A guilda estava quieta como sempre nós seus longos minutos de vida. A nova integrante, Aki, fumava perto da janela, Mizuki estava sentada em cima de uma mesa balançando as pernas com um álbum de foto no colo e Ai comia calmamente seu bolo anotando os dados dos novos membros. Tudo tranquilo até a porta vir para baixo exibindo assim um garoto moreno ainda em posição de luta que utilizou para sua proeza.

 - Eu não vou consertar isso não.

Comentou Mizu deitada na mesa agora colando alguma coisa no álbum, a outra morena apenas deu de ombros ignorando o outro. A Pendragon que foi o problema, aparentemente uma parte da porta acabou caindo no seu amado bolo fazendo assim uma aura azulada passar a emanar da mesma.

— Seu pirralho maldito aqui não é a sua casa para quebrar a minha guilda – ela ia se aproximando enquanto falava – Acho bom você ter um excelente motivo para estar aqui antes que o meu rosto seja a última coisa que você vai ver.

Os cabelos brancos flutuavam levemente e seus olhos pareciam brilhar em uma luz azulada. Dava para sentir pequenas faíscas de magia emanar do corpo da mesma. Nunca na vida um dia aquele rapaz admitiria, mas ela era praticamente um demônio em forma humana saída de seus piores pesadelos.

— Eu... Eu vim entrar na guilda – sussurrou.

Como um passe de magica a aura em volta da mestra se dissipou dando lugar a um sorriso enorme que fez a sua filha gargalhar batendo um foto com sua lácrima. Asustado o rapaz apenas sacodiu a cabeça voltando a sua pose misteriosa e séria.

— Qual o seu nome?

— James Yamazaki – sua voz era dura como se o medo passado não fosse nada – Mas todos me conhecem por Zero.

— Tanto faz! – gritou Mizu junto a Aki.

— Hum, desculpe se sou melhor que vocês jovens magas – aquele garoto estava se metendo onde não deviam, mas mesmo assim ainda era uma nova família se formando – Você é a mestra?

— Sou sim... Bem James onde quer a marca e qual cor?

— Preta do lado esquerdo do peito.

Como das outras vezes, Ai apenas esticou sua mão deixando a marca das asas no lugar desejado passando a assim encarar a porta antes de suspirar. Quando ia se aproximar mais para ver as dobradiças parou olhando uma figura feminina vir andando pela vila. O pessoal do povoado de Roselia apenas sorriam contentes, era tão bom verem jovens enérgicos naquele lugar.

— Oi sou Akemi Miyazaki e quero entrar na guilda – sua voz era um comando.

— Mãe temos mesmo que aceitar pessoas assim aqui? Não podemos matar e jogar em uma vala?

— Gostei da ideia dela – comentou a devil slayer sorrindo.

— Não, entre querida e espere um segundo.

Assim que ela entrou e passou pelas portas caídas pode ver apenas a albina estalar os dedos e uma luz brilhar fazendo a porta voltar completamente ao normal como se tivesse acabado de ser construída.

— Nossa – murmurou as novas crianças – Que magia...

— Mamis era só por o Acnologia de porta, ia amar o vendo pregar alguma coisa de novo e machucando o dedo.

— Mizuki não pronuncie o nome do maldito aqui não querida, não quero contaminar mais ainda meu dia.

Virando-se para os novatos um pouco surpresos ela apenas sorriu matreira e apontou para os dois sorrindo de lado. Aproximou-se da papelada que preenchia anteriormente e com um floreio de mãos enfeitiçou a elegante pena que usava.

— Nomes ok – murmurou – Magias, por favor.

— Sou a Dragon Slayer de Criatal!

O tom de voz da jovem de cabelos rosados era totalmente orgulhoso. Um sorriso brincalhão surgiu no rosto da albina e de sua filha morena.

— E antes que eu me esqueça de onde e que cor quer a marca?

— Vermelho na mão esquerda.

Novamente a luz e a marca. Para os recém chegados era estranho aquilo, normalmente, não! Sempre se era usado um carimbo mágico cedido pelo Conselho, mas aquela marca dava para sentir a magia emanando e os laços que conectavam completamente em cada mago com ela, eles agora podiam sentir até mesmo ao Acnologia.

— Bem faltou você James, qual sua magia?

— Sou um Refletor mestra.

— Pode me chamar de Ai querido, todos vocês viu – ela olhou de lado para a filha – Nem se atreva amor, não quero dizer a todos que enterrei minha filha por me chamar de múmia.

— Quanto mau humor mãe, nem vou contar que comprei um bolo enorme de morango e deixei na cozinha.

Pronto aquilo bastou para a mestra simplesmente desaparecer no ar e retornar em um piscar de olhos como um sorriso totalmente alegre enquanto saboreava um enorme bolo. Uma gota surgiu em cada um dos presentes, eles começavam a se sentir em casa como há muito tempo não acontecia realmente. Era um sentimento totalmente novo e nada mais surpreendia ninguém daquela guilda esta era a mais pura verdade.

— Antes que eu me esqueça vou montar a equipe Intya, que vai ser o James e a Akemi... Isso vai ser interessante. Bem as missões só serão mandadas amanhã então não sei lhes dizer se vão ser do cacife de nossos magos negros, convenhamos que isso vai ser entediante.

— Mestra como você conseguiu fundar esta guilda com magos quase procurados?

— Meu amore, garotinha da Cristália é muito simples, eu tenho meus contatos e praticamente mando no Conselho, não vai ser a merda de uma magia considerada “suja” que vai me impedir de ter jovens fortes.

— E onde vamos ficar? Este lugar é um fim de mundo – reclamou o único homem no lugar.

— Relaxa Zero que todos vão morar em casa, mamãe reconstruiu uma mansão por isto então vamos aproveitar e fazer de tudo para escravizar o Acno e principalmente esfregar na cara das fadinhas de merda quem realmente manda no pedaço! – berrou Mizu animada.

— Ela não é normal – sussurrou o moreno para a rosada.

— Nem me fale, nem me fale

Naquele dia não foi apenas algumas rosas que se tornaram roxas, tivemos também o acréscimo de cor vermelha em alguns lugares do prédio.