu perguntar uma coisa? - ele tocou perto do umbigo fazendo um arrepio correr meu corpo – Porque? - seus olhos encontraram os meus e depois voltaram a minha barriga.

 

Sabia do que ele estava falando, era óbvio. Ele aplicou mais uma dose do anti-inflamatório e respeitou meu silêncio enquanto guardava o que havia usado lá dentro e pegava uma faixa gaze e pomada.

 

—Ele pagava um tratamento de saúde para minha mãe – pensei no passado.

—Ele não era o marido dela? - Sam perguntou me olhando – Posso? - perguntou sobre passar a pomada.

—Pode – meus ombros se erguerem e eu realmente não me importava – Não fazia diferença pra ele ser ou não – olhei para o teto do carro – Mas minha mãe não sabia e eu só não queria que ela morresse – no fim um monstro tinha tirado sua vida e todos os meus esforços foram em vão.

—Não vai acontecer de novo – Sam era delicado enquanto terminava de deixar minha barriga e perna branca.

—Eu ia ligar dizendo que ia pegar o carro – mudei de assunto quando ele começou a enrolar o ferimento com a gaze – Não vai me matar vai?

—Vou – ele me olhou.

—Desculpe – torci para que meu olhar de cachorro sem dono funcionasse.

—É brincadeira, mas quer um conselho? - ele voltou a olhar minha perna.

 

Nós dois soltamos a frase ‘’Não pegue o impala’’ eu como uma pergunta e Sam como uma afirmação. Rimos e ele me ajudou a ficar em pé e olhou para o carro.

 

—Pelo menos você não amassou ele – Sam andou em volta do carro procurando algum estrago.

—Como assim? - meu tom era de ofensa – Eu não dirijo tão mal.

 

Sam meneou a cabeça para os lados e abaixou os cantos da boca e não me olhou, abri a boca para protestar quando Dean entrou na garagem me dando um susto quando passou por mim e foi até o impala.

 

—Bobby sabe que tem gente lá – ele abriu o porta-malas do carro e pegou a mochila.

—E aí? - perguntei de onde estava.

—E nada, Bobby sabe se cuidar – ele girou nos calcanhares para me olhar enquanto colocava a mochila nas costas – Falou com seu amigo?

—Sim, está vindo pro bunker – lembrei que devia a mensagem do endereço para Kellan e me encarreguei de mandar.

—Certo – ele pensou por uns instantes.

—Porque necessariamente ele tem que vir pra cá? - Sam encostou ao meu lado no carro.

 

Dean abriu um sorriso malicioso e levantou as sobrancelhas olhando irmão.

 

—Acho que depois que ele ver que a Aurora está bem, ele não incomoda mais – ele perdeu o olhar no chão.

—Nossa – aquilo havia me ofendido – Ele não está incomodando, está preocupado comigo – um sorriso brincou no canto dos meus lábios, nunca imaginara que Kellan poderia se preocupar comigo.

—Você quer realmente que ele fique atrás de você? - Dean fechou o porta-malas com mais força do que o normal – Você sendo uma profeta e tendo um anjo na nossa sala?

—Não é uma boa ideia agora Aurora – Sam falou baixo do meu lado.

—Nós podemos conversar agora? - Castiel entrou na garagem com as mãos no bolso.

 

Nós três viramos o rosto para ele que até se assustou com nossa reação.

 

—É tem você ainda – Dean se pôs a andar voltando para sala.

 

Sam perguntou se eu queria ajuda, mas eu não precisava apesar de minha perna estar mais rígida com toda aquela gaze enrolada nela parecendo que eu estava no processo de mumificação. Ele disse que quem chegasse por último ia fazer o jantar e isso pareceu sacanagem.

 

—Diz, porque está agindo desse jeito? - Dean estava de braços cruzados de um lado da mesa enquanto Castiel estava em outro, usava uma voz durona que quase sempre me dava vontade de rir.

—Alguém… – ele olhou de Dean para Sam e depois para mim – Derrubou os anjos do céu.

—Derrubou os anjos do céu? - Sam e Dean falaram juntos, havia espanto na voz deles e na minha cabeça somente confusão.

—Sim – Castiel respirou fundo – E tirou minha graça.


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