História 10 - ANJO escrita por Tsuruga Akira chan


Capítulo 12
Capítulo 12 - SONHOS


Notas iniciais do capítulo

E mais outro capítulo...

Enjoy, Minna-san!



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Em sua sala, Matsumoto terminava alguns dos poucos documentos que sobraram da pilha de papéis que dividira. Já havia se passado algumas horas e mesmo que mais lento do que realmente podia fazer, terminava os documentos acumulados como lhe foi ordenado.

Um alarme soou em sinal de urgência. O som era um aviso de que alguma situação de emergência havia surgido. A ruiva quase caiu da cadeira ao ter sua concentração quebrada repentinamente pelo alarme. Uma borboleta infernal já adentrava sua sala pela janela. A tenente logo a recebeu para escutar a mensagem.

— Todos os tenentes e capitães disponíveis devem se encaminhar imediatamente para o mundo humano. Repetindo: Todos os tenentes e capitães disponíveis devem seguir para o mundo humano. Motivo: O capitão Hitsugaya Toushirou da 10° divisão entrou em descontrole e deve ser parado imediatamente! - Dizia a mensagem.

A ruiva entrou em profunda confusão e desespero. Hitsugaya deveria de fato estar no mundo humano, mas não havia motivos aparentes para um “descontrole” de sua parte. Estava de folga, não haviam missões, Karin estava lá. Mil coisas se passavam por sua mente e nenhuma lhe parecia plausível ou reconfortante. Sem pensar, seguiu para o portal mais próximo. Seu capitão estava com problemas.

***

O céu estava limpo, sem qualquer nuvem para cobrir qualquer parte que fosse de toda aquela imensidão azul. Mesmo de cima de um telhado qualquer no qual descera após passar pelo portal, o som dos carros e das pessoas da cidade se movimentando podia ser ouvido. As árvores balançavam devagar em uma dança lenta e ritmada de um vai-e-vem conduzido pelos ventos da tarde. As cigarras cantavam em busca de um companheiro e deixavam na calma cidade um ambiente tranquilo e aconchegante de um dia de verão. Hitsugaya finalmente voltava ao mundo humano.

Graças à nova invenção aprimorada de Urahara , o grisalho não precisava voltar em sua loja para buscar um gigai, pois este agora era portátil e instantâneo, bastando ser ativado ao sair do portal.

Estava longe, pensou ao reparar na presença de uma reiatsu muito conhecida pelo rapaz, que por acaso, não pôde deixar de reparar também numa segunda reiatsu, muito mais fraca que a primeira, mas muito mais alta do que da última vez que a sentira. A gêmea mais nova com certeza havia evoluído, constatou. De qualquer forma, ignorou-as. Já havia decidido que não iria mais interferir na vida da amiga humana. Não tinha esse direito e nem iria ousar tentar. Já havia se passado dois anos, talvez ela achasse que este morrera ou até se esquecera dele e era assim que deveria permanecer. Era o melhor para ela.

Silencioso, caminhou calmamente até a casa da idosa que há tanto tempo conhecia. A velha, ao abrir a porta e vê-lo já crescido, abriu um enorme sorriso e o convidou para entrar de forma gentil e amável, pedindo para se sentar na velha varanda enquanto lhe prepararia os habituais doces de feijão que sempre lhe oferecia.

O rapaz não conteve um sorriso satisfeito.

A casa não era sua, a senhora não era sua parente e ele nem mesmo era humano, mas de alguma forma, aquela velha construção de madeira e a gentil idosa que lhe recebia lhe passavam a sensação de estar “de volta ao lar”.

Haru terminava os doces na cozinha mostrando em sua face um notório sorriso de alegria, pois para ela, seu neto postiço voltara para visitá-la.

Hitsugaya, sentado na varanda, observava o nostálgico jardim. Quase nada havia mudado. As mesmas flores, o mesmo perfume, com exceção de uma velha bola de futebol parada ao lado do canteiro. A bola de Karin. Era fácil reconhecer pelo número infinito de vezes que a garota viera atrás de si carregando a redonda e insistindo para que ele a ajudasse com algum jogo ou treino. Sempre competitiva e insistente. No fim, nunca conseguiu realmente recusar algum de seus pedidos.

A idosa logo se aproximou com os doces e reparou na bola que o grisalho manuseava em seus pés. Como toda avó atenciosa, derramou elogios infinitos sobre a dona da bola, enfatizando como havia crescido e se tornado uma linda jovem e que ainda lhe vinha visitar sempre para conversar e jogar em seu quintal. Haru também mostrou certa preocupação com o fato de vez ou outra a morena aparecer com o punho enfaixado dizendo ser culpa de um treino qualquer que fazia durante a semana. O rapaz achou estranho, mas se tratando da Kurosaki, provavelmente era algo ligado à algum outro esporte que estive praticando além do futebol. Basquete ou tênis, talvez.

Os dois passaram a tarde conversando. A velha contava as pequenas novidades e histórias que se passaram nos últimos dois anos em que o grisalho esteve afastado e em seguida perguntava sobre o próprio. Hitsugaya respondia tudo de forma mais resumida e “educativa” possível, pois querendo ou não, a velha certamente tinha poder espiritual, porém muito baixo para entender tudo o que acontecia na dimensão espiritual, porque para isso era necessário ter visitado a Sociedade das Almas ao menos uma vez - coisa que não aconteceu.

Com a aproximação do horário de volta estipulado por ele mesmo - pois não queria passar muito tempo no mundo humano para não acabar encontrando a amiga adolescente -, Hitsugaya começou a se despedir da idosa. Haru, como uma boa e gentil amiga, tentava convencê-lo à ficar por mais um tempo e oferecia toda sua hospitalidade, além de enfatizar de que deveria sim ao menos ver a garota antes de ir embora, pois esta ainda falava dele e deixava clara a sua irritação por seu sumiço repentino.

O capitão ainda recusou. Não queria encontrar com a garota e dizer que abandonou-a durante dois anos por ser fraco demais para salvar uma outra garota, sendo esta a que sempre pensou amar e tentava proteger à todo custo. Hitsugaya se sentia ainda mais fraco por ainda não poder encarar Karin.

Despediu-se uma última vez da velha amiga Haru e seguiu seu caminho. Estava na hora de voltar. Pensou até mesmo em ver a garota de longe, mas percebendo o quanto sua reiatsu havia se desenvolvido desde seu último encontro, se chegasse mais perto, ela certamente lhe notaria se ainda não o tivesse feito.

O campinho em que jogavam estava próximo e foi para lá que decidiu ir antes de voltar para seu mundo. Queria ao menos dar uma olhada para saber se algo havia mudado, e como pensara, tudo estava exatamente da mesma forma. Era um lugar nostálgico, mesmo para ele que já “vivera” durante tantos anos. Um sentimento bom lhe invadiu.

Hitsugaya não era nenhuma criança quando Karin o encontrou, mas mesmo assim era divertido jogar com ela e os amigos. Vez ou outra conseguiam algum problema, seja com hollows ou com valentões, mas sempre permaneciam juntos e se divertiam com tudo que acontecia. Lembrou-se também, que certa vez, após um jogo qualquer, quando os mais velhos que jogaram contra seu time tentaram lhe ofender quando se encontraram na sorveteria para qual Karin sempre o arrastava após os jogos.

Enquanto tomavam sorvete e conversavam qualquer coisa sobre o jogo, um adolescente zombou de sua aparência e disse qualquer coisa sobre o grisalho ser um estrangeiro maldito. Na verdade, o rapaz não lembra qualquer detalhe sobre os garotos ou sobre o que falaram. Não se importava e apenas ignorou como sempre fazia. Karin, no entanto, escutou muito bem e fez questão de jogar todo o seu sorvete na cara do adolescente que o havia ofendido, além de soltar um belo palavrão em indignação pela atitude pouco nobre do adversário. Uma confusão começou no estabelecimento e a maior dificuldade foi retirar a garota de cima do rapaz espancado. Quando finalmente conseguiu, algum outro adolescente tentou revidar. Hitsugaya, como um bom cavalheiro, não deixou passar despercebido. No fim, todos os 6 rapazes do time acabaram espancados e Karin e ele tiveram que sair correndo da sorveteria para fugir da polícia que fora chamada por alguém que também frequentava o local no momento e se assustou com toda a confusão.

Quando finalmente pararam, já bem longe do local, a garota ainda espumava de raiva com os comentários do garoto que espancou e logo após seu acesso de raiva, caiu em uma crise de riso por toda a situação em que o grisalho - um capitão respeitável - acabou metido por sua culpa.

Óh, sim, agora o rapaz se lembrava porquê conseguia passar tanto tempo com a garota e se davam tão bem mesmo com todas as situações em que se metiam. Karin era mandona, competitiva, “desbocada”e um tanto estourada as vezes, mas sempre foi atenciosa, determinada e confiável. Uma grande garota de raras qualidades. Talvez por saber que ela nunca o abandonaria que ele não conseguia encará-la agora.

Hitsugaya suspirou cansado e derrotado, pois precisava pedir desculpas por seu sumiço, mesmo que não fosse dizer porquê desapareceu todo esse tempo sem dizer qualquer coisa. Determinado à ao menos ir até a garota, aguçou sua percepção para descobrir aonde exatamente ela estava. Achou-a, mas além dela, sentiu algo mais. Algo perto de si. Inconscientemente, franziu a testa.

Desde que passaram pelo portal, algo lhe incomodava. O fato é que começou a se sentir assim desde que entrara no portal. Pensou que talvez Matsumoto novamente lhe seguira, ou talvez fosse apenas a sensação de poder encontrar com Karin à qualquer momento e não saber o que lhe dizer e só por isso ignorou a sensação de estar sendo observado que vinha sentido. Agora sabia, algo estava realmente lhe seguindo, mas não era sua tenente nem qualquer outro shinigami.

Um hollow lhe seguia e observava pelas sombras. Para sua maior irritação, algo em sua presença era familiar. Um hollow que já encontrara antes. Agora a questão que lhe incomodava era: por que o hollow continuava inteiro se eles já haviam se encontrado? Hitsugaya exterminava todos. Sempre dizimou qualquer hollow que encontrasse e nunca o deixava fugir, mas se este estava vivo ainda, só podia significar uma coisa… Um hollow que conseguiu fugir em meio ao único evento em que não conseguiu matar todos os seus inimigosOs hollows que ajudaram Hinamori no ataque à Soul Society.

— Mostre-se! - Ordenou o capitão.

Uma risada ecoou levada pelo vento.

— Tarde demais, capitão! Bons sonhos! - Disse o inimigo.


Essas foram as últimas palavras que o grisalho pode ouvir antes de entrar em um profundo pesadelo.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Até o próximo capítulo!

Abraço e Sayounara, Minna-san!



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