Uma babá quase perfeita. escrita por Atena


Capítulo 2
A entrevista.


Notas iniciais do capítulo

Gente, VOLTEEEI! E antes de tudo queria me desculpar pela demorar dos caps tanto dessa fic quanto das outras. Aconteceram coisas que não veem ao caso agora, oq importa é que estou de volta. Então, também quero agradecer o retorno que tive com o prologo dessa fanfic, eu fiquei imensamente feliz, vocês me surpreenderam bastante e espero que continuem. Vou parar de prolongar aqui e deixar vcs lerem o cap. Peço desculpa por ele ser curto, prometo que o próximo será um pouco maior e vocês vão conhecer a pequena Queen. Boa leitura.



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Olhei no meu guarda roupa me perguntado se tinha uma roupa adequada para minha entrevista de emprego, afinal, eu nunca tinha feito uma para ser babá, ainda mais dos filhos do prefeito de Star. Estou acostumada com perguntas do tipo, você consegue criar um bom sistema de segurança cibernético contra hackers? E não perguntas do tipo: Você consegue dar conta de duas crianças ao mesmo tempo? 

Confesso que minha resposta não agradaria meu entrevistador. 

Mas se eu quero continuar tendo um teto longe dos exageros da minha mãe, eu preciso mentir, no final das contas, posso dar conta de duas crianças. Não é tão difícil assim. Levantei da cama e abri o guarda roupa, sentindo certa convicção de que esse emprego estaria no papo. Eu consigo tomar conta dos filhos de Oliver Queen. 

Escolhi algo simples e casual, como se eu estivesse saindo para uma tarde no parque com duas crianças adoráveis que adoram piquenique, apesar de odiar piqueniques desde a minha infância. 

O vestido branco com detalhes em renda que mamãe me deu para usar no encontro com o filho da amiga dela caiu super bem com minhas sandálias pratas. Olhei para meu celular e já estava em cima da hora. Peguei minha bolsa e as chaves do carro e saí apressada do meu apartamento. 
Entrei no elevador.

— Segura aí. — escutei. Ergui o rosto e quase caí dura no chão, com certeza, aquele era o sorriso mais lindo e cheio de dentes que eu veria no dia e quem sabe pelo mês inteiro. 

Segurei as portas do elevador para o dono daquele sorriso cheio de dentes e perfeito. Ele era lindo e também tinha olhos lindos e um corpo esguio, ombros largos e cabelo castanho. É a primeira vez que o vejo no prédio. 

— Obrigada. — ele agradeceu, olhando fundo nos meus olhos e esboçando àquele sorriso encantador e com covinhas que me deixaram concentrada em suas bochechas.

Senti o rubor se espalhando por todo meu rosto e meio sem jeito retribui o sorriso. 

— Eu já estou atrasado. 

Assenti, sem saber o que falar. Geralmente eu acabo falando uma besteira quando alguém tão bonito como ele sorri para mim, então, fico calada para evitar algo constrangedor.

— Meu nome é Roy Harper, sou seu novo vizinho. — disse me oferecendo a mão. 

Lembrei que o apartamento ao lado do meu estava vago, antes era ocupado por Nyssa, ela era calada e misteriosa e do nada sumiu e não voltou mais, o apartamento dela ficou vago para locação, e Roy — sorriso perfeito — é meu novo vizinho. O que me faz pensar que hoje é meu dia de sorte. 

— Então. — ele disse. — Essa é a hora que você aperta minha mão e diz seu nome. 

— Dããr, é claro. — resmunguei, erguendo minha mão para apertar a dele. — Meu nome é Felicity, Felicity Smoak. 

— Gostei do seu nome, Felicity. — as portas do elevador se abriram e antes de ele sair se virou sorrindo e disse. — Acho que seremos bons vizinhos. — então se foi, dando um último e singelo sorriso.

Sim! Sim! Seremos ótimos vizinhos. 

Tive a prova de que meu dia seria incrível quando embarquei no meu carro e ele pegou na primeira tentativa. 

Entendam que é um carro velho que eu ganhei do meu avô quando entrei para a faculdade, ele passa mais tempo na oficina do que comigo e vive me deixando na mão. A pintura é velha e está arranhada, o motor é ruim, mas foi presente do meu avô e eu não estou com condições financeira de comprar um melhor. Sendo assim, é um milagre ele funcionar sem antes eu dar uns berros com ele. 

Segui para o endereço que Diggle me deu. A mansão Queen era uma das construções mais antigas de Starling. É uma casa enorme, com jardins incríveis e uma decoração super elegante, sei disso porque mamãe vive lendo reportagens sobre Moira Queen, “a mulher mais poderosa de Starling” e também porque já estive na mansão. E não acreditava que estava colocando os pés naquele território novamente. 

Aperto o botão do interfone e uma voz grossa me atende. 

— Posso ajudar em algo? — o som sai pela caixinha preta grudada na parede.

— Eu vim para a entrevista de babá. John Diggle me mandou. 

— Você é Felicity Smoak?

— Sim. 

— Só um instante, por favor. 

Alguns segundos se passaram e então o portão começou a deslizar para o lado. Coloquei os dois pés para dentro da propriedade e fiquei encarando a enorme casa por longos segundos enquanto um sentimento de incerteza fez-me questionar se era certo continuar ali.

— Senhorita Smoak? — A voz grave e o toque em meu ombro me fizeram virar o rosto. Devia ser o mesmo homem que falou comigo pelo interfone.

— Sim.

— Entre por esse lado. — Apontou para o estreito caminho que me levaria até os fundos da mansão. — John Diggle vai estar te esperando. 

— Okay. Obrigada. — agradeci. — Tenha um bom dia.

— A senhorita também. 

Assenti e segui as instruções que ele tinha me dado. John estava me esperando nos fundos da mansão. Ele veio até mim e abriu a porta do carro para que eu desembarcasse. 

— Olá John... Como você está? — Ele fechou a porta e me encarou.

— Estou bem. E você? Parece feliz. 

— E estou. Essa entrevista é a oportunidade que tenho de pagar minhas dividas. — falei. — Mas o que eu faço agora? 

— Thea Queen está te esperando. — respondeu. — Por favor, não fale sobre o dia que eu pedi para você cuidar da Sara. Diga apenas que você adora crianças e está animada para conhecer os pequenos Queen. 

— Tudo bem. — respirei fundo. — Qual o nome deles? 

— Jensen e Olivia. 

— São ótimos nomes. 

— Foi a mãe deles que escolheu. — comentou, colocado a mão sobre meu ombro. — Agora vamos. Eu vou te levar até o escritório.

Entramos pela cozinha e Diggle me guiou. Passamos pela sala e eu lembrei do momento que Oliver me fez sentar naquele sofá. Subimos as escadas e a cada degrau eu me lembrava mais um pouco do dia em que o conheci. Seguimos pelo corredor, eu me lembrava de cada quadro preso na parede, cada foto e quando passamos pela porta do quarto dele eu senti aquele mesmo frio na barriga. 

— Tá tudo bem, Felicity? — indagou Diggle me olhando com aqueles olhos cheios de preocupação. 

— Estou bem, só um pouco nervosa. 

— Respira fundo. Relaxa, vai dar tudo certo. 

Segui o concelho de Diggle e tentei o máximo me manter calma, mas era quase impossível.

— Está melhor? — assenti com a cabeça. — Ótimo. Agora vamos. — ele pressionou a palma da mão nas minhas costas e continuamos andando.

Quando finalmente chegamos ao escritório Dig entrou primeiro e me mandou esperar. Minutos depois ele saiu e sorriu. Mas eu o conhecia o suficiente para saber que algo estava errado.

— O que aconteceu? — murmurei.

— Houve uma mudança. — falou e fez uma pausa que quase fez meu coração sair pela boca. — Parece que Oliver tirou um tempo para fazer a entrevista com você. 

— AI MEU DEUS. — Será que ele lembrou do meu nome?

— Tudo bem. Ele é um cara legal. Poderia ser Moira Queen, mas você está com sorte hoje. 

Se ele lembrou-se daquela garotinha de 16 anos esse emprego já era. 

— Não vou conseguir. — murmurei.

— Não fala assim. Você vai se sair muito bem. — disse Dig, tentando me acalmar. — Tenho certeza que você consegue.

Ele praticamente me empurrou para dentro da sala e quando coloquei os dois pés para dentro John puxou a porta, me deixando sozinha com Oliver Queen, dentro de uma sala com luz fraca, pequena e quente, até demais. Fechei os olhos e respirei fundo, o cheiro de colônia masculina me deixou tonta e eu tive que me segurar. Apesar disso, aquele cheiro era maravilhoso e deduzi que era um perfume muito caro. 

— Olá. — falei baixinho. O homem atrás da enorme mesa de madeira ergueu o rosto e gastou alguns segundos me estudando. Seus olhos desceram preguiçosos pelo meu corpo e eu senti um calor subir pelas minhas pernas e se instalar na barriga.

Oliver Queen continuava lindo, charmoso e sexy e eu vi aquela mesma coisa que me fez botar os pés nessa casa quando tinha 16 anos. Seus olhos selvagens fixaram-se nos meus e ele ficou sério.

— Olá. — ele disse. — Você é Felicity Smoak?

— S-sim. — Eu odiava ficar extremamente nervosa porque minha língua ficava seca e eu começava gaguejar. 

— Por favor, sente-se. — disse, indicando a poltrona na frente da sua mesa. Eu me sentei e Oliver continuou me encarando. — Desculpe a pergunta, mas a gente se conhece de algum lugar? 

Engoli em seco. Ele não podia lembrar-se de mim, pois realmente preciso desse emprego. Tossi algumas vezes antes de responder.

— Acredito que não, Starling é enorme. Você deve ter visto alguém muito parecida comigo. Por que quais as chances da gente já se conhecer? Você é o prefeito de Star e eu sou candidata a uma vaga de babá. 

— E ser babá é um problema? — questionou-me com uma expressão séria. 

— Não, é claro que não. — respondi. — É um trabalho muito digno, mas não chega nem perto de tomar conta de uma cidade inteira. Ainda mais Starling que é uma cidade tão conturbada. 

— Não chega mesmo. Mas eu faço o que posso para manter a ordem. — concordou parecendo cansado. — Mas eu preciso de alguém bastante responsável que tome conta dos meus filhos. Eles são as coisas mais importantes para mim e é por isso que estou fazendo as entrevistas. Preciso achar a pessoa adequada.

— Eu entendo completamente. A família em primeiro lugar. 

Ele assentiu e apoiou as mãos sobre a mesa. 

— Bom Felicity, Diggle disse que você não tem experiência como babá, mas se dá muito bem com Sara. E ela adora você.

— Sim. Ela é um amor de criança. E me adora. — falei ignorando o fato de Sara chorar toda vez que me vê. 

— Ele também falou que você é muito profissional e responsável. — concordei com a cabeça. — Eu já fiz entrevistas com três candidatas, e elas tinham ótimos currículos e algumas recomendações. Já você. — ele fez uma pausa e então retomou. — Diggle falou muito bem, mas você não tem nenhuma experiência. Eu não sei se está pronta para meus filhos. 

Respirei fundo e ergui o queixo, sustentei o olhar firme que ele me lançava.

— O que você tem ao seu favor? 

— Realmente, sendo sincera, eu não tenho nada a meu favor. Eu sempre tive que fazer coisas difíceis que envolviam computadores. Nem cachorro eu tive porque sempre fui ocupada demais e tinha medo de esquecer de alimentá-lo ou de dar água para ele. 

Quando terminei meu discurso, ele estava me encarando com o queixo caído. Só então me dei conta de que tinha falado mais do que devia.

— Uau. — ele resmungou desabotoando o paletó. — Você foi sincera demais. 

— Eu ainda não terminei. — falei, ponderando as palavras a seguir. Eu precisava falar algo bom sobre mim. Algo brilhante ao meu favor. — Eu adoro crianças. — mentira. — E sei que posso dar conta de duas crianças. 

— Eu tenho que pensar um pouco. Colocar em ordem minha cabeça e escolher a pessoa correta. Afinal

— Papai. — um garotinho entrou na sala interrompendo Oliver. Ele deu pequenos passos até a mesa de Oliver e parecia muito tímido. O óculos estava torto no rosto, e o cabelo bagunçado, ele ainda vestia a calça do pijama e não deixei de perceber a estampa de Star Wars na frente da camisa.

— Sim filho. — os olhos tão azuis de Oliver brilharam e um sorriso surgiu em seus lábios. — Algum problema? 

O menino contornou a mesa e Oliver o pegou no colo, ainda tímido seus olhos buscaram os meus por de baixo da armação do óculos. 

— Oi. — ele disse e Oliver olhou para o filho. 

— Olá. — saudei o menino.

— Pai, quem é ela? — perguntou baixinho. Oliver ergueu o rosto e fitou meus olhos. 

— Essa é Felicity Smoak, ela é amiga do papai. — explicou. — Você não me explicou o que está fazendo aqui? 

— Eu tive um sonho ruim. — respondeu escondendo o rosto no peito de Oliver. — E a tia Thea disse que você estava aqui. 

— Jensen. — Thea, a garota que eu já vi estampada em várias revistas de fofoca entrou na sala de supetão. 

— Thea eu disse para não deixar um deles entrar.

— Desculpe Ollie, mas é que eu estava com o papai. 

— Aconteceu alguma coisa com ele? — Thea assentiu. E Oliver levantou-se abruptamente da cadeira e soltou Jensen no chão, se abaixou em seguida e segurou os ombros do filho.

— Jensen, preciso que fique aqui, quietinho, o papai já volta. 

— Tudo Bem, pai.

Então Oliver se virou para mim e com um tom sério disse: 

— Eu preciso ir. E ligo para você amanhã. 

— Tudo bem. 

Depois disso ele saiu do escritório e Thea saiu atrás dele. Levantei-me para ir embora, mas me dei conta de que Jensen continuava ali e parecia assustado. Eu simplesmente não podia dar as costas para aquele garoto, sei que ele nem me conhece direito e nem eu o conheço, mas precisava tirar aquele olhar assustado que ele carregava. 

— Eu gostei da sua camisa. — disse procurando uma forma de acalmá-lo. 
Ele olhou para o desenho e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

— Você gosta de Star Wars? 

— Eu adoro. Qual o seu personagem favorito? 

— Luke Skywalker. 

— Sério? Ele é o meu favorito também. 

Continuamos uma conversa muito séria e divertida sobre Star Wars e depois emendados um papo sobre jogos de vídeo game e quadrinhos. Aquele menino parecia eu quando tinha 8 anos. E eu adorei conversar com ele. 

— Você é mesmo amiga do meu pai? 

— Sim. 

— Amiga tipo namorada? 

— Não. Amiga tipo amiga mesmo. — respondi. 

— Senhorita Smoak, ainda está aqui? — perguntou-me Oliver. Eu nem percebi que ele estava ali e sua presença me deixou constrangida. Ele caminhou até sua mesa.

— Sim. — respondi. — Ele estava assustado. 

Foi o suficiente para Oliver devolver toda sua atenção para o filho.

— Desculpe filho. Seu avô não está bem. — explicou. — Mas ele vai ficar melhor. Agora, porque você não desce até a cozinha, sei que Mary fez seu bolo favorito. 

— De chocolate? 

— Isso. — o menino pulou da cadeira e saiu dando pulinhos, quando passou pela porta olhou para mim sorrindo.

— Tchau Felicity, espero te ver mais vezes.

— Tchau, Jensen.

Oliver deu uma tossidela e eu voltei minha atenção para ele. 

— Obrigado por ficar e cuidar dele. — disse. — Meu pai está com câncer e a quimioterapia não está sendo fácil. 

— Eu entendo. E não precisa agradecer, Jensen é um menino incrível. 

— Ele é mesmo. — concordou todo orgulhoso. — E parece que ele gostou bastante de você. — continuou. — Acho que você ganhou algo a seu favor.

— Sério? — Oliver sorriu e afirmou com a cabeça. 

— Mas de qualquer forma, eu ainda preciso pensar. 

— Okay. Eu entendo, você só quer o melhor para eles. — falei. 

— Nunca colocaria alguém que não pudesse confiar para cuidar deles. — assenti. — Então, Felicity, eu entro em contato com você.

[...]

Sentindo-me derrotada voltei para casa. Claro que Oliver Queen vai preferir alguém à altura e não uma nerd que nunca teve experiência com crianças. 
Meu celular tocou e eu o busquei embaixo de uma almofada. Era Diggle.

— Oi. — falei. 

— Oi... E então como foi?

— Eu ainda não sei. Oliver Queen disse que entraria em contato quando escolhesse a babá perfeita, que no caso não será eu. 

— Por quê? O que você aprontou nessa entrevista? 

— Nada. — respondi. — Eu só fui sincera demais.

— Ai meu Deus, você contou sobre suas verdadeiras experiências com Sara?

— Não. Eu disse que nunca tive um cachorro, porque tinha medo de me esquecer de dar comida para ele.

— Meu Deus, Felicity.

— Eu sei. Ferrei tudo. 

— Sinto muito. 

— Eu também. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado pessoal. Continuem acompanhando, comentando e favoritando isso é importante para mim. Beijooos e até +.