Her Slave escrita por nymphL


Capítulo 4
IV - Mashiro junta dois com dois


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Sei que o combinado era postar às terças, mas como amanhã não terei tempo, já estou adiantando o serviço hehe xD Sei que eu poderia programar, mas já vou postar logo hoje, okay?

Eu fiz uma commission dessa primeira cena e, admito, estou ansiosíssima pelo resultado. Assim que estiver pronta, divulgarei nas minhas redes sociais e colocarei aqui o link também.

Como sempre, adoraria saber a opinião de vocês, caso alguém além da Flávia, ainda leia essa fanfic hahahaha

Ah, Shachou significa Presidente em japonês, ok?

Boa leitura!



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“É PEGAR OU LARGAR!" 

Estava decidida. Embora estivesse muito bêbada para mencionar algo na noite passada, Mashiro havia prestado bastante atenção à conversa que ocorria dentro do escritório de Kensei.  

Todo mundo tem seu preço. 

Ou fora o que achara que ouvira. Não sabia qual era o preço de Kensei, se é que ele tinha realmente um; a ideia de que todos tivessem um preço lhe parecera um tanto absurda de primeira. Pensara em algo relacionado ao dinheiro, valores de moeda propriamente falando, e se perguntara quanto em dinheiro Kensei poderia querer pelas fotos. 

Passara parte da noite acordada pensando nisso — depois que acordara morrendo de dor de cabeça. E mesmo quando deixara o conforto de sua cama pelo solo duro e as intermináveis batalhas com hollows no Rukongai não conseguia deixar de pensar nisso. Estava exausta agora só de pensar no quão pouco dormira —, mas não fora capaz de chegar a nenhuma conclusão.   

Quanto Kensei poderia querer para tirar as fotos? Quanto? Quanto? Quanto? Então se tocou... Se Kensei realmente quisesse algum valor em dinheiro já teria aceitado a proposta da Associação Feminina de Shinigamis ou da Equipe de Comunicação da Seireitei.  

Se não estava enganada, ambas as Associações ofereciam uma certa soma para seus modelos. Se Kensei rejeitara ainda assim é porque não estava interessado em dinheiro. Além do mais, se o seu pagamento já era bom, mal podia imaginar quanto seria o de Kensei. O dobro do seu, provavelmente.  

Então percebera que o todo mundo tem um preço, poderia se referir a valores não monetários e materiais também. Como, por exemplo, Matsumoto e as fotos que ela pensara que seriam expostas por aí. Graças a Kami não seriam! E Mashiro rapidamente percebeu que ela tinha um preço também: não queria que soubessem de sua relação com Kensei-sama. Afinal, nem ela sabia que tipo de relação que tinham também. 

Mas era diferente quando se tratava de saber o que estava na mente dele. O que diabos ele poderia querer?  

Com o dedo no canto da boca, martelava a ideia em sua cabeça. Havia algo que ele queria? Algo que ela estaria em posição de oferecer? Pensou em seus beijos trocados nos momentos mais inoportunos... Na calada da noite antes que pudessem se retirar para dormir... Depois de um dia ou reuniões estressantes... Ou simplesmente quando ele parecia ter vontade de beijá-la até que ela ficasse sem ar.   

Ela também rapidamente aprendera que se quisesse um beijo e não pudesse pedir — nunca tinha coragem, era tímida demais para isso ou apenas temia evocar o efeito contrário —, era só falar demais, irritá-lo demais, que ele a beijaria.  

Mas seria isso o suficiente para negociar com ele? Para colocá-la em posição de negociadora?  

“Com quem você andou aprendendo isso?” 

Era óbvio que tamanha ideia nunca, nuncapoderia vir de Mashiro. Ela era muito inocente para surgir com uma coisa dessas. Ou burra, como preferia definir. Se havia algo que ele sabia que ela não tinha aprendido, era manipular as pessoas de tal maneira. Com seus gritos, talvez, mas nunca com propostas e trocas. Mashiro vencia pelo cansaço, não pela estratégia.  

A resposta não veio de cara. Ela mordeu o lábio e olhou para baixo, mas de súbito o encarou. 

“Ora, Kensei bobo!” E aquela expressão de songa-monga estava de volta à sua face. “Euzinha!” 

Euzinha... A resposta fez com que ele trincasse os dentes. Óbvio que não viera dela. Trocar seus beijos pelas fotos que ele já negara uma centena de vezes? Nunca que Mashiro surgiria com tal acordo sozinha.  

A verdade é que estava irritado com a possibilidade de alguém corrompê-la. A mulher a sua frente não era a Mashiro que conhecera por séculos.  

“Foi a Matsumoto Fukutaichou?”  

Ela negou com a cabeça. 

Não adiantava o quanto perguntasse, ela sempre iria dizer que surgira com a ideia sozinha. Que pensara nisso durante a noite toda. E quanto mais ela se afirmava como autora daquele acordo surreal, menos ele conseguia acreditar nela.  

“Eu me recuso,” respondeu, assinando mais um relatório que Hisagi deixara em sua mesa. Passara a manhã inteira assinando documentos enquanto Mashiro, sentada no canto da grande mesa, tentava convencê-lo a tirar as fotos. 

Coagi-lo. Essa era a melhor palavra para definir o que ali ocorria.  

“Não vou compactuar com esse seu plano,” estressou o pronome possessivo, numa tentativa de deixar claro que não acreditava nenhum pouco na autoria dele. Com um sorriso arrogante, afastou-a, sem muito cuidado, alcançando a primeira gaveta. Nela estavam guardados vários pacotes de biscoitos amanteigados com raspas de limão — o melhor presente de aniversário que Kensei poderia ganhar. Pegou dois deles e enfiou diretamente em sua boca. Por um momento, não prestou atenção em mais nada, apenas no derreter dos biscoitos em sua boca.  

Por Kami! Estava no paraíso!  

A reação dela diante de sua recusa foi inesperada. E só confirmou o que ele acreditara. Mashiro era muito ingênua para surgir com tal plano. 

“Hein?” 

Foi o único som a sair de sua boca. Uma expressão de completa confusão tomou conta de sua face. Seus olhos castanhos pareciam perdidos nos dele. Ela estava toda perdida. 

O que fazer? Como proceder diante da reação de Kensei? Supostamente ele deveria ser o único atordoado, o único a implorar por seus beijos. 

Mas ele dissera não. 

Que estranho! 

Mashiro tocou os lábios com o dedo indicador e assumiu uma postura pensativa. O que fazer? O que fazer? O que fazer? 

“Nah, Kensei... Eu não entendi!” 

“Eu me recuso,” ele repetiu, plenamente satisfeito com a expressão horrorizada, além de confusa. Se estivesse certo, e ele acreditava que sim, sua co-tenente marmota não sabia como proceder a partir de sua recusa. Pegou mais dois biscoitos e os mastigou com uma expressão profundamente satisfeita. 

Provavelmente, Matsumoto Rangiku apenas dissera que bastava dizer que só o beijaria caso ele aceitasse tirar as fotos. Mas não dissera o que fazer caso ele se negasse, caso não concordasse com aquele acordo ridículo que só tentava usá-lo e desconsiderava suas vontades.   

A ingenuidade da papagaia louca e o fato de que ela não sabia o que fazer, como reagir, só comprovavam sua tese. A ideia nunca viera de Mashiro. 

Isso provava outra coisa, também. 

A câmera em seu quarto não fora ideia da papagaia louca. Ok. Ela a colocara ali, mas a ideia não partira dela. Ao contrário, provavelmente Matsumoto tinha dito que ele nunca descobriria, ou que tudo bem invadir a privacidade de alguém daquela maneira. Ingênua que era, Mashiro caíra feito um pato nessa história toda.  

Já não sabia se tinha raiva dela por agir sem pensar ou simplesmente fazer o que os outros lhe diziam — mas nunca o que ele dizia —, ou com a tenente maliciosa da Décima Divisão. 

O que sabia, por certo, é que a visitaria em breve e que a faria ficar bem longe de Mashiro. Já tinha problemas o suficiente com a marmota agindo sozinha, em bando...  Impossível! 

“Kensei, vai me ignorar de novo?” 

Ele nem teve tempo de responder, pois no mesmo momento, uma borboleta infernal invadiu a sala e pousou em seu dedo.  

### 

Durante toda a reunião de Capitães e Vice Capitães, Kensei não pode deixar de se perguntar por onde andava Matsumoto, a maliciosa tenente do Décimo Esquadrão. Ao seu lado, Mashiro e Hisagi se mantinham em silêncio enquanto o Comandante Geral Yamamoto se pronunciava.  

Na verdade, Mashiro estava quase dormindo ao seu lado enquanto o velhote discursava. Kensei estava grato por ter Hisagi por perto para acordá-la, porque ele, provavelmente, a sacudiria até que seu cérebro ou entrasse no lugar, ou derretesse de vez. 

A segunda opção era a mais plausível, porque a marmota nunca teria seu cérebro funcionando corretamente. 

Com uma fungada baixa e irritada, ele a empurrou levemente para o lado, fazendo com que ela acordasse abruptamente. Sabendo que estava pronta para soltar um NaaahKeeenseeei!, ele se pronunciou, aceitando uma nova ramificação da missão que já estava lhe dando muita dor de cabeça. 

“No meu entendimento, a Nona Divisão já está suficientemente ocupada com o caso dos Hollows no Rukongai e Mundo Real.” 

“Hai, SouTaichou,” Kensei aquiesceu, pensando que na próxima oportunidade deixaria Mashiro cair no chão com um baque sonoro. Talvez, ao quebrar a cara, aprendesse a dormir menos nos lugares mais inapropriados. Não dormir, claramente, não era uma opção plausível. 

Como ela conseguia? 

“Então...” Embora todas as faces permanecessem impassíveis, era óbvio que todos estavam curiosos a respeito da decisão do Capitão da Nona Divisão. Simplesmente não fazia sentido encaminhar seus tenentes para um distrito afastado no Rukongai completamente infestado de hollows quando tinham que identificar as causas no Mundo Real também.  

“Yama-jii,” Shunsui interrompeu. “Kuna Fukutaichou tem lidado razoavelmente bem com a missão até o momento. Basta ler o último relatório que ela enviou.” 

Nanao estava chocada. Olhou para seu Capitão e suspirou em derrota. Como ele se atrevia a ler o relatório de outra tenente, mas não lia os seus? Ah, mas ele ainda haveria de se ver com ela! 

“Eu tenho outra sugestão.” Ukitake falou, um sorriso gentil em sua face ao encarar Mashiro. Entendia que ela estava cansada, afinal não era fácil dar conta de invasões de Hollows na Soul Society e no Mundo Humano. “Remova a atribuição de Karakura dada à Kuna Fukutaichou.”  

“Explique-se.” 

“Passe a tarefa para Rukia-san. De qualquer maneira, a cidade de Karakura sempre esteve sob a nossa jurisdição.” 

Yamamoto pareceu pensar por um tempo sobre a sugestão de Ukitake. Se a Décima Terceira Divisão cuidasse da cidade, então a Nona ficaria inteiramente responsável por cuidar da situação na Soul Society. No Rukongai, diversos ataques ocorriam diariamente e, sendo as almas indefesas em sua maioria, era dever da Seireitei garantir sua segurança — como o esquadrão de proteção da Seireitei, era esperado que executassem tal trabalho sem maiores interrupções.  

Se não tomassem medidas que resolvessem de uma vez por todas a questão de Hollows invadindo a Soul Society, logo enfrentariam um problema mais sério: a queda no número de almas, o que poderia afetar o escasso equilíbrio sob o qual os três mundos, Soul Society, Mundo Real e Hueco Mundo, coexistiam.  

“Está decidido!” Bateu sua Zanpakutou no chão. “Entretanto, caso Kuchiki Rukia não consiga dar conta de sua missão, então Hitsugaya Taichou e Matsumoto Fukutaichou...” Todos olharam para o Capitão da Décima Divisão que se encontrava sozinho, “deverão assumir o caso.” 

Hitsugaya concordou com um aceno de cabeça, bem como Mashiro. Estava aliviada por poder dar conta de um só lugar, ainda que a ideia de assumir o Mundo Real tivesse partido dela própria. O quê? Não imaginara que ficaria correndo de um lado para o outro feito uma louca! Só queria comprar o presente de Kensei! 

“Ainda...” O Comandante Geral se pronunciou, fazendo com que todos voltassem suas faces para ele. “É necessário que um Tenente de outra Divisão esteja pronto para auxiliar Kuna Fukutaichou quando necessário. Abarai Fukutaichou e Kira Fukutaichou...” 

“Sotaichou,” Kensei o interrompeu novamente. Uma missão com dois preguiçosos como o tenente Abarai e Mashiro nunca daria certo. “Eu acredito que a missão exija a presença de um Capitão.” 

Considerando a atual situação no Rukongai, sua sugestão não era de todo ruim. Além do mais, se houvesse que deslocar uma Divisão, que fosse a sua que já estava envolvida no caso. E se havia um momento para questionar Mashiro e a proposta daquela manhã, certamente era esse. Não poderia desperdiçá-lo. 

“Certo. Dispensados!” 

### 

Estavam deixando a sede da Primeira Divisão quando encontraram com uma Matsumoto que carregava uma pilha de documentos apoiada embaixo dos seios enormes. 

“Taichou!” soltou um gritinho ao dar de cara com seu Capitão, acompanhado pelo trio da Nona Divisão. Tentou escapar pela lateral, mas Hitsugaya se colocou na sua frente, impedindo que se movesse por um milímetro sequer. 

“Matsumoto!” O tom era de aviso. “Por que você não compareceu à reunião?” 

“Eu... Eu acho que eu dormi... Hehe.” Com um sorriso nos lábios, ela tentava amenizar a situação em que se encontrava. Para Hitsugaya, sua ausência era gravíssima; para ela, uma boa oportunidade para descansar. Bebera muito na noite anterior e dormira pouco... Era seu direito, poxa! 

Estava pronta para ouvir seu nome sendo gritado novamente, quando Hinamori se aproximou deles e levou consigo seu irritado capitão. Suspirou em alívio, acreditando que estaria livre, quando foi parada pelo Capitão Muguruma. 

“Eu não sei o que você andou enfiando na cabeça da minha tenente...” Murmurou, mão fechada em um punho, este praticamente enfiado na cara e Matsumoto, “mas afaste-se dela. Eu não vou avisar duas vezes.” 

“Eu não fiz nada! Eu hein!” 

“Matsumoto!” Hitsugaya gritou do portão de entrada da Primeira Divisão. “Vamos!” 

### 

“Você fugiu de novo!” Matsumoto apontou um dedo na cara da tenente de cabelos verdes. Mashiro afastou a mão com um tapa e suspirou aliviada. 

“Ele destruiu a máquina!” 

“Porque você foi descuidada!” 

Dessa vez Mashiro ficou quieta. Sabia que ele só havia descoberto a câmera porque fora sim, de fato, muito descuidada. Mas o que poderiam esperar? Que ela invadisse seu quarto e tirasse as fotos enquanto ele dormia? E a qualidade das fotos? Ninguém se preocupava com isso? Orihime-chan, certamente, acharia tal descuido um disparate! 

“Meninas!” Nanao interviu, colocando seus óculos de volta no lugar. “Essa discussão não vai nos levar a lugar algum.” 

“Matsumoto-san,” Hinamori iniciou em sua voz doce, “deixe a coitada respirar!” 

“Nós vamos falir se não vendermos essa edição!” 

“Então por que não arrumamos outro modelo? O Ken-chan certamente não se oporia a tirar as fotos.” Yachiru sugeriu ao entrar na sala em que a reunião ocorria.  

“Shachou!” Nanao exclamou, abrindo espaço para a presidente da Associação.  

Matsumoto revirou os olhos diante da sugestão inocente de Yachiru. Óbvio que a garota o idolatrava, mas quem é que se atreveria a comprar fotos do Capitão Zaraki? — ainda assim, o homem tinha lá suas fãs. 

Antes que conseguisse se controlar, seus pensamentos foram transformados em palavras — a sempre tagarela — o que arrancou uma reação exagerada por parte das shinigamis presentes e uma expressão de não entendi por parte de Yachiru.  

“Deixa pra lá, Shachou!” Nanao interviu novamente, com uma expressão cansada em sua face. Ainda não conseguia entender porque aceitara ser a vice-presidente da Associação. Ao que parecia, ambos os seus cargos só serviam para lhe trazer dor de cabeça. “Kuna Fukutaichou,” chamou, sua voz calma, “você tem condições de levar a missão adiante?” 

A tenente do Nono Esquadrão sacudiu a cabeça negativamente. Se ao menos Kensei houvesse aceitado sua proposta... Não, não tinha a menor condição.  

Ainda não conseguia entender porque ele recusara sua oferta. Parecia-lhe bem justo trocar seus beijos pelas fotos que tanto precisavam para pagar as despesas da Associação. Mas ele simplesmente recusara! Nem ouvira sua proposta direito — se ela fosse realmente sincera, admitiria que nem apresentara uma para começo de conversa. Na verdade, não sabia bem o que fazer, o que dizer... Como prosseguir?    

“Ótimo!” assentiu, virando-se para encarar as demais colegas. “Precisamos de um plano B!” 

Mashiro se sentia péssima por não poder ajudar as garotas. Sabia o quanto a Associação significava para elas, tendo aprendido que a união feminina faz a força ainda no Mundo Real quando se vira rodeada por Lisa e Hiyori. Até então, em sua vida só figuravam homens: Kensei era a figura mais presente de todas, mas havia Tousen — que ainda não havia se revelado um traidor na época —, Eishima, Toudou e Kasaki — todos mortos agora —, que lhe faziam companhia. Ela nunca reclamou de estar rodeada por tantos homens, mas foi só depois de passar a conviver com Hiyori e Lisa é que percebeu a diferença.  

“Kensei malvado... Tããããão malvado!” murmurou para si mesma, mordendo levemente o dedo indicador. “Se ele não tivesse recusado a minha proposta...” 

“Que proposta?”  

De repente, todo o cômodo se calou. Nenhuma shinigami ousou se mover, com medo de perder as próximas palavras da distraída vice-capitã a pensar em voz alta.   

“Kuna-san...” Matsumoto se aproximou dela, um sorriso muito mais do que malicioso em seus lábios. “Que proposta?”  

“Hein?” Mashiro finalmente falou, os olhos muito arregalados. “Que proposta?” 

“Você é que falou sobre o Kensei malvado não aceitar a sua proposta. Que proposta, Kuna Fukutaichou?!” 

Matsumoto sabia que estava tocando o terror em Mashiro, mas, sinceramente, não se importava. Era divertido demais ver os olhos arregalados da tenente à sua frente. Vê-la morder o dedo levemente e tentar escapar de sua insaciável curiosidade.  

Desde aquela tarde, quando encontrara com o Capitão da Nona Divisão e seu aterrorizante aviso Fique longe de Mashiro!, Matsumoto não podia deixar de se perguntar o que estava acontecendo entre os dois. E mesmo que ela tivesse afirmado que não fizera nada à sua co-tenente, ele não parecia lá muito convencido. Ao contrário, parecia certo de que ela estava influenciando Mashiro de alguma forma, de que era responsável por alguma atitude que ela sequer tinha conhecimento.  

“Talvez eu tenha dito que nós poderíamos trocar algo pelas fotos?” 

“Essa coisa por acaso envolveria beijos ou uns amassos calientes?” 

“Hein?” Foi a única coisa que ela respondeu, mas o tom vermelho que tingia suas bochechas não deixava espaço para dúvidas. 

O “oh” a ecoar no cômodo no qual a reunião da Associação ocorria foi uníssono. Algumas delas tinham os olhos arregalados, outras, como a Capitã Soi Fong, demonstraram menos, mas estavam todas chocadas. Por igual. 

“Ah, qual é! Tá na cara que eles têm algo! Desde sempre!” 

Por que, afinal, quem teria uma co-tenente?  

Mais: não era de hoje que viam os dois grudados um no outro. E não parecia um grudado estritamente profissional ou de camaradagem. Kensei e Mashiro sempre estavam prestes a pular no pescoço um do outro. Duas pessoas que clamavam se odiar tanto não poderiam viver tão coladas, né?  

Os cochichos logo se tornaram comentários altos, curiosos; as perguntas vinham de todas as direções. Quando o barulho se tornou quase insuportável, Nanao bateu a mão na mesa com força, exigindo silêncio. Quando todas se calaram, Mashiro tentou explicar, mas o rubor a tingir suas faces era quase não característico de sua pessoa.  

“Bem... Eu tentei negociar, mas ele se recusou.” 

“E o que você fez?” Soi Fong questionou. “No seu lugar, eu o teria deixado inconsciente, teria amarrado, e não soltaria até que ele assinasse um contrato aceitando tirar as fotos.” 

A narração violenta da Capitã fez com que Mashiro arregalasse os olhos. Não tinha pensado nessa alternativa, como fora burra! 

“Ei! Sem violência!” Nanao atalhou. 

“Violência se faz necessária às vezes. Além do mais, ele não morreria se...” 

“O que você fez, Kuna-san?” Hinamori tentou, seu tom de voz gentil cortando o discurso violento da Capitã Soi Fong. 

“O que eu deveria ter feito?” 

A resposta fez com que todas, que a encaravam expectantes, suspirassem em completo desespero. Matsumoto revirou os olhos. Já era de se esperar, estavam falando de Mashiro, afinal. 

Silêncio tomou conta de todas. Mashiro franzia o cenho, realmente não conseguia entender o que deveria ter feito. A princípio, acreditara que a ideia de atá-lo fosse uma boa, mas Kensei nunca cairia em tal truque tão facilmente.  

O que, por Kami, poderia ter feito? 

“Ótimo!” Matsumoto tocou o rosto com o dedo indicador. Sua face se iluminou com um sorriso. “Vamos remediar a situação!” 

“O que vamos fazer, então?” 

“O que você vai fazer...”  

“Isso não vai dar certo,” Nanao comentou, escondendo o rosto entre as mãos. Lá se ia por água abaixo a Associação inteira e tudo que construíram durante anos.  

“Simples... Você vai deixar o Muguruma Taichou doidinho até que ele aceite tirar as fotos!” 

“Hein?” 

“Temos tempo hábil pra isso?” Soi Fong questionou, revirando os olhos diante dos comentários imbecis de Mashiro. Seu plano era tão mais fácil, por que não o aceitavam de cara? 

“Temos tempo para isso?” Mashiro imitou a Capitã. A ideia de deixar Kensei doidinho não lhe era estranha, mas em que termos estava a vice–capitã se referindo? Era o que realmente achava se tratar? 

“Ah, não se preocupe, Kuna Fukutaichou,” Matsumoto sorriu, felicidade irradiando pelos poros. “Nós temos bastante tempo para te ensinar como fazer essa negociação dar certo.” 

Ah, se Kensei acreditava que Matsumoto já estava a corrompê-la, imagina só quando encontrasse com sua co-tenente novamente? A loira riu, a cabeça jogada para trás enquanto seu corpo era sacudido com os espasmos de uma risada longa e vigorosa.   

“A partir de agora a Operação Seduzindo o Taichou é oficial! Vamos, meninas, não temos tempo a perder!” 


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Notas finais do capítulo

E isso é tudo por hoje, pessoal!

Espero que tenham curtido. Novamente, eu adoro essa fanfic e esse casal, poder escrever sobre eles, e sobre Bleach, é sempre uma alegria pra mim, apesar do final do mangá (sempre baterei nessa tecla).

Dessa vez não tem Byakuya, mas tem a Matsumoto, que também é uma delicinha de se escrever sobre hahaha

E é isso por hoje.

Beijinhos!



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