Ariel no Mundo dos Avessos escrita por flowerblue


Capítulo 3
The Time


Notas iniciais do capítulo

Hi, my sunshines and moonlights.♥
Peço mil desculpas por não ter postado antes. Final de semana passado eu viajei e nessa semana começaram minhas provas finais, então não tive tempo (akfoskfs, tempo). Enfim, só terei tempo novamente no final de semana que vem, por isso postarei mais um capítulo hoje ou amanhã.
Boa leitura, beijinhos.♥



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“Eu vendi minha alma para um trio

E ele me disse que eu era santa

Ele me colocou de joelhos

Mas é o diabo que está tentando”
(Hold Me Down-Halsey)"

 Coraline adentrou à sala de aula espiando cada milímetro, até seu olhar encontrar as gêmeas. Ela seguiu sorridente até elas, que a observaram com um olhar interrogativo.
  Arielle não sabia como conseguia disfarçar seu medo. Seu sonho a fez duvidar de várias coisas. Aquele sonho a deixou perturbada.
— O que aconteceu com vocês ontem? — Ariel perguntou se aproximando e as envolvendo em um abraço, ao qual nenhuma delas correspondeu.
Elas se entreolharam e deram de ombros.
— Nada demais. — responderam em uníssono.
 Sunshine ficou nas pontas dos pés e olhou para o chão, afinal assim fazia quando se sentia triste. Seu corpo balançava de um lado para o outro, e ela ouviu vozes sussurrando em sua mente.
Ora, ora, ora. O que está acontecendo aqui?
Estão te rejeitando, Sunshine?
 Ariel fechou os olhos intensamente, balançando a cabeça para afastá-las. Fazia tanto, tanto tempo que elas não apareciam.
— Está tudo bem? — Coralina perguntou com as sobrancelhas arqueadas.
 Arielle abriu os olhos e respirou fundo, sussurrando que sim.
  Ela  tinha duas aulas por semana com a senhora Ang Magagandang Lady, e já não era de se esperar que a última aula da semana de literatura fosse agora.
  A professora entrou acompanhada de dois meninos gêmeos. Eles andavam tão próximos quanto Coraline e Coralina. Eram baixos, desconfiados e tímidos, pelo que Ariel pôde perceber.
— Quero-lhes apresentar os novos alunos, meus sobrinhos. Esse é Kleine. — disse apontando para o mais baixo deles, talvez apenas alguns centímetros. — E esse é Dämon.
  Eles se entreolharam e começaram a sussurrar, dando mais espaço aos sussurros do resto da  turma. Enquanto vinham para o fundo procurar duas cadeiras para se sentarem, Arielle os ouviu com facilidade quando se aproximaram e pressionaram o olhar sobre ela.
— Quem é aquela? — disse Kliene.
— Oras, é a Alice. Ela tem cara de se chamar Alice. — respondeu Dämon.
— Não seja bobo, ela é a Arielle errada.
— Afinal, quem se importa com quem ela é?
— Ninguém.
— Você se importa sim, você quemcomeçou com o assunto.
— E você falou mais do que devia.
  Os dois começaram a dar cotoveladas um no outro e chegaram ao ponto de se estapear, porém logo se acalmaram e seguiram até seus lugares, já que todos os alunos estavam espantados com tais atitudes.
— Talvez todos esses alunos estejam se divertindo com essa cena. — Ariel, pela primeira vez no dia, percebeu a presença inesperada de Mond ao seu lado.
  Ela sorriu para ele e eles continuaram a prestar atenção na aula, completamente quietos. Na verdade, a mente de Arielle estava muito agitada para quebrar o silêncio entre eles.
Os demônios estão queimando
Você tem pouquíssimo tempo
Será que fará a escolha certa?
Você é a Ariel?
Quem é você, afinal?



 

  O Mundo dos Avessos não era acessível apenas por meio dos sonhos, e Ariel percebera isso naquela noite, quando as gêmeas pela primeira vez não lhe ligaram, deixando o telefone mudo.
  Ariel se sentia fora de si, afinal a inquietação era uma das suas qualidades (ou defeito?) e, naquele momento, seus olhos verdes fixados ao telefone expressavam seu interior: o vazio. Ela não costuma se sentir vazia.
  Ela não costumava se sentir triste, quieta.
 Quando finalmente se cansou de esperar, resolveu sair à procura do rato. De repente, sem qualquer explicação, sentiu uma vontade imensa de saltitar, e assim seguiu a melodia do relógio.
  Já no corredor do segundo andar, pensava incerta sobre qual caminho seguir.
O tesouro do mar.
  Uma voz suave vinha da direita e Ariel não hesitou em virar a cabeça rapidamente em sua direção. Cinco portas.
   Sunshine abriu a primeira sorrateiramente, e além da batida do relógio, o barulho de seu coração acelerado também era forte e chamativo. Seus pequenos olhos assumiram um ar triste quando não viram nada além de uma sala quase vazia, a não ser pelo móvel antigo de madeira que suportava o peso do computador e pilhas realmente grandes de papel. O escritório de seu pai continuava o mesmo, sem nada de interessante.
   A segunda porta rangeu-se e, enquanto ainda estava no processo de abri-la, o rato correu rapidamente para dentro, desviando-se das pernas da garota.
  Ao acender a luz, Sunshine se deparou com uma menina, ou melhor dizendo, uma figura fantasmagórica. Seus olhos parecidos com os do rato eram tão amarelados e brilhantes que quase cegaram Arielle. Seu corpo magro, azulado e quase transparente deixava à vista seus ossos, e seus cabelos pretos estavam rebeldes como uma noite fria de inverno.
Você deverá procurar. Sua voz ecoou não só na mente de Ariel, mas também dentro das quatro paredes. Não há tesouro algum, querida Sunshine. Nenhum que valha a pena lutar.
  Um sorriso psicótico se formou em seus lábios,  relevando grandes dentes afiados.
Sua imagem trêmula flutuou até a porta, e Arielle a seguiu com suas pernas fracas, tanto de medo, quanto de curiosidade.
   Quando chegaram ao fim do corredor, Ariel reuniu toda a sua coragem e decidiu perguntar.
— Q-quem é você?
   A misteriosa menina se virou e observou Sunshine por um bom tempo. Seus dedos finos tocaram a parede rachada e ela desapareceu.
Eu sou o Tempo. Sua voz parecia ter vindo do outro lado da parede.
— Arielle, o que está fazendo acordada a essa hora? — ela ouviu a voz de sua mãe e passos fortes vindo em sua direção.
  Mas não estava tarde, ela acabara de começar a busca. Haviam se passados minutos, Ariel tinha certeza disso, porém também tinha a sensação de ter passado muito, muito tempo.
— Acho que perdi a noção do tempo, não acontecerá novamente.
  A escuridão em que se encontrava foi substituída pela luz da lanterna que a mãe segurava.
   Tudo mudou tão rapidamente. Quanto tempo ficara ali parada?
    Talvez a expressão de raiva estampada no rosto de sua mãe respondera à pergunta: muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. ♥



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