A Redenção do Tordo escrita por IsabelaThorntonDarcyMellark


Capítulo 18
18. De mãos dadas




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Por Peeta

Haymitch imita a voz e parafraseia Effie ao apontar que minha mesa e cadeiras são feitas de mogno. Entre risos, Katniss começa a atirar as almofadas que estão no sofá na direção dele. Haymitch desvia de algumas. Se ele não tivesse um reflexo tão bom, Katniss teria acertado todas.

— Você é ridículo! Que susto! — esbraveja ela.

— Essa era a intenção, docinho — rebate ele, às gargalhadas. — Não podia perder a oportunidade de imitar a Effie. Mas, na verdade, vim aqui apenas filar uns pãezinhos e já estou de saída.

— Fique à vontade, Haymitch — falo.

Ele enche as mãos com pães de queijo e dá uma mordida em um deles.

— Não vou atrapalhar mais a festa dos pombinhos... A propósito, por que você está assim todo pintado? Faz parte de algum novo ritual de acasalamento?

— Foi Daisy, a neta de Greasy Sae, que preferiu usar meu braço como tela de pintura. No entanto, até que é uma boa ideia essa história de ritual de acasalamento — digo, piscando para Haymitch.

— Muito engraçadinhos vocês dois! — Katniss se irrita e ameaça se levantar do sofá, porém a seguro pela cintura antes que consiga.

— Calma aí, ainda temos assuntos pendentes, meu amor — murmuro baixinho, dando um beijo no ombro dela.

Sua expressão dura logo se derrete. Então, pergunto para ambos:

— Vocês não querem ir comigo à reunião que acontecerá mais tarde na cidade?

— Por mim, tudo bem — aceita Katniss. — Vamos, Haymitch? Você pode dar algumas boas ideias para a reconstrução do Distrito 12.

— Não sei se alguém daria ouvidos às minhas sugestões, especialmente as pessoas daqui. No entanto, quem sou para discordar da nossa queridinha?

Katniss revira os olhos, mas sorri em concordância.

— Acho que é uma oportunidade de tentar reconstruir, não só a cidade, mas vários laços desfeitos com a guerra. Se é aqui que vamos viver, temos mesmo que participar — defendo. — Quanto a você, Haymitch, aposto que sua credibilidade está em alta, depois de tudo o que fez por nós dois e por Panem, durante a rebelião.

— Não precisa gastar suas palavras bonitas comigo, garoto. Amo você incondicionalmente. — Haymitch se aproxima do sofá, repondo algumas almofadas em seus devidos lugares, e bagunça meus cabelos. — Sobrou um pouquinho de amor pra você também, lindinha.

Ele tenta fazer o mesmo com Katniss, porém ela se esquiva a tempo, segurando a mão dele.

— Também amamos você. No entanto, o que você disse mesmo sobre não atrapalhar? — Katniss continua com as provocações.

Como Haymitch também não dá o braço a torcer, ele não se apressa em se despedir. Haymitch ergue o dedo, como se fosse falar mais alguma coisa, mas Katniss o interrompe:

— Você ainda não foi embora? Tchau, Haymitch.

Ele limpa a garganta, mas não fala nada, apenas para continuar implicando com ela.

— Ainda tá aí? — Katniss insiste.

— Já entendi a mensagem, Srta. Everdeen. — Haymitch se encaminha para a porta e põe metade do corpo pra fora, voltando-se apenas para uma última frase. — Falando assim, você parece menos com um tordo e mais com um gaio tagarela.

Não há mais tempo de Katniss acertá-lo com uma almofada, a qual acaba atingindo a porta, que ele fecha atrás de si. Então, sobra pra mim, que me divirto com toda a situação e passo a ser seu novo alvo.

— Onde é que nós estávamos mesmo? — sussurro para Katniss, fazendo-a se virar para mim antes que pegue mais uma almofada.

— Não sei. Suas brincadeirinhas com o Haymitch me fizeram esquecer.

— Acho que você estava falando que sou a pessoa mais incrível que você conhece...

— Eu disse isso? Não estou lembrada... — Ela põe a mão sob o queixo.

— Sim. E, pra completar, acho que você tentou me dar um beijo — falo com os lábios grudados em sua orelha, enquanto ela se encolhe ligeiramente, fingindo resistir.

— Você deve estar enganado. Não faria isso! — Katniss brinca.

— Vem aqui pra eu refrescar sua memória, então. — Ajudo-a a sentar em meu colo e, assim que ela envolve meu pescoço com seus braços, trocamos um beijo ardente e demorado. — Lembrou agora como sou incrível?

— Vagamente... Você vai ter que se esforçar um pouco mais pra me convencer disso de novo.

Katniss passa seus dedos pela raiz dos meus cabelos, fazendo-me suspirar antes de unir nossos lábios novamente. Eu a puxo para mais perto e, sem querer, durante o movimento, minhas mãos encontram a pele nua de sua cintura, antes coberta por sua camiseta.

Sinto-a estremecer sob a leve pressão das minhas palmas na parte macia abaixo de suas costelas. No entanto, logo suas mãos seguram as minhas e ela afasta um pouco seu corpo, apenas apoiando sua testa na minha.

— Já vou pra casa. Você precisa de um banho para se livrar de toda essa tinta e, além disso, quero ir à floresta.

— Claro. Você ontem já não foi até lá por minha causa. — Não consigo esconder uma pontinha de decepção em minha voz, por ter de deixá-la ir embora. — Vejo você mais tarde, quando formos à cidade.

Assim, passo o dia em casa, limpando a bagunça e reorganizando o material de pintura. Até tive tempo de preparar uma tela para o meu próximo quadro.

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No fim da tarde, vou à casa de Katniss buscá-la para irmos à estação de trem. Antes mesmo que eu bata à porta, Katniss gira a maçaneta e nos encontramos na escada que fica na entrada de sua casa.

Como ela está de pé num degrau mais alto do que onde estou, é a posição perfeita para abraçá-la pela cintura e roçar o seu pescoço com meu nariz.

— Linda e cheirosa demais! — sussurro, inebriado por sua beleza e seu perfume natural. — É pena que o nosso passeio não será muito romântico... Como foi o dia na floresta?

— Foi tranquilo. Boa caça, carne fresca e morangos silvestres pra gente comer! — Katniss comemora. — Encontrei o Haymitch quando cheguei. Ele disse que vai à reunião, mas que não precisávamos esperá-lo para irmos juntos.

Eu solto Katniss, desço todos os degraus até o nível da rua e estendo a mão para ela, que não se mostra muito à vontade para segurá-la, porém a pega assim mesmo, antes de caminharmos juntos até nosso destino.

— Você tem certeza de que quer ir de mãos dadas até a cidade? — Katniss indaga.

— Bom, tinha certeza... Até você fazer essa pergunta. Há algum problema?

— As pessoas ficam especulando sobre nossas vidas e a maioria delas não sabe a verdade.

Assim, ela me conta sobre a conversa que teve com Greasy Sae a respeito da repercussão do beijo que me deu nas ruínas da padaria, bem como sobre as dúvidas quanto ao que inventei na entrevista do Massacre Quaternário e como as pessoas cogitavam que o casamento e a gravidez haviam, de fato, acontecido.

— As especulações sempre vão existir. Então, acho que devemos agir como você fez com Greasy Sae. Sempre que houver oportunidade, podemos esclarecer tudo o que ocorreu. Você concorda?

— Não sei o que pensar a respeito. Ao mesmo tempo em que não quero dar satisfação da minha vida a ninguém, é melhor que todos ouçam a nossa versão da história.

— Podemos ir de mãos dadas, então? — pergunto, já entrelaçando nossos dedos.

Ela assente e deposita um beijo em nossas mãos unidas.

— Katniss, o que está acontecendo entre nós? O que você é pra mim? — pergunto, ansioso por ouvir o que ela vai dizer.

— Sou sua namorada — responde, sem hesitar.

— Amiga. Amante. Vitoriosa. Inimiga. Noiva. Alvo. Bestante. Vizinha. Caçadora. Tributo. Aliada... Namorada! — relaciono os itens que, em uma das vigílias durante a rebelião, listei para Katniss, incluindo esta nova palavra. — Não é de se estranhar a curiosidade das pessoas sobre nosso relacionamento. Você foi tudo isso pra mim em menos de dois anos. E... Céus! Como falei bobagens pra você depois do meu resgate!

— Não era você. As palavras saíam da sua boca, mas não era você quem falava.

— Eu a magoei tanto e tantas vezes.

— Também não facilitei as coisas pra você de início. Não estava sendo nem um pouco compreensiva. Haymitch chamou minha atenção logo depois da sua chegada ao Esquadrão 451. — Ela respira fundo.

— Vamos deixar isso no passado. O que importa agora é que você é minha namorada. Isso é muito bom de saber. — Agora sou eu que beijo seus dedos ligados aos meus.

Até a estação de trem, confirmo o que Katniss disse e observo que as pessoas pelas quais passamos reparam curiosas no fato de estarmos andando de mãos dadas. Chegando lá, ela busca a encomenda em seu nome, enviada pelo Dr. Aurelius.

— Pelo tamanho da caixa, temos folhas de pergaminho para escrever bastante — concluo, tirando o peso de seus braços.

Dali, partimos para o local marcado para a reunião. Ainda é difícil olhar tudo em volta e reconhecer apenas os destroços das edificações antes existentes no Distrito.

O lugar onde funcionava o Palácio da Justiça já foi parcialmente limpo e aplainado na área da frente. Logo atrás, ainda se encontram grandes blocos de concreto, dentre os quais ainda se podem reconhecer algumas partes da fachada do prédio onde, por duas vezes, eu e Katniss fomos anunciados como tributos do Distrito 12.

No espaço já nivelado, foi montada uma grande tenda e, como eu e Katniss chegamos cedo, ainda estão sendo dispostas mesas e cadeiras para acomodar a todos. Então, deixo a caixa que estou carregando em uma das cadeiras e eu e ela ajudamos na arrumação.

Observo que há alguns rostos conhecidos e outros que claramente não são daqui. Nenhuma das pessoas que vejo é um antigo residente da área comercial. Dos poucos que sobreviveram, pelo visto, ninguém se animou a voltar para casa.

Dentre eles, Delly, minha melhor amiga, e seu irmão mais novo. Dependendo do resultado dessa reunião, talvez eu tenha argumentos para convencê-la a voltar também. De qualquer modo, tenho de entrar em contato com ela, pois não nos falamos há muito tempo.

Aos poucos, novos e velhos moradores do Distrito vão chegando e tomando seus lugares. Quem vai presidir a reunião, também. Na mesa principal, reconheço apenas Thom. Katniss me mostra quem é o Timothy, mas estão sentados também outros quatro homens e três mulheres. Uma cadeira permanece vazia.

Antes do início dos debates, olho em volta, porém não vejo Haymitch. Timothy está ao centro da mesa principal e se ergue para começar um longo discurso:

— Para aqueles que não me conhecem, meu nome é Timothy. Eu trabalhava nas minas de carvão daqui do Distrito e assumi temporariamente a função de Prefeito. Foi uma eleição simbólica e não sei por quanto tempo estarei à frente da administração, mas quero fazer valer cada minuto e começar logo a reconstrução da cidade, com a participação de todos os interessados. Estive na Capital e fiz contato com pessoas de lá e de outros Distritos. Então, na última reunião, acolhemos alguns voluntários que vão liderar a estruturação de vários setores.

Ele se dirige a uma das extremidades da mesa, para apresentar os integrantes da equipe:

— Daqui do Distrito 12, o Thom estará à frente da realização das obras, o Orsen organizará o recrutamento de trabalhadores e a Tessa está encarregada da implantação de escolas e cursos profissionalizantes.

Ele dá alguns passos adiante e aponta para as duas figuras que aparentam ser da Capital:

— O Artorius irá me assessorar nos assuntos jurídicos e administrativos e o Helius será o responsável pelas finanças. Ambos são da Capital. Por fim, com toda a experiência profissional que tiveram em suas cidades de origem, a Lorian, do Distrito 6, assumirá a área da saúde e vai nos auxiliar na produção de medicamentos. A Azalea, do Distrito 11, tomará conta do setor de agricultura, enquanto o Adam, do Distrito 13, levará adiante pesquisas sobre novas fontes de energia. — Timothy acaba de falar e olha com pesar para a cadeira vazia. — Só faltaria apresentar o nosso Conselheiro, mas, pelo visto, ele não aceitou nosso convite.

Terminadas as apresentações, Katniss se vira pra mim e sussurra:

— Acho que Haymitch deveria fazer parte dessa equipe como Conselheiro, mas não há nem sinal dele.

— Por que você não se voluntaria? Isso já deu certo uma vez — falo baixinho e pisco o olho pra ela.

Katniss recosta a cabeça em meu ombro e diz com tristeza:

— Não. Não deu certo. Quem eu queria proteger acabou morrendo, de qualquer forma.

Imediatamente me arrependo de ter trazido um assunto tão delicado à tona e, além disso, na forma de brincadeira:

— Desculpas... Estava pensando apenas em como você nos salvou nos primeiros Jogos. — Afago seus cabelos e constato que a atenção de todos, sem exceção, está voltada para os nossos últimos gestos.

Katniss se recompõe e, para minha surpresa, levanta o braço, pedindo permissão para falar.

— Pois não, Srta. Everdeen! — Timothy logo se adianta.

— Posso dar uma opinião? — Katniss abaixa o braço de modo tímido.

Uma cacofonia de vozes misturadas surge subitamente.

— As sugestões são todas bem-vindas! — Timothy a encoraja. — Você pode ficar de pé, Katniss?

Ela se levanta, porém as pessoas continuam falando ruidosamente. Ao lado de Timothy, Artorius faz sinal para fazerem silêncio, mas poucos o atendem. Ele, então, pede:

— Vamos ouvir o que Katniss Everdeen tem a dizer... Ou deveria chamá-la de Sra. Mellark? — O sotaque da Capital ecoa pelos meus ouvidos e temo pela reação de Katniss.

— Eu e... Peeta... Nós nunca nos casamos — balbucia ela insegura.

As pessoas se espantam e o burburinho recomeça. Levanto-me depressa e seguro a mão de Katniss, lançando para ela um olhar tranquilizador, quando me encara aturdida.

— É muito difícil você querer proteger alguém mais do que a si mesmo e ter apenas palavras como suas únicas armas. Foi por isso que menti sobre o casamento e sobre a gravidez na entrevista do Massacre Quaternário. Peço desculpas a vocês, mas só estava pensando em salvar a Katniss — esclareço em voz alta.

— E vocês estão juntos agora? É pra valer dessa vez? — pergunta alguém atrás de nós.

Fecho os olhos por causa da frustração que sinto. Katniss aperta meus dedos com força e, antes que um de nós dois responda qualquer coisa, ouço alguém pigarrear forçadamente.

— Tenho a impressão de que estamos reunidos aqui para tratar de outros assuntos. — A voz de Haymitch se sobressai entre as demais e ele se encaminha para a mesa principal, sentando-se na cadeira vazia. — E aceito o convite para ser o Conselheiro da equipe. Espero que tenham gostado da minha chegada triunfal... E do fato de estar sóbrio.

Timothy sorri satisfeito e vira-se para Katniss, que também parece feliz com a chegada de Haymitch:

— Agora, Srta. Everdeen, você pode dar sua opinião.

Ela olha pra mim e sinaliza que está tudo bem.

— Sei como é importante incorporar as modernidades da Capital nessa reconstrução, mas sugiro que isso não seja feito de forma drástica aqui, para não descaracterizar o que o Distrito 12 era. Nosso lar! — Katniss expõe seu ponto de vista com convicção e torna a se sentar.

— Essa é uma de nossas preocupações. Por isso, eu me cerquei de pessoas como o Thom, que conhece tão bem as características do Distrito 12 que queremos preservar! — Timothy a tranquiliza.

Depois disso, os debates transcorrem de modo ordeiro e com a participação de todos. Foram esclarecidas diversas dúvidas a respeito de como se darão os investimentos para a construção de moradias e o restabelecimento da área comercial da cidade.

Ao fim da reunião, Katniss vai cumprimentar Haymitch, enquanto eu me aproximo de Thom.

— E aí, Peeta? Animado para reerguer a padaria? — indaga ele.

— Mesmo antes de voltar pra cá, já acalentava esse sonho. Tenho algumas economias guardadas para isso.

— As despesas com a reconstrução da área comercial também serão custeadas pela Capital. Guarde seus recursos para comprar os equipamentos da padaria, que devem ser bem caros. Precisamos nos encontrar para discutirmos o projeto.

— Sabe, Thom, conheço alguém que ficará muito feliz em saber que você está por aqui no Distrito 12, desempenhando essa função tão importante.

— Sério? Quem é?

— Minha amiga Delly Cartwright.

— Ah... Delly. Eu me lembro dela da escola e a vi no Distrito 13. — Seu jeito de falar denota certo desânimo, o que me faz me apiedar de Delly, pois creio que ela ainda nutre esperanças de seus sentimentos serem correspondidos por Thom. Ele continua:

— Ela fala com todo mundo, sorri pra todos, menos pra mim. Acho que você está enganado. Pra ela, é indiferente onde estou. Delly não deve gostar muito de mim.

— Ela age assim, talvez, porque goste de você até demais.

O rosto de Thom, então, ilumina-se e vejo sua expressão inicialmente desalentada se transformar com entusiasmo.

— Delly? Nunca nem cogitei algo semelhante... Não me atreveria, sendo ela a filha do sapateiro da cidade e eu, um mineiro miserável da Costura — comenta ele, com ar sonhador.

— Vou aconselhá-la a voltar.

— Espero que ela aceite seu conselho... Até breve, Peeta. — Thom se afasta pouco antes de Katniss se posicionar novamente ao meu lado.

— Quem que ele quer que aceite seu conselho? — pergunta.

— Delly Cartwright. Depois da reunião de hoje, acho que ela ficará contente em saber que terá casa e trabalho, se quiser voltar para o Distrito 12.

— Delly ficaria contente em retornar? Ou seria você? — Katniss questiona com um tom nada amistoso, cruzando os braços.

— Acho que ambos — respondo rapidamente. — Somos amigos, Katniss, como irmãos.

Não sei o porquê, mas acho que ela não ficou muito convencida disso.

— E você fica uma graça, com essa carinha zangada... Mesmo sem motivo! — friso bem.

Katniss esboça um sorriso de lado, soltando os braços que estavam cruzados e, dessa vez, é ela quem me oferece sua mão para que eu a conduza até em casa, o que faço com dificuldade, pois a caixa que o Dr. Aurelius enviou está bem pesada.

Mas eu não poderia estar mais feliz, andando de mãos dadas com a minha namorada.


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