Como Escrever um Romance em 10 Dias escrita por Alena Santana


Capítulo 3
Cara, cadê as suas calças?


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi...
Gente, demorei um pouco porque fiquei mega doente. Sinusite + Gripe. Uma coisa horrorosa.
Enfim, o cap tá mais curtinho, mas eu não queria demorar muito. Agora a tag Yaoi vai começar a fazer sentindo, haha.
Sem mais spoiler,
Boa leitura!



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Como escrever um romance em 10 dias

Cara, cadê as suas calças?

Acordar ao som de “All out of love” do Air Supply, definitivamente, não era nada legal. Principalmente, com um maluco – animado demais — cantando mais alto que o cantor. Simplesmente, terrível! Ao menos, sentia cheiro de café e casa limpa. E isso era bom. Enquanto levantava, ainda sonolento, a voz grasnada de Thomas cessou. Assim como o som, que foi desligado. Curioso, Aidan entreabriu a porta do quarto com cuidado.

— Alô... – Thomas sussurrou. Engraçado que há poucos segundos ele estava berrando...— Como você conseguiu o meu número? – questionou, aparentemente, em pânico. – Não quero saber se está arrependido ou não. Acabou, okay? Já passaram dois anos... É isso mesmo, já estou em outra... Só me deixa em paz. – implorou, por fim.

Air Supply voltou com tudo, o que fez Aidan concluir que o telefonema havia acabado.

Abriu a porta barulhenta do quarto e foi em direção à cozinha, onde Thomas estava. Este o recepcionou com um sorriso não tão animado quanto o habitual.

— Bom dia! Dormiu bem?

Thomas repousou o celular sobre a mesa, parecendo um tanto afetado. Pegou duas xícaras no armário – como se fosse a casa dele e ele soubesse exatamente onde cada coisa estava —, enchendo-as com café. Entregou uma para Aidan, que logo tomou um gole.

— Dormi sim... Muito bem, na verdade. – disse, avaliando o outro. Normalmente, Thomas viria com algum assunto ou falaria de algo estranho. Ele sempre estava falando. Mas, permaneceu calado. De vez em quando olhava para Aidan um pouco sem graça, já que este não parava de encará-lo. – Okay! Eu meio que, totalmente sem querer, ouvi você falando ao telefone... – Thomas arregalou os olhos, mas, logo em seguida, pareceu um pouco chateado. – Foi bem sinistro, quer falar sobre? Olha se não quiser, tudo bem. É que pode ajudar, talvez...

— Não tem problema você ter escutado... Enfim, era o meu ex... – começou, avaliando a reação de Aidan.

Seu ex? – enfatizou o “seu”, mas, apenas curioso com a situação em si. Thomas pareceu um pouco mais seguro, continuando em seguida:

— Isso. Enfim, nós terminamos, em parte, porque ele era muito ciumento... Mas, acho que o problema real era a dificuldade dele de assumir quem ele realmente era.

— Ele não queria assumir o relacionamento de vocês? – questionou, incentivando o outro a continuar.

— Sim, mas o problema não era bem esse... O pior foi ele arrumar uma noiva só para manter a imagem de... Sei lá, bom moço ou homem de família... – disse, fazendo pouco caso. Aidan sabia que Thomas estava tentando parecer forte e demonstrar que estava tudo bem, mas, na verdade, falar daquilo era muito ruim. Só que por algum motivo mais complexo que um ex esquisitão.

— Por isso ele terminou com você?

— Não, na verdade ele queria que continuássemos juntos e eu fosse o amante dele.

— Nossa, que babaca! – exclamou, indignado. – Sério, esse cara é nojento.

— Sim, daí eu terminei com ele. – Thomas riu da reação do outro, quase parecendo ele mesmo. Mas, isso rapidamente passou, logo ele ficou sério. – E foi daí que as coisas começaram a ficar sinistras. Ele ficava me ligando várias vezes, me perseguia tanto em casa como no trabalho.

— Foi por isso que você veio morar aqui? – apertou levemente a mão de Thomas que repousava sobre a mesa, tentando passar alguma segurança para que ele continuasse.

— Sim, foi por isso que mudei diversas vezes durante esses últimos dois anos. – retribuiu o aperto de Aidan e continuou segurando sua mão. Era bom, e o outro apenas permaneceu quieto, prestando total atenção. Olhando-o com uma expressão de interesse de quem realmente se importa. – Qualquer cara que eu tentava sair, ele ameaçava ou pagava para que não o fizesse... Bem, na verdade eu não sei direito. Só sei que nunca deu certo e que ele sempre estava envolvido.

— ‘Pera, como assim ameaçava? Tipo, de morte? – inclinou-se ainda mais em direção à Thomas, assustado.

— Na verdade, não. Ele não é nenhum psicopata, está mais para um vilão de novela adolescente. – riu um pouco. – Eu sei que ele estragou um encontro meu colocando laxante na bebida do outro cara. Muito laxante.

— Que droga. – riu da situação. Quem faz esse tipo de coisa?

— Ele é bem... estranho, mas nunca ameaçaria a vida de ninguém. Disso eu tenho certeza.

— Que bom, acho. – disse um tanto aliviado, mas, havia um pequeno problema. – Se ele já sabe o seu telefone...

— Ele já sabe onde eu moro. – completou, sorrindo cabisbaixo.

— Mas, você não vai mudar de novo, né? – Aidan inquiriu numa mistura de irritação e preocupação. Ficou tão agitado que se levantou, indo para o lado de Thomas e apertando ainda mais sua mão. – Qual é? Você não pode mudar a vida toda, e ele também não pode te perseguir para sempre. Você já falou com a polícia?

— Não, só iria gerar um escândalo... E, eu não quero prejudicá-lo. Querendo ou não, eu consigo entender o lado dele. – antes que o outro começasse a protestar, corrigiu-se – Bem, tirando a coisa de stalker. A família dele é muito tradicional e restrita. E pelo pouco que eu sei, são horríveis. Ele só quer ser aceito.

— Mas fingir que ele é outra pessoa nunca vai trazer uma aceitação verdadeira.

— Sim, mas talvez essa aceitação seja melhor que nenhuma. – Aquilo soou tão triste que Aidan percebeu na hora que se tratava de algo pessoal. Thomas sabia por experiência própria o que era não ser aceito. Por isso relevava a loucura do ex-sinistro-do-mal.

— Se-seus pais não te aceitaram, né?

— Não.

Aidan poderia ter feito várias coisas. Poderia ter falado algo bonito que pudesse ajudar um pouco que fosse. Mas sabia que não era suficiente. Thomas não precisava de palavras bonitas nesse momento, ele precisava de um abraço. E foi isso que fez.

— Olha, você está me abraçando e segurando a minha mão sem calças. Eu posso ser gay, mas isso ‘tá bem estranho. – riu.

— Você sabe como acabar com o clima... – Aidan riu também enquanto se afastava. Aquele era o Thomas que conhecia.

— É que eu estava quase chorando, achei que acabar com o clima fosse a melhor forma de manter minha masculinidade. – brincou.

— Idiota... Enfim, saiba que são eles que estão perdendo. Seus pais são babacas, o Alex é um babaca e os pais dele também são babacas. – afirmou como se aquela fosse uma verdade universal que só Thomas não soubesse.

— Alex?

— Ele não matou seu coelho, né? – perguntou, tentando não rir.

Atração Fatal.  Você não vai começar a fazer referências a filmes, né? Porque eu, definitivamente, sou muito bom nisso. – disse, presunçoso.

— Francamente, meu querido, eu não dou a mínima!

E o Vento Levou... Essa foi maldosa!

— Um pouco. Agora, vamos ao mercado. – mudou de assunto, tentando normalizar a situação e acalmar os ânimos. – Não tem comida nenhuma no armário ou na geladeira.

— Eu notei. – olhou em volta de forma dramática. “Hello” do Lionel Richie começou a tocar. E Thomas pensou no quanto aquela música era ridiculamente sugestiva.

— Como a minha semi-nudez te incomoda, vou tomar um banho e vestir algo decente. Já volto!

Na verdade, não incomodava nenhum pouco. Mas, Thomas não achou que seria adequado falar algo do gênero. Pelo menos, não agora...


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Notas finais do capítulo

Tem umas referências a filmes, mas acho que dá para entender mais ou menos. Qualquer coisa é só perguntar.
Enfim, vou colocar aqui um trechinho de Hello para vcs entenderem porque o Thomas acha sugestiva, haha:

Olá, sou eu quem você está procurando?
Eu posso ver em seus olhos
Eu posso ver em seu sorriso
Você é tudo de que sempre precisei
(e) meus braços estão bem abertos
Porque você sabe bem o que dizer
E você sabe exatamente o que fazer
E eu quero muito dizer a você que te amo

Ai ai. Bem, se vc chegou até aqui, por que não deixar um comentário? Faz bem para alma e deixa a pobre autora feliz! Pode falar se tá bom ou se tá bugado, qualquer coisa... Falem comigo, please. Tá, parei.
Beijocas e até a próxima...



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