Amor à segunda vista! escrita por Yasmin, Yasmin


Capítulo 15
Embate


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas, como vão?
Que sumiço eu dei, né!!! Sorry.
Não estava inspirada nesses últimos dias. Machucaram meu coração e quando fico assim, fico inexplorável em tudo. kkkkk
Prometo não me apaixonar de novo. Assim não demorarei tanto. rsrsrs
Bom, falando da fic, quero agradecer à YangQueen, que recomendou a historia. Confesso que ela me deu um animo enorme em continuar. Obrigada mesmo. À todas vcs!!!!
Espero vê-las nos comentários.



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         Mal-humorado, era a definição certa para o estado animalesco de Peeta. E tal dissabor não se dava apenas pelo desentendimento com Katniss ou pela insistência da neta de Snow em querer vê-lo. Sua maior intempérie se dava a visita que ele havia recebido na outra noite.

— Katniss, está? — perguntou Gale com a maior naturalidade do mundo assim que ambos conseguiram no mínimo manter um contato visual.

— Não! — Peeta negou seco, achando inoportuna aquela visita. Na verdade ele não queria ser cordial. Estava de saco cheio da insistência de Gale, mas não diria nada, sabia que o homem ainda estava sofrendo pela perda do pai que havia sido velado a poucos dias — Algum problema? Peeta cruzou os braços em cima do peito e ao ouvir a resposta negativa, Gale levantou as sobrancelhas ao mesmo tempo que deu as costas irritado por não encontrar quem ele procurava.

— Meu assunto, é com ela — Respondeu presunçoso virando de leve seu pescoço, o que fez Peeta se arrepender por ter desperdiçado com ele fatia de sua simpatia.

Assim que fechou porta, ele pensou em ligar para Katniss, não queria que de forma alguma aquele calhorda do procurador atrás dela. Ela era sua e de mais ninguém.

Discou seu número, mas novamente, pela vigésima vez naquela noite ela não o atendeu.

Ela ainda estava magoada. Magoada, sensível. Nesses últimos dias elehaviam se desentendido na mesma quantidade de vezes que precisavam se entender e isso era consequência da oportunidade que conseguiu em passar mais que três dias juntos. E mesmo ela oscilando o humor a cada minuto ele se apaixonava mais e mais pelo fato dela ser incansavelmente apaixonante.

E apesar, de precisar respirar ar fresco na maioria das vezes que eles iniciavam uma discussão boba. Ele não conseguia ficar por muito tempo longe. Não por vontade própria.

Ela com a gravidez já evidente ficava cada dia mais linda, até mais que na maravilhosa noite que eles se conheceram em Washington.

Katniss seria daquelas gravidas que engordavam apenas na barriga. Ela tinha hábitos saudáveis. Exercitava-se até demais para seu gosto e se alimentava de três em três horas. Sua vida era seguida por uma cartilha.

Nada de gorduras trans e coisas com glúten.

Ou era. Até a gravidez impulsiona-la ter vontades que o fazia levantar da cama no meio da noite e ir até ao supermercado mais próximo a eles. O que ele não reclamava, já que depois ela passava parte da noite o recompensando com seus lábios quentes e uma forma diferente que apenas ela sabia fazê-lo se sentir pleno.

Perdido em meio de seus pensamentos, ele subiu as escadas com intuito de tomar um banho. Ligaria para Mérida apenas no dia seguinte. A moça havia retornado para Springfield que ficava há algumas horas dali, fora difícil convence-la retornar para sua cidade. Só conseguiu depois de prometer, mesmo longe ele não faria outra coisa além de pensar nela e, enquanto ele passava seus últimos dias de folga, Cato e Joe estava na cola dela.

 Relaxado após o banho, Peeta caminhou até o quarto do bebê e reiniciou a montagem do berço. O lugar estava ficando gracioso para sua menina que daqui a alguns dias já estaria entre eles.

Ele não podia negar, sua chegada causava certo alvoroço no peito. Medo. Inexperiência. Um rompante de emoções e sentimentos que se intensificava a cada dia. Uma vontade, coragem de fazer o mundo ser o melhor só para aquele humano completamente indefeso e gerado a partir dele pudesse viver infinitamente, longe do perigo, da guerra, da maldade que o mundo reserva.

Tinha receio até mesmo sua responsabilidade para formar seu caráter. Ele e Katniss seriam a base de tudo e ambos trabalhando em meio ao perigo, causariam certo desequilíbrio no lar deles, mas quanto á isso, esperava que resolvessem com o tempo. Já que seus primeiros meses, Katniss apenas cuidaria do bebê.

Com a furadeira, logo o monte de madeira havia ganhado forma de um berço branco, gigantesco... Minutos depois ele já havia também, perfurado as paredes, instalando nela, prateleiras, onde eles guardariam os brinquedos que sua criança iria ter.

— Um BERÇO?  — gritou a menina de tom de pele branca leitosa, com a respiração acelerada por ter ganhado a aposta de quem chegaria primeiro, até o andar de cima da casa do irmão.

— Amber!!! — Peeta desligou o aparelho barulhento e retirou os óculos de proteção. — O que faz aqui? — sem responder Amber que tinha apenas doze anos pulou no pescoço do irmão, distribuindo beijos babados sem economia.

Peeta dizia odiar. Mas, na verdade ele adorava aquilo.

— Me diz de quem é esse berço? Me diz, me diz — ela estava eufórica, olhando ao redor do quarto...

         — Com quem você veio? — Peeta sorriu desconcertado e limpando o suor das mãos numa flanela que ele havia encontrado pelo chão.

         — Com a mamãe, estão subindo. — ela semicerrou os olhos — Quem engravidou, Peeta Mellark? Você não usou camisinha...

Peeta levantou as sobrancelhas, intrigado o quanto sua irmã de doze anos estava antenada no assunto. Sua filha só ficaria ciente do assunto depois que ele morre-se, pensou.

— Onde aprende essas coisas, pentelha? — ele a puxou para fora do quarto e fechou a porta logo em seguida.

Ao descer as escadas, com Amber ainda curiosa, tagarelando em seus ouvidos, ele encontrou Nissie, sua madrasta, abrindo a dispensa para guardar as compras que ela como de costume fazia para ele.

— Você fez compras? — ela estava de costas tentando encontrar um espaço para guardar os enlatados e os farináceos. — Comida saudável? — questionou incrédula, pois com a vida agitada, ela se prontificava a cuidar dessa função. Porém, estranhou encontrar a dispensa farta demais para alguém que costumava se empanturrar de comida congelada.

— Oi, madrasta, também estou com saudades— ele se aproximou com um sorriso no rosto.

— Se estivesse, teria ido nos fazer uma visita — retrucou fingindo estar zangada. — Há dois meses que não me faz uma visita... Isso tudo porque é um dos caras do governo? Não tem mais tempo pra sua família? — Peeta a abraçou, Nissie não era sua mãe de sangue, mas era o mais próximo que ele tinha da família. Na verdade ela e suas irmãs eram tudo que ele tinha, antes de conhecer Katniss.

— Peeta engravidou alguém — gritou Cloe, entrando pela cozinha ao lado de Amber que usava a camiseta da banda preferida do pai deles.

Rolling Stonnes!

— Você fez o quê? — Indagou Nissie em um tom de espanto e olhos miúdos arregalados, ao mesmo tempo em que o soltou para encara-lo.

 

♡♡♡♡

Como tudo havia acontecido?

Essa fora a pergunta que ele havia se feito, para conseguir, contar a Nissie sobre Katniss e o bebê.

Atenta, sem se pronunciar, Nissie escutou palavra por palavra do resumo que ele havia feito. E durante sua fala, ela pôde ver em seus olhos, nas suas palavras certas e precisas o quanto ele estava apaixonado pela misteriosa mulher que havia arrebatado o coração de seu filho.

Seu filho! Ela o amava como tal.

Peeta não tinha costume de chama-la de mãe. Na verdade isso não era culpa dele e sim das regras impostas pelo pai.

Um homem fechado, devido às baixas que teve em sua vida e consequente, regrado, obcecado pelo trabalho que o obrigava a ser um fantasma para o filhos e a jovem ex mulher, que logo entendeu, que ele jamais ficaria disponível para ela, como um dia fora para Magareth, mãe de Peeta.

— Quero conhece-la — ela disse olhando paras as suas gêmeas que estavam jogadas no sofá de Peeta, dividindo os fones de ouvido. Escutando talvez as canções favoritas de Robert.  As meninas, diferente do irmão, eram apaixonadas pelo pai, que mesmo ele ainda sendo distante, era encantador.

 Nissie e Peeta já tiveram diversas contradições quanto ao relacionamento inexistente dos dois que não faziam esforço algum para melhorar o convivo entre os dois. E ela realmente estava cansada de ser a ponte que os interligava. Achava que deviam esquecer o passado e tentar viver, pelo menos cordialmente no futuro. E talvez, agora com uma situação parecida, tinha esperança que pai e filho no mesmo destino, entendesse um ao outro e pudessem se resolver.

— Seu pai estará na cidade — ela disse apreensiva, esperando uma contestação dele — nos próximos dias — continuou comedida esperando que ele a cortasse — Posso organizar um jantar? — ele não o fez — Assim a conhecemos...

Ele ficou em silencio. Queria esse encontro? Não se lembrara da última vez que ficou cara a cara com o pai que ele chamava de Robert Mellak, o poderoso secretário de defesa dos Estados Unidos.

— Que tal? — ela insistiu novamente.

 Peeta sempre fugia dos encontros de família quando sabia que no momento o pai estaria presente, mas agora diante de sua nova situação sabia que não poderia fugir do reencontro para sempre. Não era justo com Katniss. Não era justo com Cloe e Amber que, por um motivo quem nem mesmo ele sabe, as distanciasse de sua família, ou que sua criança não conhecesse seu único vinculo de sangue.

— Vamos marcar — respondeu surpreendentemente sereno. — Assim que ela querer me ver novamente.

Peeta suspirou, e encostou as costas na cadeira. Então, Nissie notou que já havia um novo problema.

 

♡♡♡♡

 

— Se resolva com ela — orientou Nissie assim que suas meninas concordaram que era hora de partir, e deixar o irmão mais velho consertar fosse o que fosse que ele tinha feito a uma gravida indefesa.

— Eu vou — ele fechou a porta do banco de trás, após Cloe sentar sonolenta. — Dirija com cuidado — ele recomendou por morar no subúrbio e por ser tarde da noite, era passível que elas se deparassem com algum animal silvestre perambulando pela rodovia.

— Pode deixar — Nissie gritou dando a ré, enquanto Amber acenava um sinal de despedida na direção do irmão.

Sozinho, com os vagalumes e a lua clareando a noite. Peeta vislumbrou o céu coberto de estrelas, poderia afirmar que havia mais estrelas que nos últimos dias e desejou. Desejou, absurdamente que Katniss estivesse presente, com a cabeça apoiada em seu ombro, enquanto discutiam pela milésima vez, qual seria o nome do bebê.

Idiota! Disse a si mesmo e entrou  para dentro da casa ciente que não conseguiria dormir, então,  resolveu se ocupar com o trabalho, acessou o e-mail e o sistema da agencia onde ele conseguiu por meio de um satélite localizar o paradeiro dos colegas da equipe.

Entediado, ele ponderou novamente sua vontade de ligar para Katniss. Pensou melhor e decidiu que iria explicar que Oliver era apenas um disfarce, ou melhor, o passaporte que ele precisava para que conseguissem ficar juntos.

 

♡♡♡♡

 

Assim que os primeiros raios solares entravam pelas frestas de sua janela. O Mellark abandonou os lençóis brancos que continham o aroma de sua amada e antes de entrar no banho checou o telefone. Havia duas ou três mensagens de Mérida marcando um encontro pra aquela noite. No qual ele teve de recusar, visto que finalmente ele conheceria o pai da sua noiva. Isso se ele conseguisse esclarecer com ela os fatos.

Assim que conseguiu uma desculpa convincente, onde alegou ser impossível se deslocar até Springfield, devido á um problema no trabalho, Peeta tratou de cuidar de sua rotina. Dirigiu até o centro de polícia, treinou tiro o alvo e depois um pouco de artes marciais.

Apenas quando uma ex “amiga” da polícia que ainda ficava no seu pé chegou ao local. Decidiu encerrar o treino. Nem esperou para usar o banheiro coletivo, evitando o reencontro, no qual ele teria de fingir simpatia. Algo que ele não estava nem um pouco a fim de destilar naquele dia.

Em casa, ele preparou seu almoço. Um suculento bife acebolado acompanhado de outros condimentos. Ele não era um bom cozinheiro. Mas, se dava bem quando era necessário enfrentar as chamas do fogão moderno que a jovem arquiteta que ele havia contratado, escolhera para ele.

Ansioso, tentando ocupar a mente com diversas atividades, ele aparou a grama, cuidou das flores de Katniss e depois se dispôs a remover as câmeras de segurança que ainda estava em excesso pela casa. Retirou da sala, dos demais quartos, da cozinha e da dispensa. Katniss tinha razão, o local estava parecendo cenário de Reality Show.

Suspenso em uma escada, ele resolveu reinstalar as câmeras restantes na parte externa. Quanto mais vigilância, melhor. Aquela região era tranquila. Nunca ouvira falar de assaltos ou algo do tipo, porém preferia se precaver que remediar, já que katniss teimava em querer passar as noites na casa, mesmo na ausência dele.

Assim que terminou o árduo trabalho, quis testa-las, então acessou seu sistema de segurança e assistiu o que ele queria na tela. Porém, notou que uma das câmeras antigas não funcionava, resolver dar replay para verificar desde quando o sistema apresentou falhas. O que não foi não foi uma boa ideia. Não para Katniss que havia acabado de fazer seu coração disparar de ódio com a imagem que ele enxergava na tela.

 

♡♡♡♡

 

Mais calma foi à forma como Katniss havia acordado naquele dia. Ela estava mais calma, apesar das angustias e dos medos que passar ao lado de Peeta na outra noite. Depois que saiu da casa dele não foi direto para sua, dirigiu sem rumo, até pedir arrego na casa dos pais, conversou com a mãe sobre suas inquietações e por fim dormiu recebendo os carinhos do pai que havia retornado de uma longa viagem.

         O senhor Everdeen, no primeiro momento que colocou os olhos na filha percebeu nela algumas mudanças. Mas, no entanto, resolveu ignora-las, pois katniss fora sempre sua garota exemplar, mesmo ele não sendo o melhor exemplo de pai de família.

— Tem certeza que vai ficar bem, querida? — perguntou ele, levando katniss até a porta.

— Vou sim — respondeu ela, tentando demonstrar algum fio de animação — Até o jantar estarei melhor. — ele beijou as mãos dele.

— Tem certeza? É o Gale? — ele sabia que não era, porém resolveu arriscar, fazia tempo que não via tamanho desanimo face solene da filha mais velha que ele se preocupava mais que qualquer coisa no mundo. — Sua mãe me contou de um novo namorado... — ele soltou o segredo ele que havia prometido à esposa não falar.

— Ela te contou?

— Não há segredos num casamento querida, ainda mais quando as informações se referem a minha filha — John sorriu e colocou as mãos no bolso. — Quando vou conhecê-lo?

Katniss gostaria de responder com exatidão. Mas, não sabia se a raiva que sentia dele já havia passado.

Não, não iria, não até ele esclarecer de uma vez por todas quem era aquela mulher que o ligava o tempo todo.

— Espero que esta noite — ela beijou as mãos do pai e caminhou até o carro.

Durante o caminho que ela percorrera para chegar ao trabalho, ela cogitou por inúmeras vezes desvia-lo e ir à direção da residência de Peeta.

Dormir sem o corpo dele ao lado já era algo que com pouco tempo ela já havia se acostumado. Mas, dormir sabendo que ele talvez, não era o que ela pensava, ou melhor, ele confirmar que definitivamente ele só era um cafajeste, metido, pegador, que tinha uma mulher por cada distrito que ele passava, a fazia ter ódio de si mesma.

Odio por se deixar levar.

Ela não aceitaria. Não mesmo. Se ele achava que ela se tornaria o tipo de mulher que tolerava deslizes como aquele estava completamente enganado. Nem o forte sentimento que nutria era suficiente para sobrepujar sua própria dignidade.

Kattnis era uma mulher forte. Demorou em saber disso e agora que tem a total convicção, não seria uma gravidez que lhe tornaria novamente refém de um relacionamento falido. Era corajosa o suficiente para criar uma filha sozinha.

Mas, pensar nisso doía. Doía só de pensar que ele estava tendo um caso. Que suas juras de amor não passaram de estratégias... Para que ela fosse a garota fixa que sempre o esperaria depois de um longo dia de trabalho.

 Decepcionada, por ele ser exatamente como Gale.

Não queria, não devia compara-los. Mas, a aquela altura era difícil não o fazê-lo.

Gale.

O Cara que ela havia namorado e até mesmo tensionado se casar, porém enfeitiçada por um majestoso olhar azul caribe, ela o havia passado para trás.

Talvez fosse isso, pensou.

 Era a vida, devolvendo a ela, com a mesma moeda a cafajestada que ela havia feito com Gale.

Desconsolada, ela dirigiu até o prédio público onde trabalhava, no estacionamento, passou pelos colegas de trabalho que dentro do elevador conversavam sobre a vitória do Chicago Bulls, o time do seu pai e Peeta.

Quando o elevador se abriu os demais engravatados lhe deram passagem, fazendo a de longe avistar Boggs e o restante da equipe concentrados no painel altamente tecnológico que indicavam vários pontos do país. Se ela não estive grávida estaria junto deles. Fazendo sua carreira. Colecionando missões bem sucedidas e promoções dentro da agencia.

Mas, sua realidade, era diferente. Porém, não iria reclamar.

Conformada, ela deixou a bolsa no armário de ferro que ficava atrás de sua mesa e se apressou em ligar o notebook.

Bocejou pela noite mal dormida e desejou ocultamente uma fumegante dose de café acompanhado de creme. Se pudesse tomaria mais que uma xicara de café. No entanto, devido as suas restrições, ela apenas tomou um copo de agua acompanhando o coquetel de vitaminas, receitadas pela medica obstetra que era sua irmã.

À medida que o tempo ia passando, ela se forçava a se concentrar no trabalho que parecia brotar magicamente em sua mesa. Analisava as evidencias das missões em andamento e ao final de cada uma delas montava os processos que passariam a ser jurisdição do FBI e da procuradoria. Eram crimes federais que há pouco tempo ela descobriu que seriam investigados por Gale, o procurador responsável daquele departamento.

Ao saber disso ela se perguntou, se Boggs, realmente havia a colocado naquele cargo pelo estado gestacional ou se ele era mais um que havia correspondido há algum favor de Gale. Tinha vontade de perguntar, mas não o fez, já que quaisquer das respostas não fariam diferença.

Por um momento, ela pensou nele, e mesmo sentindo- se livre do antigo sentimento que nutria no peito. Não conseguia, deixar de sentir-se desacorrentada como um todo.

— Oi, gordinha... — Johanna entrou de supetão pela porta.

— É você? — Katniss balançou a cabeça esquecendo seus pensamentos. — Gordinha? — questionou zombeteira, sabia que logo as pessoas perceberiam o quanto suas roupas já estavam justas.

— Sim, está imensa — disse Johanna depositando duas xicaras de café fresco.

Katniss tirou os óculos de leitura e a amiga sentou-se em sua mesa.

— Obrigada pela delicadeza.

— De nada... — elas ficaram se olhando, Johanna na verdade esperando que ela apenas confirmasse o que ela suspeitava a algum tempo. — E aí? — ela virou a xicara de café na boca e esperou que Katniss conclui-se sua suspeita de uma vez por todas.

— E ai, o quê?

— Como você está? — ela sentou-se na cadeira de frente a mesa de Katniss — Quase não estamos nos falando, você tem estado ocupada demais com essa tralha — apontou para o monte de papel na mesa — Nem aos treinos está indo. O que está acontecendo, hein?

— Ah, sim — Katniss sorriu maliciosa, adorava deixar Johanna curiosa. Elas eram amigas. Não aquelas amigas que segredavam tudo uma para outra. Até porque não era preciso. Eram tão parecidas que conseguiam detectar quando algum alarme disparava.  — Você não sabe? — ela arqueou a sobrancelha — Cato não te contou?

— Por que aquele pé grande me contaria alguma coisa?  Nunca mais o vi.

         Katniss gargalhou com a afirmativa no qual ela já sabia que era uma mentira.

         — Certeza? E aquele jantar de apenas uma velinha sobre a mesa que  ele organizou?

         — Ele contou ao Peeta? — ela rosnou — Desgraçado...

Joahana o xingava enquanto katniss ria das caras e bocas que ela fazia. Sentiu saudades disso. E com seu estado sensível agradeceu mentalmente por ela não ter aceitado a ida para o Washington. Precisava da nova amiga. No meio de tudo aquilo que era tão novo para ela.

— Eles são uns fofoqueiros.

Katniss concordou, viajando no tempo, não queria, mas não conseguia deixar de remoer o aconteceu na outra noite.

— O que foi? — percebendo o semblante da amiga, Johanna sentou-se corretamente na cadeira. — Por que não conversa comigo? — ela olhou no seu relógio — Ainda tenho quinze minutos...

Katniss precisava urgentemente daqueles minutos.

 

♡♡♡♡

 

Assim que Johanna se foi contente, por finalmente ela ter revelado a gravidez, Katniss entrará numa reunião que durará exatamente duas horas. Duas horas onde ela precisou ficar de pé enquanto ouvia o assessor de Gale falar de forma ininterrupta como o FBI tinha de compartilhar com ele todas as informações possíveis e um monte de outras baboseiras.

         Assim que ele terminou sua apresentação, ela deixou a sala e vislumbrou na tela do seu celular mais chamadas perdidas de Peeta, a quem ela quis muito retornar, e teria feito, caso alguém não tivesse dado dois toques na porta.

         — Entra — respondeu concentrada no que fazia. Só levantou o rosto quando viu que voz não era de seu chefe e sim de Gale!

— Tem um minuto pra mim?

— Claro — Ela respondeu estranhando a visita dele, visto que segundo o último contato entre eles, soube que ele havia tirado alguns dias de licença. A família do rapaz era de origem húngara, então para seguir a tradição, após o velório solene, com a presença de outras autoridades, a família decidiu que o sepultamento do pai dele ocorreria em terras húngaras, junto dos outros integrantes da família.

— Como está? — Ela perguntou apenas por educação e pela feição cansada dele, se arrependeu pela infame pergunta.

— Na medida do possível — exclamou tom de lamento, com as costumeiras mãos dentro do bolso de sua calça social. — Você não foi!!! — lamentou novamente sobre a ausência.

Durante as semanas que passara o rapaz, havia deixado uma mensagem no celular dela, pedindo que apenas por consideração ela aceitasse viajar com ele.

Katniss, por um momento até considerou a possibilidade, pois achava que apesar de não estarem mais juntos, o respeito que sempre teve com ele e a família pedia por isso.

Mas, devido a sua condição física, enjoos que não cessam nem por um segundo. Passar horas dentro de um avião não seria um boa ideia. Ela recusou.

E tinha Peeta.

Tinha certeza que ele não se oporia, mas também tinha certeza que ele não comemoraria novidade com uma garrafa de espumantes.

Então, ela apenas telefonou para Hanzelle. Ficaram horas se falando. Ela tentando com sua bondade e inexperiência, consola-la com palavras de carinho.

Era inútil. Ela sabia. A dor de perder alguém não poderiam ser curada com palavras. Apenas o tempo poderia preencher o espaço que havia sido aberto no peito.

— Estou tendo muito trabalho...  — ela apontou para a pilha de processos em sua mesa. — Se tivesse ocorrido aqui, eu teria ido.

— Se fosse apenas esse motivo eu tinha falado com Boggs.

— Eu...

— Seu namorado não deixou? — O tom de Gale era rude.

— O quê?

— Me deixou pra ficar com um cara que coloca rédeas e dita o que fazer?

O rosto de Katniss ruborizou ao ouvir sua fala.

— Ele não faz nada disso.

— Namoramos por anos. Precisei de você ao meu lado nesse dia e o único retorno que tive de você foi uma ligação. Então, me diz por que não foi? Eu te esperei...

— Eu não disse que iria Gale, eu tenho uma vida, não posso abandonar tudo pra viajar pra Hungria assim do nada. Não somos mais eu e você. — Ela colocou a mão na barriga que estava perceptivelmente redonda.

Ele encarou aquilo com cara de poucos amigos.

— Achei que já estávamos esclarecidos, Gale. — ela disse sem entender o porquê ele insistia tanto em não entender.

— Eu nunca vou entender... — disse ainda rude, seco, como ele costumava ser na maioria das vezes. — Nunca. — repetiu e sem mais delongas, ele saiu pela porta, chocando-se com alguém que naquele momento estava prestes à abrir a porta e com a raiva saindo por todos os poros de sua pele, ele lançou uma pergunta à Peeta. Crente que sua fala levaria um embate entre ele e Katniss.

— Tem certeza que esse filho é seu?


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