Como Escrever um Romance em 10 Dias escrita por Alena Santana


Capítulo 4
Não tente reproduzir um clichê em casa


Notas iniciais do capítulo

E aí, moçada!
Não quero dar muito spoiler, but, a fic tá na reta final... Ai ai. Basicamente, hoje a jiripoca vai começar a piar. Zoas, haha. Enfim, até as notas finais.
Boa leitura!



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Como escrever um romance em 10 dias

Não tente reproduzir um clichê em casa

O temido prazo final era no dia seguinte. Bem, não era mais “temido” já que estava tudo pronto. Aidan havia feito diversas alterações, além de acrescentar alguns trechos. Mas, no todo, era pouquíssima coisa e isso o deixava muito feliz. Depois de ler várias fanfics – indicadas por Thomas –, ele havia percebido uma coisa. Todas aquelas histórias expressavam as preferências de seus autores.

Em uma, seus personagens haviam sido transportados para um universo futurístico distópico, porque a autora gostava de ficção científica. Em outra, seus personagens estavam no tempo presente e eram adolescentes cheios de problemas e hormônios, isso porque as autoras viviam essa fase. Outra fanfic representava um universo paralelo aos acontecimentos do segundo livro, representava Knut se tornando uma pessoa melhor e realmente se apaixonando por Ágda, isso porque o autor tinha certa esperança nas mudanças que o amor pode trazer.

Também haviam histórias com vampiros, lobisomens, vida cotidiana de trabalho... Uma espécie de crossover com Cinquenta Tons de Cinza – aquilo fora um tanto estranho para ser sincero. Enfim, tudo isso fez com que Aidan percebesse que aquelas pessoas escreviam coisas que gostavam e que, consequentemente, outras pessoas também gostavam. O que o fez chegar a uma conclusão. Ele não gostava de romances. Não sabia escrever um. E não o faria.

Bem, talvez no futuro... Mas, certamente, não com o prazo ridículo de 10 dias que tinha. De qualquer forma, aquele nunca fora o objetivo de sua história. Tratava-se de uma história de guerra, vingança e amizade. Apenas. Entretanto, isso não o impedia de agradar um pouco seus leitores. Era algo importante. E o faria da forma que lhe fosse possível.

Fanservice, foi a solução.

Uma frase com sentido duplo aqui e ali. Um momento tocante de amizade que poderia ser interpretado de outra forma. Uma escapadinha mal explicada de alguns personagens. Preocupação exagerada de um personagem em relação à outro. Coisas pequenas que fizeram boa diferença e, ainda assim, eram algo com a sua cara. Algo que se parecia com o que ele costumava escrever. Algo que fora divertido de fazer.

Seu momento de autocontemplação foi interrompido por batidas na porta. Nem precisava atender para saber que era Thomas. Ainda assim o fez porque... Bem, agora eles eram amigos. E você atende seus amigos quando eles batem na sua porta. Enfim. Thomas foi logo entrando e sentando no sofá, como sempre. Parecia realmente animado, já tendo superado aquele dia.

— E aí? Terminou? – questionou ansioso. Aidan acenou numa afirmativa tão animado quanto o outro. Bem, não tanto porque isso é meio impossível, mas era animado o suficiente. – É uma história de amor mais bonita que Crepúsculo?

— Bem... – começou incerto. Ele não sabia se podia contar tudo, mesmo que já confiasse bastante no outro. – Lembra que eu disse que deixaria todos felizes? Isso me incluía. – enfatizou o “me” apontando para si mesmo. – Então, não escrevi um romance. Porque eu não gosto e não sou obrigado.

— Okay, mas você ficou trancafiado aqui por dois dias só escrevendo. Nem mesmo quis falar comigo. – acusou em tom de birra.

— Sim, porque eu fiz muitas alterações. Depois de ler todas aquelas fanfics, eu percebi que deveria escrever o que eu gostava. Acrescentei algumas coisas para, digamos, incentivar certos ships.

— Espero que tenha momentos Ágliv. Só isso que eu peço.

— Tem sim!

— Bem, já que aparentemente está tudo pronto. – olhou a bagunça em volta de forma exagerada, retendo-se no manuscrito perfeitamente organizado sobre a mesinha da sala. – Devemos comemorar!

— Você não quer encher a cara, né? Eu fico bêbado muito rápido...

— Eu adoraria ver isso. – interrompeu. Realmente adoraria, Aidan não podia nem imaginar o quanto.— Mas, eu sou uma pessoa saudável e responsável... Não faça essa cara de desconfiança, é ofensivo! Vou te levar em um restaurante ma-ra-vi-lho-so. – enfatizou cada sílaba com um sorriso um tanto assustador.

...

— Sério, isso foi horrível! E eu ainda estou com fome! – Aidan reclamou enquanto voltavam para casa.

O restaurante “ma-ra-vi-lho-so” que Thomas mencionara era vegano. A comida não era ruim, era até que muito boa depois de umas garfadas... Mas, por algum motivo a porção era extremamente pequena. Bem, não era pequena. Na verdade, Aidan comia demais. Um belo poço sem fundo. Aquelas coisinhas verdes e naturebas não serviram nem para tapar os buracos dos dentes.

— Cara, como você ainda ‘tá com fome? – questionou, assustado.

— É que faltou uma proteína. – Aidan respondeu fazendo beicinho e Thomas achou aquilo extremamente adorável... Enfim. – Olha, um carrinho de cachorro-quente! – apontou, totalmente animado. Arrastando o outro logo em seguida.

Era engraçado o quanto Wind se animava quando o assunto era comida. Os olhos brilhavam e ele ficava parecendo uma criança num parque de diversões. Normalmente, ele estava sempre cabisbaixo e/ou mal humorado. Assemelhava-se a Tristeza do filme Divertida Mente, sendo sempre negativo, arrastando-se pelos cantos e reclamando das coisas... Ele era, simplesmente, a coisa mais fofa do mundo! Pelo menos era o que Thomas achava.

Wind comprou um cachorro-quente ridiculamente gigante e com todos os acompanhamentos possíveis. Thomas tentou não pensar naquilo de forma estranha... Ele falhou! Senhor, que mente poluída! De qualquer forma, foi engraçado observar a dificuldade do outro ao tentar comer aquela monstruosidade – Por qualquer coisa, ele tinha que parar com esses pensamentos impuros! Foi mais engraçado ainda quando ele se sujou de mostarda.

Então, Thomas teve um vislumbre. Sabe aquelas cenas românticas onde um personagem está comendo algo, daí fica um pouco de comida no canto da boca? Geralmente, o outro personagem o avisa e ri um pouco. O que tem algo na boca, sempre é burro demais e tenta limpar do outro lado. Fato que obriga o outro a limpar. Mas, a parte mais romântica é quando este lambe o dedo e fingi que aquilo foi super normal e nada nojento.

Okay, ele com certeza não faria aquilo. Era uma ideia ridícula... Bem, Wind tinha começado com aquelas referências a filmes. Talvez se ele fizesse a referência, o outro poderia achar engraçado...

— Tem um pouco de mostarda na sua boca. – apontou a própria boca, demostrando onde estava a mostarda.

— Aqui? – Wind perguntou, esfregando o lado errado. Sério isso? Bem, só lhe restava uma alternativa... Ele seguiu o “roteiro”.

— Não, aqui! – esticou a mão e passou o polegar no canto dos lábios do outro. Eram macios, pôde perceber mesmo que estivessem meio gordurosos por causa do cachorro-quente. Ele devia ter achado meio nojento, aquela cena sempre lhe pareceu estranha. Mas, ele não achou. Levou o polegar a própria boca e chupou.

Sabia que aquele tinha sido um grande erro. Wind com certeza ficaria enojado ou muito bravo. Provavelmente, os dois. Preparando-se psicologicamente para o pior, assustou-se com a reação tranquila do outro.

— Eu realmente espero que você tenha lavado essa mão depois de usar o banheiro. Porque se você passou mão de pinto na minha boca... A amizade acaba aqui! – ameaçou, dando mais uma mordida no bendito cachorro-quente. Thomas esperava muita coisa, muita mesmo, menos aquilo. Riu um pouco enquanto a apreensão passava.

— Eu lavei sim! Que tipo de pessoa não lava a mão depois de usar o banheiro?

— Você nem imagina! Por isso sempre ando com álcool em gel. – contou, naturalmente. Como se absolutamente nada de diferente tivesse acontecido.

— Agora me deixou preocupado.... Mas qual é o do “mão de pinto”? Que linguajar é esse? – riu um pouco, Wind sempre falava todo pomposo e certinho. Aquilo fora um tanto surpreendente. Não que não pudesse falar “pinto”, só que era bem estranho ele falando. Tipo um smurf ou um dos ursinhos carinhosos falando palavrão. Não fazia sentido.

— Intimidade, meu caro. – falou, logo engolindo o resto do cachorro-quente. – Você devia conhecer a minha família, eles falam cada coisa. – riu enquanto, aparentemente, lembrava-se de certas ocasiões familiares.

— Sim, imagino. – sorriu acompanhando o riso do outro. Bem, estava extremamente feliz que sua “peripécia” não tinha resultado em algo ruim. Mas, também estava um pouco desapontado. Ele tinha a leve esperança de que Wind iria ficar corado. Isso seria tão fofo. Enfim.

Estavam se aproximando do prédio onde moravam. Fora uma noite muito agradável, no geral. Estava se sentido tão bem, adoraria dormir com esse sentimento bom... Entretanto, notou um homem um tanto familiar se afastando do prédio. Enquanto Wind já estava quase subindo, permaneceu parado encarando as costas do indivíduo que andava rapidamente. Não poderia ser...?

— Ei, Thomas? – Wind sacudiu a mão na frente de seu rosto enquanto o cara virava a esquina e desaparecia. – ‘Tá tudo bem?

— Sim, claro.

Seguiu o outro pela escada. Toda aquela sensação boa havia sumido. Tinha um mau pressentimento... Mas, parte dele não queria pensar naquilo. Acompanhou Wind no modo “piloto automático”, dando-se conta de onde estava apenas quando o outro questionou:

— Eu deixei a porta aberta? – estranhou. Thomas tomou sua frente e empurrou a porta, devagar. – Mas que merda! – Wind exclamou ao encontrar seu apartamento totalmente revirado e destruído, assim como seu manuscrito em pedaços no chão.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, please! (Principalmente você, Emily. Se eu morrer não termino o seu "presente", haha)
Bem, como é um presente de aniversário, pretendo postar o último capítulo antes do fim do mês. Já que esse é o més da aniversariante, haha.
Se tudo der certo, até dia 30 eu posto o final, ai ai.
Enfim, se chegou até aqui porque não deixar um comentário? Aceito dicas, críticas... Só falem comigo, please!
Beijos e até a próxima!



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