Make Your Choice escrita por Elvish Song, SraFantasma


Capítulo 23
Noite de Amor


Notas iniciais do capítulo

Oláááááá! Tudo bem?
Sim, dois capítulos seguidos - um ontem e um hoje - porque a escrita rendeu muito! Além disso, queremos deixar vocês beeem felizes para as tretas que virão! HUAHUAHUA! Mas calma, que é treta boazinha, não treta cabeluda, ok?
Sem mais delongas, vamos ao capítulo!



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            Christine entrou devagar no quarto escuro, imaginando por que Erik havia fechado as janelas. Acendeu a lamparina a gás apenas o suficiente para quebrar a escuridão e depositou a bandeja sobre a cômoda, voltando-se então para a figura sentada no leito, os cabelos compridos caindo pelos ombros e ocultando parte do rosto.

            - Anjo? – ele não se moveu – Lúcifer. – os olhos vermelhos se ergueram para ela, que lhe lançou um sorriso terno – trouxe um pouco de leite e chocolate, com biscoitos. Achei que o faria se sentir melhor.

            Ele a encarou com certa ternura aparecendo por entre a mágoa no olhar:

            - Foi fazer algo para mim?

            - E por que não? – ela lhe levou a bandeja – sei como está magoado...

            - Não é mágoa. – ele se levantou com raiva – é ódio! Ódio por mim mesmo, por esses imbecis que me atormentam desde sempre por algo que eu NÃO ESCOLHI! Ódio por Deus, se é que ele existe, por permitir que aconteçam coisas como as que foram feitas a mim... Ou a você. – ele socou a parede com força, fazendo Christine se encolher. Decididamente, uma bebida quente não era exatamente o que ele precisava...

            - Pare, Lúcifer! – pediu ela, indo até ele – eu sei que não é justo! A vida não é justa, e não sei se Deus tem ou não algo a ver com isso, mas não há nada que possamos fazer a respeito. Coisas ruins sempre aconteceram, e sempre acontecerão, mas nós temos escolha! Podemos escolher fazer nossa própria felicidade, aqui, juntos! O mundo renega você?! Dane-se o mundo! As pessoas me julgarão? Elas que mordam as próprias línguas e engasguem com seus orgulhos feridos! – ela segurou o rosto de seu amado – não podemos mudar o passado, Anjo. E nem sabemos o que teremos no futuro. Só temos o agora, e no agora... – ela o beijou com força e paixão, a ponto de uma gota de sangue escorrer, não sabia dos lábios de quem – eu amo você! Amo, e sempre amarei! Sou sua, sou o que você tem diante de si!

            - Você não tem ideia do que está falando, menina... Olhe para mim! Sou perturbado, instável... Sou perigoso para você. – ele se voltou para a parede – e se houvesse em mim um pouco mais de força, a libertaria.

            O modo como Christine o encarou parecia capaz de matar apenas com os olhos, quando ela declarou pausadamente:

            - Se disser isso outra vez, eu vou lhe bater de verdade. – ela suspirou – eu. Amo. Você. Não sou sua prisioneira, nem estou aqui por não ter escolha. Estou aqui porque serei sua mulher, hoje e para sempre. Por que AMO VOCÊ! – ela o acariciou – nunca teve muito amor na vida, mas farei tudo o que puder para que aprenda a se deixar amar.

            Ele ia dizer algo mais, mas a francesa não queria ouvir mais nada: empurrou-o com força em direção à cama, de modo que ele caísse sentado no colchão. Agora, precisaria deixar para trás todos os seus medos e traumas, e pensar apenas em Erik e nela.

            Sem pudores, a garota subiu sobre seu amante e empurrou seu peito, deitando-o na cama:

            - Se falar não adianta, então talvez eu precise usar outra linguagem.

            - Não vou abusar de você. – ele tentava resistir enquanto ela beijava e mordia seu pescoço, abrindo os botões de seu colete e camisa.

            -  Apenas fique quietinho, e entre nessa dança comigo... Meu amor. – em sua mente ela mantinha bem claro o fato de que era seu Anjo quem estava ali, agora. Não precisava ter medo. Pelo bem de Erik, não podia ter medo. Sem pudores, começou a descer beijos pelo peito desnudo de Lúcifer, que gemia com as leves mordidas e pequenos arranhões. Entretanto, quando a mão dela desceu ainda mais e o tocou por sobre a calça, ele arqueou e abafou um grito de prazer.

            - Christine! O que diabos...

            - Shhhh... – ela sussurrou carinhosamente junto aos lábios dele – você tem me dado prazer por todas essas noites... Deixe-me retribuir.

            Ele a teria impedido, mas a verdade é que a raiva fazia crescer em si um desejo feroz e intenso, que precisava ser satisfeito. E o modo como ela o tocava, tão atrevida, tão sem medo e ansiosa por agradá-lo... Como dizer não? Quando os dedos esguios abriram sua braguilha e o tocaram diretamente ali, onde o desejo latejava com mais intensidade, ele não se conteve e pousou a mão sobre a dela, guiando os movimentos da moça que, mesmo inexperiente, tentava ao máximo dar-lhe quanto prazer podia. Ela continuou com as carícias, aprendendo o ritmo que ele lhe ensinava. Aos poucos, continuou por conta própria, ousada o bastante para segurar o cós da calça negra e puxá-lo para beixo, depositando beijos provocantes no baixo ventre, seguindo a trilha de fios negros mais e mais para baixo...

            - feche os olhos - pediu a garota, num tom sedutor.

— Christine, você não precisa...

— não preciso, mas quero. Quero lhe dar prazer do modo como me deu. Quero vê-lo em êxtase.

Lucifer fechava os olhoa com força: seus instintos rugiam, urgentes na ânsia pelo prazer. Se cedesse a sua vontade simplesmente agarraria a moça, deitaria sobrr ela e a possuiria com todo o furor que o consumia. Mas fazer isso não apenas assustaria e machucaria Christine, como acabaria com toda a confiança que ela demonstrava. Além disso... Toda aquela iniciativa da moça era deveras interessante... Até onde ela iria?

Devagar, para que ela não se sentisse pressionada, ele guiou a cabeça da jovem na direção que desejava. Ela hesitou apenas por um breve instante antes de deixar-se guiar e envolver com os lábios o eixo rígido que pulsava quente. O gemido gutural de prazer que Lúcifer emitiu foi incentivo suficiente para que começasse a se aventurar, ainda tímida e incerta, mas decidida a aprender o máximo possível, a levá-lo às nuvens como seu amante fizera com ela.

Ficando mais e mais confiante, ela o beijava e sugava daquele modo íntimo, interpretando os grunhidos e gemidos desesperados dele como prazer, deliciada em sentir as mãos dele em seu cabelos, sem pressioná-la, mas segurando-a firmemente num modo de encorajá-la. De repente, porém, ele a afastou com certa rudeza e pediu:

— Tenha piedade, menina! Se continuar por mais um segundo que seja, nossa noite será muito curta!

Ela sorriu com certa malícia, embora o rubor em suas faces mostrassem o leve constrangimento – nunca se imaginara fazendo tais coisas, mas aquele estranho livro da biblioteca lhe dera alguma ideia relativamente úteis... – e se deitou sobre seu amado, beijando-o. Sentia as mãos firmes apertarem suas pernas, sua cintura, deslizarem por seus corpo com afã enquanto seus lábios se encontravam. Ele a fez erguer o tronco e desfez com dedos apressados os botões do vestido de Christine, arrancando um ou dois na pressa. Ela teria ficado com medo, se não reconhecesse em meio ao brilho de desejo o mais puro amor refletido naqueles olhos cor de sangue.

— Sabe que ainda pode desistir. – sussurrou ele, ofegante – Se quiser, precisa dizer agora, porque não vou conseguir parar quando passarmos deste ponto.

— Pareço querer parar algo? – em resposta, ela ajeitou melhor as saias ao redor de ambos, libertando-se e encaixando-se ao corpo dele. Moveu-se devagar até senti-lo inteiro dentro de si, sentindo-o apertar suas coxas com força, deliciada com a sensação da penetração profunda, com a fusão de seus corpos...

— Ah... – ele gemeu de puro prazer ao sentir o corpo pequeno envolver seu membro, e puxou-a com certa força para si, aprofundando o contato. Christine gemeu, mas em seu rosto havia um sorriso em vez de medo. Ela moveu os quadris sobre os dele, provocadora, sentindo-o reagir. Nunca se sentira tão poderosa quanto agora, tão forte...

— Gosta disso? – perguntou, tornando a mover-se para cima e para baixo. Lúcifer sorriu de modo quase diabólico, e respondeu:

— Muito. Mas você tem lições a aprender. – ele ergueu o tronco e a segurou firmemente junto a si, puxando para o lado o que restava do decote do vestido, capturando os seios já duros de excitação com a boca, sugando e mordendo levemente entre suas palavras - Não sou um animal manso. – fitou-a com intensidade quase ameaçadora, suas mãos segurando a cintura esguia – Se vai cavalgar um animal fogoso, então deve assumir o comando. Deve se entregar e tomar na mesma medida. Sem medo. Sem vergonha.

Ela mordeu os lábios: já esperava que deitar-se daquele modo com Lúcifer fosse ser algo peculiar... Mas já fora longe demais para voltar atrás. E o que importava o que um casal fazia entre quatro paredes? Ninguém sabia. Ninguém precisava saber. Podia fazer o que queria, podia dar prazer a ele e obter prazer para si mesma sem sentir culpa com isso. Com ar levemente maroto, perguntou:

— E como farei para domar meu belo garanhão selvagem?

— Não fará. – ele apertou seus quadris, aprofundando mais a fusão de seus corpos – pode cavalgar com ele, mas não pode domá-lo. A pergunta é: você consegue?

Ela sorriu e apoiou as mãos no peito dele, começando a se mover sobre o corpo másculo, incentivada pelas mãos fortes que seguravam seus quadris, aumentando a força e o ritmo de sua união, numa sensação estranha: ardia e era maravilhoso, sentia a força de Lúcifer, que provavelmente deixaria hematomas em suas coxas, e ainda assim não queria parar. Deveria sentir-se assustada, mas nunca poderia temer o homem a quem amava! De algum modo, as cicatrizes deixadas pelo passado, no momento, a tornavam mais sedenta pelo prazer e mais ávida em satisfazê-lo!

Ele se sentou e a acomodou melhor em seu colo, estocando com força, fazendo-a gemer e arranhar suas costas desnudas a cada movimento.

— Ah, Anjo! – ela arfava e gemia, assim como ele, enquanto trocavam beijos famintos e intensos! As mãos dele subiam e desciam pelas costas macias da dama, apertando a cintura esguia, arranhando de leve... Com a boca fazia uma trilha de beijos pelo colo até os seios rijos, enquanto ela mordia o lóbulo de sua orelha, apertava-o com as coxas, sussurrava aos seus ouvidos o quanto o amava e desejava... – eu te amo... Exatamente como é... – Christine mordeu os lábios quando uma estocada mais profunda provocou certa dor, ao mesmo tempo em que quase a lançou num clímax impossível de conter – nunca duvide disso.

— Nunca... – concordou ele, beijando-a – nunca... – num gesto súbito ele virou ambos no leito, deitando-se sobre seu corpo, usando o próprio peso para acariciar todo o corpo dela com o seu. Os movimentos de ambos eram intensos, quase violentos em meio aos gemidos de prazer, a primitiva e sensual dança de paixão travada entre os lençóis... Trajes rasgados no afã de se despirem totalmente, peles coladas, lábios devorando-se... As unhas da menina traçavam linhas vermelhas na carne de seu amante, enquanto ele se forçava ao máximo para dentro dela, até ambos gritarem o nome um do outro num ápice extremo e incontrolável.

Saciados e exaustos, jazeram abraçados por um longo minuto antes de Christine rir baixinho, satisfeita. Erik também sorriu e ergueu o rosto, acariciando a fronte de sua amada:

— Você está bem?

— Maravilhosa. – ela arfava após o ato intenso de amor – você foi perfeito.

Ainda com os olhos vermelhos, Lúcifer olhou os braços de sua amada e viu as marcas vermelhas que deixou neles. Varreu o corpo delicado com o olhar, e percebeu os leves hematomas nas coxas, onde as apertara com força...

— Perdoe-me, eu a machuquei... – sentiu-se culpado, mas ela tratou de interrompê-lo:

— Nem pense em se culpar. Eu adorei cada segundo.

— Adorou? Mas como... Eu fui bruto, machuquei-a...

— Existe uma diferença entre ser intenso e bruto – sussurrou ela – acredite, eu sei bem a diferença. Não fez nada que eu não tenha desejado intensamente, meu amor.

Lúcifer se deitou sobre um braço, de frente para sua noiva, e acariciou ternamente o rosto delicado:

— Você é um verdadeiro enigma, para mim. Confesso que me surpreendeu muito...

— Uma boa surpresa, espero. – sorriu a moça, aninhando-se nos travesseiros.

—  Esplêndida. – o Anjo a abraçou, acomodando-a em seu peito. Tocou devagar as marcas vermelhas deixadas por seus dedos nas costas dela – sinto muito pelas marcas.

— Vou sobreviver. – ela o beijou – espero que tenha ficado claro, agora: eu te amo, de qualquer modo e em qualquer momento. Amo Erik tanto quanto amo Lúcifer, porque ambos são um só: o meu Anjo da Música.

Eles trocaram um beijo terno, cheio de carinho, bem diferente da volúpia quase insana de momentos antes. Sobre o criado-mudo, o lanche ficara totalmente esquecido.

— Você é tudo o que eu pedi. – sussurrou o homem, carinhoso – Meu anjo, minha musa...

— Sua mulher. – sussurrou ela. Pousando a fronte contra a de Erik, ela começou a cantar baixinho:

I was walking dead, stuck inside my head (eu estava caminhando morta, presa em minha mente)
I couldn't get out, turn the lights down (eu não podia sair, apagar as luzes)
The voices inside were so loud (As vozes lá dentro eram tão altas!)

            Ela acariciou o rosto de seu amado, finalmente tendo coragem suficiente para lhe contar o que ele realmente significara para si, em todos aqueles meses:

Need a jump-start, catatonia, I couldn't feel (Precisando de impulso, catatônica, Não podia sentir)
I wish that I could disappear (eu queria poder desaparecer)
The voices inside were so real (as vozes eram tão reais!)

But you stood by my side (Mas você ficou ao meu lado)
Night after night, night after night (noite após noite)

You loved me back to life, life (você me amou de volta à vida)
From the coma, the wait is over (do coma, a espera acabou)
You loved me back to life (Você me amou de volta à vida)
From the coma, we're lovers again tonight (do coma... Somos amantes outra vez, esta noite)
Back to life (de volta à vida.)

You woke me up, one touch, and I felt alive (você me despertou. Um toque, e me senti viva.
Loved me back to life, back to life, thought I'd die (Amou-me de volta à vida, embora eu quisesse morrer)
The voices inside were so quiet (as vozes eram tão quietas...)

But you stood by my side (mas você ficou ao meu lado)
Night after night, night after night (noite após noite)

You loved me back to life, (Amou-me de volta à vida)
From the coma, the wait is over (do coma, a espera acabou)
You loved me back to life, life (Você me amou de volta à vida)
From the coma, we're lovers again tonight (do coma, somos amantes outra vez, esta noite)

Strong hand, thick skin, and an open heart (mão forte, pele densa, e um coração aberto)
You saw through the pain, saw through the mask (você viu além da dor, além da máscara.)
You never gave up on me (você nunca desistiu de mim)

Life, life (vida, vida)
From the coma, the wait is over (do coma, a espera acabou)
You loved me back to life, life (Você me amou de volta à vida)
From the coma, we're lovers again tonight (do coma, hoje somos amantes novamente)

A soprano viu uma lágrima solitária escorrer pela face de seu Anjo e, com todo o amor e cuidado, removeu a máscara que ele usava, assim como a peruca preta de fios longos, deixando-o com seus cabelos escuros mais curtos e o rosto à mostra. E pela primeira vez ele não fez qualquer menção de se ocultar, de fugir, ou manifestar vergonha. Via o amor nos olhos dela, e isso fora tudo quanto desejara por uma vida. Sim, estava pronto para deixar-se amar.

Ficaram apenas se acariciando, adorando um ao outro por um longo tempo em meio a carícias suaves. Finalmente a garota se sentou devagar e, sorrindo com leve constrangimento, comentou:

— Nossas roupas vão precisar de conserto.

— Nunca imaginei que estava noivo de uma leoa selvagem – provocou Erik, abraçando-a pelas costas, o que a fez dar um tapinha na coxa dele:

— Pare de me constranger!

— Não parecia constrangida enquanto fazíamos muito mais do que falar.

— Você é impossível! – ela revirou os olhos, mas estava muito feliz: feliz por, ao menos naquele final de tarde, estar livre do medo, das memórias, da angústia. Tudo o que havia em si era alegria e, acima de tudo, amor. E pelo azul límpido que agora dominava o olhar de seu amado, sabia que o mesmo era verdade para ele.

— Você parece... Diferente. – declarou Erik, observando o modo como sua futura esposa se espreguiçava languidamente, sem pudores diante de seus olhos.

— Diferente?

— Mais segura. Mais madura.

Ela deu um sorriso que tinha algo de tenso, e explicou:

— Existe algo de bom em poder ajudar quem quer que seja. Faz você se sentir mais forte, mais dono de si mesmo... Menos refém de seus medos, e com certeza menos impotente ante memórias ruins. – ela se aconchegou contra o corpo rijo – estava pensando em uma coisa...

— O que? – ele acariciava os cabelos cacheados e se deleitava com o toque da pele macia contra a sua.

— O que vai acontecer quando tivermos um bebê?

— Um bebê?

Ela sorriu e se explicou:

— Eu sei que, com tudo o que aconteceu, é estranho eu pensar nisso, mas... Erik, o que faremos, agora? Você é o novo proprietário da Ópera Garnier, que em breve deve abrir as portas com a mesma glória do passado. E o movimento com certeza será alimentado pelos boatos acerca de... – ela preferiu não mencionar o passado. Superar e não sentir nada eram coisas diferentes – do incêndio e todo o resto. Mas nem você, nem eu podemos aparecer por lá, outra vez. Você seria preso, se o pegassem, e eu... Há escândalos demais nos quais me envolvi lá.

— Acha que não há uma vida para nós aqui. – declarou Erik – sabe que os boatos serão implacáveis se retornar à Ópera Garnier, e estaremos ambos em perigo se tentarmos apenas ignorar.

— Não acho que mesmo o arquivamento do caso contra O Fantasma da Ópera possa impedir a fúria da multidão. Talvez o tempo... Mas certamente não agora.

— Então, não fiquemos em Paris. – ele falou como se fosse extremamente simples – eu só tenho uma pergunta, meu amor: o que você quer de sua vida?

Ela foi pega totalmente de surpresa pela pergunta: aquele Erik diante de si nem de longe parecia o mesmo que a arrastara para os subterrâneos a fim de força-la a um casamento e... A cantora fechou os olhos e respirou fundo, banindo as lembranças ruins.

— Eu quero me curar. Terminar este tratamento e, então, recomeçar minha vida. Recomeçá-la com você, como sua esposa, num lugar onde possamos viver e trabalhar sem medo.

— Entendo. – Erik estava sério: Paris fora o único lar que conhecera, desde pequeno, mas as palavras de sua noiva estavam certas. Amava o lugar onde crescera, como sabia que ela também amava, mas não havia a opção de tornarem a viver lá. E não apenas devido às suspeitas e maldizeres da população, mas às próprias lembranças que impregnavam cada pedra do edifício, e certamente destruiriam a felicidade conquistada por meio de lapsos dolorosos e desagradáveis de todos os maus momentos. – Tem razão no que diz, meu amor.

— O que faremos? – ele beijou a fronte de sua musa e sorriu:

— Primeiro, você tem que terminar seu tratamento. E eu o meu, se Renée conseguir algo quanto a estabilizar minhas emoções. Também não podemos deixar nossos amigos neste momento.

— Nem pensar! Especialmente Renée e Lou! – ela o fitou, confusa com o olhar satisfeito e maravilhado que o Fantasma lhe lançava – o que foi?

— Estamos conversando como um casal normal, concordando e debatendo algo... Planejando o futuro... Estou sonhando? – ele a virou delicadamente e se deitou sobre o corpo delicado – tem certeza de que não é um sonho?

— acha que conseguiria sonhar tudo o que já passamos? – ele baixou a cabeça, pousando-a no ombro da moça e rindo baixinho:

— Não. Decididamente não. – beijou o colo exposto – pela primeira vez, gosto mais da realidade do que dos sonhos. – tornou a deitar de costas e trouxe-a contra seu peito – acertaremos as coisas por aqui, até estarmos bem. Até nossos amigos estarem bem. E então podemos recomeçar. Londres, Dublin, Suécia... É só dizer.

Ela deu um largo sorriso e o beijou:

— Eu te amo!

— Eu sei. – ficaram abraçados mais algum tempo, antes que a jovem se manifestasse outra vez:

— posso lhe fazer uma pergunta muito pessoal?

— Estamos nus, abraçados depois de fazer amor, discutindo sobre nosso futuro. Algo pode ficar mais pessoal?

— Acho que não – concordou Christine – é que... Estou curiosa a respeito de... Erik e Lúcifer.

— Ah, isso... – o Fantasma pareceu levemente desconfortável, mas já não havia sentido em esconder as coisas de sua noiva – não sei explicar ao certo. Num momento sou eu mesmo, este homem que você vê. Sou melancólico, solitário, inspirado... Sou o que você conheceu como o Anjo. Já Lúcifer... Ele é meu pior estado.

— Fala como... Uma segunda personalidade?

— Não. Não chega a isso. Quer dizer, ele é muito diferente de mim, mas ainda sou eu. Minha emoções se alteram, se tornam mais profundas, intensas e até mesmo sombrias; meus gostos se alteram um pouco, mas sei exatamente o que estou fazendo. Não deixo de ser eu mesmo, apenas... Fico muito diferente, psicologicamente. Não é algo que eu possa controlar, nem do qual goste. Quando aflora meu pior lado, posso ser um amante intenso ou... A pessoa que matou todas aquelas vítimas no incêndio.

— Posso lidar com ambos. E amo ambos. – disse a garota – o que quer que tenha feito, está perdoado, meu Anjo. Vamos apenas recomeçar, e sonhar juntos.

— Recomeçar é uma ideia maravilhosa. – eles se beijaram, e dessa vez o amor não foi frenético e intenso, mas doce e suave, um delicado descobrir dos corpos um do outro, uma troca de prazeres suaves e carícias amorosas. O dia seguinte traria novas coisas a se fazer, novos assuntos a tratar, mas no momento havia apenas eles dois, e seu amor.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso! Esperamos realmente que tenham gostado, e nos despedimos por hora com uma rosa vermelha para vocês! Deleitem-se com este final e apenas imaginem o que virá a seguir!
Kisses, amores!
PS - A música que Christine cantou é Loved Back to life, da Celine Dion



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