W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 17
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vai?
Me diga me o que estão achando *-*



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Sam desceu do carro como um zumbi, ele estava bocejando e se espreguiçando a horas enquanto dirigia. Dean dormiu a viagem toda e se não fosse por eu e Sam não nos falarmos ela teria sido mais agradável.

 

—Dean – Sam chamou o irmão.

—Pode subir eu acordo ele – nessa eu já estava saindo do carro.

 

Sam me olhou por uns instantes, abri a porta do Impala onde Dean estava e não pude deixar de rir quando vi o fio de baba descer pela sua boca e cair sobre seu ombro.

 

—Aurora – parei de ouvir os passos de Sam – Me desculpe, eu fui um idiota – ele estava atrás de mim então me virei para ele.

—Foi sim – sorri forçado e o encarei – Não desculpo, é melhor você ir dormir e a propósito, é seu quarto, fique nele – dei as costas a Sam que poucos segundos depois saiu da garagem.

 

Meu celular estava fácil no bolso da jaqueta, então eu o tirei devagar notando que Dean não parecia ter acordado. Sorri para o celular encontrando o aplicativo da câmera, assim que consegui, em meio a um ataque de riso sufocado apontei para seu rosto.

 

—Acha que é fácil assim? - ele abriu os olhos me assustando e pegou meu punho com um sorriso.

 

Comecei a rir e nós dois iniciamos uma luta para quem ficava com o celular. Eu havia tirado a foto e não queria perdê-la para eventuais ocasiões futuras. Dean segurava meu pulso e com a outra mão tentava tirar o celular da minha. Ele venceu quando colocou uma perna para fora do carro e me passou uma rasteira me fazendo cair sentada no chão.

 

—Você não pode fingir que está dormindo e escutar a conversa dos outros – peguei o celular de volta quando ele conferiu que não havia nada lá.

—Isso vai ter volta – ele riu me oferecendo a mão para levantar – Me diz – nós ficamos frente a frente quando ele saiu do carro – Aquela hora que me disse pra pegar o porta-toalhas.

—Foi – respondi antes que ele continuasse a falar – Uma visão.

—Você sabia que eu ia matar aquela coisa? - ele não me olhava.

—Foi sorte – respondi. Dean me olhou incrédulo — Foi isso que senti quando me disse a mesma frase na cremação do meta morfo – sorri me sentindo vencedora.

—Isso também vai ter volta – ele riu.

—Dean – meu riso era acompanhado de um certo nervosismo – Eu só vi você entrando na cabine, nada mais.

—Eu estava confiando na sua visão – seus olhos estavam semicerrados – Estava confiando em você.

 

Sorri passando por baixo de seu braço que segurava a porta.

 

—Você quer comer algo antes de ir pra cama? - perguntei voltando ao banco de trás e pegando minha mochila, na hora pensei que devia ter dito isso a Sam também.

—Olha – ele caminhava para a entrada do bunker, mas quando ouviu, girou nos calcanhares para me olhar – Eu aceito, vou só tomar um banho – ele se virou e continuou a andar.

 

Fechei a porta do carro e marchei para a cozinha. Não estava cansada, por ter dormido várias vezes naquele dia. Ainda sentia a cabeça doer, mas não me incomodava tanto quanto ter tratado Sam mal.

 

Fiz um sanduíche anotando mentalmente que se fossemos ficar lá por algum tempo deveríamos passar algumas horas no mercado comprando coisas que não fossem prontas. Desejei uma carne bem suculenta com um prato enorme de batata fritas ao lado acompanhado de uma salada, e minha boca começou a salivar, aquele era meu prato preferido e não lembrava qual fora a última vez que comera aquilo.

 

—Aurora – Dean entrou na cozinha – Posso falar com você um pouquinho? - ele pegou duas cervejas.

—Não quero beber cerveja – sorri levantando um copo de chá quente.

—São pra mim – ele deu de ombros fechando a geladeira com o pé – Quer umas células aí? - ele ironizou apontando para sairmos de lá.

—O que quer falar comigo? - perguntei meio perdida para onde íamos.

—Na sala – ele notou.

 

Caminhei atrás de Dean porque eu não fazia ideia de onde era.

 

—Nossa – sentei no sofá e Dean em uma poltrona próxima – Sam dormiu aqui – era desconfortável.

—É sobre o Sam que quero falar – ele já devorava o sanduíche.

—Do que mais seria? - ri esperando uma bronca e no fim não sabia o porque de esperar isso.

—Aurora – ele bebeu um gole de cerveja para engolir o sanduíche – O Sam tem mil e uma coisas para pensar, a alguns anos ele só fica com as garotas por uma noite e nunca mais vê elas.

 

Eu ri e ele me olhou confuso.

 

—E acha que só porque ele faz isso com as outras pode fazer comigo? - falei com ironia.

—Eu não disse isso – ele pensou – Só que ele bebeu e esqueceu, nós acordamos com um caso nas costas, com pessoas morrendo – Dean colocou o prato e a cerveja em uma mesinha do lado e se inclinou apoiando os cotovelos no joelho, ele estalava os dedos nervoso.

—Dean você não acha que Sam tem idade o suficiente pra se defender sozinho? - perdi a fome – Ele está sendo tão idiota e canalha que você é quem tá vindo defender ele.

—Abaixa o tom – ele me fez parar – Sam nem sonha que eu to aqui – ele olhou para a porta da sala – Ele provavelmente está esperando chegar amanhã para me mandar dar uma volta e conversar com você.

 

Fiquei olhando ele sem ter o que falar. Sam podia ter sido um canalha, mas eu sabia que ele não era assim, e que se Dean estava se esforçando para limpar a barra do irmão, não seria vão as suas palavras.

 

—Você é um fofo – ri e ele me olhou incrédulo.

—O que? - Dean me olhava sério.

—Você veio defender seu irmão mesmo ele sendo um homem formado – eu ainda ria deixando ele irritado.

 

Dean ficou me olhando rir e depois de um tempo ele também começou a dar risada.

 

—Ele é meu irmão mais novo – ele me olhava com um sorriso que eu havia visto poucas vezes.

—Acho que você tem que pensar em você também – coloquei os pés pra cima do sofá.

—Eu penso – ele me olhou – Eu não tenho mais como ter uma vida normal, sabe, casar e ter filhos, e o Sam – ele pausou – Ele pode ter o que quiser se depender de mim, só precisamos terminar o que começamos – eu ia fazer uma piada sobre os filhos, mas não deu tempo – Eu assumiria qualquer responsabilidade para ver ele feliz – ele me olhou – Eu sei que devia ter feito isso antes – o tom de culpa na voz de Dean soou como melodia – Eu já tenho uma boa família aqui, eu tenho o Sam, o Bobby, tem o Castiel e uma infinidade de pessoas que eu conheço por aí e agora tem você também. - ele sorriu animador.

 

Lembrei de quando reclamava de Gilliard para minha mãe dizendo que ele não era meu pai e ela me dizia que nós não precisamos ser uma família de sangue, e sim de coração. Eu poderia ter tentado isso se ele não fosse tão desprezível.

 

—Você é um ótimo irmão mais velho para o Sam. Quem me dera ter quem me defendesse assim – deixei uma lágrima escorrer pelo meu rosto e quando olhei para Dean uma traidora também rolava pela sua bochecha.

—Pode escolher entre mim, o Bobby, o Sam e provavelmente quando Castiel te conhecer, ele.

 

Nós rimos, mas a vontade de chorar era muito maior e em meio ao riso as lágrimas continuavam a descer pelo meu rosto.

 

Dean levantou da poltrona e sentou do meu lado me puxando pro seu peito em um abraço quente e confortável, ali eu deixei sair tudo o que estava guardando a dias desde que minha mãe se fora. Naquele abraço eu senti o ódio de Gilliard tomar conta de mim e junto dele a dor de perder a mulher que me deu a vida. Lembrei de tudo o que tinha deixado para trás, a faculdade, meus amigos o meu quarto e todas as coisas que eu gostava de fazer. Me senti uma idiota lembrando de como tratara Sam com futilidade o dia todo sem pensar que realmente todas aquelas coisas eram, sem dúvida alguma, mais importante que um beijo qualquer.

 

—Desculpa – me afastei de Dean.

—Não precisa pedir desculpa – ele sorriu secando minhas lágrimas – Você é a garota mais durona que eu conheço. Ele pareceu pensar.

—Dean – segurei em sua mão – Quando isso acabar, você vai poder ter sua mulher e filhos – seus olhos pareciam marejados.

—Se um dia você ver quando tudo isso acaba, quero ser o primeiro a saber – ele beijou minha testa.

 

Ouvimos Sam pigarrear do outro lado da sala e olhamos pra ele.

 

—Um caso – ele olhava o chão – Estava ouvindo a rádio da polícia – ele nos olhou – Um Wendigo talvez, não tenho muita certeza – ele nos fitou por um tempo – Era só isso.

 

Olhei Dean quando Sam saiu da sala apressado. Com uma piscadela ele levantou dizendo que cuidava daquilo e que era pra eu dormir.

 

Fiquei na sala por mais alguns minutos e depois fui para a cozinha preparar algo para Sam comer. Minha consciência gritava que eu tinha sido uma péssima pessoa. Quando os dois desceram as escadas aproveitei que Sam demorava para ajeitar a mochila e quando Dean saiu de lá o entreguei o lanche.

 

—Obrigada – ele me olhou.

—Não é nada – senti as bochechas queimarem – Desculpe – tentei alcançar seu rosto ficando nas pontas dos pés, Sam ajudou abaixando e deixou que lhe desse um beijo no rosto.

—Volte – sussurrei – E traga Dean junto, vivos – acabei rindo e ele me acompanhou.

—Sempre voltamos – não sabia se tinha respondido para mim ou para ele mesmo por conta do olhar perdido.

 

Seguindo o conselho de Dean eu fui para o quarto. A primeira porta que abri deu em um vazio e por mais que as portas fossem iguais, supus ser perto do quarto dos meninos. Como Sam dissera, estava empoeirado e eu tive que tirar os lençóis da cama para poder dormir. Fiz de um cobertor um lençol improvisado e deitei sentindo um cansaço que não parecia ser só meu. Já estava de olhos fechados quando o telefone tocou e o identificador dizia ser Bobby.

 

—Tio – eu não planejava responder como uma voz tão baixa.

—Querida – ele respondeu rápido – Quem é Half?


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Notas finais do capítulo

Fiquei mega emocionada vendo uns eps antigos de SPN, mais especificadamente assim que que John morre e resolvi escrever esse com muita emoção!
Aguardo comentários!



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