Segurança Contra O Horror escrita por The Horror Guy


Capítulo 7
Irmãos De Sangue


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é mais curto, e serve como uma rápida preparação para o grande clímax. Do qual prometo que vou caprichar ao máximo.



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Mara estava um passo á frente dos outros, que enfileirados atrás dela, mantinham a expressão normal. Nenhum pouco chocados com a aparência dos seres que se apresentavam em sua frente. Quando Pinhead se aproximou para dizer que eles não possuem almas, Mara conseguiu sentir um leve cheiro de baunilha emanando do cenobita. O Cheiro vinha para disfarçar o aroma de carne podre e mutilada, como se adiantasse de alguma coisa...

A Sala, escura, apenas iluminada pelo forte fecho de luz que saia da abertura da outra dimensão, estava fria. Mas a garotinha pouco reagia, encarava o ser diabólico levantando o queixo para manter contato visual. Pinhead a encarou por cima, impulsionando um pouquinho o pescoço para trás, como se percebesse algo diferente na criança. E Realmente havia. A Falta de medo, a ausência de desejo, e pior, ela podia ver o que ele pensava. O Cenobita deu meia volta vagarosamente, se virou de costas para Mara e as crianças lançando-lhe os ombros como se contestasse com um "Hum". Seus passos largos logo o encaminharam a entrada por onde vieram, mas Pinhead parou diante a abertura, como se estivesse se lembrando de algo importante deixado para trás. Sua parada súbita fez com que os outros dois cenobitas, um em cada ponta, o Homem gordo e a mulher, se aproximassem dele. Neste momento, Pinhead se virou de volta para as crianças, fitando-os, mas não em seus olhos, mas sim em suas mãos... Seus olhos procuravam algo... até que, achou, nas mãos do garotinho Timothy, a caixa! Mara rapidamente lançou um olhar a Timothy, e mentalmente deu uma ordem a todos, se voltando a encarar Pinhead, enquanto todas as outras crianças cercavam o pequeno Timothy, o guardando.

Pinhead não perdeu a postura, lançou seus olhos aos quatro cantos da sala, que estavam cercados pela escuridão. Virou a cabeça para o canto á sua direita inferior, e dali ouviu-se um ranger. Das sombras daquele canto, surgia um naco de madeira, rodopiando preso por uma corrente que vinha do teto. O Pedaço grande e retangular de madeira, possuía ganchos acoplados, e lâminas de todos os tipos, pendurados nele, como se fosse um "Cabide" de facas. Aquilo rodopiava sustentado pela corrente, e balançava para os lados como um pêndulo. Pinhead então, levantou seu indicador, e do teto, caíram Correntes, grossas com ganchos nas pontas, uma delas desceu bem na frente de Mara, que não esboçou nenhuma emoção. As 30 correntes, balançavam de um lado para o outro, e andar pela sala naquele momento, seria como passar por uma persiana de correntes. Mara sabia o que aquilo significava, Pinhead queria a caixa, estavam ameaçando despedaçá-los afim de obtê-la. A Garotinha afastou levemente a corrente de sua frente com a mão esquerda e no meio do raspar metálico da corrente que balançava, ela foi ousada dando dois passos á frente proferindo:

—Não.
—Criança.... -Disse Pinhead, com sua voz grossa, num tom baixo, demoníaco e ao mesmo tempo pacífico, lançando-lhe um olhar cínico, continuando - Bravura... é uma qualidade dos tolos.

O Ser demoníaco falava como um imperador, sua boca exageradamente articulada ao dizer as palavras em alto e bom som, mesmo naquele tom leve, era de arrepiar. Mas Mara trouxe sua língua afiada:

—Bravura? É para os que sentem.

Como se estivesse com pena da garotinha, dessa vez um tom de deboche surgiu de Pinhead:

—Oh... Ai daqueles que se estabelecem com superioridade.
—Eu tenho algo que você quer. -Disse mara quase lhe cortando a frase.
—Não. -Respondeu o Cenobita. -De fato você não possui o meu interesse.

Ele estendeu a mão até o rosto de Mara, lhe fazendo um falso carinho na bochecha:

—Não há vontade. Não há desejo, criança. Você possui um vazio maior do que aqueles a quem tem um vazio dentro de si a preencher.
—Você não sabe de nada.
—Insolência! "Saber"? O Saber é o irmão da curiosidade humana. A Curiosidade da carne, ainda que mais fútil, é melhor do que qualquer coisa que você tenha a oferecer.
—Bobagem. Você só quer é causar dor.

Pinhead pareceu ofendido, levando a fúria de seus olhos negros á garota, ele deu um passo a frente enquanto dizia, ainda que calmamente, percebia-se um tom de descontentamento:

—"Dor"? Como OUSA usar essa palavra?..... O que você conhece como "Dor", é apenas uma sombra.... a dor... tem um rosto! Permitam que eu lhes apresente, crianças...

Pinhead se abaixou levemente, ficando cara a cara com Mara, e a cada palavra que saia de sua boca, uma pequena quantidade de fumaça branca saltava de seus lábios:

—Eu.... Sou.... a DOR!

Mara sentiu seu arrepios pela primeira vez em sua vida, mas se conteve. O Que estaria acontecendo com ela? Aquilo era medo? Era tensão? Ansiedade? Mara jamais sentira nada. Pensar em sentir algo, era assustador, não fazia parte de sua natureza. Pinhead retomou sua pose ficando ereto novamente. E de repente, duas correntes, uma de cada lado da sala, surgiram da escuridão dos cantos, se esticando rapidamente. Os ganchos nas pontas, logo atravessaram a carne nas mãos de Timothy, que deixou a caixa de Learchant cair. O Grito do garotinho fez com que todas as crianças se virassem violentamente para ele, observando sua agonia naquele único segundo. As correntes se retraíram, o que fez com que os dois braços de Timothy se abrissem, se esticassem por completo. Ele era como um cabo de guerra. Rapidamente, entre os gritos, antes que as outras crianças sequer pudessem fazer algo a respeito, Timothy foi erguido do chão, pelas correntes e seus ganchos atravessados nas palmas de sua mão. Sem sentir os pés tocarem o chão frio, o garotinho estava suspenso no ar, de braços abertos, como a figura de Jesus Cristo. Mara gritou:

—Pare!
—Parar? -Respondeu Pinhead. -Então afinal de tudo, vocês sentem DOR. De todos os sentimentos humanos dos quais lhes foram privados. Agora, eu sei, que a DOR, é universal... A Carne sofre do mesmo jeito... para todos.

Pinhead encarou o garotinho, que mesmo sentindo dor em suas mãos, não esboçava tristeza, nem medo ou desespero. Aquilo era curioso para os cenobitas. Pinhead proferiu:

—Mesmo não podendo fazê-los SOFRER. Ao menos, vou poder fazê-los GRITAR. Sua agonia vazia será a nova sinfonia do INFERNO.

Vermelhos, eram como estavam os olhos de todos. As crianças de Midwich agora usavam suas habilidades em força total, lançando seus olhares vermelhos como fogo, na tentativa de controlar o Cenobita para que ele se infringisse agonia. Mas o que acontecia? Nada. Pinhead percebeu aqueles olhares vermelhos, e soltou uma gargalhada infernal. Sua risada era fantástica, imparável. Os olhares das crianças se intensificavam. Mas o Cenobita levantou a mão esquerda exibindo sua palma pálida:

—Basta!

Neste momento, os olhos de todos voltaram ao normal. E Pinhead continuou:

—Sabe que não podemos partir.
—Não sozinhos... -Disse a Mulher cenobita com sua voz rouca e abafada.

Mara acenou um "Sim" com a cabeça:

—Eu sei. E não irão.
—Seu ranger de dentes fará maravilhas aos meus ouvidos -Pinhead esticou a mão para Mara. Mas ela o jogou desprezo.

—Eu não disse que íamos com vocês.
—Acha que pode me ganhar com Barganhas? Agora dê-me a caixa -Ele continuava com as mãos estendidas afim de recebê-la. Os cenobitas não podem tomá-la. Ela tem que ser dada a eles. Mara sabia disso, e continuou dizendo:

—Eu tenho almas.
—Não. Não tem.
—Não minhas... não deles....
—Continue.
—Nós temos criaturas. Raras e únicas criaturas.
—E o que isso tem haver com você?
—Você pode tê-las. Levá-las. Garanto que são ainda mais valiosas do que nós.

A Mulher cenobita disse colocando uma lâmina na língua enquanto imaginava tudo o que faria, e exploraria com os ossos, e sangue de Mara:

—Mas talvez nós preferimos você....

Mara nem se importou com o comentário. E Pinhead achou graça:

—O Receptáculo vazio querendo me oferecer almas. A Ironia atinge níveis alarmantes, criança.

A Garotinha forçou um sorriso falso, coisa que jamais faria, mas fez:

—Eu sei que você não pode ir embora sem levar alguém. E nós não possuímos nada que você queira. Estou te dando uma boa barganha. Seres únicos, poderosos, do qual você terá o prazer de conhecer de dentro para fora. Pense bem, eles dariam ótimos cenobitas.
—Então nos mostre! -Disse Pinhead duvidando da garota.
—Eles fugiram. Amanhã, nossos agentes irão capturá-los. Sugiro que os siga. Assim que eles os encontrarem, você pode pegá-los. O que me diz?

Ouve uma pausa de silêncio, e ouve-se o som de um sino emergindo do final do corredor da outra dimensão. Pinhead se virou para o corredor rapidamente, mas logo voltou a Mara:

—Nós vamos segui-los. E quero ver esses seres com meus próprios olhos. E então, talvez... TALVEZ.... temos um trato.
—Mas se você nos enganar.. -Disse a mulher Cenobita.
—NÓS DESPEDAÇAREMOS A ALMA DE TODOS OS QUE ESTIVEREM QUE AQUI HABITAM!-Disse Pinhead.

Quando ele terminou a frase, mais um badalada do "Sino" se deu. E uma grande fumaça infestou a sala, se espalhando cobrindo a todos. Mara mal conseguia ver um palmo do seu nariz....

Já na sala da cafeteria, Hannibal Lecter, Tiffany e Chucky estavam sentados nas cadeiras tolas de plástico, com os braços apoiados nas mesas. Hannibal mantinha suas mãos em formato de conchinha, segurando uma caneca de café e a fumacinha e o aroma se espalhavam pelo lugar, já se livraram do corpo do banheiro, tudo estava bem. Tiffany tomava seu café lambendo os beiços elogiando:

—Lecter, você é demais.
—Obrigado, minha cara.

Chucky estava sentado na mesa, de costas para a porta, olhando para eles:

—Obrigado Doutor, pela ajuda.
—Não me agradeça ainda. Mara já falou com você sobre a operação de amanhã?
—É Amanhã? Puta merda, achei que seria mais pra frente.
—Temo que não, temos que correr com isso. Eles estão matando pessoas lá fora... e os nossos estão matando pessoas aqui dentro. Isso não acontecia com tanta frequência. Devemos essa contagem de corpos á chegada de Krueger.

Tiffany se pronunciou:

—Chucky, você vai ajudar?
—Eu não sei... e se eu morrer Tiff?
—Você não vai morrer, idiota. O Novo feitiço que eu fiz quando trouxe você de volta é foda. Agora você pode até perder a cabeça e depois colocá-la de volta no lugar! Nos velhos tempos você não conseguiria fazer isso.
—Tem razão.
—E outra, você nem tem nada melhor pra fazer. Vai lá, seja um "herói" pelo menos uma vez na vida.

Chucky a mostrou o dedo do meio. Mas Tiff nem se importou:

—Minha mãe sempre dizia. "Deve-se fazer o bem, sem ver a quem".

Chucky revirou os olhos:

—Cacete, toda vez que você fala da sua mãe, eu tenho vontade de te estrangular.

Tiff levantou as sombrancelhas debochando, e bebeu seu café sem se importar. Na porta, apareceu uma enfermeira, Tiff e Hannibal se viraram para ela, a mulher disse:

—Lecter, por que está fora de sua cela?... -A Mulher perguntou tensa.

Chucky então, virou sua cabeça ao contrário, numa expressão de ódio, dizendo:

—Hoje é passe livre, Vadia.

A Mulher, ao ver o boneco girar a cabeça e encará-la, soltou um grito de pavor.

—Ah!!! Ah caralho!!

A enfermeira saiu correndo em disparada pelo corredor, sumindo de vista, dava-se para ouvir seus passos ficando mais longe e seus gritos se distanciando. Enquanto isso, Chucky gargalhava que não se aguentava e disse recuperando o fôlego:

—É... ainda levo jeito.

Hannibal E Tiffany também riam memorizando a expressão de pavor na moça, e continuavam bebendo seus cafés aos risos.

Mais tarde naquele dia, Mara estava no pátio, onde as criaturas ficavam por uma hora durante a tarde. Lá ela via todos, era visível o pátio A e B. Os cenobitas desapareceram na sala naquela hora mais cedo, "Provavelmente estão invisíveis, me acompanhando" pensava-, mesmo que parecesse paranoica, não ligava. Conseguia apenas pensar nos objetivos, capturar as aberrações e esperar que Timothy se recuperasse da mão machucada na enfermaria.

Creeper, Apoiado na cerca, afiava seu machado medieval com um pedaço de osso pontudo. A Área do pátio era toda coberta por grades de titânio, tanto em cima como nas laterais, para prevenir que as criaturas escapassem por cima. Freddy balançava suas lâminas encarando mara. Jason testava seu facão, dando golpes incansáveis na mesinha de madeira da qual Hannibal se acomodava jogando paciência no dia a dia, ele não estava lá, então Voorhees usava a mesa para treinar seus golpes com facão, a cada pancada, a grande lâmina emperrava na madeira, e Jason tinha de fazer um leve esforço para retirá-la. Michael Myers ficava parado olhando o gramado, com a respiração ofegante. O Mineiro, Harry Warden, arremessava sua picareta para Leatherface, que a pegava no ar, e arremessava de volta para ele com bastante esforço, soltando urros ao fazer a tarefa. Ghostface, atirava sua faca de caça contra um brinquedo de atirar dardos que ele roubou da sala de recriação de funcionários hoje mais cedo com Hannibal. A Faca acertava sempre no centro. Era na mosca!

Sam continuava comendo seus docinhos balançando os pés vendo os outros agindo juntos. Estavam sim desde que entraram no pátio. Não havia conflito, estava tudo uma paz. Todos foram permitidos ficar no mesmo pátio hoje. Freddy veio se aproximando de Mara:

—E então, porquinha.... Quando vamos brincar de "Battle Royale"?

Mara olhou para cima, levantando a cabeça. E logo, o ar era cortado por um som grave e alto... um helicóptero, de porte Militar passava acima de suas cabeças. E todos olharam para cima naquele momento. O Helicóptero, preto, voava baixo e o barulho ensurdecedor das hélices parecia trazer a descarga de adrenalina que estava por vir.....

Alguns segundos depois, o Helicóptero pousava no gramado. Mara disse a Freddy:

—Vocês partem amanhã. Essa é a sua carona.

Freddy sorriu abrindo as lâminas, levando uma delas até a boca:

—Isso vai ser divertido - Disse Freddy fitando o helicóptero arregalando os olhos e sorrindo diabolicamente.

Amanhã é o grande dia. Todos estavam mais que preparados.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por acompanhar, por favor comente! :) A Partir daqui, é "Tiro, porrada e bomba!" hahahaha



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