Break Walls escrita por skyspracer


Capítulo 11
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695248/chapter/11

Alexander não esqueceria aquela voz tão cedo, mesmo que tentasse ao máximo. O timbre da voz de Magnus ecoava na sua cabeça ao mesmo tempo que ele se esforçava para não olhar para frente e ter de encarar aqueles olhos tão pequenos, porém tão penetrantes. Ainda se lembrava das vezes que o mais velho o cercou apenas com o olhar. Alec se sentia tão preso e ainda assim tão livre. Parecia que havia se passado vários e vários meses, mas na verdade, alguns dias. E como aconteceram coisas nesses dias. A vida do garoto estava passando absurdamente rápido. Finalmente ele havia chegado nessa fase da qual os adultos sempre falam sobre. A fase em que "você nem vê o tempo passar". E realmente, ele não estava conseguindo acompanhar.

  — Desculpe. —  Alec disse sem desviar seu olhar de seu tênis. Ele nunca havia achado o chão tão agradável.

  — Não foi nada, Alexander, — Magnus respondeu e colocou uma das mãos sobre o ombro do rapaz — eu é que devo me desculpar. Ando muito estressado nos últimos dias.

O garoto não soube muito bem o que dizer. Na verdade, a vida de pessoal de Magnus naquele momento não o interessava muito. Ele, de fato, não queria saber se estava estressado ou de ótimo humor. Nunca coube a ele ter interesse nisso, e ele esperava que nunca coubesse.

  — Ah... — procurou palavras em sua cabeça e olhou para o rosto preocupado de seu professor — Isso é ruim. — Péssimo, Alexander, péssimo. Pense mais um pouco. —   Se precisar conversar com alguém, pode falar comigo. — PIOR AINDA, ALEXANDER, PIOR AINDA!

Magnus deixou escapar um sorriso de canto, indecifrável. Era impossível saber se ele havia achado engraçado ou gostado da resposta. Ninguém conseguia decifrá-lo, ninguém nunca esteve totalmente disposto a fazer isso.

  — Isso é muito gentil da sua parte, mas... — pensou por um momento e sorriu novamente olhando Alec no fundo de seus olhos — você não é a melhor pessoa pra me ajudar agora, Alexander. Talvez algum dia possamos conversar. Hoje temos o dia cheio, certo? — Alexander concordou com a cabeça, calado. — Ah, lembra-se das aulas na minha casa? Elas não podem mais acontecer, e não me pergunte o motivo.

Ele não quis prolongar o assunto, então só concordou com a cabeça novamente não tendo muita vontade de dizer mais alguma coisa.

  — Bom, eu preciso ir para a aula agora, então... Nos vemos por aí — o mais novo disse e logo começou a andar.

  — Alec! — Magnus o chamou. — Se você quiser, podemos sair para tomar alguma coisa.

— Eu tenho compromissos hoje — respondeu desviando o olhar.

Mentira, ele não tinha. 

  — Ah, tudo bem. Caso mude de ideia, me avise — sorriu fraco. — Acho que ainda tem meu número.

Pela centésima vez naquele dia, Alec concordou com a cabeça e se virou em direção a sala de aula. Tudo o que ele queria era o fim daquele constrangedor momento que parecia não acabar nunca. Será que era possível ele ter um momento alegre sem ter ele destruído minutos depois?

As aulas seguiram da mesma forma de sempre. O garoto tentanto prestar atenção enquanto sua cabeça pensava em como seria confortável estar deitado em uma cama naquele momento. A cama de Sebastian era muito macia. Sebastian.

Alec pegou o seu celular e começou a escrever uma mensagem para Sebastian chamando-o para dar uma volta. Ele não queria ter que ficar em casa pensando em como seria se ele tivesse saído com Magnus. E do jeito que ele era, com certeza perderia o sono por isso.

No mesmo minuto Sebastian respondeu. A mensagem dizia "Isso é muito estranho. Juro que acabei de pegar meu celular pra te chamar pra ir naquele parque que abriu mês passado. Sei que basicamente acabamos de nos ver, mas já quero te ver de novo. O que acha?". O coração de Alexander acelerou por alguns segundos. Ele respondeu que aceitava e disse que ia buscar Sebastian na casa dele. Agora sim ele tem um compromisso.

As horas se passaram e Alec foi para casa com pressa. Tomou banho e se arrumou como se estivesse indo para uma festa, mas na verdade estava indo para o parque. Ele se perfumou tanto que o cheiro de seu perfume se alastrou por todo seu apartamento. Alguns minutos depois e ele já estava pronto. Mandou uma mensagem para Sebastian dizendo que já estava saindo de casa e entrou em seu carro. Durante todo o caminho ele ficou imaginando o que eles fariam no parque. Era um lugar muito romântico, porém muito infantil. Será que Sebastian era muito infantil? Ou muito romântico? Não se iluda, Alec.

Quando chegou na rua onde Sebastian morava já conseguiu vê-lo parado no portão. Por quanto tempo ele havia ficado ali? Sem demorar muito, o loiro entrou no carro. Deu um selinho tímido em Alec para cumprimentá-lo.

  — Oi — Alec disse com um pequeno sorriso no rosto, que queria muito crescer.

 

 

— Oi — o outro respondeu rindo. — Você sabe o caminho?

Alexander ficou o encarando e demorou alguns segundos para respondê-lo.

— Ah, sim, sim, eu sei. Eu procurei no Google Maps. 

  — Tudo bem, então, vamos? 

Alec deu partida no carro e seguiu o caminho que sabia. Não demorou muito e eles chegaram. O estacionamento estava cheio, parecia que era um fim de semana. Os dois saíram do carro juntos e Sebastian deu a mão para Alexander segurar. Não puderam evitar sorrir um pouco. Foram comprar os ingressos do parque na bilheteria e logo entraram.

  — Nós podemos beber alguma coisa antes de irmos nos brinquedos? — Alec perguntou. — Não consegui comer nada antes de sair de casa.

— Se quiser nós podemos comprar um lanche.

— Não, obrigado. Não quero vomitar em cima de você quando nós formos naquela montanha russa. 

Ambos riram e foram a uma barraquinha perto da entrada do parque. Compraram apenas uma lata de refrigerante e dividiram. Sentados em um banco, começaram a conversar.

  — Você achou estranho eu te chamar pra sair hoje? —  Sebastian perguntou enquanto olhava as crianças correndo em volta.

— Na verdade, quem te chamou para sair foi eu. Você apenas concluiu o pensamento — riu. — E não, não achei estranho. Inclusive, gostei.

— Ok, isso é bom. Eu estava quase me matando de tanto pensar nisso — tirou o olhar das crianças e o encarou. — Eu sinto que nós dois começamos errado, entende? Nós mal nos conhecemos e... — o outro franziu a testa.   — Não entenda isso errado, eu quero te conhecer. Só quero dizer que seria muito melhor se nós tivéssemos nos conhecido de forma "normal" — Sebastian imitou aspas com os dedos. — Então, quero começar do zero.

O celular de Alec que estava em cima do banco começou a vibrar. Era Magnus. O rapaz desligou rapidamente e respondeu ao que Sebastian havia dito:

  — Eu concordo com você. Vamos aproveitar que agora não estamos bêbados.

Se olharam por alguns segundos e deram um beijo rápido. 

  — Então, onde você quer ir primeiro? 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Break Walls" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.