Café a Duas escrita por Joana A Dark


Capítulo 4
Fique mais, que eu gostei de ter você


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei, não me apedrejem, amo vocês muito sz eu precisei estudar pra semana de provas e por isso não tive tempo de escrever, mas estou de volta como deu pra ver né, boa leitura aí, enjoy!



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Pra mim aquilo não fazia o menor sentido, afinal quando se gosta de alguém geralmente você não trata essa pessoa mal, mas o pedido de desculpas foi tão fofinho e pareceu tão sincero, que eu resolvi esquecer essa parte ruim do dia.

M: Tudo bem, entendo... hj foi incrível cara, vc n tem noção

M: Sério, ainda quero acreditar que foi real

H: Vc feliz me deixa feliz

M: Como consegue ser tão fofa?

H: Sla acho q nasci assim kkkk

M: Boba...bom, eu vou dormir, boa noite, bjo linda.

Nem espero que ela me responda e deixo o celular carregando enquanto me acomodo melhor, apenas esperando que o sono chegue. Durante a madrugada acabo tendo um pesadelo onde minha mãe lia todas as mensagens e me expulsava de casa, enquanto me xingava e dizia a altos brados que preferia uma filha morta a uma “ sapatão “ .

Acordo sem tanto medo, porque aquilo nunca aconteceria de verdade, sempre prezei muito pelo respeito e privacidade entre mim e minha mãe, ela não tinha a senha do meu celular e vice versa o que me conferia certa liberdade para não apagar as minhas conversas. Olho as horas e corro pra me arrumar, as meninas tinham marcado de se encontrar na casa da Gabi, acordei muito tarde, tive que fazer tudo voando e por último só tive tempo de me despedir de mamãe, pegar uma maçã na fruteira e correr para a parada, torcendo para que o ônibus estivesse mais atrasado que eu e não tivesse passado.

Sempre marcávamos reuniões na casa da Gabi, porque apesar de não ser a maior casa de todas, tinha um ambiente muito bom, e acabou sendo consagrada como nosso “ point”. Vick abre a porta pra mim, ela tinha chegado primeiro e em seguida eu, depois de poucos minutos estávamos todas no quarto dela, onde as meninas me olhavam como quem espera o anúncio do vencedor da mega-sena da virada:

— E aí como foi? Transaram? Tá gravida? Ela vai assumir? – Verônica quebra o silêncio.

— Isso a gente descobre assim, cadê as marcas? – Fabi investiga meu pescoço enquanto todas riem.

— Mas vocês foram onde eu te disse, né? – Bárbara me olha serrando os cílios.

— Vocês exageram tanto, meu deus... – Gabi ria, negando com a cabeça.

— Sim, não enrola Marina conta logo! – Diz Vick, já impaciente.

— Nós fomos ao cinema, ficamos, e fomos na escadaria de emergência e repetimos, fim. –

— Tá caguei, quero detalhes amiga, mão naquilo, aquilo na mão. -  Verônica passa o braço  pelo pescoço da Babi.

— É, teve tesourinha? – Diz a mesma, fazendo um gesto que indicava a posição com a mão.

— Galera, não viaja! Mal saímos, vocês querem o que? Só posso dizer que a Heloísa tem uma pegada incrível e peitos ótimos de pegar que nunca vou ter, felizes? Nem sei se ela me leva a sério o suficiente pra pensar nessas coisas...–

— Droga, queria tesourinha! – Babi ri enquanto amarra o cadarço dos tênis.

— Sua idiota, só de vocês se olharem de longe no intervalo dá pra perceber que estão apaixonadas, tu que não quer ver. – Gabi acaba por me repreender, um pouco irritada

— Até quem te vê lendo o jornal na fila do pão sabe que vocês se encontraram. – Vick bagunça meu cabelo.

— Tem comida nessa casa? Tô morta de fome! – Abraço Gabriela pela cintura.

Fomos a um supermercado próximo e compramos várias bobagens pra comer enquanto conversávamos, acabamos todas sujas com chocolate que a Fabi começou espalhando no rosto da Vick, o que gerou uma divertida “ luta” com chocolate, nos limpamos e depois voltou cada uma pra sua respectiva casa.

Com o passar dos dias Heloísa e eu íamos ganhando cada vez mais a amizade uma da outra, a gente  conversava sobre tudo e não demorou muito pra que cada uma ficasse cada vez mais imersa na vida da outra, ela além de amante acabava se tornando uma ótima amiga pra mim, compartilhávamos vários interesses, música, jogos e assunto era o que nunca faltava. Enquanto pensava na garota, acabava derramando algo no chão e minha mãe via :

— Por que está tão distraída menina? Olha a sujeira que fez –

— Eu vou limpar...- Pego um pano e limpo tudo do chão –

— Ainda descubro o que acontece contigo Marina! –

— Eu só quero férias logo mãe, e só isso, boa noite – Beijo a testa de minha mãe, me deito e durmo

Se passa um mês do dia do beijo, depois cerca de dois ou três e as cobranças sobre um namoro começaram a surgir tanto da parte das minhas amigas quanto das dela, vivia ouvindo comentários como “ E o namoro, cadê?” de ambos os lados. Não era como se eu não pensasse nisso, só não gostava muito daquela pressão toda, como se fosse necessário o rótulo de namoradas para que fôssemos felizes, estávamos bem assim e em time que está ganhando não se mexe, mas parei pra pensar no que Heloísa achava disso. Nunca conversamos sobre isso, e se ela se cansasse? Se estivesse achando que eu não a levava a sério? Eu nada tinha de concreto, apenas suposições, palpites, respostas e pensamentos que eu achava que ela tinha e isso não me bastava, precisava ter certeza, mas pra isso tinha que perguntar diretamente à garota.

Acordo na segunda-feira cedo e vou ao curso de desenho, como sempre tinha chegado mais cedo e estava sentada na calçada esperando abrir, o horário era de 7:30, mas eu sempre chegava por volta de 06:50, porque os ônibus eram menos cheios quando eu ia bem cedo, e ir sentada compensava a falta de sono. Entrando em classe, o professor nos ensina uma nova técnica de traço para rosto, e em seguida pede que façamos um exercício, ele manda desenharmos uma ou mais pessoas, da forma que quisermos, para pôr em prática a aula. Depois de muito pensar no tema do desenho, acabo misturando minha arte com minha vida, os últimos acontecimentos e a vontade de estar com Heloísa, uma ideia me ocorre de súbito e começo a desenhar, o resultado final é até bom e o professor me elogia bastante dizendo que o desenho passava enorme sentimento e deixava claro o carinho entre as personagens pelo olhar. Escondo na mochila para que minha mãe não visse, afinal se ela me pegasse com um desenho como aquele talvez percebesse na hora tudo o que estava acontecendo, me despeço do professor e vou pra escola.

No fim da aula, depois de chegar em casa, tomar banho e terminar meus afazeres, me muno de toda a coragem que existe em mim e executo o plano que tinha para aquele desenho, tiro da mochila a folha de papel que por sorte não estava tão amassada. Na folha estava eu, vestida com a roupa do Super Mario e usando um bigode falso, estava olhando pro topo de uma torre e nela se via Heloísa, usava o vestido rosa da princesa Peach junto com a coroa, de pé na sacada da torre, nos olhávamos e eu estava ajoelhada, abrindo uma caixinha de veludo que tinha um anel dentro.

Suspiro com um pouco de medo e mando uma foto do desenho pra Heloísa, acompanhada da frase:

M: Me namora e deixa eu te salvar, princesa?


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Notas finais do capítulo

Eita, será que a Heloísa aceita ? Não vou poder dar uma previsão do próximo capítulo ,porque talvez eu viaje e não tenho como saber se vai ter internet, mas vou postar o mais rápido que puder. Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo!