Make Your Choice escrita por Elvish Song, SraFantasma
Notas iniciais do capítulo
Olá, gurias! Elvish Song mandando um beijo a todas, e Sra. Fantasma mandando um "beijo bem gay", nas palavras dela. hahahaha! Capítulo curtinho, mas logo vem mais!
Ao ver que seu amigo adormecera, Madame Giry fez aquilo que apenas ela se atreveria: entrou no quarto e o cobriu com uma manta, protetora – embora tivessem a mesma idade, tinha um sentido de proteção muito forte em relação ao pobre homem, como se fosse sua mãe ou irmã mais velha. Depois, voltou para o quarto onde Christine repousava, e foi difícil, para a senhora, encarar o que Raoul fizera a sua menina. Se pudesse, ela mesma arrancaria cada unha e dente daquele bastardo, o esfolaria vivo e esfregaria salmoura na carne sangrenta, antes de mata-lo!
Meg estava sentada ao lado da amiga, acariciando a mão fria dela e chorando baixinho; ao ver a mãe, perguntou:
— Por que ele fez isso com ela, mãe? Ela não merecia...
— Ela fez uma escolha errada, minha filha. Escolheu ir com Raoul, e ele... Não é um bom homem. – a viúva abraçou a filha, fazendo-a deitar a cabeça contra seu ventre – O Inferno tem um lugar reservado àquele desgraçado. – sua voz não conseguia se manter calma, mas refletia a raiva e amargura da viúva, que se abaixou junto da moça inconsciente, tocando com carinho e cuidado o hematoma no rosto dela – tão jovem, minha querida... Tão jovem, para ter visto o pior dos homens... Preferia mil vezes que suas dores ardessem em minha carne, para que não as tivesse de enfrentar.
Meg cobriu melhor a amiga, e perguntou:
— Ela vai se recuperar, mamãe?
— Se houver alguma justiça neste mundo, sim, Meg. Mas levará tempo... As feridas do corpo fecharão rápido, mas as da alma... Só saberemos quando seu corpo estiver forte o bastante para Christine despertar.
— E quanto a Erik?
— Se o conheço bem, e eu conheço, ele velará por Christine até que ela desperte. E quando ela o fizer, ele caçará Raoul, e o fará pagar por cada arranhão que causou na menina.
— O Visconde é um homem morto – concluiu a jovem. Sua mãe concordou, e então declarou – a doutora Renée disse que ela deveria ser bem hidratada e alimentada. Peça a Louise um pouco de sopa e um bom copo com água: vamos alimentá-la e fazê-la beber.
A menina obedeceu, e logo as Girys se ocupavam de ajudar a menina Daae do modo como podiam, com todo o carinho e atenção. Se dependesse apenas de seus cuidados e preocupações, então a soprano logo seria outra vez a mulher que sempre fora.
*
Erik despertou após dormir bem mal: tivera pesadelos com sua Christine sendo torturada, e ele estava em algum lugar muito escuro, do qual não conseguia sair. Ouvia os gritos dela, mas não conseguia encontra-la! Sabia que ela estava sofrendo, mas não podia chegar até seu Anjo! Acordou encharcado de suor, com Meg ao seu lado. Arfando por causa do sonho, gemeu aliviado:
— Ah, Meg, é você... – e esfregou o rosto sem máscara com a mão.
— Pesadelos, de novo?
— Esse foi novo. Preferia os antigos... – respondeu ele, sentindo um calafrio ao imaginar que, provavelmente, aquele sonho fora algo próximo da realidade: Christine sofrendo, gritando e implorando por ajuda, enquanto ele nadava numa cegueira voluntária em que ignorava o que lhe acontecia.
— Foi com Christine, não foi? – perguntou a menina de quatorze anos, estendendo a máscara para o amigo, que a pegou e pôs no rosto; o fato de Meg já o ter visto sem máscara antes, não tornava fácil expor-se assim.
— Sim. – ele suspirou e se levantou – quanto tempo eu dormi?
— Umas sete horas. Mamãe e eu alimentamos Christine e a fizemos beber água, mas... Achamos que você ia preferir banhá-la.
— Sim, de fato – ele ainda estava perturbado com o pesadelo – Obrigado, Meg.
— Disponha. Christine é como minha irmã e... Queremos ajudar em tudo o que for possível.
Ele anuiu, forçando-se a esboçar um sorriso; acompanhou Meg até a sala, onde Madame Giry estava sentada, bebericando um chá que Louise lhe servira. Ela sorriu ao ver Erik, e disse:
— Precisamos ir, agora, meu amigo... Mas mande nos chamar, se qualquer coisa acontecer.
— Eu o farei, Antoinette – disse ele. E embora geralmente fosse frio e distante, não resistiu a envolver a amiga num abraço apertado – ela vai se recuperar, Ann – ele não a chamava assim desde que eram adolescentes! – ela precisa se recuperar!
— Ela irá. – afirmou a mulher, afastando-se um pouco e beijando a fronte do amigo. – coragem. Estamos aqui, para vocês dois.
Erik se despediu das duas mulheres, e observou enquanto entravam no coche, indo embora. Ao fechar a porta, deparou-se com Louise a observá-lo; havia compaixão nos olhos da moça, quando falou:
— Farei o que puder para ajudar com a pobre moça, senhor. Chame-me à hora em que precisar.
— Obrigado, menina – disse ele, realmente agradecido – mas já está tarde, e você não deve voltar à noite para sua casa. Vemo-nos amanhã.
A jovem criada fez uma mesura diante de seu amo, e foi para a cozinha, terminar de guardar as coisas para ir embora. Enquanto isso, o Fantasma seguiu para o quarto, onde sua amada dormia na mesma posição em que a deixara. Olhou para ela, que arfava e gemia em seu sono inquieto, e então para o vidro de óleo que deixara sobre o criado-mudo... A doutora disse para massageá-la com o óleo, e talvez isso a acalmasse, mas, primeiro, precisava banhá-la.
Despindo sua amada, fez como no dia anterior, enchendo a banheira, despindo-se – desta vez totalmente, pois precisava tomar banho, também, e colocando-a com gentileza na água, apoiada em seu peito. Ensaboou e enxaguou a ambos, antes de sair, enrolar-se numa toalha e então tirar a moça da banheira, secando-a e carregando-a para o quarto.
Após deitar a garota na cama, vestiu-se e fitou o corpo esguio e delicado do qual estava cuidando... Tantas vezes imaginara suas mãos correndo por aquele corpo, descobrindo as formas suaves e sentindo a pele macia... Nunca imaginara que situação semelhante à que vivia, algum dia, se daria. Ele se sentou ao lado da jovem e, tomando do vidrinho, espalhou um pouco de óleo na própria mão; começou pelas pernas machucadas – evitando as talas de imobilização da perna esquerda, claro – e subiu devagar, massageando a carne machucada com movimentos circulares, leves, porém firmes, sentindo a pele se aquecer com o óleo e o toque de suas mãos.
Subiu devagar pelas coxas, friccionando demoradamente cada hematoma, desejando ardentemente que suas mãos pudessem curá-los com um simples toque; ruborizou ao subir pelas coxas da garota, e sentiu-se bastante envergonhado ao passar o óleo delicadamente perto de sua intimidade. Tentou ignorar o constrangimento e agir do modo mais impessoal possível, mas não havia como! Mesmo estando machucada, Christine era uma bela mulher, e Erik jamais vira uma mulher completamente nua, quanto mais tocara em uma!
Subiu pelo ventre, cuidando de não pressionar com muita força o hematoma preto deixado pelo soco de Raoul, e subiu mais... Hesitou ao fitar os seios da jovem, sentindo-se um pervertido por apreciar a beleza deles; sentiu-se ainda pior, porém, ao perceber a reação do próprio corpo àquela beleza. Mas que droga, Christine estava ferida e precisava de cuidados, não de um idiota que não conseguia se impedir de ficar excitado ao tocá-la!
Levantando-se bruscamente, ele virou de costas e respirou fundo:
— Não consigo fazer isso... – mas então pensou: alguém teria de fazer. E não seria melhor que fosse ele, que já cuidara e velara por ela, e que JAMAIS faria qualquer coisa que pudesse aviltar ou magoar a menina?
Mesmo vermelho como uma cereja, ele voltou para junto da jovem, começando a passar o óleo nos seios médios e firmes, tentando ignorar a incômoda sensação em suas calças. Passou o líquido nos ombros e braços da menina, e então virou-a cuidadosamente de bruços, passando a massagear as costas recobertas de vergões de chicotadas. Podia ser impressão sua, mas ela parecia muito mais calma, até mesmo mais relaxada enquanto ele subia e descia as mãos ao longo de sua coluna, apertando suavemente os músculos para que estes relaxassem.
Tentando afastar de sua mente todo e qualquer pensamento, desceu as mãos para os quadris da moça, massageando as nádegas firmes de bailarina, sentindo também a maciez da pele...
— Mas que merda, homem, controle-se! – repreendeu a si mesmo. Continuou seu trabalho e, com surpresa, ouviu a moça emitir um gemido leve; não um gemido de dor... Parecia mais um suspiro de alívio, enquanto seus músculos relaxavam sob as mãos do Fantasma. Aquilo pôs um sorriso no rosto dele – sim, meu amor. Estou aqui, cuidando de você. Pode relaxar e descansar. Vou cuidar de você, hoje e sempre.
Feliz por obter uma reação dela, ainda que mínima, terminou de passar o óleo, limpou as mãos e vestiu Christine com uma das camisolas trazidas pelas Girys, antes de se deitar na cama e puxar a moça, de modo a deitá-la confortavelmente em seu colo. Embalando-a como a uma criança pequena, começou a cantar outra vez, gentil e suave, agarrando-se à esperança de que sua Christine podia ouvi-lo, e voltaria para ele.
POV Christine
Eu estava outra vez mergulhada no nada, quando algo perturbou minha inexistência: uma sensação estranha... Um toque. Mas como um fantasma poderia sentir-se tocar? Não sabia dizer, apenas sentia aquele toque quente, firme, gentil... Um toque que me fazia sentir protegida, cuidada, acolhida; algo quente e macio deslizava por meu corpo – céus, eu ainda tinha um corpo! Eu estava viva!!!! Ou seria aquele um sonho muito doce, em que um fantasma sonha com a vida que deixou para trás? – de qualquer modo, era um toque incrivelmente delicado, e pareceu desmanchar um pouco das nuvens negras que me cercavam. Senti aliviar-se a dor que, até então, eu não percebera estar sentindo, e isso trouxe um enorme alívio, enquanto aquelas mãos continuavam em mim.
As mãos desapareceram, e pensei que retornaria ao vazio quando, surpreendendo-me, um calor intenso cercou todo o meu corpo. Eu estava envolvida por um abraço quente, protetor, e nele me senti segura, feliz. A luz que já conhecera surgiu outra vez: uma trilha de sons, que pareciam me guiar através da escuridão, levando-me de volta. De volta para onde? Havia um lugar para onde voltar? Havia algo além daquele vazio, e daquela música que me tocava? Eu não me lembrava, mas meu coração parecia dizer que sim. Pois o modo como eu me sentia... Só aqueles sons me faziam sentir daquele modo! Era uma sensação de... Como descrever? Como encontrar palavras para descrever algo, quando sua mente é um grande vazio? Esforcei-me até entender que sensação era aquela: a sensação de estar em casa. Cada som despertava meu coração, e trazia imagens que, agora, eu sabia serem memórias, por mais confusas e baças que estas fossem; e com estas memórias, veio-me uma única palavra à mente – a única da qual me lembrava, realmente: Anjo.
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Sooooo? merecemos reviews e recomendações?