História 10 - ANJO escrita por Tsuruga Akira chan


Capítulo 19
Capítulo 19 - PERSEGUIÇÃO


Notas iniciais do capítulo

Nosso penúltimo capítulo oficial!

Enjoy, Minna-san! o/



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Matsumoto, agora, olhava preocupada para o capitão grisalho e sem expressão parado à sua frente. Como já sabia antes, havia sido chamada para a reunião que se tratava apenas de assuntos rotineiros de segurança que acontecia de tempos em tempos, pois com a perda dos vários capitães nas guerras dos últimos anos, poucos foram os que sobraram e graças a isso, a eficácia no combate contra hollows mostrou-se decaindo.

Enquanto na reunião, a ruiva não abriria a boca para tentar explicar algo como um problema pessoal, no entanto, também não poderia/conseguia conter sua preocupação.

Enquanto os capitães discutiam seus deveres e avanços, um alarme soou indicando que a Soul Society deveria estar sob ataque inimigo. Os capitães pararam sua discussão e olharam confusos entre si. Hitsugaya, contudo, estava mais preocupado com uma pequena unidade particular sob seu comando.

— Terminemos esta reunião mais tarde. - Hitsugaya disse já se virando de costas.

— Hitsugaya-taichou, não se apresse! Ainda não sabemos do que se trata. - Pediu Kurotsuchi.

— Tenho coisa mais importante para fazer do que continuar uma discussão de rotina e deixar minha divisão sobre um possível ataque, Kurotsuchi-taichou. - Retrucou o rapaz.

— Acalmem-se, capitães. - Pediu o Comandante. - Porém, concordo com o Hitsugaya-taichou. Vamos continuar essa reunião após resolvermos tod- Um bip repetido soou interrompendo a fala de Kyouraku e chamando a atenção para sua localização, Hitsugaya.

Os olhos do grisalhos se arregalaram e seu coração falhou, em seguida, o rapaz já estava à toda velocidade em direção ao laboratório em sua divisão. Matsumoto o seguiu segundos após, dizendo para o comandante apenas que algo tinha acontecido à Karin. Enquanto corria, o coração do capitão falhava algumas batidas e sua mente se tornava um abismo profundo com mil e um pensamentos sobre o que poderia ter acontecido com a garota e o quanto ele não se perdoava por não ter reparado qualquer presença por perto quando fora buscar sua tenente.

Nos corredores da Soul Society, shinigamis iam e vinham, apressados e gritando ordens e especulações sobre o que foi visto ou acontecia.

— Rápido! Rápido! Ela foi encurralada na praça da ala leste próxima à Zona de Deus! - Gritou um shinigami.

— A Zona de Deus foi destruída! O shinigami responsável está desacordado! Inimiga identificada como uma garota de vestido negro e com asas! - Gritou outro mais ao longe no corredor.

Ao ouvir o último relato, o grisalho mudou seu curso imediatamente e, ao mesmo tempo, inconscientemente. Tudo que pôde murmurar foi o nome da amiga a qual esperava despertar. Karin.

***

A respiração era ofegante enquanto os olhos procuravam desesperados por novos caminhos caminhos de fuga. Gritaria por todos os lados, shinigamis correndo de um canto para o outro, uns fugindo e outros lhe perseguindo. Sua paciência estava chegando ao fim.

Enquanto corria, a fugitiva tentava procurar por uma reiatsu conhecida por perto, na realidade, procurava apenas uma, porém, seu corpo estava fraco e pesado, sua percepção ainda estava aturdida e sua cabeça doía cada vez mais, como se há muito não visse a luz ou tivesse contato com muitas pessoas. E realmente, não tinha.

Karin havia acabado de despertar totalmente, porém era difícil mover seu corpo. Talvez, ao passar três anos em uma única posição e sem enviar sinais de comando para seus membros, o corpo esquecera de como lhe obedecer. Ao abrir os olhos, a luz artificial do laboratório refletida e refratada pelo líquido frio lhe feriu os olhos, em resposta, tentou cobri-los com os braços, mas estavam pesados demais e apenas o que lhe respondera fora as asas de gelo - que ainda estavam em suas costas como restante do poder que antes absorvera -, que entretanto, usaram-se de força e velocidade demasiada, abrindo-se e fechando instantaneamente, e no processo, estourando completamente o vidro do tanque em que se manteve até hoje.

A onda de choque atravessou o vidro e destruiu tudo no ambiente tecnológico, atingindo, inclusive, o único assistente que no momento trabalhava de costas para si enquanto lia qualquer coisa e falava com alguém no telefone.

Karin abriu novamente os olhos, e as asas lhe seguiram, mostrando à morena um cenário completamente destruído.

“Merda”. Foi o que a garota pensou, pois logo repara que o atual estado do laboratório fora culpa exclusivamente sua. Olhando para baixo, reparou ainda estar no ar e que suas pernas, apesar de senti-las, não conseguiam lhe responder adequadamente. “Atrofiadas?... Era de se esperar…”, comentou para si mesma.

Passos apressados chegaram ao laboratório destruído e em seguida, várias pessoas com kimonos negros gritavam e lhe apontavam espadas sem que lhe dessem tempo de explicar qualquer coisa. Assim, a garota agora seguia voando pelos corredores em tentativa de fuga e, ao mesmo tempo, em busca da única pessoa que gostaria de ver no momento. Hitsugaya.

Embora as asas funcionassem bem, a morena preferia estar correndo com suas próprias pernas, assim como com elas também poderia apenas desacordar seus perseguidores sem acabar lhe matando pela falta de controle de suas asas.

Apressada, virou o próximo corredor, sua respiração já estava difícil e seu corpo pesava mais e, ao fazer a curva, encontrou mais algumas dezenas indo em sua direção enquanto gritavam e aumentavam ainda mais sua irritação. Ataques de longa distância lhe eram feitos com alguns shinigamis lhe lançando qualquer coisa. Esferas de energia, equipamentos ninjas, balas, e o que mais pudessem lhe mirar, mas Karin desviava o máximo que podia e, com isso, desgastava-se ainda mais.

Uma luz surgiu em meio à dois corredores. Uma saída. A garota não pensou duas vezes antes de acelerar sua velocidade e sair com todo o fôlego que podia, encontrando um tipo de pátio que conectava à outros corredores, porém, para seu azar, destes saíram outros shinigamis, lhe deixando encurralada enquanto várias armas lhe eram apontadas. Karin queria apenas descer e sentar em algum canto, mas não parecia que poderia ter paz em momento algum após ter despertado.

— Parada aí mesmo! Está cercada! Renda-se ou te mataremos! - Gritou um.

— Como conseguiu entrar aqui? Quem é você? - Gritou outro.

— Quem te mandou aqui? - Gritou uma.

A garota olhou irritada para seus agressores que não cansavam de gritar perguntas para si, mas mão lhe deixavam responder ou mesmo se mover.

 Urussai! - Gritou a morena para chamar a atenção de todos.

— Ataquem! - Gritou qualquer um.

Karin não queria atacar. Estava cansada demais para sequer tentar qualquer coisa que não acabasse mantando alguém. Exaurida de força e paciência, gritou a única coisa que lhe veio à cabeça enquanto shinigamis lhe direcionavam um ataque em massa.

— Toushirou!!! Cadê você, idiota?! - Exclamou irritada e cansada de sua busca.

O ar esfriou rapidamente, enquanto uma haori branca com a identificação da 10ª divisão surgiu em frente a garota voando baixo e congelando todas as armas que se aproximavam da morena.

Um rapaz de cabelos brancos que vestia a haori olhou para trás com tremenda fúria e vociferou em ameaça aos seus subordinados.

— Quem encostar nela, morrerá! - Alertou.

Os shinigamis, aturdidos, afastaram-se um pouco recolhendo suas armas e o rapaz, mesmo que ainda alerta, virou-se novamente para aquela que protegia, tendo que levantar seu olhar para a figura feminina alada que voava à 50cm acima de si.

— Yoo, Toushirou! Issashiburi… - Cumprimentou a garota lhe analisando de cima. - Já estava cansada de te procurar.

Seu olhar se arregalou levemente e sua boca se cerrou mordendo o lábio e franzido o cenho. Karin suspirou cansada, já esperando tal reação do grisalho.

— Me pede para acordar e quando acordo, sou recebida à gritos enquanto você não aparecia. Esse lugar é barulhento demais! - Exclamou a garota irritada massageando de leve sua têmpora esquerda.

— Karin… Estava escutando? - Perguntou o rapaz. A voz saiu um pouco trêmula e fraca.

Um grito surpreso se fez na saída do mesmo corredor pelo qual Hitsugaya viera. Todos os olhares se voltaram para lá, incluindo os dos dois amigos.

— Ka… Karin-chan! - Disse a tenente ruiva surpresa e deixando que lágrimas de felicidade rolassem por seu rosto.

A morena olhou para a mulher e sorriu amigavelmente.

— Yoo, Rangiku-san! É bom vê-la de novo. - Disse para ela e então, virou seu olhar para o rapaz novamente. - Viu? Não precisei nem cumprimentá-la primeiro. É o que se espera que um amigo próximo faça. - Comentou. - Sobre eu ter escutado, sim, escutei tudo e vou cobrar cada promessa! Esteja preparado! - Abriu um sorriso convencido.

O grisalho continuava sem reação, apenas mordia o lábio como quem se continha para não chorar e não conseguia acreditar no que acontecia. A morena novamente bufou.

— Se continuar calado com essa cara de culpado, vou achar que era melhor ter continuado à dormir. - Ameaçou a morena. - Posso voltar para lá, se é o que quer. - Virou-se de costas.

— Espere, Karin! - Hitsugaya pediu um tanto desesperado.

A morena o olhou de soslaio e sorriu.

— Vou perdoar desta vez só porque aprendeu a usar meu nome. - Declarou reparando na troca do“Kurosaki” pelo “Karin” e sorriu.

O capitão ruborizou de leve constrangido. A garota passara tanto tempo sob sua custódia que com o tempo acostumou-se a tratá-la pelo primeiro nome, mesmo que na maioria das vezes o usasse apenas em sua mente.

— Está ferida? - Hitsugaya perguntou analisando-a.

— Não, por sorte, não. - Respondeu olhando para si mesma. Devagar, começou a baixar mais seu voo até seus pés tocarem o chão frio de concreto. - Mas estou cansada. Digamos que fugir desesperadamente por alguns corredores apertados logo após sair de um coma não é bem o meu esporte favorito. - Comentou.

O capitão olhou novamente para trás de si, emanando claramente um ar perigoso para aqueles que encurralaram a morena.

— Hi-Hit-Hitsugaya-taichou, por favor nos perdoe! N-nós não sabíamos que a garota era sua conhecida! - Pediu um homem parecendo ser o responsável pelo início da perseguição.

— Nós encontramos o laboratório destruído e o Masashi-san desacordado… Então… Bem… - Tentava explicar outro.

— Toushirou… Acho que eu posso explicar essa parte… - Chamou a garota com as asas ainda abertas e com uma das mãos na nuca e um sorriso desconcertado no rosto. - Foi meio que sem querer… Gomen!

— O que aconteceu? - Hitsugaya perguntou curioso pelo constrangimento da amiga.

— Quando eu acordei, a luz me incomodou, mas meus músculos atrofiaram pela falta de exercício. Só as asas estão me obedecendo mais rápido, porém ainda não controlo a força muito bem… Então, tipo, foi meio que por reflexo… As asas bateram muito rápido e eu acabei destruindo todo o laboratório. Acho que o cara que estava lá também se machucou um pouco… - Contou.

O capitão piscou um pouco processando a história da amiga. Em seguida, bufou um pouco e olhou novamente para trás, desta vez, apenas cansado.

— Aizawa, qual o estado do Masashi? - Perguntou.

— B-bem… Está bem, apenas desacordado pelo choque. - Relatou.

— Entendo. Estão dispensados. - Ordenou e voltou a olhar para a garota.

— Desculpa, sei que gastou muito dinheiro para manter aquele lugar. - Karin sentia-se um pouco culpada.

— Acha que me importo com aquilo? - Questionou o grisalho. - Aquele lugar só foi montado porque uma garota decidiu arriscar a vida me salvando. Tudo aquilo era só para te manter viva, não tinha outra serventia. Agora que acordou, não faz diferença. - Hitsugaya contou tentando manter seu ar indiferente de anos atrás.

— Ainda assim era muito caro. Por falar nisso, andou trabalhando demais para pagar aquilo. Eu vou devolver o dinheiro, um dia… - Declarou.

O rapaz olhou para ela e bufou.

— E como vou devolver os três anos que perdeu no mundo humano para me salvar? Soube que enfrentou Zaraki e até mesmo que lhe fez uma promessa absurda enquanto eu estava fora de controle. - O capitão não entendia a lógica da garota.

— Ken-chan já me devia um ou outro favor, e além disso, ele era o único que conseguia ultrapassar sua defesa. Não prometi nada demais, de qualquer forma. - Declarou de braços cruzados e fazendo bico. - Quanto aos anos, só pude viver até os 15 anos porque você me salvou várias vezes, do contrario eu já seria um espirito. Bom, estou viva e é o que interessa para mim. Vai me compensar me levando à todos os jogos que me prometeu. - Karin declarou com certa alegria. Estava com saudades de poder ver um bom jogo, ainda mais na companhia do grisalho. - Agora, que tal me ajudar? Quero desfazer essas benditas asas.

— Te ajudar? - Perguntou confuso.

— Qual a parte do “meu corpo não me obedece” você não entendeu? Vou cair quando desfazê-la. - Explicou sarcástica. - Me leve até uma enfermaria ou coisa do tipo. - Pediu.

O grisalho se aproximou devagar, mas Karin logo percebeu uma inquietação em seu olhar.

— Não estou mais absorvendo reiatsu. Fique tranquilo. - Contou.

Embora ainda receoso, segurou a garota pelos braços. Ela olhou para ele e em seguida fechou os olhos para se concentrar e, em instantes, as asas se quebraram em mil pedaços e o peso do corpo da morena caiu sobre o peito do rapaz que habilmente à levantou em seus braços.

— Ah, agora me lembrei, tem bastante coisa para me explicar. - A morena disse passando os braços por seu pescoço e lhe encarando cética. O capitão olhou curioso pela reação dela. - Começando pelo porquê de eu estar usando uma droga de vestido, ainda mais sendo tão curto! - Exclamou um tanto irritada com o comprimento do vestido que não lhe deixava ficar totalmente à vontade sem mostrar o que não devia ser visto por qualquer um.

O grisalho se surpreendeu brevemente com a pergunta da garota e em seguida deixou um sorriso de canto escapar em seus lábios.

— Fica bem em você. É o que importa. - Declarou.

Karin olhou para o rapaz lhe mirando de maneira travessa e ruborizou.

— Baka! Me leve de uma vez! - Exigiu fazendo bico e fingindo irritação.

— Hai, hai… - Concordou logo se direcionando para a 4° divisão. De longe, Matsumoto sorria alegre ao ver seu capitão sorrindo novamente. Estava mais relaxado e descontraído, parecendo até mais jovem do que aparentava nos últimos três anos. A tenente estava feliz.

Ao ser levada para o departamento médico da Gotei 13, a garota chamou muita atenção e logo os capitães e tenentes mais próximos à jovem à foram visitar, porém, esta já havia voltado à dormir, dizendo precisar descansar. Hitsugaya, por outro lado, ficou extremamente conturbado com a ideia de que a morena poderia não acordar novamente, mas a garota lhe sorriu dizendo que desta vez seria apenas por algumas horas. Confiando na promessa de Karin, Hitsugaya acabou por adormecer sentado próximo ao seu leito com a certeza de que quando acordasse, a ela também o faria.

***


 Um mês se passou após o despertar de Karin. Masashi voltou para a 12ª divisão; Matsumoto voltou aos poucos com sua habitual preguiça, embora de forma moderada. Urahara, ao saber do retorno da garota, comemorou aos pulos junto ao pai da mesma; Yoruichii deixou uma ou outra lágrima fugir enquanto reencontrava sua jovem discípula, enquanto Ichigo, como o irmão ciumento e protetor que era, agarrou-se à morena por um longo tempo chorando. A unidade tecnológica da 10ª divisão não possuía mais utilidade para seu responsável, assim, a Zona de Deus desapareceu tão rápido quanto havia surgido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! =D

Até o próximo capítulo!

Sayounara, Minna-san! o/



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