Acampamento Imortal escrita por Vallabh


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hello!! Estou de volta com mais um capítulo, espero que estejam gostando.



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Acenei para ela e esperei que chegasse mais perto para responder.

— Oi, Júlia.

— Então, pronta para o tour?

Terminei de mastigar meu X-Burger para poder responder.

— Então, sobre o nosso tour...

— Algum problema? — Ela perguntou desanimada.

— É que eu vim de carona com o meu amigo e a aula dele vai acabar antes do que o esperado. Aí ele está vindo me pegar para irmos embora.

— Tudo bem, a gente deixa o tour para amanhã! Suas aulas começam amanhã, não é? — É incrível como ela consegue ser uma companhia extremamente agradável

— Sim, sim. Às 8 horas.

— Ótimo! Então te encontro aqui às 7:30?

— Claro. Aliás, que curso você faz?

— Medicina. — falou, com um brilho no olhar.

— Sério? Meu amigo também. Talvez você o conheça.

— Qual o nome dele?

— Júlia? — Antes que eu pudesse responder a voz do Kaique soou atrás dela.

— Não, esse é o meu nome! — Ela disse, se virando e ficando de frente para ele.

Eles ficaram se olhando por um tempo.

— Pelo visto já conheceu a minha pequena. — Ele falou para ela.

— A Luna é a sua pequena? — Ela perguntou e eu poderia dizer que estava um tanto quanto surpresa e talvez decepcionada.

— Sim. Então, vamos? — Pelo que eu o conheço ele estava nervoso e visivelmente incomodado.

— Claro, até amanhã então, Júlia.

— Até, Luna. — Ela acenou para o Kai, se virou e saiu andando rápido.

Ele deu um pequeno “tchau” pra Júlia e começamos a ir para o estacionamento. Ele destravou o carro e abriu a porta para mim. Ligou o carro e começou a nos distanciar da universidade, liguei o som e a voz do One Republic cantando Counting Stars preencheu o carro. Odeio silêncio. Kai estava calado, fingindo que estava prestando atenção no trânsito, mas eu sabia que era só fachada.

— Certo, agora pode me explicar que cena foi aquela cena no restaurante? — perguntei, pois sabia que ele não iria começar.

— Que cena? — Cínico filho da mãe! Se fazendo de desentendido.

— Talvez aquela entre você e a Júlia no restaurante da universidade?

Ele me olhou relutante, mas depois se deu por vencido.

— Não teve cena nenhuma, só fiquei surpreso de ver você com ela.

— Vocês são da mesma turma? — perguntei curiosa.

— Somos, por quê?

— Por nada, é só que você nunca comentou nada sobre ela. Por que você demorou tanto a chegar então?

— Porque eu tive que resolver umas coisas, Luna. — falou começando a ficar nervoso.

— Que coisas? — Isso está cada vez mais interessante.

— Do curso, nada importante.

— E por que a Júlia não teve que resolver também? — Ele estava ficando vermelho.

— Eu não sei, Luna! Talvez ela tenha resolvido antes das aulas. Por que está tão interessada nisso? — Ele falou meio aborrecido.

— Por nada. — respondi levantando as mãos em rendição.

Não levamos nem 10 minutos e já estávamos no estacionamento da Immortal Coffe. Não esperei ele abrir a porta para mim dessa vez, assim que ele desligou o carro eu pulei para fora. Estava com raiva dele, odeio que me escondam as coisas.

— Desculpa, pequena, eu não quis ser rude. Apenas estou um pouco estressado. — Ele falou me acompanhando.

Não falei nada, continuei andando. Entramos e logo o cheiro do maravilhoso café daqui me atingiu. Fomos caminhando até o balcão e logo vi Maia entregando um pedido. Maia é outra semideusa que está conosco há um bom tempo. Ela é muito tímida, mas não é má pessoa.

— Ei, meninos! Que bom que chegaram, o senhor Dionísio está esperando por você, Luna. — Maia disse assim que nos viu, ela é filha de Hermes, o mensageiro dos deuses. Mas se parece muito com sua mãe, pele morena, cabelo preto cacheado, olhos castanhos claro, altura mediana e corpo bem feito.

— Certo, obrigado, Maia. — Kaique respondeu por nós. Apenas sorri para ela.

Fomos entrando em direção ao escritório, Kai bateu na porta duas vezes e ouvimos um "pode entrar" em resposta. Então entramos, né.

— Olá, meninos. Que bom que chegaram. Então, Luna, ansiosa para começar? — Dionísio é um cara até que bem jovem, tem aparência de uns 27 anos, uma pele parda, cabelo cumprido da cor de vinho, olhos vermelhos, alto e magro e um sorriso traquina nos lábios. Tem uma personalidade bem descontraída, sempre divertido e relaxado.

— Um pouco, Dindo. Queria falar com a gente? — Perguntei. Sim, o Dionísio é meu padrinho.

— Sim, claro. Era só para saber como foi na universidade e dar as instruções básicas para você começar.

— Hum.... Foi tudo bem lá. Ajeitei o resto da papelada e já começo amanhã.

— Que maravilha, filha. Bom, então vamos lá. Kaique, você não está atrasado? — falou, olhando para o relógio. Já eram 11:48. Havíamos perdido a noção do tempo.

— Droga, já vou indo então. Passo às 18:40 para te pegar, pequena. — falou dando um beijo na minha testa.

— Tudo bem. — Era impossível ficar com raiva dele, por mais que eu tentasse não conseguia.

Ele saiu do escritório e eu fiquei encarando a porta. Além da cafeteria, o acampamento tem lojas de outros setores. Kai trabalha em uma clínica de saúde, a maioria dos pacientes não é mundano.

— Vamos lá então. — Dindo chamou. — Como a Clarinha não está mais com a gente e a Maia vai ter que sair hoje à tarde você vai ficar no segundo horário, mas amanhã você já fica no terceiro turno. — Fomos caminhando de volta para a cafeteria.

— Maia? — Ele chamou. — Pode ir. Vou explicar tudo para a Luna.

— Tudo bem, até amanhã. Bom trabalho, Luna!

— Obrigada. — Ela me o pequeno avental, tirei meu sobretudo e guardei junto com a minha bolsa no pequeno vestiário para os funcionários, coloquei o avental e voltei para o café. No horário do almoço o movimento aqui é muito grande.

— Pronta? — perguntou, eu só balancei a cabeça. — Certo, você só precisa registrar os pedidos, receber o dinheiro e entregar o recibo dos pedidos. Nos dias em que houver muito movimento você pode deixar o Alex no caixa e ajudar a fazer e entregar os pedidos

Ele me ensinou a usar a máquina de café e a mexer na registradora. Até que não era tão difícil, depois de trocar alguns pedidos, derramar outros e queimar muito as mãos, o meu expediente terminou. Estava sentada no vestiário quando alguém falou.

— Até que você não foi tão mal. No meu primeiro dia entupi a máquina de café e foi aquela meladeira.

— Fico feliz em saber que não fui a única a ir mal. — Dei uma risada divertida. — Como você está, Kel?

— Estou bem, Luna, e você? — pergunto retirando as suas coisas do seu armário e colocando a bolsa no ombro.

— Um pouco cansada, o dia foi cheio hoje.

— Imagino, vou indo nessa. Até amanhã.

— Até. — Kelvia é uma garota super legal, nunca fomos muito próximas, mas ela sempre me ajudou quando eu precisei. Ela alugou um apartamento e veio morar na cidade há uns dois anos, mas não parou de trabalhar na cafeteria, sempre gostou de ser independente.

Peguei minhas coisas no armário e fui saindo do vestiário, já eram 18:35. Passei pelo café e dei tchau para as meninas que assumiram. A cafeteria funciona 24hr de sexta ao domingo e até as 00hr durante a semana, a cada seis horas há uma troca de funcionários, assim todos podem estudar, trabalhar, treinar e descansar. Cheguei lá fora e Kai estava me esperando escorado no carro, sempre pontual.

— Pela sua cara vejo que o primeiro dia foi ótimo. — Ele começou a rir de mim. — O que foi isso na sua mão? — perguntou, percebendo a minha mão enfaixada.

— Maravilhoso. E isso não foi nada demais. — falei levantando a mão. — Me queimei com café quente, a Kel passou pomada e enfaixou para não piorar.

— Tenha mais cuidado, pequena, quando chegarmos em casa eu vou dar uma olhada. — falou abrindo a porta do carro para mim.

Ele deu a volta e entrou no carro, dando partida em seguida e pegamos a estrada de volta para o acampamento.

— Então, vai ficar nesse horário mesmo? — perguntou, referindo-se ao horário na cafeteria.

— Não, foi só hoje porque a Maia tinha que sair. A partir de amanhã vou entrar às 18:30 e sair às 00:30.

— Não gosto desse horário, é muito perigoso para você voltar sozinha. E como você vai voltar?

— Eu sei me defender sozinha, grandão, e, a respeito de como voltar, eu ainda não pensei nisso. — falei pensativa.

— Bom, eu posso te deixar e te pegar até você encontrar outra forma. — falou normalmente.

— Tem certeza de que não vai te atrapalhar?

— Claro que não, pequena.

— Bom, sendo assim, eu aceito. — disse alegre. — Como foi no posto hoje?

— Hum... foi até que bem calmo. Não tivemos nenhum caso muito grave.

— Que bom, e como estão os treinos?

— Cansativos, o Apolo não tem me dado descanso. Vai treinar à noite também hoje?

— Ele sempre foi carrasco com você. Vou sim, mas amanhã volto para o meu horário normal. Gosto dos meus treinos à tarde.

Ficamos em silêncio aproveitando a música que tocava no rádio, ainda faltava uns 35 minutos de viagem. Aproveitei o silêncio e tentei relaxar, minha mão estava doendo um pouco. O dia foi puxado, mas bem proveitoso. Sentia-me realizada por ter sobrevivido ao meu primeiro dia na minha nova vida. Não sei como, mas acabei pegando no sono. Acordei com uma voz conhecida me chamando.

— Ei, pequena. Acorda, chegamos. — Ele falava, me cutucando. Abri os olhos aos poucos e fui despertando.

— Já? — Ele deu uma risada gostosa.

— Já sim, vem, vamos entrar.

Peguei minhas coisas e fomos caminhando para o alojamento. Kai me deixou na porta do meu quarto e foi para o dele que é no começo do corredor. O acampamento é formado por vários prédios, um deles é o alojamento, é como uma pensão, são cinco andares com vários corredores e em média sete quartos por corredor. No primeiro andar ficam os tutores, do segundo ao quarto; os semideuses, no quinto; os visitantes e no térreo; o refeitório, a enfermaria, a biblioteca e a sala de arquivos. O meu quarto e o do Kai fica no primeiro andar, por quê? Não faço a mínima ideia, o Thoth diz que é porque quando chegamos apenas esses quartos estavam prontos já que fomos uns dos primeiros a morarmos aqui.

Tomei meu banho e fui colocar minha roupa de treino, escolhi um short frouxo com um aquecedor por dentro, um top, uma regata folgada por cima e calcei meu chinelo mesmo, gosto de treinar apenas com um protetor de peito de pé. Sai do quarto prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo e fui descendo para o refeitório, não tinha comido nada a tarde toda. Cheguei ao refeitório e não tinha muita gente, nesse horário a maioria já estava nos quartos. Falei com algumas pessoas, peguei apenas uma maçã, pois ainda iria treinar, e fui para a área de treinamento, que é outro prédio um pouco afastado do alojamento.

No caminho lembrei que não tinha passado no quarto do Kai para ele refazer meu curativo, na volta eu passaria. Não estava tão feio, só um pouco vermelho e com algumas bolhas. Entrei em uma das salas de treinamento e mais da metade da minha maçã já tinha sido devorada, assim que entrei encontrei um Thoth com uma cara nada boa. Lá vem bronca...

— Está atrasada, Luna. — Olhei no relógio e já eram 20:30.

— Boa noite também, pai. — Não me levem a mal, mas eu nunca tive uma notícia sequer dos meus pais biológicos, então a única imagem de pai que eu tive foi ele. Com o tempo passei a chamá-lo de pai. Na primeira vez ele ficou com muita raiva e me deixou de castigo, mas eu não me importei e continuei chamando-o de pai. Depois de um tempo ele aceitou e até me chama de filha às vezes.

— O que é isso na sua mão? — Ele perguntou preocupado.

— Ah, isso? — Levantei a mão e ele balançou a cabeça. — Me queimei na cafeteria.

— Vem, vamos cuidar disso. — Ele falou e fomos para o armário no canto da sala onde tinha um kit de primeiros socorros.

— Está doendo muito?

— Um pouco. — Ele limpou e começou a passar uma pomada estranha na minha mão.

— Ai, ai, ai. Isso está queimando, pai. — Eu não sabia o que era aquilo, mas estava queimando mais do que a própria queimadura.

— Calma, filha, é só por enquanto. Já vai passar. — Eu amo quando ele me chama de filha, eu amo esse cara mais do que tudo na minha vida.

— Pronto, está melhor? — Ele terminou de enfaixar minha mão.

— Por incrível que pareça, sim, parece nova em folha.

— Ótimo, vamos lá. Temos um treino para executar.

Ele começou com uma corrida básica na parte aberta da área de treinamento para aquecer e depois fomos para a parte fechada, treinamos formas de defesa e depois arremesso de adagas. Como eu não tinha nenhum “dom”, como eles dizem — Sim, eu não tinha nenhum dom herdado dos meus pais. Todos os semideuses têm pelo menos uma intuição mais forte herdada dos pais, mas eu não tenho nada. — meus treinos eram muito pesados para compensar, mas hoje ele pegou leve. Quando o treino terminou já eram 23:36. Estava deitada no chão do salão com a cabeça na perna do Thoth, ele estava fazendo cafuné nos meus cabelos.

— Como foi seu dia?

— Foi bom, ajeitei tudo na universidade e começo amanhã, na cafeteria foi tudo calmo também, mas amanhã começo a ir à noite.

— Certo, é até melhor para você. E como vai ficar indo e voltando?

— Ainda não sei, o Kai disse que até eu arranjar um jeito ele pode ficar me levando e me trazendo.

— Não é muito contramão para ele?

— Também achei, mas ele disse que não tinha problema.

— Hum... Tudo bem, vamos lá. Aposto que você ainda não comeu nada. — É incrível como ele me conhece bem.

— Vamos, sim, estou acabada e faminta.

Levantei-me, saímos do salão e fomos caminhando até o refeitório. Quando chegamos peguei um grande pedaço de lasanha, suco de laranja e um pedaço de torta de limão, já o Thoth escolheu um sanduíche de bacon com suco de limão. Sentamos em uma mesa para comer quando senti uma coisa molhada e quente nas minhas costas.

— Hum... Lasanha, que delícia. — Ele falou, me abraçando por trás.

— Tire suas mãos suadas da minha filha, guri. — Ele apenas riu e falou:

— Ah, qual é, Thoth, ela me deseja. Olha como ela gosta de mim.

— Tire seu corpo suado de perto de mim, seu puto. — falei com a boca cheia.

— Que nojo, Luna. ARGH! – Ele falou fazendo cara de nojo. — Vou pegar alguma coisa para comer.

— Ele gosta muito de você, não é? — Thoth perguntou vendo o Kai pegando sua comida.

— Sim, e eu dele. — falei meio melancólica. Ele não falou mais nada e voltou a comer.

— Como foi seu treino? — Kaique perguntou, sentando-se ao meu lado.

— Foi bem, o velho pegou leve comigo hoje. — falei ao terminar de comer e tomar meu suco. Ele me olhou balançando a cabeça e perguntou.

— Já vou indo, vai comigo ou vai ficar, Luna? —  Levantou-se.

— Vou esperar o Kai.

— Ok, boa noite, meninos! — falou já de pé, deixou seu prato no balcão e foi para o alojamento.

— Como é que o Apolo estava hoje? — perguntei, me referindo ao seu tutor. Todos os tutores são criaturas místicas, apenas Thoth, Apolo, Ártemis e Dionísio são deuses. Todos eles têm apenas um pupilo, menos Dionísio, porque ele cuidava dos negócios do acampamento e não sobrava tempo para um pupilo e Ártemis, que eu não sei o motivo de não ter nenhum pupilo.

— Ele estava animado hoje, não me deu um segundo de descanso. — Dei uma risada, pois ele sempre treinava muito.

— Não ouse rir de mim, Luna. Você teve sorte que o Thoth ficou com pena de você por causa da sua mão e pegou leve. — Isso era verdade, ele sempre pegava pesado comigo nos treinos.

Ele voltou a comer em silêncio e eu fui deixar meu prato no balcão, quando voltei Kai já estava terminando. Esperei ele ir deixar o prato e fomos caminhando para o alojamento. Chegamos ao nosso corredor e paramos em frente à porta do Kai, era a segunda do corredor.

— Vai entrar? — perguntou, abrindo a porta.

— Que horas são?

— Meia noite e vinte minutos. — falou, olhando para o relógio.

— Vamos lá.

Entrei e me deitei na cama dele. O quarto do Kai era bem espaçoso, tinha um guarda-roupas embutido na parede perto da janela, uma cama de casal king size no meio, uma escrivaninha com um notebook, algumas prateleiras com livros em cima da mesma e uma porta que dava acesso ao banheiro.

— Sai da minha cama, sua porca suada. —falou, jogando a blusa suada em mim.

— Não me chame de porca, seu Bob Esponja. — Vocês devem estar se perguntando: Mas, Luna, por que Bob Esponja? Simples, porque ele é filho de Poseidon, Poseidon é o rei dos mares e o Bob Esponja mora no fundo do mar.

— Tu não falou isso! — Ele disse, se virando para me encarar, ele estava na frente do banheiro.

— Disse e repito. Bob Esponja.

— Agora tu vai ver, atrevida! — Ele correu, pulou na cama, vindo para cima de mim e começou a fazer cócegas em mim.

— Ahhhh.... Para... Ka.... Eu.... Eu me.... Me rendo! Sai!! — Uma coisa sobre mim, tenho muita cosquinha. Tipo, muita mesmo. Ele parou e se deitou ao meu lado, estávamos rindo feito dois retardados.

Ficamos deitados mais um pouco e ele se levantou e foi tomar um banho. Quando ele voltou eu fui tomar o meu. Quando terminei lembrei que não tinha nenhuma roupa no quarto dele. Levei as que tinha para lavar.

— Kai... — chamei encostada na porta do banheiro apenas com a toalha enrolada no corpo.

— Diga.

— Me empresta uma roupa?

— O quê? Espera um pouco.

Kaique me entregou uma cueca box nova que ficou consideravelmente frouxa em mim e uma blusa preta que dava na metade das minhas coxas. Saí do banheiro secando meus cabelos com a toalha e me deitei na cama ao lado dele. Ele estava olhando para o teto, perdido em pensamentos.

— Obrigada pela roupa. — agradeci, dando um beijo em sua bochecha. Ele pareceu despertar do transe.

— Sem problemas. Mais relaxada? — perguntou, fazendo cafuné em mim, deitei a cabeça ombro, ele usava apenas uma calça de moletom preta.

— Muito. — respondi, fechando os olhos. Eu estava realmente bem relaxada.

Acabei pegando no sono. Acordei e, segundo o relógio da parede, eram 01:53 AM. Olhei para o lado e o Kaique dormia serenamente com a mão na minha cintura. Tirei a mão dele e desci da cama com o maior esforço para não o acordar. Peguei minhas coisas e fui para o meu quarto. Não lembro quando foi a última vez que eu dormi sozinha no meu quarto, eu não conseguia mais, era todo dia assim, eu dormia no quarto do Kaique e ia para o meu quase de manhã. A luz do quarto ao lado do meu ainda estava acesa e resolvi entrar para ver se ele ainda estava acordado. Thoth estava descalço com uma calça de moletom cinza, uma blusa azul e seus óculos, lendo uns papeis na mesa.

— Não deveria trabalhar tanto. — falei escorada na porta.

— E você deveria dormir no seu quarto.

— Acabei pegando no sono antes de chegar nele. — respondi rindo, mas eu sei que ele não cai mais nessa.

— Os pesadelos continuam te atormentando?

— Não muito, eu vou ficar bem, não se preocupe. — minto para não o deixar preocupado.

— Certo, se precisar de ajuda é só chamar.

— Pode deixar, boa noite, pai. — falei entrando e dando um beijo na sua bochecha.

— Boa noite, filha. — falou, depositando um beijo na minha testa.

Fui para o meu quarto. Coloquei a roupa suja no cesto, me deitei e logo peguei no sono.


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Notas finais do capítulo

Até próxima sexta!
XOXO



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