PDV BELLA

- Eu não precisava que você me salvasse... Sei me cuidar muito bem sozinha! –disse fazendo careta. Quem ele pensa que é para aparecer assim do nada e tomar as rédeas da situação? Situação que eu causei!! Tudo bem que tive ajuda, mas amigos nunca entregam o outro...

- Bellinha, se eu tivesse te deixado lá você teria virado molho branco sem sal na mão daqueles caras...

- Você está me chamando de molho branco sem sal???!!

- Eu adoro quando você se irrita...

- Não mude de assunto... –disse sarcástica

- Você é meu molho branco sem sal. Melhorou? Ah, e fica deliciosa com esse tempero vermelhinho de suas bochechas. –ele disse passando a ponta dos dedos nas minhas bochechas coradas. Vale ressaltar: ele estava me provocando!!!

- Mas, já que você não quer ser salva vamos direto para delegacia... –ele me mostrou um sorriso largo, eu queria poder arrancar aquele sorriso dali assim não faria meu corpo sentir choques de eletricidade toda vez que olhava.

- Nãão! Você não pode me levar lá. Se meu pai descobre que eu iniciei uma chuva de celulares eu nunca ganharei meu carro e não conseguirei ir embora daqui.

- Ah, então você está confessando... Muito bom, o diretor vai adorar. –ele disse com os olhos na estrada

- Não, claro que não. Você entendeu tudo errado! – acho que já era tarde de mais para consertar o erro...

- Vamos pra delegacia de qualquer jeito. Sinto muito. –ele disse apertando o pé no acelerador

- Seu cretino! Pare a porcaria desse carro! Eu quero descer. –falei petulante. Eu não deixarei ele me levar para a toca dos lobos nem morrendo. Quem ele pensa que é?!

- Presta atenção extraterrestre, aqui não é seu planetinha. Então quem ditas às regras sou eu. –Avá! O que ele acha que eu sou??? Eu comecei a ferver de raiva

- Calma Bellinha eu só estava brincando... –ele disse rindo da minha cara

- Você tem dupla personalidade isso sim!!

- Eu tenho um plano. Se você me deixasse explicar entenderia que a delegacia é a melhor opção... – ele disse piscando. Depois dele me explicar tim-tim  por tim-tim nós fomos para delegacia.

- Foi esta aqui, delegado. – o direto filho de um pai disse me apresentando ao delegado. O mesmo se levantou do que parecia seu trono e estendeu a mão para mim.

- Mais é uma honra finalmente ter a senhorita Hale na minha delegacia... Estive me perguntando quando você viria me visitar ou passar alguns meses na minha formidável estalagem. –ele só podia estar de gracinha com a minha cara. Eu sei que devido as coisas que acontecem envolvendo meu nome aquela faculdade inteira me conhece, mas pensar que eu delegado já ouvira falar de mim foi um choque. Apertei a mão dele mostrando confiança e que nem morrendo eu passaria alguns meses na “estalagem” dele.

- Então a senhorita veio confessar o que está acontecendo no estádio de futebol? –ele era direto o que talvez não fosse muito bom. Fiquei pensando no que diria primeiro

- Ela disse que só irá falar na presença do advogado, senhor delegado. – o diretor disse me revoltando. Ah, mas pode ter certeza que a hora dele também chegaria... agora ele está no topo da minha lista negra.

- Eu não preciso de um advogado... Pessoas inocentes como eu não precisam de um... –disse calma. Edward estava do meu lado, nossos corpos quase se tocando. Até que ele segurou minha mão, e eu me senti confortável e confiante para terminar o que fora fazer ali. Provar a minha inocência, mesmo que eu seja um pouquinho (muito pouco) culpa quanto a situação deplorável que estava ocorrendo no estádio.

- Tem razão, mas ouvi dizer que fora você que incentivou a torcida a jogar aqueles celulares nas líderes de torcida, que por coincidência você tem uma rixa.

- Como o senhor acha que eu poderia influenciar a torcida a jogar seus preciosos celulares daquele jeito? Acha que eu sou tão popular assim? Que o mundo faria tudo que eu mandasse? –disse incrédula. Vi se formar uma ruga na testa dele.

- Além do mais, se você procurasse não encontraria meu celular no campo, pois eu não tive nenhum envolvimento no caso...

- Certo. E quanto ao seu animal de estimação?

- Taty. –odiava quando a chamavam de algo como se não tivesse valor. Poxa, ela também tem coração e é capaz de amar mais que alguns seres humanos como diretor e o delegado.

- Hein?

- Taty, é o nome dela. Com Y.

- Não importa! Quero saber o que aquele cão dos infernos estava fazendo lá! A snhorita sabe que é proibido. –Ooooops!

- Bem, o senhor não tem provas. Não pode me acusar. –disse confiante. Mas então o diretor tirou do paletó fubá um envelope.

- Na verdade tenho. – ele começou a mostrar algumas fotos de mim e Taty na arquibancada. Meuudeus tinha uma dela abocanhando um calcanhar. Credo aquela câmera dele devia ser boa.

- Agora eu te peguei mocinha alienada. Se ferrou. – ele disse no meu ouvido. Que tipo de diretor diz esse tipo de coisa pra uma aluna? Ah, mas vai ter volta...

- Hmmm, parece que a senhorita está encrencada... – o delegado disse observando as fotos com afinco.

- Ele deve ter colocado fotoshop na foto para parecer que sou eu e Taty... –disse já ficando nervosa, minhas mãos começaram a suar entrelaçadas nas de Edward.

- Calma Bellinha... –ele sussurrou no meu ouvido.

- Tenho certeza que não. Eu reconheceria de longe se tivesse feito isso. Você fará trabalho comunitário de três dias em um orfanato, ficará responsável por uma menininha recém chegada. –eu estava chocada. Nunca na minha vida me imaginara naquela situação.

- Desculpe me intrometer delegado, mas segundo a lei só é permitido trabalho comunitário para coisas mais graves do que levar uma cachorrinha a um estádio. – Edward disse tentando me defender, o que me deixara ainda mais estática. Ele estava confrontando uma ordem do delegado por mim. Meu coração quase explodiu de alegria com aquele gesto. Fazia parecer que as palavras dele eram sinceras quando disse que me amava e eu queria acreditar nelas, queria muito. Mas como saber?

- Não é apenas o fato do cão no estádio, ele agrediu as pessoas e como ela é a responsável pelo cão... Tem de sofrer as conseqüências. Agora pare de tentar desfazer minhas ordens. Não preciso de um moleque para me ensinar a fazer o meu trabalho. – quem ele pensa que é pra falar assim com Edward?! Só eu posso xingá-lo dos piores nomes, só eu posso pirraçá-lo, só eu posso humilhá-lo e mais ninguém!

- E quem o senhor pensa que é para falar assim com ele? Não passa de um delegado frustrado com a vida que leva porque não conseguiu se casar e vai morrer gordo, feio e grosso. – o delegado me olhou abismado. Edward me segurou por trás passando os braços na minha cintura o que fez sentir um arrepio da ponta dos dedos do pé até a raiz do cabelo. Ele fez isso para tentar me calar e conseguirá. Maldito, eu tinha tantas coisas para dizer aquele delegado filho de um pai, mas não consegui seguir em frente com aquele sentimento louco que me subia a cabeça quando Edward apenas me olhava ou me tocava.

- A senhorita poderia ser presa por desacato a autoridade agora mesmo, mas hoje estou de bom humor. Então apenas apareça no orfanato amanhã cedo. Ele se localiza a duas quadras da faculdade. – eu estava perplexa.

- Ah, antes de irem eu sugiro que parem de se agarrar em público, se não os dois serão presos por atentado ao pudor. –ele nos jogou o jornal desta manhã que tinha bem grande como manchete:

Casal jovem vira atração em uma lanchonete próxima a faculdade. Os dois estavam dentro de um volvo todos lambuzados de chocolate se beijando totalmente cegos de paixão, nem perceberam que tinham platéia. As pessoas aplaudiam e disseram nunca ter visto ou sentido tamanho amor por alguém.

Mais informações na pg 02

Meus olhos estavam chocados com a reportagem do jornal. Meu cérebro já não queria processar mais nada, a não ser o que aconteceu naquele dia. A boca de Edward grudada a minha seus braços me empurrando contra o volante a buzina que não se calava. E principalmente o que ele confessou quando se afastou de mim.

Ele tomou o jornal da minha mão e passou o olho pela reportagem. Tinha até uma foto! Ele pareceu chocado igual a mim, mas conseguiu se recompor depressa ao contrário de mim.

- Passar bem delegado. –ele disse me empurrando para fora dali. Eu queria voar no pescoço do repórter. Mas eu era muito comportada para esse tipo de coisa...

Já era tarde da noite quando entramos na rua da fraternidade, parece que tinha conseguido conter os rebeldes no estádio. Edward não dissera nenhuma palavra de caminho volta. Ele saiu do carro e eu também, não gostava daquele silêncio e tinha perguntas que giravam na minha mente. Eu precisava de respostas.

- Edward? –disse tirando-o de seus pensamentos enquanto ele checava o motor do carro.

- O que foi? –ele perguntou sereno fechando o capoo do carro e sentando em cima então me sentei do seu lado.

- É verdade que... –eu não sabia por onde começar. A lua estava bem em cima de nós e por milagre dava para ver estrelas no céu. O jornal que o delegado me dera estava em minhas mãos. Eu observava a foto, parecia que Edward estava me engolindo e eu estava cedendo, o zoom era muito bom dava até pra ver os detalhes. Meu deus dos pobres sofridos como eu me ajude por favor.

- É verdade que o que? –ele disse me encarando. Eu podia jurar que os olhos dele estavam cravados e tinha se formado um sorriso em seus lábios pra foto do jornal. Eu cheguei pra trás me deitando em cima do pára-brisa e ele fez o mesmo.

- Aq... Aquilo que você disse no carro, naquele dia da lanchonete... É verdade? - preciso saber. A duvida é cruel e sorrateira. Deitei de lado com o rosto apoiado no cotovelo para poder analisar seu rosto.

  Ele se aproximou de mim colocando um braço ao meu redor me puxando para si, colocando uma das pernas sobre a minha me prendendo e ficou ali me encarando por um tempo com o resto a centímetros do meu. Eu podia até sentir o gosto do seu hálito, era como se ele estivesse me protegendo do frio e tinha um gosto bom.

- Você está acabando com a minha reputação Hale... – eu não entendi muito bem o que ele quis dizer com isso, mas logo em seguida sua boca estava colada a minha como uma carícia suave, que foi se aprofundando.

- Isso responde sua pergunta? –ele disse tocando meus lábios, mas eu não estava muito consciente, pois os dedos dele ainda passeavam pelo meu rosto.

- aham... – não havia mais nada a que se pudesse dizer naquele momento, então voltei a beijar ele.

  Ele me afastou de si e retirou algo do bolso. Uma caixinha de madeira enfeitada com uma fita vermelha.

- Eu tinha planos pra hoje entre você e eu, mas você estragou tudo com a aquele plano maluco no estádio e sei que você tem cúmplices... – ele disse desamarrando a caixinha

- Bella, tendo como testemunha a lua e as estrelas... Você aceitar namorar comigo e tornar esse momento memorável pra sempre? Eu posso conviver com o fato de que você não é deste planeta. – a cor do meu rosto tinha sumido por completo. Eu estava totalmente desnorteada, meu coração parecia saltitar de tanta felicidade. Exceto pela ultima parte... Eu por acaso pareço ser de outro planeta?!

Eu balbuciei um sim e ele sorriu torto fazendo meu mundo girar de alegria. Ele pegou minha mão e amarrou em um dedo a fita vermelha.

- Pronto. Agora estamos tornando tudo oficial certo? – ele se sentou e eu fiz o mesmo e ele retirou da caixinha uma corrente que se dividiu em duas. Era um coração que se dividiu ao meio. Levantei meu cabelo e ele colocou a corrente com a metade de um coração que tinha o nome dele. E eu coloquei a que tinha meu nome na banda do coração no pescoço dele.

- Eu amo você Edward. –então joguei meus braços ao redor do pescoço dele e o beijei. Ficamos assim por bastante tempo. Deitado no pára-brisa minha cabeça no ombro dele e seu braço me circundando enquanto a gente discutia sobre qual era a estrela que mais brilhava.

- Finalmente você resolveu confessar que me ama neh Bellinha? – eu odeio quando ele me chama de Bellinha e ele sabe, fica me provocando

- Estava começando achar que meu pobre sentimento não era retribuído... – eu estava agora totalmente vermelha.

- Então, antes de eu arruinar tudo... O que você tinha planejado entre mim e você pra hoje? - perguntei desviando do assunto.

- Eu iria te levar pra assistir o jogo e de lá nós iríamos jantar fora, então perguntaria se você aceita, maaaaas uma certa pessoa estragou tudo... Não é Bellinha?! – eu ri

- Eu achei perfeito do jeito que está. Não iria querer ir jantar com você em um daqueles restaurantes cheios de fru-fru. – falei me acomodando ainda mais em seu peito. É tão bom ter ele só pra mim. Meu corpo parecia tão mais leve depois de confessar que eu amo que ele... Nossa... Eu não pensei que fosse ser tããão... Você entende...

Edward riu e beijou minha testa, minha vista já estava ficando turva de sono e se eu não tomasse cuidado dormiria ali mesmo, não que eu não quisesse...

- Que bom que deu tudo errado então... Bella? –abri os olhos depois de ter quase cochilado e a primeira coisa que vi foi um sorriso torto perfeito.

- Sabe... Acho melhor eu entrar... – disse tentando me levantar, mas seus braços não permitiram. Em vez disso ele me beijou e quando ele parou meus olhos continuaram fechados.

- Bella? – perguntou rindo e me cutucando.

- Eu quero dormir eu dei muitas voltas naquele estádio... –eu bocejei e me espremi contra ele. Ouvi ele rindo. Safado, rindo da tragédia alheia... Mas ali estava fazendo frio e por mais que Edward seja confortável o pára-brisa não é. Me sentei meio grogue ajeitando o cabelo no capuz preto.

Quando estava andando pra casa a mão dele me puxou e eu me choquei contra seu corpo. Precisava puxar tão forte assim? Oush...

- Boa noite minha pequena grande mulher... –e me deu um selinho, e ficou com aquele gostinho de quero mais.

- Boa noite... –disse e retribui o beijo, mas ele é mais alto e meu beijo desconsertado foi para no queixo dele. Ele me levantou nos braços e me beijou certo.