Não Diga que Me Ama escrita por Sabrina Azzar


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Duas semanas e aqui estamos nós!
Agradeço a todos que comentaram e estão acompanhando a fic!
Beijos e boa leitura!



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Katniss

“Toda noite eu descanso em minha cama

Com esperanças de que talvez

Eu vou ter a chance de vê-lo

Quando eu fechar meus olhos”

 

Beyoncé – “Sweet Dreams”

 

Apaixonar-me por Peeta foi como saltar de um avião, em queda livre, sem paraquedas, sem proteção, sem aviso, foi tão rápido como piscar os olhos, como cair no sono. Eu podia afirmar com toda a certeza que a frase que a Hazel Grace usa em A Culpa é das Estrelas valia totalmente para mim, porque sim, eu havia me apaixonado como alguém cai no sono, gradativamente, de uma hora para a outra.

Peeta era especial, ele conseguia despertar o melhor de mim, ele conseguia fazer com que eu risse, mesmo se eu estivesse em uma das minhas crises de choro, ele me colocava pra cima, me fazia querer viver e seguir os meus sonhos.

— Me conta Katniss, quais são os seus sonhos?

 

— Porque você quer saber?

 

— Dá para abaixar as armas? Sou só eu — respirei fundo e deitei com a cabeça na grama, olhei para o céu estrelado acima de nós e fechei os olhos.

 

— Desculpe.

 

— Tudo bem — nós ficamos em silêncio e o loiro se deitou ao meu lado, com os braços atrás da cabeça.

 

— Meu sonho é ter um jardim de tulipas — soltei depois de um tempo.

 

— Um jardim de tulipas? Como o da senhora Rodriguez? — apenas assenti e me virei de lado, para poder olhar em seus olhos.

 

— A minha mãe sempre gostou de tulipas, antes do acidente nós estávamos planejando ir até a Holanda para visitar os campos.

 

— Sinto muito.

 

— Tudo bem — sorri. — Já faz tempo, mas me diz: e quais são os seus sonhos? — Peeta virou o corpo, ficando de frente para mim, a luz da lua refletindo em seus orbes azuis.

 

— Sei lá, sonho em dar uma vida melhor para a minha irmã, ela merece isso sabe? — assenti sorrindo e ele retribuiu o gesto. — Mas tem outra coisa que tenho sonhado muito ultimamente.

 

— E o que seria?

 

— Beijar você — eu não estava acreditando no que tinha acabado de ouvir, eu devia estar sonhando.

 

— Você... Eu... Nós... Você quer me beijar?

 

— Muito — engoli em seco e fiquei observando seu olhar se alternar entre os meus olhos e minha boca, seu rosto foi se inclinando lentamente, sua mão tocou minha cintura e fechei os olhos para finalmente poder sentir o sabor dos seus lábios. Eu havia esperado tanto por aquele momento e o imaginei de diversas formas, mas em nenhuma delas ele me puxava pela cintura para mais perto, em nenhuma delas eu sentia o seu hálito mentolado ricochetear em meu rosto.

 

Minha respiração começou a ficar entrecortada à medida que sua boca se aproximava da minha, meu coração retumbava forte em meu peito e minhas mãos suavam pela expectativa de ser beijada por Peeta Mellark, mas foi quando sua língua tocou a costura dos meus lábios que eu realmente perdi o fôlego, foi como se eu esquecesse como se respira.

 

Devagar, fui cedendo passagem, sentindo seus lábios macios encostarem-se aos meus de forma gentil, quando sua língua tocou a minha senti o gosto do sorvete de menta que havíamos tomado á pouco tempo e sorri, sentindo-o ditar um ritmo calmo ao nosso beijo.

 

Um beijo inebriante e arrebatador, que tirava completamente o meu fôlego e fazia minha cabeça girar, um beijo daqueles que te faz ver estrelas e que parece tocar a sua alma. Assim era o beijo de Peeta.

 

Nenhum de nós queria terminar aquele toque, mas foi preciso, pois estávamos sem fôlego, então mesmo relutantes nos separamos, com os lábios inchados e a respiração entrecortada, o coração batendo á mil, mas os olhares não se desgrudavam, continuavam se comunicando, dizendo coisas que as palavras não conseguiriam exprimir.

 

— Gosto de você, Katniss Everdeen — o loiro sussurrou acariciando meu rosto, depois de ficarmos um bom tempo em silêncio.

 

— Gosta?

 

— Gosto muito; sempre gostei, desde o primeiro dia em que te vi sentada no chão brincando com a Prim — soltei um sorriso tímido e em troca recebi um selinho seu.

 

— Também gosto de você Peeta Mellark — respondi sussurrando e ele sorriu, com seus olhos de cor do oceano brilhando para mim.

Acorda filha, vai se atrasar para o colégio! — ouvi a voz do meu pai chamando e fiquei assustada, percebi que nada daquilo foi real. O beijo não tinha sido real, Peeta dizendo que gostava de mim também não.

— Já acordei pai — balbuciei decepcionada. Aquelas drogas de sonhos pareciam cada vez mais reais.

O café já está pronto.

— Desço em vinte minutos.

Ok — depois de dizer aquilo ouvi seus passos se afastando da minha porta e levantei apressada da cama, indo direto para o meu banheiro; tomei um banho não muito demorado e depois abri o guarda-roupa para escolher um look para o colégio.

Era o primeiro dia de aula e eu estava com os nervos á flor da pele, colégio novo nunca era algo fácil de enfrentar, mas o fato de estudar junto com Peeta me deixava um pouco mais calma.

Acabei por colocar uma saia azul, uma blusinha preta de alças, sapatos pretos e uma bolsa preta de alça fina, passei uma maquiagem clara, escolhi alguns acessórios e por fim o pingente dourado com a foto da minha mãe e irmã. Eu havia gostado do resultado final e antes de descer para o café da manhã peguei meu notebook em cima da escrivaninha.

— Bom dia filha — meu pai cumprimentou sorrindo enquanto me sentava á mesa.

— Bom dia pai — retribui o sorriso e lhe mandei um beijo.

— Ansiosa para o primeiro dia?

— Nervosa seria a palavra certa — respondi passando geleia na torrada. — Mas o Peeta vai estar comigo, não sei por que o nervoso.

— Talvez o Peeta seja o motivo de todo esse nervo — ele sussurrou para si mesmo e fiquei embasbacada por ele saber dos meus sentimentos pelo loiro de olhos azuis. Será que estava tão na cara assim?

— Como é que é pai?

— Nada não! — revirei os olhos e nós continuamos nosso café da manhã em silêncio, alguns minutos depois a campainha tocou.

Eu sabia que era o Peeta, afinal tínhamos combinado de ir juntos para o colégio, mas quando abri a porta foi como se ele tivesse chegado de surpresa. O meu coração diminuiu o ritmo cardíaco para quase nada e depois voltou a bater com força total, me causando uma dor no peito, deixando as minhas pernas bambas e fazendo com que as minhas mãos suassem. Ele estava lindo, com uma calça jeans de lavagem escura, uma camiseta preta sem estampa e a mochila pendida em seu ombro direito por apenas uma alça; seus fios loiros estavam levemente arrepiados com gel de cabelos e o seu sorriso estava mais branco do que eu costumava me lembrar.

— Bom dia! — ele disse depositando um beijo casto em uma de minhas bochechas. Demorei alguns segundos dizendo a mim mesma que precisava responder; dando-me coordenadas simples, mas que naquele momento parecia a coisa mais difícil do mundo.

— Han... Bom dia — sorri. — Vou pegar as minhas coisas, só um minuto — não o esperei responder e voltei apressada para dentro de casa, respirando fundo e secando as minhas mãos na saia em que estava usando. Eu precisava me acalmar ou ele perceberia que havia algo errado, quer dizer, não que fosse errado ter me apaixonado por ele, mas para mim parecia tão errado como fugir de casa para ir a uma festa quando se está de castigo.

Peguei minhas coisas que havia deixado no sofá da sala e antes de sair pela porta gritei que estava saindo para que meu pai ouvisse.

— Então... Está nervosa por ser o seu primeiro dia em uma escola nova? — Peeta perguntou depois de um tempo caminhando em silêncio.

— Um pouco.

— Relaxa, você vai gostar de lá, temos um ótimo programa de música — disse ajeitando a alça da mochila em seu ombro.

— Música é? — indaguei surpresa. Eu amava música e era louca para aprender a tocar violão, era um instrumento lindo e o som parecia tocar a minha alma, com aqueles acordes suaves e ao mesmo tempo tão intensos. — Bom saber disso!  — Peeta sorriu para mim, daquele jeito doce e gentil que me desmontava, e desviei o olhar antes que minhas pernas me traíssem outra vez.

Quando chegamos ao colégio o meu nervosismo apenas aumentou, lá era enorme e tinha muitas pessoas me olhando como se eu fosse um alienígena. Qual é, eu não estava tão mal assim... Ou estava?

— Droga, minha roupa está feia? — puxei Peeta em um canto e perguntei com medo da resposta do garoto.

— Claro que não, porque a pergunta?

— Todos ficam me olhando.

— É porque você é a novata, não se preocupe — ele sorriu ladeado. — E você está linda! — senti o rubor subir para as minhas bochechas e sorri de maneira tímida. Peeta havia acabado de dizer que eu estava linda. — Vem, vou te apresentar a um pessoal bem legal — o loiro passou um de seus braços pelo meu pescoço e nós fomos andando assim até o refeitório. O perfume adocicado de Peeta estava perto demais, estava entorpecendo os meus sentidos e eu não sabia quanto tempo mais aguentaria antes de finalmente cair no chão, desmaiada.

Eu havia me tornado uma patética apaixonada, algo que prometi a mim mesma que jamais me tornaria. Eu havia quebrado uma de minhas promessas. Quanto mais demoraria a quebrar as outras?

— Ei Peeta, quem é a novata? — um garoto loiro com olhos verdes e sorriso fácil perguntou assim que chegamos á mesa.

— Pessoal essa é Katniss.

Havia uma galera sentada á mesa, três garotas e quatro garotos, todos muito simpáticos que de cara já havia gostado, mas teve uma garota que me identifiquei bastante. Annie, ou como ela gostava de ser chamada: Ann. Ela amava música assim como eu e era fera quando o assunto era tocar violão, na verdade quando ela tocava eles pareciam se fundir em um só, e aquilo me encantou de uma maneira que não conseguia explicar. A minha conexão com Ann e seu dom foi imediato, como se fossemos amigas há séculos, coisa de outra vida como dizia a minha mãe.

— Eu posso te ajudar com os exercícios se você quiser — a ruiva de olhos verdes sugeriu depois de sairmos da aula de música.

— Seria ótimo! — sorri agradecida. — Na minha casa ou na sua? — ela apenas deu de ombros rindo e eu a acompanhei enquanto íamos juntas para a aula de física.

Quando chegamos à sala de aula, os garotos já estavam lá e Peeta fez uma cara de emburrado, pedi para que a Annie guardasse um lugar para mim e fui me sentar ao lado do loiro, que cedeu um espaço em sua cadeira.

— O que aconteceu Peeta? — perguntei preocupada, achando que tinha feito algo errado. Tudo o que eu menos queria era magoá-lo.

— Você me trocou — choramingou, abaixando a cabeça na carteira e eu sorri. Peeta estava com ciúmes? Passei meus dedos sobre o seu cabelo macio e sussurrei baixinho para que olhasse para mim.

— Você acha mesmo que eu trocaria você?

— É o que está parecendo — sorri outra vez e ele me olhou com um ponto de interrogação no olhar. — Porque você está sorrindo?

— Porque você está com ciúmes — afirmei e ele revirou os olhos, cruzando os braços sobre o peito. — Confessa logo Peeta.

— Ok, estou com ciúmes — meu sorriso só aumentou com a confissão do garoto e pulei em seus braços, abraçando-o pelo pescoço e beijando sua bochecha.

— Não fica com ciúmes, ninguém vai te substituir — senti seus braços me apertarem com força e seus lábios beijarem meu ombro.

— Você sabe que estou brincando não sabe?

— Claro — respondi rindo e ele me afastou do seu aperto.

— É sério, eu fiz tudo isso só para ganhar um abraço.

— Não era mais fácil você pedir?

— Não — falou rindo e eu acabei caindo na gargalhada junto com ele.

Descobri nesse dia que manter as minhas promessas seria muito mais difícil do que eu imaginava.


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Notas finais do capítulo

E então, o que estão achando dessa relação Sophie e Alan?
Digam para mim nos comentários, eu não mordo! ;)
Beijões :*
Entrem lá no grupo do face: https://www.facebook.com/groups/104053936648027/



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