Segurança Contra O Horror escrita por The Horror Guy


Capítulo 6
A Caixa de Lemarchant


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, Mara convoca a presença de Chucky e Tiffany, para que lhe entreguem a caixa de Lemarchant, o que lhe dará a chance de negociar com os cenobitas. Não só o universo de "Brinquedo Assassino", mas também o de "Hellraiser" se chocam neste episódio.



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Os passos ecoavam pelos corredores da instalação S.A.H. Sapato de salto. Pernas grossas, vestido branco justo, e um casaco felpudo. Seios grandes, rosto redondo, óculos escuros, cabelos loiros curtos, aliança de Ouro Branco, brincos de argola. A Mulher sorria com confiança, seguindo em frente de queixo erguido escoltada por dois seguranças enquanto ajeitava os braços onde carregava seu Marido... Quem é ela? Atriz, Jennifer Tilly. Bem, não é mais... desde que seu corpo agora é habitado por uma excêntrica completamente louca, Tiffany Ray. Que através de um feitiço de vudu transferiu sua alma para o corpo da celebridade há alguns anos. Seu marido, no entanto, ainda não transferiu sua própria alma para um corpo humano... Ele, Charles Lee Ray, ainda se encontra aprisionado dentro de um boneco de 45 centímetros, de cabelos ruivos, olhos azuis, vestindo um macacão azul com os dizeres "GoodGuy" costurado no peito da roupinha, uma blusa listrada e sapatinhos vermelhos. Hoje conhecido como "Chucky", o infame boneco possuído por um serial killer impiedoso, agora sendo carregado nos braços de Tiffany, sua esposa.

Um dos seguranças acelerou o passo, passando por Tiffany, lhe apontando a direção esquerda, mostrando a sala:

—Srta. Tilly. -Disse o homem.
Apenas poucos sabiam da verdadeira identidade da Mulher, que sorriu em agradecimento adentrando a sala.

—Ela já virá vê-la. -Tornou o segurança
—Pode deixar, obrigada -Respondeu simpática, com sua voz fina e macia. A voz dela era inigualável, podia soar como a de um anjo para alguns, e para outros, era algo completamente insuportável.

Os seguranças se retiram e Tiffany coloca Chucky sobre a Mesa de ferro, se sentando na cadeira de frente a ele, pousando a bolsa Louis Vuitton branca e os óculos escuros próximos a Chucky.

—Acho que a gente não demorar muito, Chucky-( Disse Tiffany sorrindo. Estava de bom Humor hoje.)

Chucky revirou os olhos:

—Essa vadia sempre precisa de alguma coisa.
—Olha a língua, Querido!
—O quê?! Tiff, nesse momento você já devia ter me enviado pelo correio
—Eu sei, mas isso é importante. A Mara não ia pedir se não fosse.
—E o engomadinho?
—Andrew? Eu fiquei sabendo que ele já era...

Chucky soltou sua icônica risada, bem de leve:

—Eu sabia.. ele não ia durar muito... Ha.. mas já aviso. Eu não vou ficar por perto quando aquela louca for chamar a coisa. E Nem você.. ele pode querer nós dois.
—É, Tem razão. E Vamos fazer o que no meio tempo? Porque ela vai ter que me devolver a caixa. Eu não vou deixar aqui.
—Ah... podemos nos divertir.
—Chucky, você não vai matar ninguém hoje!
—Quem disse?
—Isso aqui é um local de trabalho, as pessoas aqui são importantes. Não é todo dia que eles conseguem funcionários
—Olha Tiff, no pior dos casos, o sujeito pode ter um ataque do coração só de me ver. Olha pra mim, sou a porra de um boneco, caralho!
—Não diga. Mas.. mesmo assim! Logo você vai ter que parar com esse comportamento, Chucky, sabe disso! Depois do Andy, chega!
—Parar? Você vai vir com esse papo de novo?
—Olha, você sabe que o que aconteceu no ano passado foi culpa sua!
—Culpa minha, Mulher?!
—É... Você fica dando mau exemplo pros nossos filhos! Porra Chucky a Glenda envenenou o ponche no baile da escola, o que você acha disso? Acha que é brincadeira? Eu sou uma celebridade agora, não posso ser presa!
—Ah claro, como se isso não fosse fazer algum bem pra sua carreira inexistente! Até a Lindsey Lohan já foi presa, isso pelo menos ia trazer "Jennifer Tilly" de volta á mídia!
—Olha como você fala, Anão!
—Anão?! Olha só quem tá falando? O Air Bag humano!
—Já estou cansada dos seus insultos! Você tira sarro de tudo quanto é situação porque não suporta aceitar a realidade, Chucky!
—Realidade? E Você é muto real não é sua vadia?
—Como ousa falar assim comigo?!!!

Mara vinha pelo corredor ouvindo de longe a discussão do casal, fitando os dois seguranças no corredor, completamente incrédulos, de olhos arregalados do lado de fora da sala, olhando fixamente para o lado de dentro, atônitos ao ver um boneco tendo uma discussão familiar com a mulher chique.

—Como ousa VOCÊ falar assim comigo?! - Gritou Chucky ficando de pé na mesa chutando a bolsa Louis Vuitton.
—Ah filho da puta, agora vai começar a quebrar tudo? Por que não quebra o próprio pescoço infeliz?
—Vem me quebrar Vadia de Channell!! -Chucky retirou de dentro do macacão uma faca.
—De onde você tirou isso?! -Exclamou Tiffany com raiva.
—Daquele seu jogo de facas estúpido naquela cozinha estúpida e inútil que você não usa porque não sabe cozinhar!
—Ah não? Quem é que faz almôndegas Suecas pro Bonequinho que não consegue nem alcançar o balcão???!
—Sua puta! Cala a boca Tifanny!
—Ah claro, vou aceitar ordens de alguém que tem um pênis de plástico e que não consegue abrir gavetas á provas de crianças!!!
—Você não disse isso!
—Vai fazer o quê? Me furar com essa faca?!
—Se eu conseguir, porque o seu gosto pra produtos vagabundos é uma loucura!
—Não são vagabundas, são de um jogo italiano que eu encomendei daquele programa de TV!
—Aquele que a gente vê de Madrugada?
—Esse mesmo! Por quê?!
—Eu queria estar em casa agora... só pra você saber... assistindo TV.
—Eu também!!! -Gritou Tiffany. - Saco!

Chucky abaixou a cabeça:

—Tá, desculpe....
—Tá desculpado!

Mara bateu na porta dando uma pigarreada:

—Olá...
—Oi Mara... -Disse Tiffany tentando se recompor.

Chucky guardou a faca de volta no macacão, respirando fundo:

—Oi, esquisita... -Respondeu Chucky.

Mara ficou parada, fitando-os, quando as outras crianças passaram a entrar na sala.

—Você trouxe? -Mara perguntou.

Tiffany rapidamente se abaixa u pouco para pegar a bolsa que Chucky chutou no chão, colocando-a na mesa, metendo a mão dentro do bolso maior, e tirando de dentro a Caixa.. era um cubo. Praticamente do mesmo tamanho de um cubo mágico comum. Mas era dourado e reluzente, com escrituras ilegíveis e símbolos geométricos perfeitos. Era a caixa de "Lemarchant", ou em outras palavras, a caixa das lamentações. A Mão pequena de um dos garotinhos se estendeu para Tiffany, e Chucky virou a cabeça ao contrário encarando o moleque, que lhe devolveu um olhar sério. Tiffany entregou a caixa ao menino, com um sorriso, já se virando para Mara afim de dar o aviso:

—Mara, eu e Chucky não vamos poder ficar para ver, e eu vou querer a caixa de volta.
—Por que não vão ficar pra ver?
—Acorda Garota! -Exclamou Chucky - Nós dois já estivemos no inferno, e voltamos. Eles não aceitam isso muito bem. Se souberem que estamos aqui, vão querer nos levar de volta.
—Exatamente -Retrucou Tiffany.
—Muito bem - Mara tomou postura -Então vocês dois, podem passear por aí, sem arrumar encrenca, é claro.

Chucky pulou de cima da mesa, aterrissando pesadamente. Mara lhe deu uma segunda olhada:

—Você está diferente Chucky, parece novinho em folha. Onde estão todas as suas marcas?
—Estão aqui, ainda. A Tiff me concertou, ela coloca uma coisa sobre meu rosto, pra que não assuste as pessoas, senão elas me jogam fora.
—Que pessoas?
—Assuntos inacabados Mara... tem muita gente que me ferrou ao londo desses 28 anos... estou dando um jeito de me vingar.
—Cuidado - Disse Mara.
—Ah vai se foder.... -Chucky passou direto por Mara saindo da sala, e Tiffany foi logo atrás pegando a bolsa e os óculos ás pressas.

Mara fechou a porta quando os dois saíram, e encarou as outras crianças:

—Agora, qual de vocês sabe decifrar esse negócio? -Perguntou ela apontando para o cubo nas mãos do garoto Timothy.

Andando por entre os corredores, Chucky e Tiffany um ao lado do outro, procurando a sala da segurança naquele andar, Tiff parou diante uma porta com o símbolo de banheiro feminino.

—Chucky, me espera um segundo... eu preciso usar o banheiro. -Disse ela empurrando a porta.
—Ah.. mais essa...

O Boneco viu a porta do banheiro se fechar á sua frente, e notou que ao lado estava o banheiro Masculino, Abrindo um sorriso maléfico, o boneco possuído em passos pequenos e rápidos adentrou no banheiro masculino empurrando a porta pesada com as duas mãozinhas deixando que ela se fechasse sozinha atrás de si.

Passos vinham no corredor, um homem, de camisa azul, calça marrom e crachá "Ben Stewart" entrava no banheiro masculino as pressas, o sujeito foi em direção a grande pia e parou logo na primeira torneira abrindo-a colocando as mãos embaixo em formato de concha, juntando um pouco de água e em seguida jogando-a contra o rosto. Passou os dedos nos olhos tirando o excesso de água, se encarando no enorme espelho a sua frente.

—O Que eu estou fazendo? -disse sozinho a si mesmo, um segundo antes de dar um pulo de susto por causa de uma risadinha infantil que vinha da sua direita. -Eita porra! -Exclamou o rapaz se virando, vendo um boneco ruivo sentadinho no balcão de pias, do outro lado a uns 4 metros de distância, o bonequinho virava a cabeça um pouquinho pros lados, e uma voz programada de criança pronunciava a frase enquanto o brinquedo sorria, e piscava os grandes olhos azuis:

—"Oi, Sou Chucky, e serei seu amigo até o fim! Howdy Ho! Ha ha ha!"

—Senhor.... -Disse Ben. Ao lado do boneco, estavam os 6 boxes, e uma voz saiu de dentro de um deles, a de um outro rapaz:

—Está tudo bem aí colega?
—Ahm.. sim... esse boneco aqui é seu?
—Que boneco? -A Voz respondeu.
—Tem um boneco aqui no balcão.
—Deve ser os caras aprontando. Só querendo assustar.
—Credo... -Ben suspirou e continuou sua trajetória, indo em direção aos boxes fitando o bonequinho que olhava fixo para uma direção incerta com um sorriso artificial.

Ben entrou num dos boxes, e em seguida deu-se uma descarga, o outro rapaz no Box saia indo em direção as pias, quando tomou um susto com a risadinha vinda do boneco que dessa vez dizia:

—"Ha ha.. eu gosto de ser abraçado"

—Ah!!! -Exclamou o sujeito se afastando da pia, e a voz e Ben de dentro do Box é quem ria dessa vez:
—Eu disse, essa porra assusta, cara!
—Puta merda... Ainda que eu já mijei -Disse o rapaz se afastando indo em direção á saída, sem nem sequer lavar as mãos. -Boa tarde pra ti colega!
—Boa tarde! -Disse Ben já sentado no trono passando o trinco do Box, ouvindo a porta do entrada do banheiro se fechando.

Com as calças já abaixadas, Ben tratava de tentar fazer seu serviço sentadinho na privada, quando um pequeno baque se deu. Algo atingiu o chão com certeza, ele deu uma pequena tremida nos ombros, não podendo evitar o pequeno sustinho pensando "A Merda do boneco caiu do balcão". Respirou fundo, e tentou continuar sua tarefa... do lado de fora dos Boxes, Chucky se aproximava lentamente...

Ben já estava quase lá, quando escutou passinhos rápidos do lado de fora, o que tirou sua concentração. Mas não disse nada, tornou a suspirar, e ficou prestando atenção no vão na parte de baixo da porta do Box, que era até grande e dava pra ver um pouco o chão do lado de fora. Neste momento, algo passou correndo por ali bem ligeiramente. Ben não conseguiu distinguir direito, mas eram sapatos vermelhos. E Mesmo assim, parecia ser uma criança. Eram pés pequenos. "Será que um dos pestinhas telepatas estava no banheiro?". Confuso, tentou se inclinar um pouco pra frente, mas parou ao ouvir o som de algo afiado raspando em alguma coisa. Ben não sabia se falava algo, podia ser constrangedor, mas a situação estava esquisita. Remexeu os ombros mordendo os lábios, ainda pensando se dizia algo, e tudo que saiu foi um fraco e besta:

—Olá?...

Não houve resposta, por pelo menos uns 3 segundos. Até que a voz infantil do bonequinho ecoou:

—Hey, quer brincar?

Ben se arrepiou, a voz não vinha da direção do balcão. Vinha do sentido contrário. O Brinquedo teria sido jogado até o outro lado do banheiro pelo rapaz que saiu agora pouco? Não... Ben teria escutado. Claro que ele teria escutado! Bateu os pés ainda apreensivo, e a voz se manifestou de novo, dessa vez mais perto:

—Hey.... quer brincar?...

O Rapaz já arregalou os olhos:

—Olha, se isso for uma piada, pelo amor de deus, chega!

Um... dois.... três... quatro passos leves se deram. E o estômago de Ben já começava a fazer barulhos.... a voz do boneco ecoou de novo, mais ou menos á um Box de distância:

—Hey... quer brincar?...

As mãos do rapaz já tremiam...

—Quem está fazendo isso?! -Exclamou com raiva.

Houve uma pausa de silêncio, algo se aproximava.... e de repente! O Rosto do boneco apareceu no vão embaixo da porta, olhando diretamente para Ben, a expressão era diabólica, ele sorria de um jeito perverso, foi um susto de um segundo, que congelou Ben Stewart até a alma ao ponto dele nem se mover ou esboçar reação, no mesmo momento do susto, Chucky disse, agora com sua verdadeira voz, forte e masculina:

—Eu perguntei se quer brincar, otário! -A Frase seguida de uma risada diabólica, a clássica risada do boneco, que logo se retirou de vista de Ben, que gritou feito uma garotinha se chacoalhando e se debatendo dentro do Box, jogando as pernas para frente, para os lados e batendo com os braços nas laterais:

—Ah!!!! AH!!!! Sai!!!! Sai daqui, Demônio!!! Saaaaai!!!!

Chucky dava gargalhadas histéricas, aquela risada era sua assinatura mais icônica. Ele gargalhava enquanto ouvia os gritos de Ben dentro do Box, e o som do sujeito se cagando por completo enquanto se chacoalhava sentado na privada. O Sujeito defecou aos berros que foi uma loucura, se debatendo naquele cubículo...

Os gritos foram cessando, e Ben só tentava recobrar o fôlego, completamente apavorado, com as duas mãos apoiadas cada uma nas "Paredes" laterais do Box... e houve um pequeno silêncio... Nesse meio tempo, Chucky havia entrado no Box ao lado, o boneco já estava em cima da privada, segurando a faca. O Rapaz, sem saber disso, mantinha os olhos fixados no vão da porta, e também no das laterais, disposto a gritar por socorro, mas não conseguia. Quando uma batida se deu lateral, onde estava com sua mão direita apoiada, era a faca. Chucky deu uma facada certeira na lateral do Box, a lâmina atravessou a mão de Ben, que gritou com a dor aguda:

—Ah!!!

A Faca ficou emperrada, Chucky, do outro lado, tentava a todo custo puxá-la de volta, fazendo força, e a faca se mexia um pouco para os lados, entre a pele e a carne da mão de Ben, que mesmo aos berros, não teve outra escolha a não ser puxar a mão para si. Fez um esforço e sentiu sua mão saindo da faca, pintando a lâmina de vermelho, a mão saiu e o sangue já escorria por seu braço quando Chucky conseguiu enfim puxar a faca de volta, que desapareceu de vista. Com a outra mão, Ben apertava o ferimento:

—Socorro! Pelo Amor de Deus!! Socorro alguém me Ajude!!

Nem se limpar, se limpou. O Rapaz puxou as calças com a mão que ainda estava boa com toda pressa do mundo, se levantando do vaso passando os dedos no trinco para que abrisse, a porta se abriu, e um cheiro forte de fezes emanava pelo Banheiro, mas antes que ele pudesse correr, Chucky já estava agachado no outro box, passando o bracinho pelo vão, sem que Ben percebesse, e num movimento rápido, Chucky passou a faca na parte de trás do tornozelo direito de Ben, fazendo um corte em seu tendão de Aquiles, com um grito de agonia, Ben tentou dar um passo a frente, mas o ferimento se abriu, o corte revelou rapidamente a carne por dentro de seu tornozelo, e muito sangue jorrava, ensopando seus sapatos eo chão. Chucky via a pequena poça de sangue escorrer pelo piso, chegando até seu Box, e ao mesmo tempo ouvindo Ben caindo pesadamente de cara no chão em agonia e desespero. Graças á queda bruta, os dois dentes da frente do rapaz se quebraram, fazendo com que a pancada lhe abrisse um corte na boca. Mas ele não desistia... gemendo já a esse ponto, com uma perda massiva de sangue, o rapaz se arrastava pelo piso do banheiro completamente vúlnerável.

Tiffany estava saindo do banheiro feminino e notou que Chucky não estava no corredor. Olhou em volta e logo ouviu um gemido vindo do banheiro masculino:

—Socorro....

Chucky se aproximava de Ben, sorrindo com seu olhar perverso, e por ter pisado em sua poça de sangue que se formara de seu tornozelo, Chucky deixava pegadas vermelhas no piso ao se aproximar do homem caído, que já tremia os lábios de frio. O Boneco parou de frente á Ben, o fitando segurando a faca contra o peito, se alegrando com sua agonia. Ben levou os olhos para cima, vendo Chucky, que disse:

—Que porra foi que você comeu no almoço?

Ben já estava tremendo, e nem respondeu a pergunta. Nem se quisesse, não faria diferença. Tiffany empurrou a porta entrando no local se deparando com a cena, Mas Chucky não hesitou, Deu uma facada bem dada nas costas de Ben, e mais outra, e mais outra, e outra... ele não parava! A Cada facada, o moço dava uma estremecida, até que parou de reagir e o último suspiro se deu. Estava morto. E parte do chão coberta de sangue. Chucky retirava a faca das costas do homem, olhando para Tiffany, que de braços cruzados, o encarava com desaprovação:

—Mara vai ficar puta, sabia?
—Ela sempre está puta! Agora me ajude aqui.
—Você ficou louco, Chucky? Meu vestido é branco! Eu não vou me sujar!
—Então o que eu faço?

A Porta do banheiro se abriu, Hannibal Lecter entrou, e sem mostrar nenhum espanto, disse:

—Boa tarde.
—Boa... tarde.... -Respondeu Tiffany sem graça.
—Olá, Chucky.
—E Aí Doutor..... Ahm.. dá pra me ajudar aqui?
—Pode esperar um minuto?

Chucky o fitou sem entender. E Tiffany estava estática. Hannibal então, esticou o passo para não pisar no defunto, nem no sangue, passou por ele, se dirigiu a um box e disse:

—Essa é a primeira vez que digo isso, mas, a merda está fedendo mais que o cadáver....

Passados uns 15 minutos, Hannibal havia limpado todo o sangue com um esfregão que havia no banheiro. O Defunto já havia parado de sangrar.

—Não podemos ser vistos! -Disse Lecter.
—E Onde vamos colocar o corpo? -Perguntou Tiffany.
—Bem, tem um tubo de lixo num corredor aqui do lado, vai direto pro incinerador.
—E ninguém vai notar? -Tornou a perguntar Tiffany.
—Temo que não. Este homem não possui família. Vamos deixar esse assunto de lado e fingir que nada aconteceu. A Mara que se vire depois.
—Ele trabalhava no que aqui?
—Ele fazia o almoço, nas terças,quartas e quintas. Não é grande perda. Agora vamos. Chucky você pega uma perna....

Chucky e Hannibal arrastavam o corpo pelo corredor, e Tiffany vigiava, olhava para os lados a todo momento, caso alguém estivesse vindo:

—Rápido, rapazes!
—Caralho, ele pesa! -Disse Chucky fazendo força pra puxar o defunto.

Passos foram ouvidos, pessoas estavam se aproximando:
—AI cacete! -Disse Tiffany pegando um dos braços do morto -Se meu salto quebrar, Chucky você está ferrado!

Os três puxavam o cadáver as pressas levando-o a outro corredor, pelo menos para tirá-lo de vista daqueles que estavam vindo ao longe.

—Vai vai vai vai! -Dizia Hannibal.

Enquanto isso, na sala de reunião, Timothy que ficou um tempão passando os dedos entre as peças do cubo de Lemarchant, exclamou:

—Consegui!

O Cubo então passou a se mover sozinho, suas peças mudavam de lugar, se virando, subindo, descendo, e entre as pequenas arestas, um leve luz emanava. O Cubo terminou seu movimento ao voltar quase que para seu formato original, onde todas as pelas voltaram a seus postos, mas ainda sim, as figuras geométricas desenhadas ao longo do cubo, não estavam alinhadas, dava pra ver que estava diferente. A Sala, começou a dar uma leve tremida. Mara deu um passo a frente, e todas as crianças se enfileiravam. Eles estavam vindo...

A Parede na frente deles, começou a descascar, e rachaduras foram se formando. Por entre elas, sangue escorria. Era como se as paredes estivessem feridas. O Sangue, parecia consciente, se esgueirava no piso, e vinha na direção das 8 crianças de Midwich, fazendo o contorno sobre seus pés. Uma grande rachadura maior se deu na parede, fazendo um som de "Crack!" parecia que ia desabar, mas nenhum dos oito mostrava expressão de espanto. Continuavam calmos. A Grande rachadura se abriu para os lados, e uma forte luz passou por ela, iluminando mais ainda a sala. Foi quando todas as lâmpadas se estouraram. Tudo ficou escuro, apenas a grande luz na fenda vinda da parede iluminava algo. Logo... a parede começou a se mover pesadamente para o lado, se abrindo, a fenda foi ficando cada vez maior... e era possível notar que havia uma passagem. Um corredor, longo e a luminosidade vinha dele, ou menos do fundo dele. A Fenda se abriu mais ou menos uns 3 metros de diâmetro, E parou. Uma leve fumaça, como gelo seco, cobria o chão do "corredor" que aparecera por ela. A tal névoa leve se dissipava na entrada para a sala. Qualquer ser humano ficaria encantado ou aterrorizado, mas não Mara e seus semelhantes.. não eles...

Ao fundo do corredor, era possível ver silhuetas, estavam caminhando em sua direção. Mara colocou os braços para trás levantando o queixo, pronta para recebê-los. As silhuetas ficaram mais próximas e mais visíveis, e uma a uma, saíram da fenda, adentrando a sala, a primeira, era aparentemente um homem, bem gordo, careca,com estes pretas de couro. Botas, com o corpo completamente coberto do que parecia ser um couro preto. Barrigudo, a entidade se colocou ao lado direito da fenda. Sua barriga, estava aberta, com um grande buraco, como se tivesse sido estripado. Mas não havia entranhas, apenas um buraco vazio. A Pele, ao que dava pra ver de suas mãos, e rosto, parecia derretida e gosmenta. Usava óculos escuros, a figura então, retirou os óculos, revelando seus olhos.. que já não estavam mais lá. Eram dois buracos, porém, costurados para não ficarem "Abertos".

A Segunda entidade saiu, se colocando do lado esquerdo. Uma mulher, pálida. Branca como a morte. Careca. De olhos negros e vazios, também trajada com aquele estranho couro negro. Nas mãos, ela afiava uma estranha lâmina, parecia uma faca, porém, a ponta era torcida para esquerda, não chegava a ser uma foice. Seja o que for, ela afiava aquilo num pedaço de ferro, parecido com sucata, e pequenas faíscas saíam quando ela raspava. Sua garganta, estava aberta, também um buraco, dava pra ver por dentro, or nervos e veias, de uma vermelhidão que dava muito contraste a sua aparência pálida. Em volta da abertura do ferimento, estava a pele, que havia sido puxava para os lados, com pequenos ganchos. Ganchos esses, que continham uma pequena corrente cada um, e davam a volta por trás de seu pescoço, e provavelmente estavam presos á sua pele da nuca. O Nariz, estava atravessado por um arco fino de ferro, cuja as pontas ligavam-se presas aos ossos de seus ombros.

Atrás do grupo de crianças, aparecia outro ser horrendo, também coberto pelo estranho couro preto, era mais alto que os outros dois, e sua pele também parecia derretida como a do obeso. Porém, esse não tinha olhos, nem nariz, e também era careca. Com pele asquerosa, a única coisa que determinava que ali naquela cabeça já houve um rosto era sua boca. Mas ele não tinha lábios, não mais, havia apenas aqueles dentões á mostra, com a pele toda repuxada em volta. Era o mais alto, e talvez o mais assustador dos monstros.

Eram os cenobitas. Seres da dimensão infernal, que exploram as mais perversas formas de dor e prazer naqueles que os invocam. Eles não param até que a vítima esteja em pequeninos pedacinhos, e então, levam sua alma para uma eternidade de "Brincadeiras prazerosas"... prazerosas para eles, porque para nós, é nada mais que a maior e mais elaborada tortura física e humilhação. Nem em seus mais perversos devaneios, o ser humano não conseguiria pensar em coisas tão perversas a se fazer com um corpo humano quantos os cenobitas. O Exemplo disso, são seus próprios corpos, que são considerados arte em seu mundo. A Mulher pálida foi se aproximando de Mara, dizendo com uma voz rouca e inexpressiva:

—Vamos... brincar... crianças....

Até que uma voz masculina, grave e arrepiante ecoou daquele corredor:

—Não!

Foi um "Não" longo, extremamente grave e demoníaco. Alguém mais se aproximava através da fenda interdimensional.. o ser por sua vez...

Era alto, Masculino, ainda mais pálido que a mulher. Parecia até estar pintado de branco. Sua roupa de couro era mais elaborada que a dos outros três. Sua Botas eram maiores e mais pesadas, e suas vestes pretas eram mais cheias de detalhes. Em seu tórax, haviam 6 buracos, três de cada lado, e dava pra ver o grande vermelho de sangue dentro deles. Em volta dos ferimentos, a pele repuxada também por ganchos, que estavam acoplados ao resto de suas vestes. As mutilações era parte de seu "Figurino" infernal. Na cintura, um tecido preto leve que descia até os tornozelos, quando ele andava, este tecido balançava para os lados, como se fosse a parte de baixo de um sobretudo. O Couro lhe cobria os braços também, apenas as mãos estavam expostas, e várias facas pequenas, e outro tipo de lâminas bizarras estavam acopladas ás suas vestes, outras, ao que parecia, estavam fincadas em sua própria carne, o que era compreensível, afinal, esses seres não possuem "Bolsos". Mas.. o que chama atenção, é seu rosto. Branco, também careca, recheado de pregos que foram cuidadosamente e geometricamente colocados enfileirados em volta de toda sua cabeça. A Precisão dos pregos era exata e impressionante, deviam haver pelo menos uns 150 ou 200 pregos colocados perfeitamente, todos na mesma perfeita altura fincados em seu rosto e crânio. Este ser é conhecido como "Hellpriest" ou "Pinhead", com seus olhos grandes e negros, ele se aproximava, tornando a Dizer:

—Não......

A Mulher, cenobita, respondeu com sua voz rouca:

—E Por quê não?...

Pinhead, deu mais um passo a frente, encarando as crianças, sério, assustador, e disse com sua voz extremamente grave e sua boca mega articulada:

—Porque eles não possuem almas.....

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Estamos chegando perto do clímax! Faltam poucos episódios para que a grande batalha dos vilões de filmes de terror contra os de Creepypastas aconteça.



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