A Busca escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 4
A Busca: Pela Aceitação.


Notas iniciais do capítulo

Hey gente demorei muito tempo para atualizar aqui, mas, voltei oficialmente agora o rumo da história já estará mudando.

Comentem!

Boa Leitura!



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    Não há mais neve. Mas, o frio ainda está lá, mas, Edward sabe que nada tem a ver com o clima é seu coração e seu corpo que estão gelados de medo ao reconhecer a cena e o lugar onde estão agora. A parte mais assustadora disso tudo para surpresa dele, era que Lawrence havia sumido de novo, ou seja, não poderia contar com seu apoio e havia começado a notar que gostava muito dele.

Com um nó na garganta e se sentindo pequeno e vulnerável, o mesmo arriscou alguns passos para frente, esbarrando com a mesa de centro de seu apartamento. Não era o mesmo apartamento impessoal, em que Lawrence o esperou antes de toda loucura começar, era o apartamento feliz e super decorado que devia com sua mulher antes dela morrer.

Haviam muitas fotos dos dois nos aparadores da sala, muitas flores e muitos outros objetos marcantes. Quis chorar. De saudade. De dor. De tudo misturado.

—Edward conseguiu manchar sua camiseta predileta, como posso lidar com esse homem? — ouviu a voz que mais amara na sua vida pronunciar aquelas palavras, ecoando pelo lugar de modo torturante, e lágrimas desceram por seu rosto sem controle.

           Praticamente correu até a lavanderia e ai quase caiu de joelhos ao se deparar com Rosalie colocando algumas roupas na máquina de lavar enquanto resmungava algumas reclamações. A barriga de grávida estava lá, e a tornava mais linda do que já era. Edward nem ao menos lembrava o quão deslumbrante ela era.

—Rose! — gritou em um tom sôfrego, mas, ela não pareceu notar sua presença. — Rose! — falou mais alto, esperando que essa respondesse, que aquela situação fizesse sentido.

         A loira se virou para ele, e o mesmo não conseguiu conter seu sorriso e seu alivio. Um sorriso leve também se fez presente no rosto dela, mas, não demorou muito para Edward notar que não era direcionado a ele, mas, sim a um folheto preso em um dos armários. Seguiu-a e leu o que estava escrito no tal papel; Avisava sobre um musical que aconteceria no dia seguinte.

O dia seguinte tinha sua data bem destacada.

O dia seguinte era um dia após a morte dela.

—Essa parte da missão é diferente, você está ganhando uma lembrança, que não é sua. Esse momento, tão simples porém tão significativo, antecipa o momento em que Rose se foi.  — Lawrence surge ao seu lado com seu truque mais desconfortável, e quase pode supor que vê lágrimas em seus olhos.

—Por que está me mostrando isso? Por que tenho que a ver se ela não pode me ouvir? — questionou não entendendo porque tinha que suportar tal situação.

—Para primeira pergunta; Porque você precisava saber que Rosalie foi feliz com você até o último segundo que viveu, você não foi uma má escolha para ela...E para a segunda pergunta; Rosalie pode sim te ouvir, ela sempre esteve aqui, Edward...Vendo o que fez, ou o que deixou de fazer. — o anjo explica quase aos sussurros.

—Isso é tipo um castigo por eu ter acabado com as suas barreiras algum tempo antes? — indagou murmurando, ainda não conseguindo achar nada positivo na ação de ver sua esposa reproduzir seu último dia a sua frente e eu não pode fazer nada para mudá-lo.

—Acha que é castigo poder ver ela nitidamente mais uma vez? — pergunta levemente.

—Eu sinto tanta falta dela. — admite aos prantos, enquanto observa Rosalie agora surgir da cozinha com um pote de sorvete em mãos. — Eu não consigo não sentir falta dela. — diz desesperado.

—E superar não tem a ver com deixar de sentir falta, tem a ver com lidar com a falta. Rosalie morreu, mas, você não. Há uma vida com tantas possibilidades para você, Edward. Eu vi você sendo feliz, e agora a escolha é só sua, entende? Eu quero te ajudar, mas, não posso continuar se você não der o passo mais importante de todos. — Lawrence comunica atordoada.

—E qual é? — praticamente grita e limpa seu rosto bruscamente.

—Aceitar que ela está morta. — pronunciou no mesmo tom.

—Eu não... — o anjo nem deixou que ele terminasse.

—Precisa de uma presença para que ela ouça o que você sente? Temos uma aqui, lavando roupas...Olhe para ela, e desabafe Edward. — a morena instrui e ele suspira incrédulo.

—Não vou fazer isso. — se nega.

—Hey Rose. — Lawrence gritou completamente provocativa, obviamente a lembrança nem se mexeu, mas, ela continuou sob o olhar ofensivo de Edward. — Estou tentando fazer seu marido superar sua morte, mas, ele é um covarde, ele está desistindo da vida dele porque você morreu, acredita nisso? Digo, você não escolheu morrer, mas, mesmo assim há uma parte dele que te culpa por tê-lo deixado. Ele é egoísta, não é? Até com a dor, ele quer lidar sozinho, não sei como você conseguiu se apaixonar por ele para ser sincera...Mas, eu sei que você não será a única a cometer essa loucura, ele ainda vai encontrar o grande amor da vida dele, e você é uma grande pé no saco por não sair das lembranças dele. — Edward tentava compreender se era correto um anjo falar assim como uma pessoa morta.

—Tem como não falar assim como a lembrança da minha esposa? — indagou irritado.

—Ex-esposa. Ela está morta. — Lawrence o recorda disso.

—Cala a boca. — retruca no auge de sua impaciência.

—O que? Tenho que parar de dizer a verdade? Ela está morta. Admita. — fala ainda mais firme.

—Para. — grita atordoado.

—Admita. — Lawerence grita de volta.

Como há pouco tempo a mesma estava tão para baixo, e parecendo frágil e agora surtando?

—Para com isso. — pediu.

—Admita. — insistiu.

—Okay. Rosalie você está morta, eu te amo, mas, estou cansado de sentir sua falta porque ela me sufoca, e eu não aguento mais existir desse jeito. — finalmente grita se virando na direção de Rose, e no momento que faz isso, a cena desaparece e agora ele e Lawrence se encontram em uma ponte no meio de uma das floresta de Forks.

                    Edward olha sem acreditar para o anjo a sua frente, que agora da forma mais debochada possível trajava uma touca branca que combinava perfeitamente com seu vestido pérola.

—Quando me forçou a admitir que Rose morreu, eu estava em busca de que? — indagou tentando controlar sua raiva.

—Estava buscando pela aceitação. — Lawrence revela. — Essa na verdade deveria ser a primeira busca, mas, eu sabia que você não conseguiria se antes não tivesse o apoio de seu melhor amigo e da sua família. — deveria ser um consolo, mas, não era.

—Foi rápido. — Edward nota. — Por quê?

—Porque por mais que não pareça, eu sei que dói ver uma pessoa que amamos a nossa frente e não poder tocar...Sentir de verdade, sabe? É uma droga só estar lá, e saber que não tem como ser diferente...Torci para que meu método fizesse com que você admitisse logo para que a dor não se prolongasse em você. — Lawrence diz sem encara-lo e de modo nostálgico joga uma pedrinha no lago que corre por ali.

—Me sinto bem. — o Cullen consegue admitir. — Quando Rose morreu, fiquei me perguntando se a morte também chegaria rápido para ela caso ela tivesse se casado com outra pessoa...Acho que nesse tipo de situação, de alguma forma você tenta transferir a culpa para você...O luto faz com que você pergunte o que faria diferente para que aquela pessoa ainda estivesse lá. — consegue desabafar de um jeito que nunca fez antes e ri antes das lágrimas que surgem de novo.

—Eu tinha uma pessoa... — Lawrence conta, finalmente se virando para ele, e Edward se depara com uma expressão devastada em seu rosto. — Eu a amava com todo meu coração, mas, nunca fui capaz de dizer isso da forma que deveria, e quando eu morri...Eu vi ela se afundar na dor, e ela se culpou, quando a culpa nunca foi dela, e eu só queria falar sobre como não queria que ela sofresse, mas, eu não podia...Eu vivia em um mundo só meu antes, com ideologias loucas e quando eu passei pela mesma situação que ela passou quando eu morri, eu não aguentei, eu fraquejei. — resumo seu passado, e faz algo parecido com suspirar. — Quer saber por que não conseguir minha paz fácil, e por que tenho tanto que te ajudar agora? — questiona calmamente. — Eu cometi o pior pecado de todos, Edward. — Eu me matei. — sua revelação faz o Cullen arregalar os olhos. —Foi estupidez, e...Céus! Ninguém tem o direito de acabar com  um presente tão bom quanto a vida, por mais que coisas ruins aconteçam, ainda há tantas outras chances de coisas boas acontecerem, você só precisa ter paciência e esperança. — diz sensível.

—Por quê? — questiona ainda chocado.

—Eu era uma patricinha, sabe? Totalmente fútil, egoísta e coisas assim, e vivia em festas, com pessoas tão loucas quanto eu para o desespero dos meus pais...Há seis anos eu fui em um dessas, e então eu conheci o Alec, implicamos um com outro no inicio, por besteiras. Éramos jovens, e imaturos e todo esse ódio se transformou em amor, céus! Eu era completamente apaixonada por ele...Então, em uma noite qualquer de inverno, Alec saiu para viajar com alguns amigos, e o acidente, como o da Rose, aconteceu. — parece doer tanto nela quanto em mim. —Eu tentei viver sem ele. Tentei mesmo. Com a ajuda da minha família e de todos...Mas, eu não consegui, seis meses após a morte dele, me enchi de remédios e cá estou eu. — simplifica a história.

—E a pessoa importante que deixou? — ele se lembra totalmente dela.

—Ela foi mais forte que eu...Tentou seguir em frente, conseguiu, mas,... — Lawrence não consegue terminar.

—Mas...? — Edward a incentiva.

              Lawrence olha para ele de um jeito calmo, e então sorri.

—Mas, não é com ela que você deve se preocupar agora. — diz ainda sorrindo. — Quer ir para sua próxima busca? — questiona arqueando uma sobrancelha.

—Por favor, que ela envolva um pouco de álcool. — é o que diz.


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Notas finais do capítulo

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