Make Your Choice escrita por Elvish Song, SraFantasma


Capítulo 7
Sob as asas do Anjo


Notas iniciais do capítulo

Olá, gurias! Elvish Song mandando um beijo a todas, e Sra. Fantasma mandando um "beijo bem gay", nas palavras dela. hahahaha! Capítulo curtinho, mas logo vem mais!



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Ao ver que seu amigo adormecera, Madame Giry fez aquilo que apenas ela se atreveria: entrou no quarto e o cobriu com uma manta, protetora – embora tivessem a mesma idade, tinha um sentido de proteção muito forte em relação ao pobre homem, como se fosse sua mãe ou irmã mais velha. Depois, voltou para o quarto onde Christine repousava, e foi difícil, para a senhora, encarar o que Raoul fizera a sua menina. Se pudesse, ela mesma arrancaria cada unha e dente daquele bastardo, o esfolaria vivo e esfregaria salmoura na carne sangrenta, antes de mata-lo!

Meg estava sentada ao lado da amiga, acariciando a mão fria dela e chorando baixinho; ao ver a mãe, perguntou:

— Por que ele fez isso com ela, mãe? Ela não merecia...

— Ela fez uma escolha errada, minha filha. Escolheu ir com Raoul, e ele... Não é um bom homem. – a viúva abraçou a filha, fazendo-a deitar a cabeça contra seu ventre – O Inferno tem um lugar reservado àquele desgraçado. – sua voz não conseguia se manter calma, mas refletia a raiva e amargura da viúva, que se abaixou junto da moça inconsciente, tocando com carinho e cuidado o hematoma no rosto dela – tão jovem, minha querida... Tão jovem, para ter visto o pior dos homens... Preferia mil vezes que suas dores ardessem em minha carne, para que não as tivesse de enfrentar.

Meg cobriu melhor a amiga, e perguntou:

— Ela vai se recuperar, mamãe?

— Se houver alguma justiça neste mundo, sim, Meg. Mas levará tempo... As feridas do corpo fecharão rápido, mas as da alma... Só saberemos quando seu corpo estiver forte o bastante para Christine despertar.

— E quanto a Erik?

— Se o conheço bem, e eu conheço, ele velará por Christine até que ela desperte. E quando ela o fizer, ele caçará Raoul, e o fará pagar por cada arranhão que causou na menina.

— O Visconde é um homem morto – concluiu a jovem. Sua mãe concordou, e então declarou – a doutora Renée disse que ela deveria ser bem hidratada e alimentada. Peça a Louise um pouco de sopa e um bom copo com água: vamos alimentá-la e fazê-la beber.

A menina obedeceu, e logo as Girys se ocupavam de ajudar a menina Daae do modo como podiam, com todo o carinho e atenção. Se dependesse apenas de seus cuidados e preocupações, então a soprano logo seria outra vez a mulher que sempre fora.

*

Erik despertou após dormir bem mal: tivera pesadelos com sua Christine sendo torturada, e ele estava em algum lugar muito escuro, do qual não conseguia sair. Ouvia os gritos dela, mas não conseguia encontra-la! Sabia que ela estava sofrendo, mas não podia chegar até seu Anjo! Acordou encharcado de suor, com Meg ao seu lado. Arfando por causa do sonho, gemeu aliviado:

— Ah, Meg, é você... – e esfregou o rosto sem máscara com a mão.

— Pesadelos, de novo?

— Esse foi novo. Preferia os antigos... – respondeu ele, sentindo um calafrio ao imaginar que, provavelmente, aquele sonho fora algo próximo da realidade: Christine sofrendo, gritando e implorando por ajuda, enquanto ele nadava numa cegueira voluntária em que ignorava o que lhe acontecia.

— Foi com Christine, não foi? – perguntou a menina de quatorze anos, estendendo a máscara para o amigo, que a pegou e pôs no rosto; o fato de Meg já o ter visto sem máscara antes, não tornava fácil expor-se assim.

— Sim. – ele suspirou e se levantou – quanto tempo eu dormi?

— Umas sete horas. Mamãe e eu alimentamos Christine e a fizemos beber água, mas... Achamos que você ia preferir banhá-la.

— Sim, de fato – ele ainda estava perturbado com o pesadelo – Obrigado, Meg.

— Disponha. Christine é como minha irmã e... Queremos ajudar em tudo o que for possível.

Ele anuiu, forçando-se a esboçar um sorriso; acompanhou Meg até a sala, onde Madame Giry estava sentada, bebericando um chá que Louise lhe servira. Ela sorriu ao ver Erik, e disse:

— Precisamos ir, agora, meu amigo... Mas mande nos chamar, se qualquer coisa acontecer.

— Eu o farei, Antoinette – disse ele. E embora geralmente fosse frio e distante, não resistiu a envolver a amiga num abraço apertado – ela vai se recuperar, Ann – ele não a chamava assim desde que eram adolescentes! – ela precisa se recuperar!

— Ela irá. – afirmou a mulher, afastando-se um pouco e beijando a fronte do amigo. – coragem. Estamos aqui, para vocês dois.

Erik se despediu das duas mulheres, e observou enquanto entravam no coche, indo embora. Ao fechar a porta, deparou-se com Louise a observá-lo; havia compaixão nos olhos da moça, quando falou:

— Farei o que puder para ajudar com a pobre moça, senhor. Chame-me à hora em que precisar.

— Obrigado, menina – disse ele, realmente agradecido – mas já está tarde, e você não deve voltar à noite para sua casa. Vemo-nos amanhã.

A jovem criada fez uma mesura diante de seu amo, e foi para a cozinha, terminar de guardar as coisas para ir embora. Enquanto isso, o Fantasma seguiu para o quarto, onde sua amada dormia na mesma posição em que a deixara. Olhou para ela, que arfava e gemia em seu sono inquieto, e então para o vidro de óleo que deixara sobre o criado-mudo... A doutora disse para massageá-la com o óleo, e talvez isso a acalmasse, mas, primeiro, precisava banhá-la.

Despindo sua amada, fez como no dia anterior, enchendo a banheira, despindo-se – desta vez totalmente, pois precisava tomar banho, também, e colocando-a com gentileza na água, apoiada em seu peito. Ensaboou e enxaguou a ambos, antes de sair, enrolar-se numa toalha e então tirar a moça da banheira, secando-a e carregando-a para o quarto.

Após deitar a garota na cama, vestiu-se e fitou o corpo esguio e delicado do qual estava cuidando... Tantas vezes imaginara suas mãos correndo por aquele corpo, descobrindo as formas suaves e sentindo a pele macia... Nunca imaginara que situação semelhante à que vivia, algum dia, se daria. Ele se sentou ao lado da jovem e, tomando do vidrinho, espalhou um pouco de óleo na própria mão; começou pelas pernas machucadas – evitando as talas de imobilização da perna esquerda, claro – e subiu devagar, massageando a carne machucada com movimentos circulares, leves, porém firmes, sentindo a pele se aquecer com o óleo e o toque de suas mãos.

Subiu devagar pelas coxas, friccionando demoradamente cada hematoma, desejando ardentemente que suas mãos pudessem curá-los com um simples toque; ruborizou ao subir pelas coxas da garota, e sentiu-se bastante envergonhado ao passar o óleo delicadamente perto de sua intimidade. Tentou ignorar o constrangimento e agir do modo mais impessoal possível, mas não havia como! Mesmo estando machucada, Christine era uma bela mulher, e Erik jamais vira uma mulher completamente nua, quanto mais tocara em uma!

Subiu pelo ventre, cuidando de não pressionar com muita força o hematoma preto deixado pelo soco de Raoul, e subiu mais... Hesitou ao fitar os seios da jovem, sentindo-se um pervertido por apreciar a beleza deles; sentiu-se ainda pior, porém, ao perceber a reação do próprio corpo àquela beleza. Mas que droga, Christine estava ferida e precisava de cuidados, não de um idiota que não conseguia se impedir de ficar excitado ao tocá-la!

Levantando-se bruscamente, ele virou de costas e respirou fundo:

— Não consigo fazer isso... – mas então pensou: alguém teria de fazer. E não seria melhor que fosse ele, que já cuidara e velara por ela, e que JAMAIS faria qualquer coisa que pudesse aviltar ou magoar a menina?

Mesmo vermelho como uma cereja, ele voltou para junto da jovem, começando a passar o óleo nos seios médios e firmes, tentando ignorar a incômoda sensação em suas calças. Passou o líquido nos ombros e braços da menina, e então virou-a cuidadosamente de bruços, passando a massagear as costas recobertas de vergões de chicotadas. Podia ser impressão sua, mas ela parecia muito mais calma, até mesmo mais relaxada enquanto ele subia e descia as mãos ao longo de sua coluna, apertando suavemente os músculos para que estes relaxassem.

Tentando afastar de sua mente todo e qualquer pensamento, desceu as mãos para os quadris da moça, massageando as nádegas firmes de bailarina, sentindo também a maciez da pele...

— Mas que merda, homem, controle-se! – repreendeu a si mesmo. Continuou seu trabalho e, com surpresa, ouviu a moça emitir um gemido leve; não um gemido de dor... Parecia mais um suspiro de alívio, enquanto seus músculos relaxavam sob as mãos do Fantasma. Aquilo pôs um sorriso no rosto dele – sim, meu amor. Estou aqui, cuidando de você. Pode relaxar e descansar. Vou cuidar de você, hoje e sempre.

Feliz por obter uma reação dela, ainda que mínima, terminou de passar o óleo, limpou as mãos e vestiu Christine com uma das camisolas trazidas pelas Girys, antes de se deitar na cama e puxar a moça, de modo a deitá-la confortavelmente em seu colo. Embalando-a como a uma criança pequena, começou a cantar outra vez, gentil e suave, agarrando-se à esperança de que sua Christine podia ouvi-lo, e voltaria para ele.

POV Christine

Eu estava outra vez mergulhada no nada, quando algo perturbou minha inexistência: uma sensação estranha... Um toque. Mas como um fantasma poderia sentir-se tocar? Não sabia dizer, apenas sentia aquele toque quente, firme, gentil... Um toque que me fazia sentir protegida, cuidada, acolhida; algo quente e macio deslizava por meu corpo – céus, eu ainda tinha um corpo! Eu estava viva!!!! Ou seria aquele um sonho muito doce, em que um fantasma sonha com a vida que deixou para trás? – de qualquer modo, era um toque incrivelmente delicado, e pareceu desmanchar um pouco das nuvens negras que me cercavam. Senti aliviar-se a dor que, até então, eu não percebera estar sentindo, e isso trouxe um enorme alívio, enquanto aquelas mãos continuavam em mim.

As mãos desapareceram, e pensei que retornaria ao vazio quando, surpreendendo-me, um calor intenso cercou todo o meu corpo. Eu estava envolvida por um abraço quente, protetor, e nele me senti segura, feliz. A luz que já conhecera surgiu outra vez: uma trilha de sons, que pareciam me guiar através da escuridão, levando-me de volta. De volta para onde? Havia um lugar para onde voltar? Havia algo além daquele vazio, e daquela música que me tocava? Eu não me lembrava, mas meu coração parecia dizer que sim. Pois o modo como eu me sentia... Só aqueles sons me faziam sentir daquele modo! Era uma sensação de... Como descrever? Como encontrar palavras para descrever algo, quando sua mente é um grande vazio? Esforcei-me até entender que sensação era aquela: a sensação de estar em casa. Cada som despertava meu coração, e trazia imagens que, agora, eu sabia serem memórias, por mais confusas e baças que estas fossem; e com estas memórias, veio-me uma única palavra à mente – a única da qual me lembrava, realmente: Anjo.


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Notas finais do capítulo

Sooooo? merecemos reviews e recomendações?



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