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Quando o seu pé chegou ao chão se lembrou do último dia que esteve ali, podia sentir o cheiro do orvalho, o pequeno Heitor correndo pelo jardim atrás do seu primo Leonel. Se lembrava do Estevão e Arthur conversando na churrasqueira Patrícia havia entrado para trazer os pratos enquanto ela estava com a pequena Estrela nos braços.

— Senhora se sente bem? – Era o motorista do carro a chamando

— Sim, desculpa é que esse lugar me trás boas lembranças. – E voltou a caminhar.

XI

 Quando chegou na sala de estar todos a olhavam, de repente um caroço formou em sua garganta. — Me ajuda Deus.

— Bom parece que todos já chegaram, o que é de tão importante Estevão? – Perguntou Daniela.

— Reuni  todos aqui para dizer que vou reatar o meu relacionamento com a Maria.

— O QUE? – Podia ouvir de longe o grito da Alba – COMO VOCÊ PODE COGITAR EM FAZER UMA COISA DESSA?

— Estevão meu amigo, você se esqueceu que ela é uma ASSASSINA? – Agora foi a vez do Bruno.

—  Eu só vim informa-los da minha decisão, eu e a Maria temos alguns assuntos pendentes e ainda mais essa é uma boa desculpa para que ela se aproxime dos meninos.

— Você vai deixar essa mulher se aproximar dos seus filhos? – Evandro não suportava essa ideia. – Essa... Essa... Vagabun...

— Vou te mostrar a vagabunda. – Maria foi na direção de Evandro, mas os braços de Estevão a rodearam antes que ela o alcançasse. – Me solta Estevão.

— Maria você tem de se acalmar. – Estevão aproveitara a situação para ficar mais próxima dela.

— Você tem razão “meu amor”, pode me soltar. – Depois que Estevão a soltou, ela se recompôs e mirou cada um que estava presente na sala. – Só quero deixar uma coisa bem clara, não sou a mesma mulher de antes, não sou mais ingênua, nem tão pouco insegura, voltei atrás de justiça e sei que entre nós há o verdadeiro assassino da Patrícia e eu vou leva-lo pessoalmente a delegacia. Vou recuperar o amor dos meus filhos e tudo o que me pertence. Ah! Antes de me retirar, não ousem há fazer mal ao Heitor e a Estrela e muito menos contar  sobre esse assunto, vocês não sabem o que sou capaz.

— Todos nós sabemos do que você é capaz – Demétrio quis provocar.

— É por isso que você deve manter os seus olhos bem abertos.

— Maria, por favor. – Estevão a repreendeu.

— Sobrinho, se você nos chamou aqui só para sermos insultados por essa imunda  prefiro voltar pra casa. – Alba se levantou. – Vamos Carmem.

— Mas Alba nem  jantamos. – Reclamava com um copo de vinho seco nas mãos.

— Eu não vou repetir.

 Logo após de Alba e Carmem saírem, todos os outros foram se retirando, até sobrar apenas, Maria e Estevão.

— O que você queria com tudo isso Maria? Não te reconheço mais, você nunca foi de briga. – Ele estava um pouco assustado com a sua Ex esposa, o que houve com a sua doce e amorosa Maria? Durante toda a vida de casado nunca a viu a levantar a voz em nenhum momento.

— Como o que eu quero com tudo isso? Ele veio me ofendendo achando que eu sou uma qualquer, ninguém vai me fazer de capacho. – Ela andava de um lado para o outro. – E a culpa de tudo isso é sua.

— E como a culpa de tudo isso é minha? – Cruzou os braços.

— Se você tivesse me dado um pouco de misericórdia, o tempo te mostraria que eu era inocente, mas não você preferiu me matar para os nossos filhos, arranjar mais um por aí, se esfregar com uma pirua de 20 e tantos anos.

Estevão ficou assustado, Maria estava exaltada de mais. – Maria se acalma.

— NÃO ME DIZ PARA ME ACALMAR. – Ela desmaiou.