Reality escrita por Owner of a Sweet Madness


Capítulo 9
Memórias em Sangue


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAA, ME PERDOEM PELA DEMORA, EU VOLTEI A ESCOLA, olha até rimou. Então, quero pedir desculpas por não ter postado antes, mas minhas aulas já voltaram, e eu não estudo na minha cidade, então eu acabo por acordar 5:20 da manhã e chego em casa 14:00, sem falar que me deu um problema no joelho e agora to com a perna enfaixada, e semana que vem e semana de que? De prova e claro, então minha vida tá muito corrida, mas ainda assim tirei um tempinho pra postar.
A segunda coisa é: Vocês já devem ter lido uma fanfic chamada Take On Me, né? Se não leu por algum motivo e uma fanfic maravilhosa onde a principal tambem e filha do Stark, e eu peguei um pouco de inspiração nela, MAS REALITY NÃO É UM PLÁGIO, são enredos que vão tomar rumos totalmente diferentes, eu já conversei com a autora inclusive e está tudo certo, ela concorda e está sabendo.
Era só isso queridos e queridas, podem começar.



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Ela não percebeu quando dormiu, só que acordou assustada com o celular tocando ao seu lado. Esticou o braço para a cômoda ainda com os olhos fechados, e ficou batucando a mão no móvel atrás do seu celular, assim que o achou atendeu a ligação sem nem olhar o identificador de chamada.

— Alô? — disse de forma lenta por causa do sono, ouvindo apenas a respiração do outro lado da linha. Ela se sentou na cama, esfregou os olhos com uma das mãos e sentiu os olhos arderem por causa da claridade — Alô?

— Oi Mack — a garota congelou quando ouviu aquela familiar voz do outro lado da linha. Não, não poderia ser ela, ela não teria coragem... — Sou eu

— O que você quer Felícia? — perguntou de maneira fria, e Mackenzie podia jurar que ouviu a loira do outro lado da linha estremecer com a fala da garota.

— Eu queria falar com você — Mackenzie sentiu os olhos lacrimejarem, sentia seu peito doer de novo, e sua respiração descompassou — Sinto muito pelos seus pais...

— Não finja que se importa — Mackenzie a cortou, ela já estava cansada de chorar, não derramaria uma só lágrima pela Felícia — Eu acho que você já fingiu demais por uma vida inteira.

— Por favor, Mack — a garota ouviu uma fungada do outro lado da linha. Ela deveria estar chorando, ou fingindo pelo menos, Mackenzie aprendeu nesses últimos tempos, era esperar tudo de qualquer um — Olhe pelo lado positivo, você tem um novo pai agora, e ele é milionário...

— Espera — a garota se levantou, ficando tonta por causa da velocidade em que o fez — Como você sabe disso?

— Está em todo lugar, Mack — o tom da loira foi de confusão, fazendo Mackenzie ir correndo para o computador tirar essa história a limpo — Todo site de notícia, jornal ou revista. Eles só falam da nova filha de Anthony Stark.

Ela prendeu a respiração quando Felícia lhe disse isso. Procurou pelas notícias e viu que era realmente verdade, praticamente todos os famosos sites e jornais falavam sobre ela, fazendo suposições que fizeram Mackenzie ficar assustada. E a pergunta que mais rodava em sua cabeça, como eles sabiam se ela tinha descoberto há tão pouco tempo?

— Mack? Ainda tá aí? — a voz de Felícia despertou a garota do choque, trazendo-a de volta para a realidade em que vivia — Mack?

— É Mackenzie — ela respondeu sem tirar os olhos da tela, ainda estava muito chocada, e definitivamente não estava apta para conversar com a loira agora — E não me ligue mais.

Ela desligou a chamada e procurou mais, viu as diferentes versões que rodavam pela internet, em algumas – a maioria, na verdade - ela era uma golpista que tinha conseguido enganar Anthony Stark e agora estaria se esbanjando das riquezas dele, em outra, Tony tinha a mandando para alguns internatos fora do país, mas ela tinha sido expulsa de tantos que Tony resolveu trazê-la de volta, ou então ela era uma espiã que estava ali para roubar os projetos das armaduras. Era cada coisa mais absurda que as pessoas escreviam sobre a ruiva, que a própria Mackenzie ficava cada vez mais boquiaberta e nervosa. Rapidamente ela pegou seu celular, deixou aberto em alguma página que falava sobre ela, abriu uma caixa que estava lá e pegou a sua pasta e desceu as escadas rapidamente, se deparando com os Vingadores na cozinha tomando o café da manhã. Pepper estava mais perto dela e abriu um sorriso ao ver a garota no recinto, foi até ela com um sorriso gentil e a abraçou, pegando-a de surpresa.

— Bom dia Mackenzie, dormiu bem? — perguntou assim que desfez o abraço com o olhar alegre que fez com que ela confirmasse com um sorriso sem graça — Bom, quer tomar café? Têm ovos mexidos com bacon, eu não sei se você gosta, contudo eu achei que eles estão uma delícia, você deveria provar.

— Obrigada, mas eu realmente preciso falar com o Anthony — falou em um tom sério que fez com que Pepper desmanchasse o sorriso, substituindo-o por uma expressão preocupada.

— Ele está na oficina — ela respondeu indicando para que a seguisse — Está tudo bem querida? — Pepper perguntou preocupada quando chegaram a uma porta de vidro que Mackenzie deduziu ser a entrada da oficina, a garota quase fez uma careta ao ouvir a loira chamando-a de querida.

— Sim, está sim — falou tentando dispersar qualquer pensamento ruim da mente da loira — Só preciso ter uma conversa com ele

— Ah, sim, acho realmente bom vocês conversarem — falou a mulher aliviando a tensão que existia em seu rosto, pegou nas mãos da garota com ternura — Eu só quero que saiba que pode contar comigo, Mackenzie, com qualquer coisa.

— Obrigada Pepper — sorriu para a loira e apertou levemente as mãos dela. Depois de falar que Tony estaria lá dentro, a loira desejou boa sorte para a Colman e voltou para a cozinha.

Ela passou pela porta ouvindo o som de Rock Or Bust do AC/DC e percebeu a bagunça que estava ali, tinham papéis espalhados por todos os cantos, ferramentas jogadas no chão de qualquer maneira fazendo-a quase tropeçar em uma, partes de um material que a Colman não soube dizer qual era estavam espalhados pela mesa. E mais no canto da sala estava ele, soldando uma de suas armaduras.

— Jarvis, pode desligar a música? — ela gritou e assim como foi pedido, a música cessou, fazendo com que Tony tirasse a máscara de proteção e olhasse confuso, até perceber a ruiva ali presente escorada na mesa.

— O que você quer? — o moreno perguntou sem dar muita atenção a garota, levantando a procura de outra ferramenta

— Nós temos que conversar — ela pegou seu celular, o desbloqueou e entregou para Tony em algum site de notícias falando sobre ela, ele pegou o celular da mão da garota e assim que leu o título da manchete soltou um palavrão. Sentou-se em uma cadeira e começou a ler a reportagem — em todo lugar tem uma versão diferente, na maioria sou dita como golpista, mas devo dizer que eles estão sendo bem criativos.

— Droga, como esses bandos de abutres descobriram? — ele se levanta entregando o celular para ela e foi atrás do pano que estava ali perto para limpar a fuligem da mão.

— Não tenho a menor ideia, mas isso significa que você precisa assinar isso o quanto antes — Mackenzie estendeu a pasta para o homem, que olhou para ela confuso antes de pegar.

— O que é isso? — Tony disse analisando a pasta antes de abrir

— É a minha emancipação — a garota falou fazendo Tony subir o olhar pra ela — Você só precisa assinar isso, aí nós dois vamos poder seguir as nossas vidas sem eu interferir na sua ou você na minha, e no final saem todos felizes.

— Eu não vou assinar isso — Tony disse após um momento de silêncio, jogando a pasta em cima da mesa deixando Mackenzie chocada com a resposta.

— O quê? Eu não tenho certeza do que eu ouvi, pode repetir? — disse a garota negando ter ouvido aquilo, o mais velho suspirou e encarou a garota.

— Eu não vou assinar isso — o homem falou tranquilo, pegando uma chave inglesa e indo de volta para a armadura.

— O quê? Por que não? — Ela pergunta seguindo o homem, que se virou para a garota com uma expressão debochada.

— Me diga, como você iria viver? E se a Hidra resolvesse que seria legal ter você para brincar com eles? O que você iria fazer? — Mackenzie ficou em silêncio por um tempo e eles ficaram se encarando — Eu só estou tentando poupar tempo, se ficar aqui eles não vão conseguir pegar você, e não vou ter que ir te resgatar depois.

— Eles não virão atrás de mim, eu não tenho nada para oferecer à eles — ela disse com a voz firme — E eu daria um jeito de conseguir dinheiro.

— Hackeando agências e vendendo informações secretas para mercenários? É uma ótima maneira — Tony riu sarcástico enquanto fazia alguns ajustes em sua armadura.

— Eu arrumaria um trabalho, eu já me formei inclusive. Mas eu trabalharia até mesmo de garçonete se fosse preciso — a garota falou e viu ele largar a mesa e pegar um pano para limpar as mãos saindo do cômodo, ignorando-a totalmente. A ruiva seguiu-o — Você não tem o direito de fazer isso.

— Pelo amor de deus! Você não tem mais o que fazer não? – Perguntou irritado se virando para a garota.

— Sim, ter a minha vida de minha de volta e uma delas, contudo você não conseguiu assinar um pedaço de papel — Ela falou tão alto que sentiu seu rosto esquentar de raiva.

— Eu lamento lhe informar, mas sua vida é aqui agora, você gostando ou não — respondeu o homem no mesmo tom que Mackenzie logo os vingadores que estavam na cozinha chegaram aos poucos na sala, para observar a confusão.

— O que está acontecendo aqui? — Pepper chegou colocando a mão sobre o ombro de Tony.

— Nada, esse assunto acabou por aqui — ele falou virando as costas, contudo Mackenzie foi até ele e puxou seu braço fazendo-o ficar frente a ela.

— Você não pode me prender aqui, não tem esse direito — a garota falou indignada, olhando nos olhos indiferentes do homem.

— Na verdade eu posso — o moreno falou sarcástico — Eu sou seu pai.

— Não, você não é — falou de uma maneira fria olhando nos olhos do homem — Eu tenho apenas um pai, e ele está morto.

Então Mackenzie subiu para seu quarto nervosa, bateu a porta com tanta força que fez o quarto tremer. Ela ajoelhou-se no chão fraca, sentindo sua cabeça ficar zonza e gritou, com toda força que seus pulmões tinham, podia jurar que viu a luz falhando, e assim que já não tinha mais ar, parou. Viu o chão ficar molhado com as lágrimas que caiam do seu rosto e não fez nenhum esforço para segurá-las, deixou elas escorrerem como se todos os seus problemas fossem embora a medida em que elas caiam ao chão. Pegou fôlego e levantou-se, passou a mão pelo rosto e foi para o banheiro, lavou o rosto e olhou-se no espelho. Estava cansada de tudo, e queria uma saída.

Ela socou o espelho do seu banheiro, vendo o vidro rachar e cair, não sentiu dor nenhuma, só viu sua mão começar a sangrar sem parar. Olhou para os cacos de vidros que estavam espalhados pela sua frente, esticou a mão e pegou um, ela não parecia pensar, estava no piloto automático como alguns diriam. A vista ficou borrada, e começou a ouvir gritos e mais gritos, eram vários de uma vez não deixando ela entender o que estavam dizendo cada vez mais altos, estava segurando o pedaço de vidro com tanta força que sua mão começou a sangrar. Ela soltou o vidro, e ele caiu no chão, em cima do sangue que escorria de sua mão, ela abaixou a cabeça e observou o pedaço de vidro, abaixou-se e tocou o sangue, todas as vozes sumindo deixando apenas uma. Uma voz bastante familiar que gritava com bastante desespero, sua vista ficou branca.

Ela estava em uma noite chuvosa, onde Harry estava carregando-a em seus braços, sussurrando que tudo iria ficar bem, contudo a mesma estava ali do seu lado, ela passou a mão por seu rosto, entretanto ela parecia ser invisível para ele. Sua mãe corria desesperada com os cabelos colados em seu pescoço guiando o homem à sua frente, até que ela começou a bater em um portão branco gritando por alguém.

Por favor, você tem que me ajudar, tem que ajudar ela, precisa ajudar minha filha — ela gritava enquanto batia nos portões sem cessar, um relâmpago assustou-a fazendo-a bater com mais força — Por favor, abra os portões!

Harry chorava olhando preocupado para a Mackenzie, enquanto Katherine gritava acreditando que alguém apareceria e abriria os portões. A garota viu algo que não se lembra ter jamais ter visto nos olhos de sua mãe, seus olhos verdes estavam escurecidos e repletos de medo.

Sentiu seu inteiro corpo formigar, ergueu sua cabeça e respirando fundo, era mais um flash sobre o que tinha acontecido. Mackenzie não tinha lembranças por completas, apenas pequenos fragmentos vinham a sua mente uma vez ou outra, os psicólogos diziam que isso era normal, depois de passar por um trauma a mente bloqueava essas memórias como forma de proteção.

Ela sentiu-se tonta, e percebeu que sua mão ainda estava sangrando. Resmungou baixo e correu para pegar a toalha e enrolou na sua mão, sentindo alguns pedaços de vidro na outra. Usou o papel higiênico para tentar limpar o sangue que estava no chão, até alguém bater na porta fazendo-a entrar em desespero. Ela levantou de forma lenta e saiu do banheiro, sem esquecer de fechar a porta. Ela foi até a porta do quarto e abriu, dando de cara com Steve Rogers

— Hãn... Oi — ele sorriu docemente para a garota — Bom, eu não queria incomodar, mas passei aqui para ver se você estava bem. Depois do jeito que você saiu lá em baixo...  — olhou preocupado para a garota, que estava surpresa com a atitude do loiro.

— Obrigada — a garota ainda estava surpresa, mas conseguiu dar um meio sorriso para Steve, que abriu um sorriso de ponta a ponta — Não posso dizer que estou bem depois do que houve lá embaixo ou das coisas em geral, mas posso te dizer que vou sobreviver — ela falou em um tom brincalhão

— Eu fico contente em ouvir isso — Steve fala com um sorriso, então seu olhar desce para sua mão, e seu sorriso some e o olhar preocupado volta — O que aconteceu com a sua mão?— Ele pega a mão dela com cuidado e observa

— Eu tive um problema com o espelho — a mais nova fala olhando para baixo

— Eu acho que ele fez algo bem ruim, pois parece que socou ele — Steve falou, e pressionou um lugar da mão de Mackenzie fazendo a mesma gemer de dor, e viu um pedaço de vidro sair de sua mão. Ele pegou o pedaço de vidro e colocou na mão — Com bastante força

— Não conta pra ninguém — pediu ela com a voz cansada, Steve deu um meio sorriso para a garota e suspirou, a garota abaixou a cabeça.

— Só se me deixar cuidar disso — ele falou olhando para a garota, pegou de leve no queixo dela e levantou a cabeça dela, fazendo a ruiva olhar para ele. Ela olhou para os dois lados do corredor e deu espaço para o loiro passar — Você tem uma pinça? Isso pode facilitar muito o trabalho.

Ela pediu para ele esperar e foi até o banheiro, pegou uma pinça que estava em cima da pia e entregou a ele, que pediu para ela sentar na cama. Ele pegou a mão dela com cuidado, e assim, o homem foi retirando alguns pedaços pequenos de vidro que estavam na mão dela, que ficava mordendo o lábio em uma falsa ilusão de que aliviaria a dor. Steve dava uma olhada para ela de vez em quando para ver se tudo estava bem, e logo terminou de tirar, passou o dedo devagar sobre a mão dela, para ver se tinha mais algum caco. Acabou que não achou nenhum, então ele passou um pedaço de pano molhado sobre a mão dela.

— Acho melhor passar um antisséptico aqui — falou olhando nos olhos dela, então seu olhar desviou para a outra mão que ainda estava enrolada na toalha — E naquela ali também — ele falou e deu uma pequena risada, e Mackenzie o acompanhou.

— Está bem, vou arrumar um — eles levantaram-se Mackenzie o acompanhou até a porta com um sorriso fraco nos lábios — Obrigada, Steve

— Não foi trabalho nenhum — Steve sorriu de maneira calorosa, Mackenzie tinha percebido como ele a tratava, de maneira delicada e gentil, como se ela pudessem quebrar a qualquer momento — Eu tenho um antisséptico em spray no meu quarto, se você quiser é só passar lá.

— Tá — Mackenzie olhou para ele e se aproximou, ficou nas pontas dos pés e deu um beijo na bochecha dele — Tchau Steve, e obrigada de novo — ela fechou a porta e, não sentia mais tanto peso no peito como sentia desde do acidente de seus pais. Mackenzie então pensou que talvez  não fosse tão ruim quanto pensava passar um tempo na torre, afinal, agora ela tinha um amigo.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos nos comentários.



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