História 10 - ANJO escrita por Tsuruga Akira chan


Capítulo 11
Capítulo 11 - MAU-PRESSÁGIO


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando!

Enjoy, Minna-san! o/



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No mundo humano, duas garotas sentadas numa lanchonete conversavam com outros dois garotos. A mais nova, de cabelos cor de mel, parecia extremamente animada e alegre. A mais velha, de cabelos negros, matinha um olhar tedioso fixo no mundo externo à vitrine, enquanto mantinha sua cabeça apoiada por uma das mãos.

— Está tudo bem com sua irmã, Yuzu-chan? - Perguntou um garoto de cabelos loiros e espetados.

A garota olhou para o lado, reparando na falta de interesse da irmã.

— Karin-chan, algum problema? - Perguntou a mais nova.

Karin virou-se para a irmã, reparando nos dois rapazes que pareciam estar sem saber como agir.

— Não sei… Acho que não deve ser nada, mas tem algo me incomodando. Sente algo? - Perguntou à Yuzu.

A loirinha se concentrou por alguns instantes se pondo séria.

— Acho que não. Parece tudo normal para mim. - Respondeu.

Yuzu, com o passar dos anos, desenvolveu um pouco mais o seu poder espiritual. Agora já podia ver os espíritos, hollows e até mesmo sentir a presença dos mais poderosos - coisa que Karin lhe ensinara para que pudesse se proteger e sempre saber se estaria em perigo tomando determinado rumo.

A mais velha, assim como a mais nova, se desenvolveu, porém muito mais do que a irmã. Karin, agora com 17 anos, era tão poderosa quanto Ichigo quando na mesma idade. Talvez por ser mais parecida com o pai - um capitão shinigami -, talvez por ter sido exposta à mais batalhas e à presença de capitães, como o pai, Urahara, Yoruichii, Zaraki - um homem estranho que conheceu recentemente ao ajudar uma garotinha de cabelos rosados à encontrar uma loja de doces - e, é claro, Hitsugaya, seu eterno amigo de infância.

— Então, deve estar tudo bem, eu acho. - Comentou.

Os dois rapazes sentados à mesma mesa das meninas olhavam-nas confusos.

— Ah, desculpem por isso! - Pediu a mais nova vendo as expressões confusas dos companheiros de lanche.

— O que foi isso? A parada da telepatia entre gêmeas? - Arriscou o primeiro de cabelos negros achando graça da situação.

— Hm? Não, Tanaka-kun, nada disso! - Discordou Yuzu achando graça. - Somos sensitivas.

— Yuzu! - Exclamou a mais velha em repressão.

— Sensitivas? - Repetiu o loiro sem entender muito bem o sentido.

— É… Somos capazes de ver espíritos e esse tipo de coisa. Embora a Karin-chan seja muito mais poderosa. - Explicou amável como sempre.

— Yuzu… Já falei para não sair falando isso para todo mundo. - Bufou Karin. - Não é todo mundo que acredita no que não pode ver e quem acredita ficará com medo de você.

— Mas é verdade! - Insistiu a mais nova frustrada. A morena sorriu gentil para a irmã e lhe afagou a cabeça.

— Eu sei… Eu sei… Só evite falar disso para qualquer um, ok? - Pediu.

— Tá bom… - Concordou um pouco deprimida.

— Certo. - Concordou a morena.

— Espera, mas é sério isso? - Perguntou o moreno.

— Tipo, vocês podem mesmo ver espíritos? - Completou o outro.

— Verdade é, mas acreditar já é por sua conta. - Respondeu a mais velha.

— E por que o Yagami-kun e o Tanaka-kun não acreditariam? - Questionou Yuzu.

— Bem… Eu já ouvi que acontece algumas coisas estranhas perto de vocês. Tipo, isso explicaria… - Começou o loiro.

— Mas, tipo, é muita loucura! Só pode ser brincadeira. - Disse o outro.

Karin pôs-se séria e encarou os dois com intensidade.

— Estão querendo dizer que minha irmã está mentindo? - Disse em tom ameaçador. - Já disse que é verdade.

Os dois se intimidaram pelo olhar e tom da garota. Karin parecia realmente assustadora para os dois.

— Nee-chan, acalme-se! Eles não falaram por mal! Não precisa ficar brava. - Pediu.

— Não gosto que duvidem de você. Você nunca mentiria só para chamar atenção. - Declarou a morena ainda séria para a irmã mais nova.

— Eu sei, mas fica calma. Por mim. - Pediu ainda.

— Não queremos ofender vocês. Sério, foi mal! - Pediu o moreno.

— Nos desculpem, não foi nossa intenção. - Completou o amigo.

Karin suspirou cansada. Não queria estar alí, preferia estar em casa ou no campo de futebol. Mas tinha a Yuzu. A irmã mais nova pediu para que a acompanhasse na lanchonete junto com dois amigos, pois ela estava gostando de um deles e não queria ir sozinha. Karin, como a boa irmã de sempre, concordou em ir e ainda foi obrigada a usar um vestido que lhe incomodava. Rosa bebê e babados na barra. “Puta que pariu…”, pensou ela ao ver o vestido que Yuzu lhe pedira para vestir. Agora a morena usava o pouco da paciência que tinha para resistir aquela tortura psicológica que enfrentava e pensava com o Kon - o espírito alterado no leão de pelúcia - deveria ter sofrido todos esses anos.

— Que seja… Não faz diferença ag - A voz da morena parou. - Ele voltou. - Disse em tom quase inaudível.

— Nee-chan, o que foi? - Perguntou assustando-se com a reação surpresa que a irmã adquirira. Os olhos levemente arregalados procuravam - enérgicos e um tanto alegres - algo muito além da lanchonete ou da rua. Os dois rapazes estranharam novamente.

— Toushirou… - Murmurou.

— Hm? Aonde? - Procurou a garota se erguendo um pouco. - Não consigo ver! - Perguntou parecendo bastante animada em sua procura.

— Não está aqui perto ainda. - Respondeu. Um sorriso animado surgiu em seu rosto. - Aquele desgraçado acabou de chegar na cidade.

— De quem estão falando? - Perguntou o moreno confuso.

— É o namorado da Karin-chan! Ele voltou! - Respondeu a loirinha animada.

— Namorado? Ela tem namorado? - Questionou o loiro um pouco desapontado.

— Ele não é meu namorado, Yuzu! - Exclamou a mais velha já cansada de tantas vezes que a corrigira. - Seja como for, é um amigo antigo. Parece que voltou para a cidade.

— Você vai até ele agora? - Perguntou a irmã.

— Não, agora não. Aquele idiota desapareceu por dois anos. Acho bom ele no mínimo vir me pedir desculpas ou pelo menos dar alguma explicação. Estou nervosa com nele. Se ele não aparecer até antes de ir embora, aí sim eu vou lá dar um chute naquela cara albina. - Contou um pouco irritada tamborilando a ponta dos dedos na mesa e olhando o céu.

— Nee-chan, ele deve ter ficado preso no trabalho. Você sabe que o Ichi-nii demorava para voltar quando ía ajudar eles. - Defendeu a irmã.

— Não importa. Ele sabe o meu número, sabe nosso endereço e sabe muito bem que poderia mandar pelo menos um “oi” pelo Urahara. Poxa, cheguei a pensar que esse idiota poderia ter morrido em algum guerra, missão ou sei lá mais o quê! - Reclamou.

— Certo, certo… Estava preocupada com ele. Eu entendi, desculpas. - Concordou Yuzu que ficava igualmente nervosa quando o irmão sumia repentinamente.

—  Parece estar realmente nervosa… Yuzu-chan, quem é o cara? - Perguntou o moreno tentando encontrar alguma esperança para o amigo loiro.

— É um amigo da Karin-chan que dorme lá em casa de vez em quando. Só que ele demora a aparecer. É um capitão e por causa do trabalho só aparece nas raras folgas. A última foi há dois anos, se não me engano… - Tentava se lembrar a garota. - Vocês precisam conhecer ele. É bem sério, tem o cabelo branco e olhos verdes ou azuis, não sei direito. Apesar da aparência assustadora, é um garoto legal e joga futebol com a Karin-chan sempre que vêm à cidade.

— Garoto? Não é um homem velho já? Digo, a cor dos cabelos e o trabalho. - Questionou o loiro.

— Não… Tipo, é um pouco mais velho que nós - “Muito mais velho”, pensou. - Mas começou a trabalhar cedo. É um garoto ainda. - “Pelo menos se fosse humano, seria…”, Karin ocultou.

— Entendi… - Disse Yagami. - Ah, se nos dão uma licencinha um minutinho? Lembrei de algo e, tipo, é particular com o meu amigo aqui. Já voltamos. - Puxou o outro rapaz para o banheiro do estacionamento.

À sós, o loiro discutia com o amigo sobre a sua certeza de que não tinha chances com a mais velha, enquanto Tanaka tentava animar o rapaz desesperançado. Depois de alguns breves momentos entre choramingos e encorajamentos, os dois retornaram à mesa, encontrando as duas garotas conversando.

— Voltamos! Sentiram saudades? - Brincou o moreno. Yuzu riu, Karin, por outro lado, olhou cética para o rapaz. Era prepotência demais para um cara achar que ela sentiria saudades ou que gostaria da brincadeira.

O loiro deu um tapinha na nuca do amigo pela brincadeira desnecessária.

— Foi mal, ele é carente de atenção. Apenas ignore-o. - Pediu à garota.

— Tudo bem. Eu é que não sou chegada à essas brincadeiras. Tenho pouca paciência com isso desde criança. - Explicou ela.

— Verdade. - Riu a irmã. - A Karin-chan e o Nii-san sempre brigaram com o papai por causa disso. - Lembrou.

O moreno sentiu-se um pouco deprimido por ser comparado com o pai das garotas, cujo este deveria ter no mínimo 30 anos à mais - embora, na verdade, fossem muitas décadas à mais, talvez até um ou  alguns séculos.

Depois disso, passaram-se algumas horas e os jovens aproveitaram seu tempo conversando, mas repentinamente as duas tornaram-se estáticas. Karin parecia ter entrado em algum tipo de choque, enquanto Yuzu pareceu repentinamente estar lutando para se manter com o corpo erguido.

— Ei, meninas, o que foi? - Perguntou Tanaka preocupado pela loirinha que demonstrava certa dificuldade em respirar.

— Karin-san, está bem? O que aconteceu? - Questionou o outro também confuso e preocupado.

Karin foi a única a se mexer, olhando para o céu e procurando algo com certa urgência. Em seguida, olhou para irmã ao ouvir um chamado engasgado de Yuzu.

— Nee… Chan… O q- Tentou dizer.

— Yuzu?! - Exclamou a morena preocupada. Abraçou-a a irmã e recostou-a com a cabeça erguida no assento. - Respira devagar e se concentra. Eleve sua reiatsu um pouco e tente mantê-la como escudo. Tem algo acontecendo aqui. - Instruiu baixo.

— Nee-chan… - A loirinha se concentrou e conseguiu elevar um pouco o seu poder espiritual, diminuindo a intensa pressão que sentia sobre si.

— O que está acontecendo? - Perguntavam os garotos sem entender.

Karin tentava pensar no porquê estava sentindo o que sentia e os chamados dos rapazes, mesmo que com razão, à  incomodava.

 Urussai! - Exclamou irritada. - Eu estou tentando pensar. Fiquem quietos um pouco. - Exigiu.

— Nee-chan, o que é isso? É muito forte… - Perguntou preocupada.

— Tem algo errado com o Toushirou. Eu senti que ele estava lutando aqui perto, mas era alguém fraco. Algo mudou. - Karin rangeu os dentes. - Os capitães estão aqui. Quase todos. Merda! O que está acontecendo?! - Exclamou preocupada.

— O Hitsugaya-kun? - Perguntou a garota confusa e preocupada.

— A espada dele é a única que pode mudar o tempo. É ele, olhe para o céu. Aquele dragão é Hyourinmaru. É a espada dele. - Contou a irmã.

A mais nova seguiu com seu olhar para o céu, assim como os outros dois rapazes confusos. Nenhum deles, com exceção das irmãs, podia ver o enorme dragão de gelo dançando no ar, mas ainda assim era visível para todos as estranhas e pesadas nuvens que repentinamente cobriram o céu.

— Eu vou ver o que está acontecendo. Ele está muito alterado! Fique aqui e não saia até tudo se acalmar. Vai nevar e pode acabar congelando tudo o que os cristais tocarem. - Instruiu Karin se levantando.

— Ei, Karin-san, espere! Deve ter algo errado. Estamos no verão! - Disse Yagami agarrando o pulso da garota.

— Cale a boca e me solte! Eu tenho que ir! - Exigiu ela.

— Karin-chan, é perigoso! - Preocupou-se a mais nova.

— Yuzu, aquele cara já salvou minha vida mais vezes do que posso contar. Agora tem algo errado com ele e eu preciso saber se posso ajudar pelo menos um pouco. - Disse para a mais nova. - Por favor, não saia daqui até tudo voltar ao normal. Além disso, eu sou forte. E é o Toushirou, não vou morrer antes de chutar aquela cara albina e dizer o quão irritada fiquei por sumir sem dar qualquer notícia. Não vou morrer. Prometo. - Declarou determinada.

Yuzu não pôde conter sua expressão preocupada. Tinha medo por sua irmã.

— Sério isso? Está realmente nevando! - Gritou o moreno assustado apontando para a vitrine. O amigo olhou para fora e confirmou que Karin havia acertado em sua previsão.

A garota repentinamente puxou os dois pela gola e lhes encarou.

— Estou deixando minha irmã com vocês. Não saiam daqui e, principalmente, cuidem muito bem dela. Se eu voltar e algo tiver acontecido, mato vocês! - Alertou ela. Em seguida, os soltou. - Yuzu, estou indo. Não saia daqui! Volto quando tudo acabar. - Disse a morena correndo o mais rápido que pôde. O loiro tentou segui-la, mas assim a garota passou pela porta, desapareceu. Não estava na rua, em nenhum dos dois sentidos, tentou ainda olhar de novo para trás para certificar-se de que ela havia realmente passado por ali.

Karin desaparecera deixando uma irmã aflita e dois garotos surpresos, confusos e um tanto assustados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Até o próximo capítulo!

Abraço e Sayounara, Minna-san!



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