A Fera escrita por Ciin Smoak


Capítulo 8
Eu me importo


Notas iniciais do capítulo

Gente, voltei com capitulo saído do forno....
Não tive tempo de revisar ele, mas amei tanto esse capítulo que tive que postar logo pra vocês...



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Oliver

Depois que Felicity saiu, eu fiquei lá olhando pra cidade e sentindo o vento no rosto, eu sorria como uma criancinha e a frase dela não saía da minha cabeça.

“Eu já vi piores.”

Quando ela viu meu rosto, ela não ficou com medo, nem com nojo de mim, ela me olhou e me tratou como se eu fosse alguém normal, o que será que ela pensaria se descobrisse que eu era o Oliver Queen? Preferi não falar a verdade pra ela, mas como eu também não queria mentir, disse que meu nome era Jonas, o que não é nenhuma mentira, afinal Jonas é o meu nome do meio.

O sorriso dela era tão lindo, ela sorria com os olhos, será que isso era possível?

Eu não fazia ideia do que era aquilo que eu estava sentindo, será que era amor? Será que era assim, amar alguém? Eu tentei me convencer de que eu só a trouxe pra minha casa pra tentar algo com ela e cancelar o feitiço da Sara, mas a verdade é que eu fiquei desesperado com a possibilidade de perde-la, com a ideia de ver um mundo sem Felicity Smoak, não podia deixar que aqueles homens a machucassem.

Fiquei divagando durante horas no terraço, até que decidi descer e ir pro meu quarto, quando eu estava passando pelo quarto de Nyssa, escutei um gemido, parecia alguém chorando, bati na porta e quando Nyssa abriu, estava com a cara mais devastada que eu já havia visto, mesmo assim ela tentou sorrir.

—Está precisando de algo Oliver?

—Nyssa, por que você tá chorando?

—Chorando? Não querido, é impressão sua.

—Nyssa, você pode me contar, sei que nem sempre fui a pessoa mais agradável do mundo, mas...

—Ok, entre.

Entrei no quarto dela e me sentei em sua cama, lá estavam espalhadas muitas fotos de um bebe, franzi o cenho e olhei pra Nyssa, esperando uma explicação.

—Um ano antes de eu ir trabalhar pro seu pai eu estava gravida e quando meu filho nasceu, foi o momento mais feliz da minha vida, ele era a luz do meu viver sabe, porem eu só fiquei com ele por dois meses, um dia meu pai teve um derrame, ele morreu logo depois, então eu tive que ir ao hospital mexer com a papelada, não podia levar o meu filho pra lá, estava todo mundo lá, minha família, todos chorando, devastados, então eu deixei ele com a vizinha, seria por pouco tempo, eu fui e resolvi tudo, estava muito triste, mas tinha que ser forte e voltar pra casa pra cuidar do meu bebe, quando cheguei a casa dessa vizinha, ela não estava lá, eu chamei mas, ninguém apareceu e eu comecei a me desesperar, liguei pra policia, quase fiquei louca, mas não consegui acha-la, ela fugiu com o meu filho e eu nunca mais o vi. Não sei se hoje ele está vivo ou morto, mas sei que hoje é aniversario dele, se ele estiver vivo vai estar fazendo 9 anos.

—Nyssa, eu sinto tanto.

—Não sinta querido, a vida me tirou um filho, mas me deu outro, você sempre foi um filho pra mim Oliver, meu menino.

—Sinto muito ter te tratado mal por algumas vezes Nyssa.

—Era o seu jeito Oliver, você nunca foi uma pessoa má, mas estava escolhendo caminhos errados, porém vejo que você está começando a fazer as escolhas certas.

Dito isso ela me abraçou, e ficamos lá por um bom tempo, ela acabou pegando no sono e então eu deixei o quarto dela, eu acho que nunca quis admitir, mas no fundo eu sabia, Nyssa era a única mãe que eu tinha, minha mãe morreu quando eu era muito novo, eu nem me lembro dela. Ela e John estavam fazendo tanto por mim, passando esse inferno junto comigo. Olhei pro meu braço, e uma flor já havia nascido na minha tatuagem, a cada dia que passava, menos tempo me restava.

Decidi ir encontrar Sara, eu não sabia onde ela estava, mas algo parecia me guiar pra ela, quando cheguei em uma construção mal iluminada, vi Sara na porta e parei a moto.

—A que devo a honra da sua visita.

—Eu preciso de mais tempo.

—Não posso fazer isso.

—Por quê? Eu já aprendi o que você queria ensinar.

—Não aprendeu não, você ainda só se importa com você mesmo.

—Você tá errada tá legal, eu me importo com a Felicity, eu me importo com um homem cego e com uma mulher que teve o filho roubado.

—Ah, então agora você se importa.

—É, agora eu me importo, olha eu vou tentar com a Felicity, mas devolve a visão de John e traz de volta o filho da Nyssa, eles não merecem passar por esse inferno comigo.

Eu os ajudarei, se você conseguir.

Ela foi saindo, mas de repente se virou e sorriu pra mim, era o primeiro sorriso sincero que eu via no rosto de Sara.

—Ah, Oliver, boa sorte.

Eu sorri de volta e subi na moto, assim que cheguei em casa o dia já estava pra amanhecer, me deitei na minha cama e fiquei pensando no que eu faria, quer dizer, se eu conseguisse ouvir um eu te amo de alguém, Sara ajudaria John e Nyssa e depois dessa noite eu achava que talvez Felicity pudesse gostar de mim. Com esses pensamentos, peguei no sono e acordei com Nyssa me chamando pra tomar café, eu não tinha comido quase nada, mas estava com um bom humor tremendo.

Assim que cheguei na sala de jantar me deparei com John e Felicity conversando animadamente, John pareceu sentir minha presença e sorriu, Felicity me deu um bom dia acompanhado de um sorriso tímido, tomamos café e fomos estudar, sim, John estava ali pra mais do que me dar conselhos de vida, ele era meu professor particular e agora de Felicity também, ela adorou saber que continuaria estudando.

Assim, os dias se passaram e eu fiquei mais próximo de Felicity, agora éramos amigos embora eu quisesse ser mais que isso. Eu só tinha mais três meses antes do feitiço se tornar definitivo, as flores no meu braço já tinham aumentado, mas  de certa forma eu não estava mais tão desesperado com isso, Felicity era como um Sol pra mim, com aqueles comentários atrapalhados e aquele jeito tão dela de ser.

Nyssa havia me dito que eu tinha mudado muito e eu concordei, analisando o Oliver que eu era antes e o Oliver que sou agora, eu podia ver o quanto eu era um completo babaca, as coisas que eu fazia eram horríveis, poder era tudo o que me importava, eu reclamava de tudo, eu queria ter tudo e não percebia que tinha gente em volta de mim que sofria muito, mas que mesmo assim continuava sorrindo.

Ah Felicity, o que você estava fazendo comigo?

Felicity

Confesso que depois daquela noite no terraço, eu entendi o porquê do Jonas querer se esconder tanto, ele tinha vergonha da aparência, o que pra mim era bobagem, qualquer um que o conhecesse, veria o quanto ele tinha a oferecer, nós estudávamos juntos e eu adorava aquilo, eu podia dizer que éramos amigos, embora eu quisesse, não esquece.

Meu pai sempre me ligava e dizia que estava quase tudo encaminhado, mas de alguma forma desconhecida, eu não sentia vontade de voltar pra casa, eu era feliz aqui, eu não tinha que aguentar tudo nas minhas costas.

Eu estava no meu quarto, abri meu notebook e comecei a olhar minhas fotos, de repente parei naquela minha e do Oliver na festa, sim, eu tinha salvado no meu computador. Aquela época parecia tão distante, no fundo eu sentia falta dele sabe, o que é irracional, afinal eu só tinha falado com ele duas vezes, mas algo nele tinha me encantado, algo no fundo da minha mente pensava nele a todo o momento, menos quando eu estava com o Jonas, algo nele fazia eu não sentir falta do Oliver, eu sempre me pegava comparando os dois, eles eram completamente diferentes na aparência e até na personalidade, mas tinha algo no fundo de cada um, uma coisa pra mim que era igual, dentro dos dois se encontrava algo motivador, eu sabia disso.

Comparando os dois, eu sempre tentava imaginar Oliver com as tatuagens do Jonas, especialmente aquele que ele tinha no braço, a árvore, eu não sei por que, mas eu sempre tinha a impressão que apareciam flores novas ali. Tá, eu sei que é loucura, afinal era uma tatuagem, mas a impressão continuava lá.

Eu estava lá, perdida em pensamentos quando escuto alguém bater na porta, grito um “pode entrar” e me deparo com Jonas todo sorridente.

—Felicity, vem, vamos sair.

Ele já estava me puxando pra fora da cama.

 -Jonas, espera, pra onde?

—Vamos é um lugar que eu quero te mostrar.

Deixei ele me puxar até a garagem, subimos na moto dele( aquela coisa me dava medo) e saímos pelas ruas de Nova York, abracei a cintura dele e me aconcheguei lá. Passados uns 25 minutos, ele parou a moto em frente a uma biblioteca, Jonas logo pulou dela e me ajudou a descer, tirei o capacete e admirei a vista, tinha algo naquela construção que me lembrava os casarões dos filmes antigos.

—Jonas, o que estamos fazendo aqui?

—Você vai ver, vem vamos entrar.

—Entrar como, tá fechada.

Meu Deus será que ele tinha bebido?

—Vamos Felicity, um pouco de fé, eu conheço outro jeito de entrar.

—Meu Deus, a gente vai arrombar uma biblioteca?

—Talvez, mas não vamos fazer nada de errado aí dentro então pode ficar tranquila.

Ele me puxou em direção a lateral da biblioteca e eu o acompanhei sem medo, de alguma forma, estar com ele me passava uma sensação de segurança enorme. Mas mesmo assim, essa dúvida não saía da minha cabeça.

O que nós estávamos fazendo naquele lugar?                                   


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Notas finais do capítulo

O que será que o Oliver tanto quer mostrar pra Felicity em gente???
Até o próximo minhas leitoras mais que perfeitas...
Beijooos...