Não Diga que Me Ama escrita por Sabrina Azzar


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oie! Cheguei sem atrasos dessa vez! kkkkkkk
Quero agradecer mais uma vez aos lindos comentários =)
Um grande beijo e boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695996/chapter/5

Peeta

 “Sinais de fumaça no céu noturno

Espero que você me veja quando passar

Eu estou gritando do topo do penhasco

Você é a única que tenho, que pode me resgatar

Por que você não pode ver? Por que você não pode ver?

Eu não acho que sobreviverei

Eu vou morrer aqui sem você

Oh, eu não posso viver sem você”

 

James Blunt – “Smoke Signals”

 

Depois que Prim se levantou para poder ver melhor o show de mágica eu pude ter a visão completa de Katniss e não perdi a oportunidade de admirá-la. Estava com um batom rosa nos lábios que dava a impressão de os terem deixado mais cheios, uma maquiagem escura nos olhos e os cabelos soltos em cachos sobre suas costas, mas com um punhado de fios puxados para trás e presos por uma pequena presilha preta, de flor.

Era incrível como ela conseguia me surpreender, pois sempre que a via pensava que ela não podia estar mais linda, mas então ela se superava, sua beleza parecia se renovar a cada dia e eu ficava cada vez mais encantado.

Katniss virou o rosto para me olhar, e me pegou encarando-a, decidi que não desviaria o olhar e então ela sorriu, de maneira sincera e agradecida e aquilo fez meu coração palpitar. Algo em mim dizia que eu precisava fazer alguma coisa, dar o primeiro passo, então confiando cegamente nessa voz, eu pulei para a cadeira de Prim, que estava vazia.

— Ela está pirando — sussurrou perto do meu ouvido, pois a música estava muito alta e o ar que saiu de seus lábios fez com que os meus cabelos da nuca se arrepiassem.

— Está sim — respondi desviando o olhar para Prim e depois voltei a encará-la. — Obrigado por ter vindo conosco — com certo receio eu peguei sua mão e a segurei sobre a minha. — É muito importante para ela você estar aqui.

— Peeta... — sussurrou confusa, mas eu não respondi nada, apenas entrelacei meus dedos aos seus e sorri; em seguida me virei para frente para apreciar o espetáculo.

Quando o show de mágica terminou, eles fizeram um intervalo de quinze minutos, em consequência Prim foi se sentar, mas quando nos viu de mãos dadas sorriu contente e se sentou na cadeira que antes pertencia á mim. Aquela baixinha era outra que não parava de me surpreender, tão nova, mas ao mesmo tempo tão madura sem perder a sua essência de menininha, por dentro eu sabia que ela era apenas uma criança carente de afeto, mas que nunca se deixava abater.

Talvez tenha sido com ela que aprendi a ser como sou; que aprendi a amar incondicionalmente e o mais importante... A ver o lado bom em todas as coisas que aconteciam ao meu redor.

Inclinei minha cabeça sobre a dela e depositei um beijo casto em sua testa, sem soltar a mão de Katniss.

— Eu amo você pirralha — minha irmã me olhou com seus pequenos olhos azuis e sorriu emocionada.

— Também amo você Peeta — estiquei minha outra mão em sua direção e ela colocou a sua sobre a minha, encaixando seus dedos nos meus. As duas mulheres da minha vida, a qual não vivia sem, nem por meio segundo.

Quando o intervalo terminou e o espetáculo voltou a ser apresentado, várias garotas surpreendentemente magras surgiram do teto enroladas em tecidos coloridos, e fora do chão começaram a dançar um tipo de balé, com uma música instrumental de fundo, e vários holofotes de luz colorida apontando em sua direção. Prim ficou profundamente encantada, com seus olhos fixados na dança mágica que as garotas realizavam e eu sorri enquanto espiava com o canto dos olhos suas expressões admiradas.

— Olha só o jeito como ela está — virei-me para Katniss que mantinha seu olhar no espetáculo e sussurrei em seu ouvido. Ela se virou para mim assustada, fazendo com que nossos rostos ficassem á milímetros de distância um do outro e eu resfoleguei, sentindo sua respiração tão perto de mim.

Eu estava estático, com meu olhar vacilando entre seus olhos e lábios, e meu coração palpitando de forma imprudente. Minhas pernas estavam trêmulas apenas pela expectativa de sentir a textura de seus lábios.

— Ah... O que foi que você disse? — a morena perguntou, afastando seu rosto bruscamente e eu pisquei meus olhos, repetidas vezes, a fim de afastar qualquer idealização do que seria um beijo.

— A Prim — engoli em seco. — Ela está encantada — Katniss colocou a cabeça para frente, para poder olhar minha irmã e sorriu, concordando com a cabeça o que eu tinha acabado de dizer.

— Ela está tão feliz — sorriu. — Não acreditei quando me disse que ela nunca tinha vindo a um circo.

— Meus pais, você sabe... — assentiu infeliz e encarou nossos dedos entrelaçados.

— Ela não merecia passar por isso, é uma garota tão doce e inteligente — percebi que uma lágrima havia escapado de seus olhos e levei minha mão até o seu queixo, levantando seu rosto devagar. Meus olhos encontraram os seus e com o meu polegar sequei a lágrima perdida em sua bochecha.

— Por favor, não chore por isso — com a mesma mão que havia secado sua lágrima, escondi sua franja atrás de sua orelha, que antes estava caída em seu rosto. — Ela não precisa deles, ela tem a mim.

— E a mim — completou, deixando que o sorriso estampasse seu rosto novamente, e com os dedos ainda entrelaçados nós voltamos a assistir a apresentação.

Como se nada tivesse acontecido.

Quando o espetáculo terminou o céu já estava escurecendo e o meu coração se comprimiu no peito, sabendo que o fim já estava próximo. O fim do encontro, da presença tão íntima ao lado de Katniss e da sensação agradável que crescia em mim a cada segundo que eu passava segurando a sua mão na minha.

O toque macio da sua pele, seu cheiro tão natural misturado ao seu perfume doce, a maciez de seus cabelos quando o vento os soprava até o meu braço, a doçura que emanava de sua voz e a maneira como seus lábios se movimentavam quando ela falava. Tudo isso fazia com que o meu coração batesse forte no peito e eu ainda não estava pronto para deixar a noite acabar.

Eu queria adiar o final o máximo que pudesse, mas não fazia ideia de por onde começar, eu só sabia que tinha que pensar em alguma coisa, rápido, pois Katniss estava prestes a falar o endereço de sua casa ao taxista.

— Não vamos para casa — interrompi-a apressado. Minha irmã e Katniss me encaram confusas e eu sorri ainda sem saber para onde levá-las.

— Vamos para onde então? — Prim me encarava perplexa, exigindo uma resposta.

— Vamos para... Nós vamos até... — e então uma ideia brilhante surgiu na minha cabeça. — Vamos para o Pop Music Hall — sorri orgulhoso, agradecendo Annie mentalmente por ter deixado escapar que a melhor amiga tinha uma voz incrível quando cantava.

O motorista assentiu e ligou seu carro, dando partida rumo à casa de karaokê mais popular da cidade enquanto as duas garotas ao meu lado me encaravam atarantadas. Não soltei uma palavra até chegarmos ao local e quando descemos elas metralharam perguntas em cima de mim, mas a única coisa que eu conseguia fazer era sorrir.

— Peeta, você pode, por favor, me dizer que lugar é esse?

— Um karaokê, oras.

— E estamos aqui por quê? — Prim perguntou ainda confusa.

— O que nós geralmente fazemos em um karaokê?

— Sem piadinhas Peeta, o que estamos fazendo aqui? — Katniss já estava impaciente, apertando com força a minha mão.

— Ok, sem piadinhas... — sorri. — Katniss, sua melhor amiga me disse que você canta muito bem, será que poderia nos dar a honra de ouvir você cantar? — no mesmo instante suas bochechas ganharam uma coloração avermelhada e ela abaixou a cabeça, encarando os próprios pés.

— Eu tenho vergonha — sussurrou.

— Por favor, Katniss, canta — minha irmã chegou perto e olhou para cima, encarando os olhos castanhos da morena. — Por mim — ela buscou nos meus olhos um socorro, mas eu apenas arqueei as sobrancelhas e fiz um pedido silencioso com o olhar. Eu queria muito ouvi-la cantar.

— Ok — suspirou rendida. — Mas só uma música — sorri satisfeito e puxei as duas pela mão até a entrada do local.

Quando colocamos os pés dentro do estabelecimento uma música alta invadiu os meus ouvidos, me causando repulsa. A voz pertencia a uma mulher ruiva que estava em cima do palco e era muito aguda, a ponto de fazer doerem os meus tímpanos.

— Meu Deus, isso é horrível — sussurrei enquanto nos sentávamos em uma mesa vazia, no fundo do salão.

— Está fazendo os meus ouvidos doerem — minha irmã reclamou, usando as mãos para tapá-los.

— Vocês vão ficar dizendo essas coisas sobre mim também? — a morena perguntou arqueando uma das sobrancelhas, e eu não aguentei, comecei a rir juntamente com Prim.

— Claro que não — Katniss me encarou duvidosa e eu arqueei as sobrancelhas. — É sério.

— Quero só ver.

Mais algumas pessoas subiram ao palco para cantar, e nós três ficávamos criticando e rindo, e ás vezes até aplaudindo aqueles que mereciam. A noite estava gostosa, leve...

Quando o palco se aquietou eu sugeri que Katniss subisse até lá, ela relutou um pouco, dizendo que não sabia o que cantar, mas nós insistimos e ela acabou indo, dizendo que me surpreenderia com a música que escolheu.

A morena subiu ao palco e pegou o microfone em sua mão, o som do piano começou a preencher o ambiente e logo sua voz se fez presente, doce e calma.

Como um pequeno barco no oceano

Com ondas grandes em movimento

Gosto como uma única palavra

Pode fazer um coração se abrir

Eu posso ter apenas um fósforo

Mas posso fazer uma explosão

 

E todas aquelas coisas que eu não disse

Bolas demolidoras dentro do meu cérebro

Vou gritar bem alto hoje à noite

Você pode ouvir minha voz?

 

A voz de Katniss era linda, doce ao mesmo tempo em que era potente. Ela parecia vibrar lá em cima e eu não conseguia esconder o sorriso de orgulho que se formou em meus lábios.

Desta vez, este é o meu grito de guerra

Pegue de volta o meu grito de vida

Prove que este é o grito certo

Meus poderes estão ligados

A partir de agora eu vou ser forte

Eu vou cantar o meu grito de guerra

E eu realmente não me importo

Se ninguém mais acredita

Porque eu ainda tenho

Muita força em mim

 

Aquela música dizia muito sobre Katniss, e eu sabia que ela não a tinha escolhido em vão. Ela ainda estava lidando com as mudanças dentro de si, mas tinha força e eu sabia que aquele era com certeza seu grito de guerra.

Perdendo amigos e perseguindo o sono

Todo mundo está preocupado comigo

No fundo, eles dizem que estou no fundo

E faz dois anos

Que eu sinto falta da minha casa

Mas há um fogo queimando em meus ossos

E eu ainda acredito, eu ainda acredito

 

E todas aquelas coisas que eu não disse

Bolas demolidoras dentro do meu cérebro

Vou gritar bem alto hoje à noite

Você pode ouvir minha voz desta vez?

 

A morena estava se sentindo em casa naquele pequeno palco e as pessoas estavam vibrando com ela, igualmente como eu e Prim. Minha irmã não entendia muito do que se passava dentro de Katniss, mas ela sabia que algo nela estava mudando. Florescendo.

Este é o meu grito de guerra

Pegue de volta o meu grito de vida

Prove que este é o grito certo

Meus poderes estão ligados

A partir de agora eu vou ser forte

Eu vou cantar o meu grito de guerra

E eu realmente não me importo

Se ninguém mais acredita

Porque eu ainda tenho

Muita força em mim

Muita força em mim

 

Como um pequeno barco no oceano

Com ondas grandes em movimento

Gosto como uma única palavra

Pode fazer um coração se abrir

Eu posso ter apenas um fósforo

Mas posso fazer uma explosão

 

Este é o meu grito de guerra

Pegue de volta o meu grito de vida

Prove que este é o grito certo

Meus poderes estão ligados

A partir de agora eu vou ser forte

Eu vou cantar o meu grito de guerra

E eu realmente não me importo

Se ninguém mais acredita

Porque eu ainda tenho

Muita força em mim

Agora eu ainda tenho muita força em mim

 

Quando a canção terminou todos a aplaudiram de pé, inclusive eu. De lá de cima ela sorriu para mim e eu retribuí o gesto, mostrando que havia gostado e entendido o seu recado.

Ela precisava apenas de um tempo para quebrar as correntes que a submetiam ao passado.

E eu faria de tudo para dar esse tempo á ela, mesmo que demorasse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que estão achando? Me digam, por favor, vou adorar saber a opinião de vcs =D
E para quem ainda não está no meu grupo do face e quer entrar, aqui está o link: https://www.facebook.com/groups/104053936648027/?ref=bookmarks
Beijinhos e aguardo todos vocês! ;D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Não Diga que Me Ama" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.