A Busca escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 5
A Busca: Pela Despedida.


Notas iniciais do capítulo

Eii gente, eu sei que disse que essa fanfic teria em base dez capítulos, mas, decidi após algumas alterações que ela acabará no próximo capítulo! O capítulo de hoje mostra a penúltima busca e acho que com ela vocês já terão algumas pistas do que vai acontecer.

Comentem se estão gostando!

Boa Leitura!



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Havia tanta cor ali, tantas luzes e tanto barulho que por um momento Edward se sentiu tonto, precisou forçar suas pernas a manterem-se firmes enquanto seguia Lawrence pela extensão de um parque de diversão que ele reconhecia se encontrar em Seattle. O anjo sorria com tanta animação, enquanto segurava em suas mãos um algodão doce que ele não sabia da onde a mesma havia tirado.

—Eu não me lembro de nenhuma parte da minha trajetória de vida que se passe em um parque como esse. — o Cullen comenta estranhando a situação, e Lawrence revira os olhos para ele.

— A busca dessa vez é pela diversão. Você a perdeu quando Rose morreu.— esclarece como se isso fosse dar sentido as coisas.

— Você lembra da parte que eu queria álcool não é? Meu conceito de diversão é bem diferente disso. — afirma convicto.

—Quem são as pessoas que mais se divertem no mundo, e com pouca coisa? — o anjo o desafia a responder.

—As crianças. — não é burro, advinha rapidamente.

—Exatamente. E para elas um parque como esse é o paraíso. Por isso, hoje vamos nos divertir aqui e tentar superar todas as partes ruins de nossa vida. — o comunica como se fosse a melhor ideia do mundo.

—Eu não acho que isso seja uma boa ideia. — Edward deixa claro.

—Desde que nos conhecemos; Eu te meti em alguma enrascada? — Lawrence questiona arqueando uma sobrancelha.

—Acho que o fato de você estar aqui falando comigo, estando morta, já torna toda situação uma grande enrascada. — Edward pontua, mas, ela o ignora. Simpaticamente dá seu algodão doce a um menininho que passa por eles e agarra a mão do Cullen com firmeza o guiando em direção a roda gigante.

Eles não enfrentam nenhuma fila para entrar na cabine e em questão de segundos o brinquedo já está exercendo sua função e dando a eles uma visão privilegiada da cidade e de seus prédio. De forma deslumbrada, Lawerence aponta na direção do mais alto deles, e o Cullen a observa com curiosidade. Como um anjo podia ficar deslumbrado como uma coisa tão banal como aquela?

—Renesmee. — de repente ela solta, sem se dar ao trabalho de olhar para ele.

—O que? — Edward não entende.

—O nome da sua primeira filha, devia ser Renesmee...O irmão mais velho dela gosta desse nome. — conta para ele com um ar sério, e Edward sente seu coração falhar uma batida.

—O irmão mais velho dela? — repete se sentindo ofegante.

—Sim, o garoto que morreu junto com a Rosalie naquele acidente...Ele é incrível, Edward...Ele fala sobre você algumas vezes...Ele sabe o que vai acontecer no seu futuro, e ele está tão feliz por saber que um dia você terá aquilo se quiser. — revela com um ar emocionado agora.

—Por que está me dizendo isso agora? — Edward praticamente murmura.  — Eu estava tentando parar de pensar na Rose, sabe, esquecer o fato de que ela morreu e agora você me fala sobre meu filho. — a voz dele está embargada e ele está enjoado com essa atitude.

—Céus, cale a boca Edward. — Lawrence finalmente perde a paciência quando o encara intensamente.

—Você me mandou calar a boca? Que tipo de anjo faz isso? — questiona incrédulo.

—Para de se fazer de vítima o tempo todo. Você teve muita sorte. Você amou uma pessoa e essa pessoa te amou. Você acha que isso é pouco? — grita completamente irritada.

—Eu não acho que é pouco, mas... — Edward tenta argumentar.

—Você está vivo, caramba! Fica reclamando da vida o tempo todo, dizendo que ela foi injusta com você...Mas, no fim, você é que está sendo injusto com a vida. — aquilo sim o faz calar a boca.

—Não estou superando como você queria, não é? — ele diz após alguns minuos de silêncio.

—Você só está fingindo...É decepcionante. — Lawrence nota com certo deboche.

—Eu queria...Fazer isso acontecer, de verdade. — ele admite, mas, ali nota que não é tão fácil quanto ela quer fazer parecer. Simplesmente não dá para agir como se você não se importasse com o fato de que alguém que você amou muito foi embora.

—Eu sei porque você ainda não superou. — Lawrence arregala os olhos. — Céus, estava na minha frente o tempo todo, você só conseguirá superar a Rosalie quando você se apaixonar por ela. — ela começa a rir para si mesma se sentindo vencedora.

—Você não está fazendo sentido... —Edward a comunica disso.

Então, Lawerence o olha profundamente do topo daquela roda gigante, ele sente algo se remexer dentro dele com aquela expressão tão marcante e ela ri levemente. Uma brisa gelada passa por eles, e Edward suspira, olhando para a garota a sua frente com mais firmeza que ela. Lawrence chega mais perto e fecha os olhos, sem saber o que o espera, ele a imita. Os lábios dela se chocam contra os dele de maneira leve, então, um choque elétrico passa por seu corpo, e ele se aquece com aquela caricia tão surpreendente, não há línguas, nem atração física, é só uma encostada de bocas quase inocente, que desperta em Edward sentimentos assustadores. Não é como quando beijou Rosalie pela primeira vez, pois ali ele podia descrever o que sentia; Alegria, satisfação e paixão...Agora, ele não conseguia descrever nada.

Se separaram lentamente, abriram os olhos ao mesmo tempo e Edward fitou ela com surpresa.

—Queria que estivesse viva. — admite quase em um sussurro, e Lawrence assente com lágrimas nos olhos. — Queria que realmente continuasse existindo no meu mundo, que pudesse me abraçar de verdade, me beijar de verdade e superar o fato de que Rosalie está morta. — revela sem entender sua própria ação e Lawrence aperta a mão dele com força.

—Você conseguiu. — o conta, e ele sabe do que ela fala. — Diga mais uma vez. — pediu sabendo que diferente da última vez, ele não seria forçado a fazer isso, e dessa vez seria verdadeiro.

—Rosalie está morta, ela não vai voltar e eu preciso viver de novo. — é o que consegue dizer, e Lawerence sorrindo de emoção, encosta sua cabeça no ombro dele e se apega a seu contato.

—Não é uma busca pela diversão. — Edward adivinha. — É uma busca pela despedida, não é? Você já está indo embora. — a constatação é dura.

—Eu não queria, isso é surpreendente...Se eu pudesse, eu ficaria aqui para sempre, sabe...Sendo ouvida por você, implicando com você...Sendo feliz como não fui há muito tempo...Mas, eu estou morta, Edward...Como a Rosalie, não há futuro para mim, só você terá um e não será comigo...Eu também queria ter te conhecido antes, você seria o homem perfeito... — fala para ele chorando.

—Como sabe que eu superei de verdade? — ele indaga chorando também.

—Quando vocês humanos adquirem novos sentimentos, nós, seus anjos sentimos como vocês, cada vez que você se angustiou nessas buscas, eu senti essa angústia, quando ficou feliz, eu fiquei feliz também e agora, tem um novo sentimento ai. — ela aponta para o coração dele. — É amor, latejando pelas suas veias de novo, tão animador quanto sempre é...Você me ama por ter lutado por você...É emocionante. — ela comenta rindo em meio as lágrimas. — Esse sentimento não vai acabar quando você acordar de tudo isso, eu prometo. Você só precisa passar a senti-lo por outra pessoa. — pediu se sentindo satisfeita.

—Estou com medo do que vai acontecer quando você não estiver aqui. — Edward fala para ela assustado.

—Ainda não entendeu? Rose, seu filho, e eu estamos aqui. Sempre estaremos. — garante e então beija a bochecha dele de modo amoroso. — Por favor, escolha ser feliz. — é o que ela espera que ele faça.

— Eu serei. — ele simplesmente tinha que acreditar nisso.

—Pode fazer outro favor para mim? — Lawrence indagou em um sussurro.

—Sim. — respondeu em um tom mais baixo ainda.

—Feche seus olhos. — Edward soluçou, pois sabia o que tal coisa significava, era um fim. Respeitou o pedido, quando viu que Lawrence precisa daquilo e então fechou suas pálpebras.

 O frio voltou.

O silêncio reinou.

Edward sentiu como se todos os seus sentimentos e lembranças se misturassem em um liquidificador, vozes ecoaram por sua cabeça, conversas aleatórias, memórias e desejos. Então um branco, sufocante, antes do silêncio voltar a reinar.

Abriu os olhos e puxou todo o ar do ambiente para si. Confuso avaliou o local que estava, nada tinha a ver com um parque de diversões, o que encontrou na verdade foi seu quarto, tão inexpressivo como vinha sendo há tempos. Com os olhos marejados e a respiração ofegante pulou da cama, estranhando o fato de estar de pijama, capturou seu celular no criado-mudo e quando a tela se acendeu, fitou a notificação que avisava sobre várias ligações perdidas de Alice.

Aturdido, largou o aparelho ali mesmo e seguiu em direção a sala de seu apartamento. A primeira coisa em que se focou foi em sua adega; Estava repleta de whiskys. Pelas vidraças do cômodo notou que não se tratava de uma noite chuvosa, mas, sim de uma manhã ensolarada. Engoliu a seco e suspirou ao notar que não havia nenhum requício de que Lawrence esteve ali. Ela fez o que prometeu, só se tratou de um sonho.

Confuso, com medo e frustrado se perguntou como consertaria sua vida de verdade sem a ajuda dela, e então para sua surpresa no mesmo instante sua campainha tocou. Correu desesperado em direção a porta, mantendo a esperança de que de alguma forma ainda estivesse em uma de suas buscas e que Lawrence aparecia ali.

Quando abriu se deparou com a presença de senhor Alfred, que trazia algumas correspondências em mãos.

—Bom dia, Edward. — o senhor simpático cumprimenta e ele tenta esconder sua decepção.

—Bom dia. — responde automaticamente.

— Estava passando por aqui, e resolvi já deixar suas correspondências. — o comunica disso, e o Cullen tenta sorrir.

—Obrigado. — agradece pegando os papeis, o homem não demora a se despedir e Edward fecha a porta atrás de si.

Faz novamente uma corrida, de volta até o quarto dessa vez e pega seu celular para conferir a data do dia. A data é o exato dia em que Lawrence o encontrou, o que ele pensava ser ontem, na verdade era hoje. Ligou os pontos e notou que estava tendo a oportunidade de viver o mesmo dia, só que de uma forma diferente. Tinha algum enigma ali.

Olhou para as correspondências ainda em suas mãos, e lembrou-se que na versão de Lawerence era ele que pegava elas na portaria quando chegasse no trabalho. As mudanças eram sutis, então ele soube o que estava acontecendo; Ela. Edward estava buscando por ela, porque Lawrence disse que ela era sua felicidade. Então, tudo que ele tinha que fazer era boas escolhas hoje para merece-la.

Foi até seu armário, escolheu seu melhor terno e em seguida foi em direção ao banheiro fazendo toda sua higiene matinal — incluindo tirar a barba acumulada de um bom tempo —  antes de se trocar.

Há muito tempo não cozinhava, mas, naquele dia fez um café da manhã saboroso e comeu sem pressa.

Pegou seu carro e acelerou rumo ao seu escritório, fazendo uma parada no Central Park antes de ir até seu trabalho e indo em uma lanchonete para pegar um café.

Na garagem subterrânea, gritou para que James deixasse a porta do elevador aberto e ele assim o fez, na cabine metálica avaliou seu colega de trabalho e lembrou-se da história que Lawrence contou sobre ele.

Quase pode a ouvir dizer que perguntar não irá doer nada.

—Como vai a família? — a pergunta sai calmamente, e James se surpreende com isso, Edward nunca fora tão impessoal. Ele se limita a sorrir.

—Bem, obrigada por perguntar. Estamos felizes com a chegada de nossa próxima filha. — o homem diz orgulhoso, o Cullen sorri também.

—Sim. Filhos são uma benção. — concorda, mal sabendo ele que a garotinha que logo mais viria ai seria melhor amiga de Renesmee. — Então, você gosta de beisebol? — o Cullen indaga do nada, e James assente animado.

—Gosto muito na verdade. — lhe comunica disso.

—Devíamos ir ao próximo da temporada juntos. — anuncia e o outro franze as sobrancelhas.

—Achei que não fosse de sair muito. — comenta o que já percebeu e o que comenta.

—Não sou. Mas, decidi que preciso mudar isso. — Edward afirma.

—Próximo jogo então. — James marca ainda sorrindo.

Se despedem quando chegam em seus respectivos andares e rumam em direção a suas salas. Edward se acomoda em sua cadeira rapidamente e começa a trabalhar, em determinado ponto fita o relógio da parede e dessa vez não se sente angustiado com o barulho que ele faz.

Fita a imagem de Rosalie no porta retrato e sorri antes de se levantar.

Encontra Jéssica no corredor e sem hesitação se aproxima.

—Jéssica, pode fazer um favor para mim? — indaga de modo educado, e a mesma estranha seu sorriso, mas, assente de pronto. —Compre um buquê de rosas para mim, preciso ir a um lugar hoje e queria um desses. — solicita sem explicar mais nada.

—Sim, farei isso o mais rápido possível...E Edward, o pessoa do escritório está pensando em ir em um barzinho hoje a noite para relaxar...Sei que você não curte esse tipo de coisa, mas, sei lá... — pela primeira vez em sua vida soa sem graça.

—Não dá, vou estar ocupado hoje a noite. — ele nega fazendo uma careta e ela tenta disfarçar a frustração. — Que tal, na próxima sexta, um jantar no meu apartamento com todos? — oferece como solução e a animação volta ao rosto dela.

—Sim, seria incrível. — concorda.

—Okay. Combinado então. — não se sente desconfortável, quanto imaginou que ficaria ao dizer isso.

Quando as flores chegaram se deu ao direito de sair do escritório mais cedo e foi em direção ao cemitério da cidade, lá deixou rosas para Rose, e também um discurso repleto de desabafo sobre seguir em frente e Lawrence o ajudando nisso. Sentiu-se aliviado e feliz por conseguir.

O próximo destino foi o apartamento do seu melhor amigo, a conversa que tiveram quando ele abriu a porta foi tão o mais emocionante quanto a do sonho de Lawrence, o pedido para ser padrinho ainda existia ali, e Edward concordou sem nem hesitar dessa vez. Prometeram se encontrar ainda naquele mês para se divertirem um pouco e isso animou Emmett.

Logo pegou seu carro e partiu em direção ao aeroporto, onde conseguiu uma passagem de última hora rumo a Port Angeles, de lá pegaria um táxi até Forks e faria uma surpresa a sua família.

Estava ansioso por isso, para sentir a emoção que sentiu quando os reencontrou no sonho, só podia imaginar o quão orgulhosas, Lawrence e Rose estariam dele e seu filho...Céus! Ele conseguiria seguir em frente.

              Houveram abraços, repreensões, choro, promessas, mas, nenhum julgamento quando eles o encontrou. Eles eram seu lar. O lugar seguro para o qual, ele já devia ter voltado a muito tempo. Eles foram fortes por ele, estava na hora de retribuir. Decidiu que podia ficar uma semana em Forks para matar a saudade, e a primeira pessoa com qual fez isso foi sua mãe, a seguiu até a loja de penhores e lhe ajudou como um dia fez quando conheceu Rose.

               De vez em quando notava os olhares da mãe sobre si, como se ela ainda estivesse tentando acreditar que ele estava ali mesmo, toda vez que isso acontecia sorria para ela para confirmar.

             Se ocupou em pegar uma das caixas fechadas que estavam sobre o balcão, ao que aparentava alguns clientes haviam deixado ali horas antes.

—Oh essa é especial. — Esmee comenta tocando a maior delas. — As coisas são de uma adolescente que morreu há algum tempo, seus pais não lidavam muito bem com o luto e só hoje conseguiram abrir mão das coisas dela. — se alegrava por sua mãe falar sobre morte tão abertamente com ele, é como se realmente acreditasse em sua superação.

                   Edward abriu a tal caixa, para checar se havia algo de valor lá, e quando se reparou com aquelas roupas sentiu seu coração se acelerar. Ele reconheceria as peças em qualquer lugar; As toucas, os vestidos e os sobretudos.

—Uau são lindos...Bem, não devia me surpreender, o pai falou que a garota queria cursar moda. — Esmee diz pegando um vestido em mãos e sorrindo.

                     Edward sorriu em meio as lágrimas que se formaram.

—O nome. O pai dela disse o nome da garota?. — solicita quase desesperado.

—Lawrence. O nome da garota é Lawrence. — Esmee responde confusa.

                     Então, ela morava aqui. Por isso parecia tão confortável quando viemos aqui no sonho.  — foi o que ele pensou.

—Eles deixaram algum endereço? — questiona, mesmo sabendo que sua mãe faz uma ficha de todos que negociam com ela.

—Sim...Bem, nem era necessário, eles não venderam as roupas, simplesmente doaram...Mas, sim, fizeram uma ficha. — ali ele soube o que fazer. O endereço era a pista que conseguiu por fazer as escolhas certas, de alguma forma, ele sabia que o endereço a lhe levaria até a maior busca de todas; Ela.


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Notas finais do capítulo

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