W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 20
Perseguições


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal tudo bem?
Aqui vai mais um capítulos com POVs, é bom deixar vocês dentro de todos os personagens e está me agradando muito mais escrever assim!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/701430/chapter/20

Dean’s POV

 

Eu me joguei de bruços na cama, coloquei os braços por baixo do travesseiro e o puxei para ficar mais alto. Fechei os olhos fingindo dormir. Sam deitou na cama ao lado e em cinco minutos pude ouvir o seu habitual ronco baixo. Minha cabeça estava a mil e eu não sentia um pingo de sono. Sentia um ódio descomunal por Sam ter me cobrado algo que eu não devia. Eu não devia respostas a ele, não devia satisfações, e por favor, eu, estar afim da Aurora? Ela é a cara dele, sem graça.

‘’Vi vocês dois e perguntei’’, ah Sammy cale a boca, quantas vezes eu e Jo ou até a Charlie conversamos sobre vários assuntos, só porque a última profeta havia me arrancado uma lágrima a fazia ser meu novo alvo de romance? Mulheres de bares tem muito mais atrativos que ela. A Jo por mais que a considerasse uma irmã, tinha mais atrativos que ela, e a Charlie, bem, não gostava da mesma fruta que eu.

 

Engoli em seco e enfiei o rosto no travesseiro pensando em o quanto aquele assunto estava me deixando irritado, meu corpo tremeu de raiva e ouvir Sam dormindo também estava me irritando.

 

Levantei da cama e o relógio marcava cinco e quinze da manhã, um ótimo horário para dar uma volta. Encaixei a arma na parte de trás da calça e coloquei o casaco que havia tirado para deitar. Peguei a chave do Baby e pensei bem antes de decidir não ir com ele, caminhar faria muito melhor a mim naquele momento.

 

A brisa que bateu no meu rosto era ótima. Estava escuro lá fora e a luz da rua não era lá aquelas coisas de boa. Caminhei pela calçada do hotel e depois de algumas quadras encontrei um bar no centro da cidade. Ótimo, encher a cara e esquecer os problemas.

 

Era um lugar como qualquer outro que eu já estivera, bêbados, garotas bonitas, uma mesa de bilhar, e o melhor, muitas opções de bebidas.

 

—É acho que vou me divertir – pisquei e sorri para uma garçonete de pernas maravilhosas que passava em minha frente e sorriu de volta.

—Oi – uma morena com seios fartos me atendeu assim que encostei no balcão – Um lobo solitário? O que vai querer?

—Posso não ser mais um se você topar dar uma saidinha comigo – aceitei o shot que me deu, não fazia a mínima ideia do que era.

—Cortesia da casa – ela debruçou sobre o balcão apoiando o rosto nas mãos – Sou Claire, prazer – sorriu de um jeito sexy.

—Dean – retribuí o sorriso arqueando as sobrancelhas e olhando para o que mais importava, seus seios.

—Podem ser seus se esperar – ela olhou para o relógio atrás de si – Meia hora – voltou a me olhar.

—Posso esperar – bebi o shot de uma vez só e coloquei de novo sobre a mesa.

 

A bebida queimou minha garganta, era uma sensação boa para quem estava acostumado. Claire deu mais um sorriso e saiu para atender um novo cliente que encostara no balcão bem afastado de mim. Balcão de bar era como mictório, ocupe sempre o lugar mais longe do outro usuário.

 

A música era boa, um blues antigo vindo de uma jukebox embalava a noite, ou melhor, o resto dela e o bar aos poucos se esvaziava. A garota passava de um lado para outro no balcão me provocando com sorrisos e seu corpo espetacular. Sua saia era curtíssima e ela fazia questão de se inclinar na minha frente e mostrar tudo o que eu queria ver.

 

—Podemos ir lobo solitário – ela sorriu parando em minha frente com um sobretudo preto que seria bem instigante se eu já não soubesse o que havia por baixo.

 

Joguei uma nota de vinte em cima do balcão e ela pegou jogando dentro de uma caixa registradora da época de minha avó. Desci da banqueta que estava sentado e por ter me controlado estava ainda lúcido, eu não ia perder a noção se ia ficar com uma mulher daquelas.

 

—Na sua casa? - ela parou em minha frente quando saíamos do bar. Encostou seu corpo no meu agarrando minha jaqueta e me puxando contra ela.

—Estou de passagem – sorri colocando as mãos em sua cintura.

—Não vou levar um estranho pra minha casa – ela aproximou os lábios de minha orelha e eu estremeci.

—Vai levar um estranho pra dentro de você, mas pra sua casa não? - minha mão subiu para seus cabelos e parei em sua nuca trazendo devagar seu rosto até o meu.

—Princípios são princípios – ela sussurrou e me beijou. O sol ainda não havia nascido o que era ótimo.

—Aqui não – sorri tirando os lábios dela dos meus.

 

Claire sorriu e me puxou pela mão. Nós andamos rápido, quase correndo para um beco atrás do bar. Ela me jogou na parede e antes que me beijasse de novo e um lapso de memória de Aurora rindo e depois deixando as lágrimas rolarem livremente no meu peito tomou minha mente.

 

‘’Isso é baixo demais’’, disse a mim mesmo enquanto retribuía, sem prestar muita atenção o beijo faminto de Claire. Senti o corpo esfriar e sabia que aquilo não ia dar certo.

 

—O que foi? - Claire ousou dar um passo para trás, mas não o fez.

—Nada – respirei fundo.

—Eu sempre caio nessa – ela revirou os olhos ajeitando o sobretudo.

—Não entendi – a puxei de novo para meu corpo, ela se recusou a vir.

—Vocês levam um pé na bunda, querem ficar comigo e, por fim, acabam pensando bem e a outra garota sempre é melhor que isso – ela parecia furiosa.

—Não levei um pé na bunda – rebati perdendo de vez toda a vontade.

—Todos dizem isso também – ela me deu as costas e saiu do beco pisando forte e fazendo o barulho do salto ecoar.

 

Encostei na parede gelada do bar e antes de voltar para o quarto, chutei a lata de lixo a fazendo voar longe e espalhar todo seu conteúdo.

 

Voltei ao quarto andando rápido pela rua, o sol nascia e eu queria chegar antes de encontrar com alguém até lá. Deitei na cama da mesma forma que tinha feito da primeira vez e quando tocou o despertador ouvi junto Sam me chamar

 

—Dean – sua voz saiu um pouco rouca.

—Estou acordado – gemi, mas não tinha muita certeza na frase, me sentia mais sonolento do que nunca.

—São sete e meia – Sam falara mais pra ele do que para mim, quase não ouvi – Podemos entrar no parque as oito e dar uma olhada na região.

 

Me virei ficando de barriga para cima, Sam estava ao me lado com os pés pra fora da cama piscando e coçando os olhos.

 

—Saí com uma garota ontem – desabafei, precisava falar daquilo e ninguém melhor que meu irmão – Hoje, sei lá – fechei os olhos e respirei fundo, logo os abri olhando para ele.

—E? - Sam arqueou as sobrancelhas com uma cara de ‘’isso é normal’’.

—E chegou na hora e eu a deixei ir – bufei olhando para o teto, pensei até que ponto contaria a história.

—Se me explicar direito quem sabe eu entenda? - Sam ficou em pé e caminhou até o banheiro ouvi a torneira abrir e fechar rapidamente – Dean, você… – ele voltou ao quarto – Você, sabe… - ele tentava gesticular e eu entendi o recado quando ele apontou para seu amigo.

—É isso aí, não chegamos lá – senti minha masculinidade ferida.

—Nossa – Sam me olhou incrédulo e logo sua feição mudou para dúvida – Como? Porque?

—Não acha que quer saber demais? - sentei na cama passando a mão no cabelo.

—Você começou o assunto – ele andou da porta do banheiro até uma mesa de duas cadeiras – Nunca passei por isso – Sam tirou a camisa e procurou outra na mochila.

—Ah me desculpe aí garanhão – me senti irritado, mas depois vi que era desnecessário, um ‘’fazer o que?’’ cheio de ironia e convencimento de Sam nos fez rir.

—Ela era bonita? - eu não sabia se ele estava tão interessado assim, tinha o hábito de olhar para mim ou pensar consigo mesmo quando o assunto era realmente interessante, mas ele digitava a senha no computador.

—Bonita? - percebi que não havia nem tirado os sapatos para deitar – Tinha uns seios que, nossa – coloquei as mãos na frente do meu peito tentando simular os tamanhos.

—Você só vê isso? - agora ele me olhava e ria, mas sem muito humor.

—Eram naturais – lembrei dela nitidamente e senti um arrepio percorrer meu corpo.

—E eu que não estou bem – Sam voltou ao banheiro fechando a porta.

 

 

 

Aurora’s POV

 

 

Não esperei que Castiel acordasse para que colocasse meu plano em prática. No quarto de Sam eu achei as chaves do Charger na mesma gaveta da arma. Pensei bem sobre o que ele me diria, se eu pegasse o carro sem pedir, tinha certeza que se fosse o impala Dean me mataria, mas me apeguei na ideia de que Sam não seria cruel comigo.

 

Fui para a garagem devagar torcendo para que Castiel continuasse em seu sono profundo e não me visse sair. Minha perna voltara a arder quando eu a mexia e então chegar até a garagem foi um sacrifício por conta da escadaria.

 

Em duas partidas o carro morreu e na terceira, com uma vibração não muito comum, ele pegou e eu consegui sair de lá. Quanto estava fora do bunker, me toquei que não havia planejado para onde ir, só pensando em sair. Dirigi o carro até encontrar a cidade pensando no que faria por lá e se era uma boa ideia ligar para Sam e dizer que não estava em casa, ou se voltaria antes da hora que mais ou menos tinha imaginado que chegariam.

 

Passei pelos faróis do centro da cidade mais de uma vez, rodando e pensando no que faria. Um senhor sentado em frente a uma loja me olhou confuso quando me viu novamente passar por lá e eu só acenei com a cabeça e olhei para frente fitando uma lanchonete e encostando o carro em seu estacionamento.

 

—O.k. - falei para mim mesma – Acho melhor ligar para Sam.

 

Me celular estava jogado no banco ao lado. Procurei a chamada recente de Sam e quando ia apertar para começar a ligação, ele começou a tocar e o identificador não me informava quem era, mas sim um número desconhecido. Atender ou não atender? Eis a questão. A curiosidade foi maior e eu levei o celular até a orelha.

 

—Oi – falei quando ouvi um leve chiado do outro lado da linha.

—Meu bem – era Gilliard e eu senti o calor do meu corpo se esvair – Só assim para me atender – a voz soava calma, o que sempre me deixou irritada, não respondi– Não desligue o telefone enquanto eu não deixar o recado.

 

Minha vontade era desligar o telefone, mas lembrei de Crowley dizendo que haviam cinco pactos selados e a barganha era eu.

 

—Fale – respondi entre dentes.

—Foi o que pensei – ele disse depois de uma longa pausa – Tive uma visita recente, um rapaz, como é mesmo o nome? - ele gemeu como se procurasse em sua mente – Kellan – disse depois de alguns segundos – Veio me perguntar sobre você, me disse que não consegue contato a dias.

—Não fez nada com ele não é? - minha voz era de preocupação.

—Eu? - ele riu – Não sou um monstro amor – ele pareceu ofendido – Como pode pensar isso de mim? Eu que já fiz tanto por você?

—Não seja sínico Gilliard – bufei – O que disse a Kellan?

—Nada – eu soltou um muxoxo – Disse só que te encontraria em um ferro velho, o de Bobby Singer.

—Desgraçado – gemi ligando o carro – Porque o mandou lá?

—Porque sei que isso vai te afetar – uma série de arrepios corria meu corpo – E sei também, que Bobby tem alguns observadores.

 

Meu pensamento voou em Bobby e no que quer que podia observar ele, e depois foi para Kellan correndo perigo.

 

—Porque você fez isso? - ouvi a respiração forte dele no outro lado da linha – Porque saiu aqui de casa? Eu não a tratava bem? - um riso irônico ecoou.

 

Lembrei do quão nojento Gilliard era, e o asco que sentia por ele fez meu estômago embrulhar. Desliguei o telefone acelerando na ré e saindo do estacionamento quase causando um acidente que me custou alguns xingamentos, mas por sorte ninguém me mandou parar, dirigi o carro em uma adrenalina, que não era boa, até entrar na garagem do bunker e encontrar o carro de Dean parado de qualquer jeito lá.

 

—Onde estava? - ele veio na minha direção quando entrei no bunker. Não estava com uma cara boa.

—Gilliard mandou um amigo para casa de Bobby – desci do carro passando por ele e entrando na sala principal.

—O que? - ele veio atrás de mim. Dei de cara com Sam e Castiel sentados a mesa.

—Um amigo da faculdade foi me procurar – olhei de Castiel para Sam que não aparentava achar Castiel diferente e me virei para olhar Dean – E Gilliard o mandou para o ferro velho, tem alguém observando Bobby lá.

—O que aconteceu aí? - ele olhava minha perna assustado.

—Crowley – minha cabeça estava a mil, eram muitas informações – Esteve aqui.

—Aqui? - Sam se levantou e veio ao meu lado – Ele não pode entrar aqui – sua certeza me impressionou.

—Pode quando a mãe dele faz um feitiço e anula os selos por uns dez minutos – encostei na mesa para dar apoio, meu pé estava dolorido e eu me apoiava nele.

—Rowena? - ele desviou os olhos para o chão e pareceu pensar.

—Explica isso direito – Dean estava nervoso e podia me queimar viva com os olhos se quisesse.

—Você ouviu eu dizer? – levantei a voz mais do que planejava – Que um amigo meu está indo para casa do Bobby e tem demônios lá?

—Não sou surdo – ele rebateu também aumentando a voz – Mas você tem que explicar.

—Dean, calma – Sam colocou o braço em minha frente quando meu impulso fez me dar um passo em direção a Dean. Sam me olhou – Crowley esteve aqui e machucou você é isso?

—Estava fazendo café e derrubei a água fervendo em mim quando ele me assustou – mantive os olhos nos dele – Meu ex padastro selou cinco pactos me buscando.

—Porque é tão importante pra ele? - agora a voz de Dean havia baixado e eu notei um tom de desdém, mas depois vi sua expressão de preocupação.

—Sou o brinquedo dele – respondi voltando os olhos para o chão – Do pior jeito que vocês imaginam.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, me digam o que acharam e o que esperam de tudo isso!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "W's" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.