Sweet Canada escrita por Anne P


Capítulo 3
Capítulo 3 ➳ Bem tumblr.




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 Somente com a pequena apresentação fui capaz de capitar as personalidades de ambos, Krista – a garota de cabelos únicos – era extremamente extrovertida de modo que conseguia falar de dois ou mais assuntos diferentes em uma só frase, contudo Derek – o tatuado – era um rapaz reservado que conversava apenas quando a conversa lhe diz respeito, caso o contrario ele era apenas um observador que sorria ou revirava os olhos aos assuntos de Krista. Ambos eram como dois extremos, ou dois opostos.

 Passei todo meu intervalo ouvindo a historia do dia que Krista resolvera ir pela primeira vez em um pub, e assim como Derek soltava sorrisos sempre que chegava às partes engraçadas, seu sorriso era lindo entrava em contraste perfeito com seus olhos negros e as poucas madeixas do cabelo castanho claro que a toca deixava de fora.

 Ao final do intervalo, ambos me convidaram para sentar-me com eles novamente no intervalo de almoço, Krista estava determinada em saber mais sobre mim e Londres, já Derek mesmo que nada indicara que não gostava de minha presença, não parecia fazer muita questão que me senta-se com eles apenas fazia tudo que a falsa ruiva lhe pedia. Pergunto-me se seriam namorados.

 Passei por mais uma aula onde o professor ficava admirado em receber uma aluna transferida de Londres e na última aula antes do almoço, lá estavam eles novamente, Krista e Derek. Era aula de inglês avançado, uma de minhas aulas preferidas devido as literatura clássica e moderna e era uma das poucas aulas que me deixara animada para o primeiro dia.

 Ao ver-me em pé perto da porta à procura de um lugar para me sentar, Krista se levantara e andara até mim com um sorriso no rosto, enlaçara sem braço no meu e guio-me até a carteira ao seu lado. Sorri agradecida pelo gesto e reparei-me Derek nos observava, mas não como antes. Antes ele parecia um misero telespectador observando a cena, agora ele me encarava como se perguntasse mentalmente se eu o estava seguindo.

— É tão legal que tenhamos essa aula juntas. — Começou Krista animada. — Às vezes só a presença masculina de Derek é entediante, já me perguntaram se eu seria lésbica por só andar na presença de machos. — Pós a mão na bochecha em ato de indignação e soltou um risinho que não pude evitar acompanha-la. — Mas agora que esta aqui, terei alguém de interessante para conversar. — Lançou um olhar significativo para o moreno que a ignorara. — Não sei se já te falei mais conversar com Derek não da futuro.

 Não me aguentei e soltei uma gargalhada, que tenho que dizer que há muito tempo não ria assim. — Você também não da futuro, Krista. — Falou a voz forte do moreno e a garota de olhos cor de amêndoa deu-lhe um tapa no braço.

 Quando um senhor de aproximadamente sessenta anos para cima entra na sala e todos os alunos da mesma se calam, ele andou em passos lentos e ruidosos até a mesa onde se sentou e encarou a turma. O que chamava muito minha atenção a esse professor era sua bengala negra cujo na ponta perto da onde o mesmo a segurava ficava o que parecia a cabeça prateada de um dragão.

 O senhor tinha uma cara fechada, sua pele era clara e seus cabelos castanhos eram supostamente pintados. Ele olhou em minha direção e estava me preparando para outra sessão de perguntas de como era Londres e etc. quando ele me surpreendeu ao levantar da mesa e andar em direção ao quadro.

 Ele pegou um giz branco e começou a escrever no quadro de cor verde escura que estava muito bem preservado, Sr. Scott Donnovanh estava escrito em uma letra curvada que lembrava muito minha própria caligrafia quando escrevia rapidamente.

— Você. — Falou apontando a bengala para minha direção e arregalei os olhos em surpresa. — Não pense que vou passar a mão na sua cabeça novata, só por que veio de Londres. Não sou como os outros professores desse colégio que nunca se quer saíram do Canadá. Meu pai também veio de Londres, meu avô então... — Revirou os olhos se sentando novamente na mesa, e olhei ao meu redor...

 Sabe quando se é criança e você espera que seus pais lhe contêm uma grande história, e você fica com aqueles olhinhos brilhantes de expectativa, pois bem era nesse estado que toda a sala se encontrava até mesmo Derek que sempre estava em seu mundo pouco demonstrando suas emoções. — Meu avô esteve na 1° Guerra Mundial Mädchen, e minha tia era uma das judias de Hitler que trabalhava na casa de soldados, não pense que é especial, pois para mim você não é. Agora turma como eu dizia aula passada os clássicos são fontes de espiração para o mundo atual...

 Ele se virou novamente para a louça e começou a fazer alguns desenhos indecifráveis enquanto explicava, tentava seguir sua linha de raciocine-o mais esse professor era completamente... Pirado. — Hey Harper. — Krista chamou minha atenção. — O que é aquele Mipi alguma coisa que ele falou? — Sussurrou em meu ouvido.

Mädchen, seria menina ou garota em Alemão. — Expliquei, parecia que a mesma tinha outra duvida, pois chegara a abrir a boca mais fechara quando o professor virou-se em nossa direção.

 A aula do Sr. Donnovanh era diferente das demais aulas que já tivera no colégio, chegará a ser até a mais complexa do que esperava de uma aula de inglês avançado. Ele explicava e tentava desenhar no quadro ao mesmo tempo e muitos desses desenhos pareciam simples rabiscos para mim – e sinceramente achava que ele daria melhor um professor de filosofia. Ao decorrer da aula pude ver que os alunos não só o respeitavam como os demais professores mais também o admiravam, e me senti excluída por não sentir toda essa admiração pelo mesmo. Ao bater o sinal para o almoço o mesmo pedirá que a turma faça um resumo de um romance da atualidade para a aula da próxima semana.

 Estava a pegar minhas coisas e a sair da sala, quando Krista se aproxima de mim junto ao moreno. — O que achou da aula do Sr. Donnovanh, Harper? Eu amo as aulas dele, as histórias então são maravilhosas. Da pra acreditar que ele tem uma tia que já esteve cara a cara com Hitler, e como eu queria poder saber Alemão tanto quanto vocês dois, você é muito sortuda Harper. — Falava rapidamente, confesso que a esse ponto já tivera até esquecido sua pergunta inicial. — Derek, por que você não vai à frente e guarda nossa mesa, vou ao banheiro com Harper.

 Não tive tempo de reagir antes que a falsa ruiva me puxasse pelo braço em direção ao banheiro mais próximo. Ao contrário de mim, Krista não era a pessoa a ser empurrada, ela era a pessoa a empurrar. Ao entrarmos no banheiro era possível ver mais duas garotas nele, uma era morena com californiana de cor azul já a garota ao seu lado era ruiva, e pelo que parecia seu ruivo era natural. Krista abraçou a morena e deu um beijo na bochecha da ruiva em cumprimento.

 Sentia-me sobrando no espaço, quando a morena de olhos azuis como as pontas de seu cabelo olhará para mim, Krista seguirá o olhar da garota e baterá na testa como se tivesse esquecido se de algo. — Garotas. Essa é Harper a transferida da Inglaterra que eu lhes falei. Harper, essa é minha prima Clark. — Apontou para a morena, que sorriu e fez um rápido gesto com a mão em cumprimento. — E essa é Tiffany, minha vizinha. — A ruiva ao contrário da morena deu alguns passos até mim – já que não estava a uma distância tão grande do trio – e deu um beijo em cada lado de minhas bochechas — Tiffany fez três anos de intercâmbio em Paris, pegou alguns hábitos que até hoje não conseguiu parar. — As bochechas da ruiva ganharam uma coloração rosada, e Krista e sua prima começaram a rir de sua vergonha.

— Gostaria de conversar mais com você Harper, contudo temos que nos apressar para conseguir uma boa mesa, Krista contará que você sabe falar alemão e francês fluentemente. Geralmente quando Tiffany começa a conversar em francês eu não entendo bulhufas que a mesma fala, seria ótimo se eu tivesse outra pessoa por perto pra me dar uma ajuda. — Falou Clark sorrindo gentilmente.

 — Claro. — Tentei dar um de meus melhores sorrisos simpáticos, mas a única coisa que consegui fazer foi dar um sorriso mínimo sem mostra os dentes.

 Ambas se despediram de mim e saíram do banheiro enquanto conversavam sobre o time de basquete do colégio, eu e a falsa ruiva ficamos sozinhas no banheiro já que parecia que no horário de almoço todos queriam bons lugares para não precisar comer em pé.

 Krista foi até uma das cabines do banheiro e se fechou na mesma. — Então Harper o que está achando de seu primeiro dia de aula? — Perguntou a garota do outro lado da porta, e me pergunto se era normal para ela puxar assunto com as pessoas enquanto fazia suas necessidades.

— Está normal e… Bom. — Ajeitei uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto me apoiava na pia de mármore do banheiro.

— Bom. — Respondeu a garota do outro lado antes de alguns segundos em silêncio antes de se fazer presente o barulho da descarga do banheiro.

 Logo depois a garota de cabelos únicos saiu da cabine do banheiro e andou até o meu lado de frente para o espelho.

— Você é bem calada Harper, lembra-me Derek às vezes. — Comentou enquanto lavava as mãos. — Ele pode ser bem quieto de início e algumas pessoas chegam a acha-lo ignorante, contudo ele só é um pouco tímido com pessoas desconhecidas, quando ele fica perto de seus amigos e chega a ficar insuportável. — Deu uma risadinha, aumentando minha dúvida sobre os dois.

— Você e Derek são namorados? — Atrevi-me perguntar. Talvez fosse errado perguntar sobre isso, justamente por que tínhamos acabado de nos conhecer, contundo aproveitei-me do momento em que a mesma parecia tão distraída falando do moreno.

 A falsa ruiva olhou para mim incrédula antes de começar uma crise de risos estrondosa, depois de alguns segundos a mesma se recuperou e limpo a lagrima que formou no canto de seu olho. — Não, somos só amigos. Fui vizinha dele até os treze anos depois, mudei-me para um apartamento com meus pais onde conheci Tiffany, ela mora no apartamento de baixo. Eu e Derek somos só bons amigos, já fui nora dele mais há muito tempo. — Soltou uma risada desgostosa e começou a passar o brilho labial que retirará da calça negra.

 Ao olhar em minha direção e ver minha suposta cara de paisagem, Krista continuou: — Derek tem um irmão, já ouvira falar de gêmeos fraternos? — Acenei positivamente. — Pois bem, Derek tem um irmão dez minutos mais velho chamado Elliott.

— E ele não estuda aqui com o irmão?

 A ruiva passava a mão em seus cabelos, os ajeitando-os em seus devidos lugares enquanto analisava a raiz castanha. — Nossa tenho que retocar a raiz, ou voltar para o castanho. Mas respondendo sua pergunta… — Virou-se agora ficando de frente para mim. — Ele estudava aqui até ano passado, quando se meteu em alguns problemas e foi transferido de colégio. Contudo isso é passado e precisamos nos apressar se quisermos nosso almoço.

 Krista puxara minha mão até a saída do banheiro onde encontramos o corredor antes movimentado totalmente vazio, ela me guiou – arrastou – até o refeitório onde seguimos direto para a fila onde pegaríamos nosso almoço, que consistia em arroz, salada, carne e um purê ou algo do tipo com camarão.

 Segui-a até uma mesa que ficava perto das grandes portas de vidro do refeitório que davam acesso a parte de fora do mesmo, onde alguns alunos se sentavam nas mesas ao ar livre. Vi ao longe que na mesa estava Derek, os dois garotos da aula de religião e outro que era desconhecido a meu ver, sentei-me na ponta ao lado de Krista ficando exatamente de frente para Derek.

 Logo as risadas altas pararam e os demais na mesa olharam para mim, e minha vontade fora novamente de sair daquele local e correrá pra longe como na entrada do ônibus.

— Parem de ficar a encarado, seus trogloditas e se apresentem. — Reclamou Krista e me senti aliviada por ela perceber meu desconforto. — Harper esse aqui é o Nathan. — Apresentou o garoto ao seu lado, que era um dos que estava com eles na aula de religião, o mesmo me lançara um sorriso gentil como o de Clark no banheiro. — Já esse que tem um buraco negro no lugar de um estômago, é o Giuseppe. — O outro garoto que vira na sala me mandará um sorriso meio torto, pois estava ocupado mastigando sua comida. — O garotão aqui é o Brooke, ele é um dos astros do time de basquete do colégio, mas Derek é bem melhor do que ele pena que ele não joga.

 Todos na mesa começaram a rir, inclusive eu e Giuseppe que quase se engasgara com sua comida ao tentará segurar a risada. — Krista às vezes, pergunto-me como te suporto. — Comentou Brooke de cara fechada.

— Você me ama meu bem. — Falou a garota ao meu lado lhe lançando uma piscadela.

— Bonitas tatuagens, Harper. Você as tem há muito tempo? — Perguntou Giuseppe, antes de levar uma garfada de comida a boca.

— Verdade são bonitas mesmo. — Comentou Derek me fazendo dar um breve sorriso. — Bem tumblr. — Acrescentou antes de desviar o olhar para sua comida.

 Por nunca ter tido muitos amigos/colegas, e durante minha vida toda só ter tido um único namorado. As palavras de Derek me tocaram, pode ser algo bem normal para garotas na adolescência, contudo minhas experiências com o sexo oposto eram quase zero, já mal me lembrará da última vez que conversei com um garoto que queria algo mais que amizade.

— Já faz alguns anos. Pra ser mais exata quase três anos.

Wow! Nosso campeão aqui fez a dele ano passado, por causa de uma aposta e bêbado ainda por cima. — Comentou Nathan que tinha se levantado e dado um tapa no ombro do moreno a minha frente.

— Cuide da sua vida Nath. — Falou enquanto socou o ombro do outro que soltará um gemido de dor. — Tem só essas tatuagens, Harper?

— Uma âncora nas costelas e duas patas caninas atrás da orelha. — Falei levando uma garfada do misterioso purê a boca, e estava maravilhoso.

— Ai que tudo. Quero ver. — Krista se levantou rapidamente ficando em pé atrás de mim e procura em ambas minhas orelhas até achar as duas patas caninas que mal eram visíveis com meu cabelo estando solto. — Qual o significado delas? — Perguntou sentando-se novamente em seu lugar.

 Lembrar-me do significado de cada tatuagem me deu um leve arrepio, pois me fazia lembrar meu passado e eu sem dúvida era uma garota traumatizada, uma gatinha assustada. A âncora fizera em homenagem a minha mãe, ela era minha âncora e sem ela provavelmente as agressões de Misha seriam muito piores, ela que intervinha levando metade da violência. As patas caninas eram devido ao fato que eu sempre quisera ter um cachorro, quando meu pai era vivo ele me prometera um no meu décimo aniversário e depois de sua morte minha mãe continuou sua promessa, o único problema era que as agressões de Misha começaram antes e depois se tornará impossível de cumprir essa promessa. Já os planetas, era devido a meu grande fascínio pelos mesmos, gostava de olhar o seu anoite e estrelado e imaginava se haveria vida em outros planetas de nosso sistema solar.

— Fiz as patas já que sempre quisera ter um cachorro, mas nunca tivera. A âncora em homenagem minha mãe, que sempre me ajudou e os planetas por que sempre gostei de astronomia. — Mascarei a verdade dando um leve sorriso e levando a franja que caia sobre meus olhos para trás das orelhas.

 — Que pena que nunca tivera um cachorro. Derek tem duas cadelas lindas.

— Uma Malamute-do-Alaska e uma Husk Siberiano. Chamam-se Alaska e Maggie.

— Que ironia um Malamute-do-Alaska, ter o nome de Alaska. — Comentei lançando um sorriso de lado a Derek, que retribui.

— Muita ironia mesmo. — Comentou Brooke, que estava participando finalmente da conversa após sua briga amigável com Krista. — Lembro-me daquela vez que Judith Miller dormiu em sua casa Derek, Alaska pegou o sutiã dela para brincar e quando a mesma ameaçou pegar de volta a cadela rosnou para ela.

— Moral da história, se for dormir na casa do campeão tenha plena consciência que voltara pra casa sem sutiã. — Completou Giuseppe a frase do amigo fazendo com que todos na mesa começassem a rir, inclusive eu que quase me engasgara com a comida como o próprio Giuseppe mais cedo. Derek escondia sua cabeça entre os braços, envergonhado mais era visível que o mesmo também ria.

 Passamos o final do almoço rindo de Nathan que roubara a toca de Derek – expondo seu cabelo castanho claro que tinha leves encaracolados nas pontas –, e imitava o mesmo que tentava roubar a toca de volta do amigo.

 Ao bater o sinal andávamos em direção a nossas devidas salas quando a falsa ruiva para em frente a uma máquina de refrigerantes que não ficava muito longe da entrada da cantina – e eu mal havia reparado na mesma.

Hey Harper, você tem alguma moeda aí? — Perguntou a garota analisando as opções de refrigerantes.

 Lembrei-me que minha mãe pusera algum dinheiro em minha mochila no dia anterior e que hoje durante minha procura pelo armário o retirei da mochila pondo na calça. Procurei no bolso traseiro do jeans e felizmente encontrei algumas moedas que dei a Krista, ela apertou alguns botões antes de por as moedas e mais alguns depois antes de escutar o ruidoso barulho do refrigerante caindo em seu compartimento para que o pegasse.

 Sentia-me o Bujão pagando um maço de Malboro ao Coronel – e sim, já havia lido Quem é você Alasca, há alguns anos atrás.

 Krista tomava um refrigerante no sabor Ginger Ale, que eu nunca tivera ouvido falar e recusei quando a mesma me ofereceu. Andávamos pelo extenso corredor agora mais vazio – já que grande parte estava nas salas – Krista estava entre mim e o moreno enquanto tentava me convencer a tomar um gole de seu refrigerante, já Derek mexia em seu smartphone enquanto segurava sua toca na mão, mostrando seus cabelos bagunçados – devido ao calor, até mesmo eu retirei a blusa de frio e a amarrei na cintura ficando somente com a branca por baixo.

 A falsa ruiva e o moreno param ao meu lado quando chego a minha sala. — Depois das aulas tenho clube de jardinagem e Derek pega carona pra casa com Brooke, acho que só nos veremos de novo amanhã. — Comentou a garota triste fazendo bico. — Até amanhã Harper. — Deu-me um abraço.

— Até Krista. — Falei lhe dando um sorriso, que a mesma retribuiu pondo todo o drama de lado.

 Quando Derek ameaçou só me dar um tchau, antes de ir para sua sala a ruiva foi até ele fazendo o mesmo se despedir “direito” de mim. Derek me dera um breve beijo na bochecha antes de se afastar com um sorriso tímido dizendo até amanhã, sua ação me deixara um pouco envergonhada e encabulada.

 Minha última aula do dia estava quase acabando e estava de olho no relógio ansiosa pelas quatro horas da tarde, teria que me apressar para ir à biblioteca da escola e voltar para o ônibus, tudo em dez minutos caso não quisesse ser deixada para trás.

 Quando o barulho estridente do sinal se fez presente corri com minha mochila nas costas até a biblioteca, desta vez quem estava empurrando algumas pessoas era eu, fazendo com que algumas me xingassem.

 Quando cheguei à biblioteca, peguei um livro em cima do próprio balcão da bibliotecária Pra onde ela foi à continuação do livro Se eu ficar, que era um romance da atualidade tanto que já tinha um filme sobre o primeiro livro, o Sr. Donnovanh teria que aceitar.

 Meu azar começou quando o aluno que estava a minha frente – que certamente era da grade 10—, estava tendo uma pequena discussão com a bibliotecária sobre os livros, que o suposto aluno pegara e não devolverá. Contava os minutos em meu celular até que quatro minutos depois o garoto resolve ir até a secretaria do colégio resolver o incidente, e pensar que estava com sorte por ainda ter tempo de voltar tranquilamente para o ônibus, estava completamente enganada quando a bibliotecária me dissera que ainda tinha que fazer meu cadastro no sistema da biblioteca do colégio, ela disse que seria rápido e eu inutilmente acreditei. E lá estava eu oito minutos depois correndo pelos corredores novamente – só que agora vazios – tentando chegar a tempo no ônibus.

 Gostaria de dizer que meu esforço por essa corrida fora recompensado quando cheguei a tempo de pegar o ônibus, contudo não fora bem assim. Havia acabado de chegar ao estacionamento quando o último ônibus ali presente estava a virar a rua, e infelizmente não era nem o meu ônibus.

 Fiquei alguns segundos parada me xingando – muito – mentalmente, até que encarei os fatos suspirando e começando a andar em direção a minha casa – que por sorte era boa em memorizar as ruas.

 No meio do caminho, desanimada pelo restante da caminhada que viria, peguei em minha bolsa o maço de cigarros – que comprava escondido de minha mãe – e o isqueiro, pegando um e acendendo.

 Dei uma tragada forte, enquanto a nicotina preenchia meus pulmões e me dava uma breve ilusão de prazer. Ao passar por uma casa na cor laranja uma velha senhora me olhará de cara feia, só estava em dúvida se era porque a fumaça fora na sua cara ou se era porque uma adolescente andava fumando pelos cantos.

 Quando finalmente cheguei perto do ponto de ônibus o cigarro em meus dedos já estava em seu final, então joguei o mesmo na rua enquanto atravessava e pisei em cima.

 Cheguei a casa percebendo que minha mãe não se encontrava pelo silêncio da mesma, sem escolha deixei meus pertences no quarto antes de ir em direção ao banheiro tomar um banho. Não quero ver minha mãe surtando pelo cheiro de cigarro em meu cabelo.


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Notas finais do capítulo

➳Refrigerante sabor Ginger Ale é um refri bem popular na America do Norte com gosto de Gengibre, que não é muito doce nem contem muito gás.
Gente por favor Comentem ❣
➳ Obs: Autora esta desesperada ❣



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