Irmãos!? escrita por Amorinha 1991


Capítulo 7
Encontro com Gabe


Notas iniciais do capítulo

Ficou maior do que eu planejei, mas acho que ficou bom =)



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Eram oito horas da noite quando Gabe, gato moreno de pele e cabelos, bateu na porta. Ele estava com um buque de tulipas nas cores vermelhas, roxas e rosas em uma mão e um ursinho de pelúcia preto.

Gabe usava um terno branco que destacava sua pele negra e sapatos igualmente brancos. Se eu não o conhecesse o compararia com um anjo negro. E eu? Eu perto dele estava mal-trapilha.

Como ele, adoravelmente, não me informou onde iríamos, eu acabei optando por colocar uma sapatilha de cor ciano e um vestido justo preto frente única. O vestido era curto, mas não exageradamente, aquele curto na medida e o busto do vestido tinha um leve corte em v.

‘Nunca pensei que te veria usando um terno branco, ainda mais com um buque de tulipas e um ursinho de pelúcia em mãos.’ Disse-lhe surpresa.

‘Preto não me cai bem. Mas em você fica perfeito’ Ele respondeu-me sorrindo.

‘Bom... existem ternos azul marinho também. Mas imagino que com os teus olhos verdes o azul marinho não ficaria tão belo como ficou o branco.’

‘Hmmm, me achou belo assim?’ Os olhos dele brilhavam com expectativa.

‘Foi o que eu disse, não foi?’ Eu ri.

‘Onde vocês dois vão vestidos assim?’ Perguntou-nos Luís com cara de poucos amigos.

‘Não sei quem diabos é você, mas onde vamos ou não, não é da sua conta.’ Respondeu Gabe encarando ao meu irmãozinho com fúria.

Isso não vai prestar, tenho que fazer alguma coisa antes que o Gabe exploda.

‘Gabe acalme-se, por favor.’ Interpus-me entre eles e pus minha mão no peito dele. ‘Esqueça-o. A menos que você prefira ficar aqui discutindo com ele e perder parte do tempo que poderia aproveitar comigo, é isso que você quer?’ Perguntei-lhe olhando-lhe de forma sedutora.

‘Laís, Laís. Se você ficar me olhando assim durante todo nosso encontro eu não responderei por mim.’ Respondeu ele pegando minha mão que estava em seu peito e a beijando.

‘Continue sendo esse gentleman, e quem sabe eu não mude o meu conceito sobre você.’ Respondi-lhe sorrindo enquanto colocava o buque num jarro com água. ‘Vamos?’ Perguntei puxando-o para a porta sem dar tempo para ele responder.

‘Você sempre faz isso?’ Pergunta-me ele.

‘O que? Flertar para impedir dois marmanjos de se matarem? Respondi-lhe com uma nova pergunta.

‘Não.’ Ele riu. ‘Perguntar algo sem dar tempo para a pessoa te responder.’

‘Acho que é meio automático. Além disso, não ia arriscar esperar tua resposta e vocês dois se pegarem no pau na minha sala de estar.’ Respondi com honestidade.

***

Ele disse encontro? Como assim ela vai pra um encontro com ele? Por quê? Quem permitiu? Quando? Não gostei da forma como ela falou com ele. E quanto a ele não responder por si mesmo? Ele vai ter sorte se viver por 24 horas que sejam depois de ter encostado na minha irmãzinha. Se ele acha que vai fazer da minha irmã a sua bonequinha, ele está muito enganado. Se depender de mim, com ele, ela não fica.

***

Quem é aquele cara que estava na casa dela? Porque ele queria tanto saber onde iríamos? Quem ele pensa que é pra se intrometer? Mas se valeu de algo ele ter se intrometido foi o olhar de Laís para mim. Quem diria que ela teria esse poder todo de me seduzir só com um olhar. E o que me deu pra eu dar flores e um ursinho? Nunca fui de dar essas coisas para garota alguma. Vou ter que dar um jeito de descobrir sobre esse cara. Não o engoli. Ele fez uma cara muito estranha quando mencionei o nosso encontro.

Saí do meu Koenigsegg Regera preto, dei a volta e abri a porta para ela como um verdadeiro cavalheiro. Coisa que não sou, mas ela é o tipo de mulher que merece esse meu esforço.

‘Que gentleman!’ Disse ela com aquele sorriso que eu tanto amo.

‘Para você eu faço esse esforço.’ Respondi-lhe sorrindo de volta.

‘Ainda bem que você veio de carro. Foi só depois de estar pronta, quando faltava muito pouco tempo pra você chegar que me lembrei que você costuma andar de moto e não de carro.’ Ela disse ficando vermelha.

‘Seria interessante sentir você me segurando firme enquanto eu conduzisse minha moto.’ Eu respondi sorrindo maliciosamente e como resposta recebi uma careta da parte dela, o que me fez rir.

Entramos no restaurante, o melhor da cidade. Nunca trouxe ninguém aqui antes, mas ela é diferente das outras garotas com quem saí, então nada mais justo que trazê-la aqui. O garçom nos levou até a nossa mesa, ela estava separada em uma sala particular a prova de som. Privacidade é meu segundo nome.

‘Vamos almoçar aqui? Afastados de todos?’ Perguntou-me ela. Acho que ela não é muito acostumada a ficar sozinha com um homem. Isso até que me agrada.

‘Sim. Eu gosto de privacidade. Mas não se preocupe, não farei nada que você não queira.’ Respondi dando uma piscadela e afastando a cadeira para que ela se sentasse.

‘Gabe! Q-Quer parar de me deixar vermelha?’ Ela deu uma gaguejada antes de sentar-se e por o ursinho em seu colo. Achei aquilo tão fofo.

‘Eu gosto quando você fica vermelha por minha causa.’ Sussurrei no ouvido dela. Ela fica tão linda vermelha, não deu pra resistir e beijei sua face antes de dirigir-me à cadeira que ficava a sua frente.

O garçom nos perguntou o que queríamos e eu não conseguia olhar para ele, só para Laís que a cada segundo parecia ficar mais vermelha ainda.

‘O que a princesa vai querer?’ Perguntei para Laís.

‘Bom, eu não tenho costume de comer em lugares chiques, então acho que vou deixar você escolher o que vamos comer.’ Respondeu-me Laís timidamente.

‘Está bem, e quanto a bebida? O que você sugere que bebamos?’

‘Algo suave, doce, que não seja sem graça, mas que também não me embebede na primeira taça.’ Ela disse parecendo se divertir.

‘Acha que vocês conseguem atender o pedido dessa adorável jovem princesa?’ Pergunto ao garçom.

‘Sim senhor, é claro. Qual o nome da princesa?’ Perguntou ele piscando para Laís.

‘Laís, o meu nome é Laís.’ Ela respondeu gentilmente sorrindo para ele e eu rangi os dentes.

‘Se não se importar, acho melhor você buscar a nossa bebida e traga o que você achar que combinará melhor com a bebida que a jovem dama pediu.’ Respondi, na pressa de fazê-lo tirar os olhos da garota que eu pretendo futuramente chamar de minha.

‘Pensei que você fosse escolher o que íamos comer.’ Ela disse arqueando as sobrancelhas para mim.

‘Eu ia, mas com aquele cara te piscando descaradamente na minha frente, eu quase perdi o apetite.’ Respondi sério e ela riu.

‘Não acredito que você está com ciúmes.’ Agora ela não estava mais apenas rindo, ela estava gargalhando. ‘Eu só o vi hoje, por favor, né Gabe?’

O garçom chegou com duas taças daquelas utilizadas para martines e as colocou na nossa mesa.

‘Duas princesas Laís por conta da casa.’ Diz ele sorrindo. ‘Mas para a bela princesa que inspirou-nos nessa criação todas as doses dessa nova bebida está sempre a disposição.’ Disse ele piscando para Laís.

Eu rosnei e disse ‘E quanto a comida?’

‘Perdão senhor, é que estou ansioso para saber o que a minha inspiração achou da minha criação.’

Laís provou e seus olhos brilhavam, o que me faz crer que ela apreciou bastante.

‘Foi você quem fez?’ Ela perguntou pra ele e ele confirmou. ‘Eu posso estar louca, mas senti levemente o gosto de menta, maça verde e alguma pimenta bem suave.’

Os olhos do garçom mostrava sua admiração pelo comentário dela. ‘Sim tem um pouco desses ingredientes. Vossa alteza gostou da bebida que criei especialmente inspirada em vossa beleza e simpatia?’ Perguntou ele.

‘Faça o favor de trazer nossa comida e parar de flertar com a minha futura namorada?’ Rebelei-me.

***

‘Desculpe-me senhor. Irei imediatamente.’ Falou o pobre garçom distanciando-se da mesa. Ele parou no meio do caminho, virou-se e veio até nossa mesa me olhando o tempo todo. ‘Mas antes quero ouvir a resposta da senhorita.’ Ele estava me olhando tão esperançoso, que mesmo que eu não tivesse apreciado eu teria elogiado a bebida.

‘Sim, é claro. A bebida está deliciosa, simplesmente perfeito.’ Sorri para ele.

‘Vou pedir para o chefe fazer o melhor jantar do planeta!’ Ele saiu faceiro e sorridente.

‘Ótimo ele já foi, podemos voltar a conversar.’ Disse Gabe enciumado. Quem diria que Gabe seria ciumento.

‘Você está mesmo com ciúmes.’ Eu ri e ele rangeu os dentes.

‘Vamos mudar de assunto, porque não me fala mais sobre o carinha que estava na tua sala? Quem é ele? De onde ele veio? Porque ele estava na tua sala? Qual tua relação com ele? E porque diabos ele estava agindo como se fosse o teu dono?’ Porque ele está me fazendo todas essas perguntas sobre o Luís?

‘O nome dele é Luís, ele veio da casa dele, estava na nossa sala, pois agora ele mora lá e ele é meu irmão, eu acho. Eu sei lá, não tenho nenhuma relação com ele. Acho que ele é meio bipolar. Em um momento ele é um insuportável, em outro ele é gentil. É estranho. Mas porque tantas perguntas sobre o Luís?’

‘Não gostei dele. Ele age como se fosse teu dono e não teu irmão. Duvido que ele te veja como irmã dele. Se quer saber, eu acho que ele te vê mesmo é como mulher.’

‘Queria que ele me visse como se eu fosse um homem?’ Perguntei, me divertindo com a situação.

‘Não é foi bem isso que eu quis dizer, mas isso já solucionaria o problema.’ Respondeu ele.

‘Ele é meu irmão Gabe, dá pra parar de pensar besteira?’ Revirei os olhos.

‘Olha só quem está aqui. É por causa dela que você tem me dado o fora?’ Disse Becky.

‘Olá Becky, veio aqui sozinha?’ Perguntei.

Um garoto chegou por trás dela, beijou o pescoço dela e disse ‘Não vai me apresentar os seus amigos?’

‘Pode deixar que eu faço as apresentações. Oi, esse que está aqui comigo é o namorado da Becky, o nome dele é Gabe.’ Eu disse apontando para Gabe. ‘Mas não se preocupe eles tem um relacionamento em aberto. E eu sou Laís a amante dele. Claro que diferente da Becky o Gabe só fica com ela e comigo. Mas isso foi um pedido meu. Sabe como é, eu gosto mesmo é de exclusividade mas não tenho direito de pedir para ele deixar ela já que ele já a namorava antes de me conhecer.’ Eu falei, e sorri vitoriosa para Becky.

‘Mas podia ter pedido.’ Disse Gabe se divertindo com minha atuação e entrando em cena.

‘Oi?’ Falamos ao mesmo tempo eu e Becky.

‘Eu a teria deixado, sem pensar duas vezes se você assim me pedisse.’ Ele respondeu e eu sorri.

‘Deixe o Leonard saber que você está se engraçando para a Laís, ele vai te matar, sabe como ele é todo protetor com ela.’ Diz Becky.

‘Por falar em Leonard, você sabia que ele me disse que se eu o pedisse ele a trocaria por mim no mesmo momento?’ Eu falei com um sorriso maléfico para ela.

‘Ele o que?’ Ela berrou e se não estivéssemos em uma sala privada todos teriam nos encarado.

‘Você ouviu bem, não vou repetir.’ Respondi.

‘Senhorita? Esses dois estão lhe incomodando?’

‘Não, querido é claro que não, eles só vieram perguntar o que nós estávamos bebendo, mas eu disse que só revelaria o nome depois que eles experimentassem, você pode trazer duas doses para esse belo casal? Põe na minha conta.’ Falei piscando para ele. E ele foi lá fazer as bebidas. ‘Sentem-se e esperem aqui com a gente. Eu adoraria saber como se conheceram.’

‘Um amigo meu que é hmm digamos que um amigo colorido dela nos apresentou.’ Ele respondeu-me.

‘Ou seja, um dos paqueras dela. Entendi.’

‘Corta o papo Laís. Qual é o seu problema? Quer dizer que além do Gabe você quer o Leonard também?’ Disse Becky para mim.

‘Me poupe Becky. Diferente de você eu não preciso ficar com mais de um homem ao mesmo tempo para não me sentir insegura quanto a ficar ou não sozinha. Eu sei que o Gabe não vai me largar por qualquer rabo de saia, porque eu confio no meu próprio taco. Tu confia no teu?’ Perguntei.

O garçom chegou com as bebidas. ‘Aqui estão as bebidas.’ E as colocou na frente de Becky e o garoto q estava com ela. Eles provaram.

‘E então? A bebida foi aprovada?’ Perguntei.

‘Ual, essa bebida é um néctar dos deuses.’ Disse o garoto e eu sorri.

‘Detesto ter que dizer isso, mas você tem bom gosto para bebidas, embora eu tenha quase certeza de que foi o Gabe que pediu a bebida.’ Diz Becky

‘Na verdade quem pediu a bebida foi a senhorita Laís. Ela me disse como ela gostaria da bebida e eu então criei especialmente para ela. Eu chamei a bebida de...’ ele fez uma pausa. ‘Princesa Laís’. Becky q ainda estava apreciando a bebida com pequenos goles, cuspiu o que recém havia posto na boca e respingou princesa Laís no garoto que estava com ela.

‘Esta me dizendo que a Laís tem uma bebida com nome dela? Desde quando?’ Perguntou Becky enojada.

‘Desde hoje.’ Ele respondeu sorrindo e piscando pra mim.

‘Quer parar de piscar pra minha garota?’ Disse Gabe e eu ri mais pela cara de Becky que pela forma como Gabe falou.

‘Porque você não faz uma pra mim também, hein gracinha?’ Perguntou Becky.

‘Não seja invejosa Becky!’ Pensei em voz alta, só percebi que todos ouviram quando ela me fuzilou com o olhar.

‘Claro! Farei alguma coisa para a senhora’ O garçom disse sem emoção e foi lá fazer a bebida, levou menos tempo para fazer a bebida dela. ‘Aqui está!’ Disse ele

Becky provou. ‘Nada mal, mas porque o da Laís é doce e o meu é tão amarguento?’ Ela perguntou fazendo um olhar questionador para ele.

‘Porque enquanto a base da Princesa Laís é uma bebida com sabor de chocolate tão doce quanto ela, o seu é a base de limão tão azedo e amargurado quanto a tua alma. Optei por nomear a bebida de Becky, a bruxa amargurada do Oeste.’ Quando o garçom completou a sentença eu e Gabe caímos na gargalhada e o “namoradinho” dela a arrastou para longe.

‘Bruxa amargurada do Oeste! Isso foi hilário. Obrigada por isso garoto.’ Eu disse, rindo ainda, ao garçom.

‘Sempre que precisar senhorita, agora vou ver o que aconteceu com o jantar de vocês que ainda não chegou.’

‘Talvez o chef esteja nos fazendo um banquete Gabe.’ Sorri.

‘Nossa mesa não possui tamanho suficiente para um banquete.’ Ele respondeu sorrindo também.

‘De vez em quando positividade é bom, sabia?’ Falei

‘Está bem, positivamente nós temos uma mesa muito pequena para um banquete.’ Diz ele sorrindo.

Mexo minha cabeça em negação. ‘Será que algum dia tu vai aprender a ser mais otimista?’

‘Não sei, porque você não tenta me ensinar?’ Ele me devolve uma pergunta.

‘Boa tentativa.’ Eu respondi piscando pra ele.

‘Aqui estão os pratos preparados pelo chef, ele disse que demorou pois teve que pensar muito bem no que faria para acompanhar a bebida que criei. Aliás senhorita Laís, vai gostar de saber que o chef decidiu adicionar no menu ambas as bebidas que criei, embora ele tenha dito que gostou bem mais da que fiz para a senhora.’

‘Meus parabéns!’ Eu falei animada para ele.

Em nossos pratos havia um peito de frango marinado no vinho Malbec Argentino Emilia Nieto Senetiner. Reconheci porque minha mãe amava esse vinho e me deu uma prova uma vez desse mesmo prato. Eu lembro de ter gostado tanto que fiquei chateada quando ela me deu um prato com outras coisas afirmando que o que ela comia não era para minha idade. Também tinha arroz branco e batatas inglesas cozidas e cenouras raladas.

‘Esse peito de frango é marinado no vinho malbec de Emilia Nieto, não é?’ Perguntei.

‘É sim, conhece o prato?’ Perguntou ele impressionado.

‘Minha mãe fez uma vez. Mas eu não tinha idade para comer então ela só me deixou provar.’ Falei sorrindo.

‘Bonapetit então.’ Respondeu ele.

‘Nossa, isso está divino.’ Eu falei e ele sorriu.

‘Está mesmo, meus cumprimentos ao chef.’ Disse Gabe sem olhar para o garçom.

Comemos quase o tempo todo em silêncio. De vez em quando Gabe fazia alguma gracinha ou me dava cantadinhas baratas e eu só sorria.

Quando terminamos de comer o garçom se aproximou e nos perguntou se gostaríamos de alguma sobremesa.

‘Nos surpreenda.’ Eu respondi-lhe e ele rapidamente voltou com alguma coisa em duas taças.

‘O que é isso?’ Perguntei apontando para as taças que continham uma rodela de laranja nas bordas.

‘Raspadinha de laranja com champagne.’ Respondeu-me ele.

‘Está querendo me embebedar senhor garçom?’ Falei piscando para ele.

‘Que graça teria isso? Quem aproveitaria você bêbada seria o seu acompanhante ao invés de mim.’ Respondeu ele me piscando de volta.

‘Ótimo! Parece que estou sobrando aqui.’ Disse Gabe desconfortável.

‘Relaxa Gabe, eu estou só brincando.’ Falei fazendo uma careta para ele.

‘Depois de terminarmos essas taças de raspadinhas, nós vamos embora. Não quero você dançando em cima da mesa.’ Ele disse.

‘Ah! Porque? Estamos só nós dois nessa sala, qual o problema de eu dançar na mesa?’ Falei rindo.

‘Não estamos sozinhos, tem o garçom do flerte que também poderia apreciar a vista.’ Resmungou ele.

‘Eu estava pensando, você disse que gosta de privacidade, então como Becky e o namoradinho chegaram aqui?’ Perguntei tomando a raspadinha.

‘Não sei, mas também não me importa. Eles já foram embora, não vale a pena pensarmos nisso agora.’ Disse ele.

‘Você tem razão. Melhor deixar isso para lá.’ Falei comendo a rodela de laranja.

‘Garçon!’ Chamei levantando a mão.

‘A senhorita chamou?’ Ele perguntou.

‘Sim. Traga-nos a conta, por favor?’ Respondi sorrindo.

‘Não há conta senhorita.’ Ele respondeu.

Gabe e eu nos olhamos e então voltamos nossos olhares para o garçom. ‘Como não há conta?’ Perguntamos juntos.

‘Foi o que o chef me disse. Que não cobraria nada de vocês dois pela falha dos nossos seguranças da nossa área privada.’

‘Ah! Mas nem precisava disso tudo, se quer saber só o tapa enluvado que tu deu na cara dela, já pagou essa falha.’ Eu disse rindo.

‘Ele faz questão senhorita de que vocês não paguem nada. Na verdade, ele disse que vai cobrar tudo do casal já que eles entraram de penetra.’

‘Bom, então vamos princesa?’ Perguntou-me Gabe levantando-se e me oferecendo sua mão.

‘Vamos.’ Falei pegando na mão dele com uma das minhas mãos enquanto a outra segurava o ursinho que ele me deu.

‘Vou te levar para casa, não quero que teu pai e teu “irmão” se unam contra mim.’ Disse Gabe.

‘Da minha vida cuido eu Gabe, mas eu concordo que já tivemos tribulações demais pra um único dia.’ Sorri para ele.

Fomos até em casa ouvindo e cantando Skank. Chegando em minha casa ele abriu a porta pra mim como um cavalheiro e me ofereceu a mão para me ajudar a sair do carro, não que fosse necessário.

‘Obrigada. Você foi muito agradável, me surpreendeu e eu não estou só falando  pelo teu cavalheirismo e bom gosto musical.’ Sorri pra ele.

‘Quando estou em boa companhia costumo ser agradável e você também foi maravilhosa.’ Ele disse sorrindo.

Quando chegamos na porta da minha casa eu agradeci mais uma vez, beijei seu rosto, entrei em casa e fechei a porta sem dar tempo para Gabe fazer nada.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem.



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